O governo do Estado de Israel e a delegação da Organização para a
Libertação da Palestina (...) concordam que é época de pôr fim a
décadas de confronto e conflito, reconhecem sua legitimidade e
direitos políticos mútuos e lutam para viver em coexistência pacífica
e dignidade mútua e segurança para conseguir um acordo de paz
amplo, justo e duradouro e sua reconciliação histórica através de
um processo político negociado.
(Resoluções gerais da ONU, 1947)
Introdução
Com cerca de 230 milhões
de habitantes no início
dos anos 90 e quase 7,2
milhões de quilômetros
quadrados, o Oriente
Médio corresponde ao
nordeste da África e à
parte ocidental da Ásia,
entrando pela Europa (na
Turquia européia).
Engloba, portanto, a
Turquia, Chipre, o Egito e
os países do Levante, da
península Arábica e do
Golfo Pérsico.
Conceitos Importantes
• Judeu: é aquele que, em termos religiosos, culturais e
genealógicos se considera judeu.
• Hebreu: refere-se ao povo de Abraão.
• Israelense: cidadão do Estado de Israel, sem distinção
étnica ou religiosa.
• Israelita: adepto da religião judaica.
• Fundamentalismo Islâmico: movimento religioso
ortodoxo que busca no islã orientações para a vida
prática e as atividades políticas.
• Fatwa: em árabe, significa sentença de morte proferida
contra um inimigo do islamismo.
• Sharia: conjunto de leis islâmicas.
Jerusalém, al-Quds al-Sharif (a nobre
cidade santa), tem uma longa e rica
história acentuada por seu significado
religioso, simbólico e estratégico. Ela
permanece como testemunha da vida e
das culturas dos numerosos povos que
ali reinaram. O resultado é que agora
se pode achar diversas fontes de apoio
a qualquer argumento, e que há pouco
consenso acerca de longos períodos da
história da cidade. Na verdade, há,
provavelmente, poucos assuntos que
tenham gerado tanta pesquisa e análise
mutuamente contraditórias. A
diversidade e santidade da cidade, bem
como seu potencial como um centro de
convergência de diversas civilizações e
intelectuais, são a grandeza de
Jerusalém. É este legado que nós, que
lidamos com Jerusalém presentemente,
devemos lutar para proteger.
ISAAC X ISMAEL
Por volta do século XVIII a.C., Abraão veio de Ur, no sul da
Mesopotâmia, para a terra de Canaã. Ele se estabeleceu nas
cercanias do Vale do Jordão. Visto que nem o velho e nem o Novo
Testamento haviam sido revelados durante sua vida, Abraão não
era nem judeu nem cristão, mas um crente na unicidade de Deus.
Ele é descrito no Gênese como tendo adorado "o mais alto Deus".
Agar, a concubina de Abraão, lhe gerou seu filho Ismael, de quem
os atuais muçulmanos traçam sua descendência; entrementes, sua
mulher Sara gerou-lhe o filho Isaac, do qual os atuais judeus traçam
sua linhagem. Abraão se mudou para um lugar perto de Hebron (alKhalil), onde viveu pregando o monoteísmo. Quando morreu, Ismael
e Isaac sepultaram-no na mesma cova onde sua mulher Sara fora
sepultada. Seu filho Isaac gerou Jacó (Israel), que viveu na região
de Harran (Aram).
Por volta de 1300 a.C., os
doze filhos de Jacó (Israel)
partiram para o Egito
fugindo da seca que
assolava sua terra. Após a
invasão hicsa, contudo, os
egípcios resolvem
escravizar os israelitas.
Moisés, juntamente com
seu povo (B'nei Israel)
deixou o Egito por volta do
século XIII a.C.. Vagou
durante 40 anos no Sinai,
e durante esse tempo ele
recebeu a lei divina
judaica no monte Sinai
(Tur). Após a morte de
Moisés, Josué assumiu a
liderança dos israelitas e
os conduziu para o oeste
pelo rio Jordão até Canaã.
Durante esse tempo, porém, Cananeus, tribos árabessemitas, e Filisteus, vindos de Creta, vieram se
estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo
que formam, hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a
Palestina. Os cananeus deram aos territórios que eles
habitaram o nome bíblico de "A Terra de Canaã",
enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina ou
'Palestina'.
Nos 150 anos seguintes, os israelitas, filisteus e cananeus
controlaram, alternadamente, porções da área da
moderna Palestina, com os cananeus (jabusitas)
controlando Jerusalém. Mas nenhum grupo foi capaz de
consolidar o controle sobre toda a área. Houve
numerosas lutas entre grupos, sendo que cada um
mantinha sua própria cultura e sua própria
independência.
