O POVO BRASILEIRO E A GAMBIARRA!!! (por Eng Glauber Maurin) A criatividade do povo brasileiro é sem dúvida uma característica marcante! Durante nosso aprendizado em inspeções e treinamentos por aí, deparamos com inúmeras situações e relatos dos famosos RTE “recursos técnicos de emergência”. O brasileiro prefere deixar de lado padrões técnicos e normativos ou ainda burlá-los quando se trata de solucionar um determinado problema específico. Comecei de curioso a filosofar: Qual a origem desta preferência pela “gambiarra”. Seria a única explicação a falta de recursos financeiros do nosso povo? Acredito só isso não! Seria muito simplista. Freqüentemente nos deparamos com casos de que se gasta mais com a gambiarra do que com a solução adequada. Brasileiro é imediatista, isto é, “pensa curto”! Talvez pela explicação de que vivemos várias décadas sob uma inflação, sem poder planejar um futuro a longo prazo. Então, tenta-se resolver uma situação o mais rápido possível, sem prever que lá na frente isso tornará mais oneroso consertar definitivamente. Talvez pela nossa alegria e conformismo de que está tudo bom! Aceitamos os mandos e desmandos de nossos governantes, como se fossemos ainda colonos ou súditos de um reinado onde o rei é dono de nossas vidas, ele tem a obrigação de resolver todos os nossos problemas. O brasileiro se sente importante em poder dar os seus “jeitinhos” porque ele conhece algum político. É novamente não pensa que isto tornar-se mais caro do que as vias normais e cada vez delegamos oportunidade do mercado do funcionalismo público do princípio “dificultar a solução para poder cobrar mais caro pela a solução por fora”. Mas cheguei a uma conclusão pelo menos mais bonita para esta característica feia brasileira, somos um povo relativamente novo, durante muito tempo um país essencialmente agrícola, geograficamente muito distante de outros países considerados produtores industriais ou produtores de pensamentos científicos. Então, tornavam-se muito demorado e custoso soluções técnicas adequadas. Ainda no começo do século passado, imagina você ter de esperar uma peça para se substituir a uma quebrada na indústria de fiação do Matarazzo. Teríamos de solicitar via carta ou telegrafo, de uma fabricante na Europa, ele despachar de navio e depois de alguns meses estaria disponível em nosso porto de Santos. Que processo industrial agüentaria isso, mesmo naquela época? Imagina nossos engenhos de açúcar ou torrefação de café no meio das fazendas interioranas! Então, o raciocínio criativo dos nossos matenedores da época, homens sem nenhuma escolaridade, sem nenhuma referencia técnica, era colocado para laborar... !Amarra com um arame, faz a peça no ferreiro com qualquer coisa parecida com aço, desmonta aquela para arrumar esta, cola com cera de abelha, e outras... Esta cultura foi sendo passada, de pai para filho, para neto... Talvez alguém discorde com isso, mas prefiro esta explicação. O fato é que precisamos mudar isso urgente se quisermos melhorar também a nossa segurança do trabalho! FAZER BEM FEITO DA PRIMEIRA VEZ PARA NÃO TER DE FAZER DE NOVO!