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DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE UM SISTEMA DE
GESTÃO AMBIENTAL – SGA CONSTRUÇÃO CIVIL.
BASIC GUIDELINES FOR PREPARATION OF AN ENVIRONMENTAL
MANAGEMENT SYSTEM – SGA CONSTRUCTION.
Gestão Ambiental 4º Período
ARAÚJO, Wanessa Maria Santos
ROCHA, Izabel Cristina
DIAS, Geiza Trindade
SANTOS, Rafael Menezes
SILVA, Hugo do Nascimento
Prof. Orientador José Lopes Soares Neto, Msc
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar diretrizes básicas para a elaboração de um
Sistema de Gestão Ambiental segundo a ISO 14001 em uma empresa do ramo de construção
civil, tema central desta pesquisa. Os dados foram colhidos e analisados sobre o ponto de
vista científico, bibliográfico e prático. A metodologia utilizada para a realização deste
trabalho foi a de pesquisa descritiva (fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (fontes
secundárias), o estudo foi feito com representante da empresa, onde o mesmo respondeu
algumas questões aplicadas. Após obtenção das respostas e análises dos dados apresentados
aqui, mostrou-se a importância de um sistema de gestão ambiental, suas vantagens e num
cenário futuro de certificação. A elaboração deste artigo justificou-se em mostrar a
importância de um SGA em uma empresa frente ao atual cenário de desenvolvimento e
expansão de construção civil em Palmas.
Palavras-Chave: Empresa, Construção, Meio Ambiente.
ABSTRACT
This paper aims to present basic guidelines for developing an Environmental Management
System ISO 14001 in a company of construction, a central theme of this research. Data were
collected and analyzed on the point of view of science, literature and practical. The
methodology used for this study was descriptive research (primary sources) and literature
(secondary sources), the study was done with representative of the company, where he
answered the same questions apply. After obtaining the answers and analysis of the data and
presented here, showed the importance of an environmental management system, its
advantages and a future scenario of certification. The preparation of this article was justified
in showing the importance of an EMS in a company against the present scenario of
development and expansion of construction in Palmas.
Keywords: Company, Construction, Environment.
.
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1. INTRODUÇÃO
Em razão do aumento da preocupação com a conservação e a melhoria da
qualidade do ambiente e com a proteção da saúde humana, organizações de todos os tamanhos
estão voltando sua atenção aos impactos ambientais potencias de suas atividades, produtos ou
serviços. O desempenho ambiental de uma organização é de crescente importância para as
partes interessadas internas ou externas. O propósito geral desta diretriz é auxiliar as
organizações na implementação ou melhoria do seu Sistema de Gestão Ambiental. É coerente
com o conceito de "desenvolvimento sustentável", e compatível com diversas estruturas
culturais, sociais e organizacionais (NORMA ISO 14004, 2011).
A JP Arquitetura e Construções Ltda, em apenas 06 (seis) anos de mercado
alcançou 02 selos de qualidade sendo: PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade do Habitat – Ministério das Cidades) e o ISO 9001 (Selo de Qualidade
Internacional) incluindo um Troféu destaque empresarial no ramo da Construção Civil.
De acordo com Valle (2002), a Gestão Ambiental consiste em um conjunto de
medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e
controlar os impactos produzidos por um empreendimento ao meio ambiente. No caso de
empreendimentos já implantados, para que essa gestão seja bem concebida, faz-se necessário
uma Avaliação Ambiental Inicial, que irá permitir identificar problemas ambientais latentes e
colher subsídios para elaboração da Política Ambiental da organização.
A existência de uma SGA numa empresa geralmente conduz a melhoria em
desempenho ambiental. A natureza de uma organização determina que, quando uma questão é
levada à administração, deverá ser tratada de forma sistemática e positiva. Quando metas e
objetivos são estabelecidos dentro do sistema administrativo, e pessoas e organização são
avaliadas por completo para verificar se esses objetivos e metas foram alcançados, o resultado
é uma melhoria (HARRINGTON, 2001).
Política Ambiental é o conjunto de metas e instrumentos que tem por objetivo
reduzir os impactos negativos sobre o meio ambiente via ação antrópica, prevendo
penalidades pelo não cumprimento das medidas estabelecidas. A política ambiental pode
influenciar as atividades dos diversos agentes econômicos, tais como a indústria e o comércio
(FERREIRA, 2011).
O Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV – destinado a famílias com
renda bruta de até R$ 1.395,00 é um programa do Governo Federal que prever a construção e
3
venda de 400 mil unidades habitacionais. Em conseqüência das construções dessas unidades
habitacionais, estima-se uma grande quantidade de resíduos gerados por construtoras do ramo.
A construção das unidades habitacionais ocorre a partir da contratação de
empreendimentos em condomínio ou em loteamento, constituídos de apartamentos ou casas,
limitados em 500 unidades por empreendimento. A execução das obras do empreendimento é
realizada por construtora contratada pela CAIXA, que se responsabiliza pela entrega dos
imóveis concluídos e legalizados.
Para a eleição da empresa construtora, deve haver um processo formal de escolha,
observado os princípios de legalidade, finalidade, razoabilidade, moralidade administrativa,
interesse público e eficiência, o qual poderá ser realizado pela prefeitura ou pela CAIXA.
Nota-se que com essa política, a cidade de Palmas/TO torna-se um verdadeiro
canteiro de obras, e em conseqüência das construções dessas unidades habitacionais, estimase uma grande quantidade de resíduos gerados por construtoras do ramo.