Por volta de 1000 a.C., o rei dos israelitas, Davi, pôde subjugar os
pequenos estados de Edom, Moab e Amon. Depois dele, o poder passou
para o seu filho Salomão, que é famoso por ter erguido o lugar de
adoração conhecido como o Templo de Salomão. Para os judeus, esse
templo tornou-se o centro da vida religiosa e o símbolo básico de sua
unidade. Tornou-se ainda um ponto de peregrinação emocional para o
povo judeu.
Após a morte de Salomão ocorreu o cisma: Reino de Israel e Reino de
Judá. O primeiro foi conquistado pelos assírios; o segundo pelos
babilônicos. Mais tarde a região caiu sob o domínio persa, macedônico e
acabou sendo dominada pelos sucessores de Alexandre Magno.
Durante a dominação Romana, os judeus se
rebelaram várias vezes e foram expulsos da
Palestina. A última Diáspora ocorreu em
136 d.C., no reinado do imperador Adriano.
Dispersos pelo mundo, os judeus
continuaram existindo como nação.
Muitos abraçaram o cristianismo;
outros permaneceram fiéis às antigas
crenças e continuaram esperando
o Messias Glorioso.
Até a Primeira Guerra
Mundial, a Palestina
estava sob o domínio
do império Otomano
(Turco). Com a derrota
turca, a região passou
para o controle
britânico. Em 1917, o
chanceler inglês Lord
Arthur Balfour publicou
uma declaração
prometendo criar um
lar nacional para os
judeus que estavam
imigrando para a
Palestina desde 1870.
Lord Arthur Balfour
Movimento Sionista
Sionismo é um movimento político que
defende o direito à auto-determinação do
povo judeu e à existência de um Estado
Judaico, por isso sendo também chamado de
nacionalismo judaico. Ele se desenvolveu a
partir da segunda metade do século XIX, e
especial entre os judeus da Europa central e
da Europa do Leste, sobre a pressão de
Pogroms e do anti-semitismo crônico destas
regiões, mas também na Europa ocidental,
no seguimento do choque causado pelo caso
de Dreyfus ( Escândalo político que dividiu a
França por anos).
Theodor Herzl – Jornalista judeu austríaco precursor do Sionismo. Publicou
suas idéias acerca da criação de um Estado Judeu em seu livro “O Estado
Judeu”.
A Criação do Estado de Israel
O movimento de apoio à criação de um
Estado judeu chegou a recém-fundada ONU.
O presidente americano Harry Truman
pressionou e ela estabeleceu um plano de
partição da Palestina. Enquanto isso, os
ingleses tentavam manter a paz dos dois
lados, mas nada conseguiam. Como sua
situação era insustentável, em 1948
decidiram simplesmente retirar-se.
Imediatamente, o líder sionista David Ben
Gurion proclamou a criação do Estado de
Israel, assumindo como primeiro-ministro e
formando um governo. O novo Estado foi
atacado pelos exércitos do Egito e da
Jordânia. Os árabes queriam eliminar o novo
inimigo, mas não conseguiram. Israel tinha
poucos soldados, mas armamentos mais
modernos e sobretudo superior preparo
militar e moral. Em 1949 foi firmada uma
trégua. Além de ganharem a primeira guerra
contra os árabes, os israelenses se
apossaram de um território bem maior do
que o que havia sido estabelecido pela ONU.
Einstein e Ben Gurion, o primeiro
Primeiro-Ministro de Israel.
David Ben Gurion, Sharon Hotel
Beach, Herzélia, 1957.
A Revolução de Nasser
O Egito era colônia da Inglaterra, tornando-se independente
na década de 20. Mas a Inglaterra continuou controlando a
política do país até a década de 40, quando se retirou,
deixando apenas tropas no canal de Suez. Em 1952 um
grupo de oficiais nacionalistas do exército egípcio
derrubou a monarquia e implantou a república. Em 1956 o
líder desses oficiais, Gamal Abdel Nasser, tornou-se
presidente do Egito. Nasser tinha indiscutível liderança no
mundo árabe. E o Egito passou a dar abrigo a palestinos
que desejavam preparar-se para atacar Israel em ações
rápidas e isoladas. Esses guerrilheiros palestinos eram
chamados de “fedayins”. Seu objetivo era reconquistar as
terras tomadas por Israel.
