ID: 29729768 15-04-2010 Tiragem: 30000 Pág: 10 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Diária Área: 22,62 x 16,11 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Nem todos concordam com decisão do Governo Tolerância de ponto para ver Papa causa polémica Se a Conferência Episcopal se manifestou a favor da decisão, as vozes críticas que se levantaram também foram muitas. A Conferência Episcopal Portuguesa defendeu, ontem, a tolerância de ponto concedida pelo Governo aos funcionários públicos no dia 13 de maio devido à visita de Bento XVI considerando que esta é um serviço ao povo português. “Basta notar que a maioria do povo português é cristã e até católica, por isso acho que é um serviço àqueles que queiram participar nesses DR Bento XVI. Governo decretou três dias de tolerância de ponto para visita papal encontros”, afirmou o padre Manuel Morujão, em Fátima, onde fez o ponto de situação dos trabalhos da assembleia plenária da CEP. O Governo decidiu dar tolerância de ponto a todos os trabalhadores da Administração Pública no dia 13 de maio. Será também concedida tolerância de ponto aos funcionários públicos em Lisboa na parte da tarde do dia 11 de maio, assim como no Porto na parte da manhã no dia 14 de maio. Se a CEP não esconde o seu contentamento, muitas são as vozes que não concordam com essa decisão. Para Luís Bento, antigo consultor do Banco Mundial, a tolerância de ponto decretada “vai custar milhões à economia”. “Os feriados e pontes, no conjunto, têm um custo muito perto de 1 por cento do Produto Interno Bruto. Agora, com um crescimento muito perto do zero, isto é desperdiçar oportunidades para melhorar a produtividade”, disse à Agência Financeira. “Não podemos deixar de relevar também que, em Portugal, se aproveita um circuncialismo qualquer, sem reflexão, para tomar opções destas. Isto não ajuda nada num momento de crise”, sublinhou, por sua vez, o líder da CGTP-IN, Carvalho da Silva. Já o presidente da Associação Ateísta Portuguesa manifestou-se “perplexo”, afirmando que nunca lhe constou que uma visita de um chefe de Estado a Portugal “tenha direito a tolerância de ponto”. Para Carlos Esperança, “um Estado laico não pode favorecer um chefe religioso, o que é contra a Constituição”.