Guerra de Suez
As posições nacionalistas, antiimperialistas
e anti-sionistas do Egito, despertaram
forte reação nos países ocidentais. A
tensão atingiu o auge em julho de
1956, Quando Nasser nacionalizou o
canal de Suez, isto é, assumiu a posse
do canal.
Até então o canal pertencia a uma
companhia franco-britãnica. Inglaterra,
França e Israel armaram uma operação
visando derrubar o presidente egípcio.
Israel invadiu o Egito; a Inglaterra e a
França atacaram a zona do canal. Os
egípcios afundaram navios no canal,
obstruindo a passagem de qualquer
embarcação. Nos países árabes
simpatizantes do Egito, oleodutos que
conduziam petróleo aos países
ocidentais foram explodidos, cortando
o fornecimento de óleo. Diante desse
quadro, sobretudo diante da ameaça
de falta de petróleo, a reação
internacional foi violentíssima,
obrigando os agressores a recuar.
A ONU organizou uma força
militar (incluindo soldados
brasileiros) para garantir a paz
na zona limítrofe entre Israel e Egito.
A firme reação de Nasser perante
a agressão externa transformou-o
em herói. Tornou-se líder não só
dos egípcios, mas de todos os
árabes.Nasceu daí uma aliança
Entre o Egito, a Síria e a Jordânia.
Israel era a grande ameaça.
Tornava-se necessário preparar forças militares poderosas, capazes de
enfrentar com vantagem o poderio militar judeu. Enquanto Israel
obtinha ajuda financeira e armas dos Estados Unidos, o Egito e a Síria
armavam-se com fornecimentos vindos da União Soviética. A partir da
Guerra de Suez, o Egito e Síria concentraram grande parte dos
esforços e dos recursos de que dispunham na preparação de uma
guerra total e final contra Israel. Havia uma confiança total na vitória:
Israel seria derrotado e deveria ceder seu território aos palestinos.
Guerra dos Seis Dias
Esta guerra envolveu Israel contra o Egito, a Jordânia
e a Síria. A partir de 1959, com a criação do Al
Fatah, cresceram os ataques terroristas
palestinos às instalações judaicas. Cada ataque
era respondido com uma retaliação israelense,
muitas vezes maior que a investida sofrida e nem
sempre dirigida especificamente contra os
atacantes. A tensão na região atingiu níveis
críticos em 1966, quando a Síria passou a dar
apoio aos guerrilheiros palestinos. Em abril de
1967, a Força Aérea israelense atacou a Jordânia
e, no mês seguinte, o Egito colocou suas Forças
Armadas em alerta.O presidente Nasser ordenou
a retirada das tropas da ONU do Egito e as
substituiu por divisões egípcias, ocupando o golfo
de Ácaba e bloqueando o porto israelense de
Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do Irã.
No final de maio, Jordânia e Síria firmaram o
Acordo de Defesa Mútua com o Egito. Em julho,
Israel atacou sem declaração de guerra,
dizimando a Força Aérea egípcia em terra. O
exército egípcio foi derrotado, juntamente com o
da Jordânia e o da Síria. Como resultado, Israel
conquistou a península do Sinai (devolvida ao
Egito em 1982), a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e
as colinas de Golã, aumentando sua área para
89.489 km2. O cessar-fogo, decretado pela ONU,
foi atendido pelos árabes, mas Israel não retirou
suas tropas dos territórios ocupados.
O General Moshé Dayan
(1915/1918) era o Ministro
da Defesa de Israel, sendo
o principal responsável
pela vitória de seu bem
treinado exército.
Guerra do Yom Kippur
O Nasser do Egito, morreu em
Setembro de 1970. Foi sucedido por
Anwar Sadat, considerado mais
moderado e pragmático. Como meta
de seu governo, resolve neutralizar a
política expansionista do Estado de
Israel e ao mesmo tempo assegurar
a sua posição no mundo árabe.
Resolve retomar a península do
Sinai. O plano para um ataque a
Israel sem aviso, em conjunto com a
Síria recebeu o nome de código
Operação Badr (palavra árabe que
significa "lua cheia") que incluía a
retomada do canal de Suez usando
as águas do canal de Suez como
agente de erosão das fundações da
intransponível barreira com 50
metros de altura construída pelos
israelenses com a areia do deserto e
que guarnecia toda a margem ao
norte do canal de Suez contra os
exércitos árabes.
Por sua vez, o general, Anwar Sadat usando as
águas do canal de Suez, com o emprego de
possantes bombas de sucção, promove uma
erosão hídrica das fundações da fortificação da
"barreira Bar Levy" (assim batizada pelos
israelenses) que rapidamente abre-se uma
passagem, permitindo a transferência dos
exercitos árabes para o lado desprotegido das
casamatas israelenses obrigando os soldados
israelenses a se renderem. As forças sírias
atacaram os baluartes dos Montes Golã
enquanto o Egito atacava as posições
israelenses desprotegidas na Península do Sinai.
As tropas infligiram graves perdas no exército
israelense. Depois de três semanas de luta,
contudo, as FDI obrigaram as tropas árabes a
retrocederem às fronteiras iniciais. Damasco, a
capital da Síria foi bombardeada.
Uma das conseqüências desta guerra foi a Crise do
petróleo, já que os estados árabes (membros da
OPEP - Organização dos Países Exportadores
de Petróleo) decidiram parar a exportação deste
produto para os Estados Unidos da América e
para os países europeus que apoiavam a
sobrevivência de Israel.
Golda Meir, Primeira-Ministra de
Israel na época.
A crescente mancha da invasão judia sobre a Palestina
Curiosidades
• Os palestinos e os israelenses,
são todos um "povo só"?
O patriarca longínquo dos dois
povos é o mesmo: Abraão (ou
Ibrahim, em árabe). Ele casou-se
com Sara com quem teve o filho
Isaac (que seria o ancestral dos
judeus). Com uma escrava, teve o
filho Ismael, que seria o ancestral
dos árabes. Mas fora essa
proximidade arcaica, são dois
povos diferentes há milhares de
anos.
•
Religiosamente, os palestinos são
muçulmanos em sua maioria? Eles são um
povo com influência árabe ou são árabes?
A maioria dos palestinos professa a religião
muçulmana. Mas há também palestinos cristãos.
•
É verdade que com a criação do Estado de
Israel na Palestina, muitos palestinos
perderam propriedades que foram entregues
a assentamentos de judeus, sem nenhuma
indenização?
Sim, é verdade. O governo israelense fez
desapropriações forçadas em áreas ocupadas
por árabes, inclusive dentro de Jerusalém.
•
Por que os palestinos (e vários vizinhos) têm
tanto ódio dos EUA?
Como sempre, não devemos generalizar.
Existem palestinos vivendo há décadas nos EUA
e outros que vivem bem em Israel. Mas a reação
da maioria, contra os EUA, se deve ao apoio dos
Estados Unidos a Israel, na maioria das
questões.
•
Por que os EUA apóiam Israel?
Uma primeira causa desse apoio: os Estados Unidos têm
a maior comunidade judaica no mundo, maior do que toda
a população do Estado de Israel, com mais dinheiro do
que todo o Estado de Israel. Assim, não erra quem disser
que o verdadeiro país dos judeus, desde o início do
século 20, são os Estados Unidos.
Uma segunda causa: Israel é a única democracia de todo
o Oriente Médio, cercado por monarquias absolutistas,
teocracias ou regimes autoritários por todos os lados,
cada um deles com vínculos tradicionais com potências
européias e, por razões diversas, com a Rússia. Durante
toda a Guerra Fria, Síria, Egito, Iraque e Líbia, por
exemplo, tinham vínculos diretos com a Rússia
comunista.
Ao final da Guerra Fria, o Egito buscou apoio americano
(e para isso, fez a paz com Israel), mas Iraque, por
exemplo, continua ligado à Rússia apesar de esta deixar
se ser comunista. Assim, durante toda o período da
Guerra Fria, o único país alinhado diretamente às
diretrizes norte-americanas na geopolítica regional era
Israel.
Esses vínculos tradicionais predominam mesmo perante
divergências (que não são poucas) entre os dois países e
também perante os vínculos novos dos Estados Unidos
com outros países da região, como Egito, Arábia Saudita
e Kuwait.
Linha do tempo
14-maio-1948Proclamação do
estabelecimento
do Estado de
Israel.
1956-O
Chefe do
Estado
Maior.
1949-A
bandeira de
Israel é
hasteada na
Onu.
1959Inaugura
ção do
metrô.
1967-Rabin,
Dayan e Uzi
Narkiss.
1985Operação
Moisés
resgata.
1977Presidente
Sadat do
Egito e
PrimeiroMinistro
Beguin.
HaganahExército de
defesa
Israelense.
Fontes:
• Apostila Positivo
• Toda História
• http://www.libanoshow.com/home/oriente_medio.htm
Professora Eliane
Trabalho elaborado por:
• Fábio Akiyama N°06
• Fellipe Sambinelli N°07
• Tatiane Hirata N°21