Diante dos presentes dados justifica-se a elaboração deste artigo com a seguinte
pergunta: Qual será a importância de implantar um Sistema de Gestão Ambiental em uma
empresa da Construção Civil?
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.1 A Gestão Ambiental
Seiffert (2010), ensina o que vem ser a gestão ambiental. É entendida como um
processo adaptativo e contínuo, através do qual as organizações definem, e redefinem seus
objetivos e metas relacionados à proteção do ambiente, à saúde de seus empregados, bem
como clientes e comunidade, além de selecionar estratégias e meios para atingir estes
objetivos num tempo determinado através de constante avaliação de sua interação com o meio
ambiente externo.
Segundo Philippi (2004), o processo de gestão ambiental inicia-se quando se
promovem adaptações ou modificações no ambiente natural, de forma a adequá-lo às
necessidades individuais ou coletivas, gerando dessa forma o ambiente urbano nas suas mais
diversas variedades de conformação e escala.
A maneira de gerir a utilização desses recursos é o fato que pode acentuar ou
minimizar os impactos. Esse processo de gestão fundamenta-se em três variáveis: a
diversidade dos recursos extraídos do ambiente natural, a velocidade de extração desses
recursos, que permite ou não a sua reposição, e a forma de disposição e tratamento dos seus
resíduos e efluentes. A somatória dessas três variáveis e a maneira de geri-las define o grau de
impacto do ambiente urbano sobre o ambiente natural (PHILIPPI, 2004).
Para Seiffert (2010), o surgimento de novas normas, assim como a crescente
busca por parte das empresas de uma imagem ambientalmente mais adequada, vem sendo
induzido por uma mudança de hábitos de consumo, patrocinada pelo crescimento da
preocupação ambiental, a qual repercute negativamente na compra de produtos provenientes
de produtores identificados como ambientalmente inadequados. De acordo com (Arora e
Gangopadhyay Minini 2010: apud Seiffert 2010), a mudança de hábitos do consumidor
representa uma questão-chave na construção de um elemento objetivo que despertou nas
organizações o interesse pela Gestão Ambiental.
Segundo Silvestre (2008), o papel do gestor ambiental dentro da criação do
Sistema de Gestão Ambiental é de extrema importância, pois é ele o responsável pela
coordenação de toda a política ambiental da empresa, dando suporte a equipe de profissionais
envolvidos, definindo as estratégias e os investimentos na Área de Proteção Ambiental.
Percebe-se que, o homem é o grande agente transformador do ambiente natural, e
vem promovendo essas adaptações nas mais variadas localizações climáticas, geográficas e
topográficas. O ambiente urbano é, portanto, o resultado de aglomerações localizadas em
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ambiente naturais transformados, e que para a sua sobrevivência e desenvolvimento
necessitam dos recursos do ambiente natural.
2.1.2 Sistema de Gestão Ambiental
Para Scherer (1996), a Gestão Ambiental é uma parte integrante do sistema
administrativo geral da organização. A formulação de uma SGA é um processo interativo e
contínuo. A estrutura, responsabilidade, práticas, procedimentos, processos e recursos para a
implantação de políticas, objetivos e metas ambientais podem ser coordenados em conjuntos
como outros esforços de outras áreas administrativas.
Entende-se que, um Sistema de Gestão Ambiental fornece a ordem e a
consistência necessária para uma organização trabalhar suas preocupações ambientais, através
da alocação de recursos, atribuição de responsabilidade, e avaliação contínua de suas práticas,
procedimentos e processos.
Segundo NBR ISO 14OO1 (2010), Sistema de Gestão Ambiental é a parte do
sistema de gestão global, que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver,
implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. Com isso as
empresas certificadas com a ISO 14001 descobriram que gerenciamento de riscos, redução de
custos, desempenho ambiental melhorado, economia de energia e imagem corporativa, são
alguns dos benefícios obtidos com a certificação.
2.1.3 Resíduos de Construção e Demolição – RCD
Segundo (Oliveira e Mendes 2011: apud Carneiro 2001), os resíduos de
construção e demolição – RCD, também denominados como entulho, tem se tornado um dos
alvos do meio técnico-científico, utilizado o mesmo como agregado para inúmeros usos na
construção civil e também na pavimentação rodoviária, entrando como substituto às matériasprimas hoje utilizadas nestes setores.
De acordo com Mendes (2004), os resíduos de construção civil são retirados da
obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de riso e de ruas
das periferias, gerando uma série de problemas ambientais e sociais, como a contaminação do
solo pro gesso, tinta e solventes, a proliferação de insetos e outros vetores contribuindo para o
agravamento de problemas de saúde pública.
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Segundo a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
(2002), os resíduos de construção civil são:
“os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais
como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de
entulhos de obras, caliças ou metralha (CONAMA, 2002).”
Os resíduos de construção e demolição causam tantos problemas à vida urbana e
ao meio ambiente, portanto, o melhor é que o mesmo seja visto como fonte de matérias prima
que podem ser reutilizados na construção civil e pavimentação.
2.1.4 Construção Civil
Segundo Pinto (2005), a Construção Civil é reconhecida como uma das mais
importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado,
comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de
recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos.
Percebe-se que, o resíduo sólido de construção e demolição é responsável por um
grande impacto ambiental, e é freqüentemente disposto de maneira clandestina, em terrenos
baldios e outras áreas públicas, ou em bota fora e aterros, tendo sua potencialidade
desperdiçada.
Os resíduos da Construção Civil são gerados quer por demolição, obras em
processos de renovação, quer por edificações novas, em razão do desperdício de materiais
resultante da característica artesanal da construção. No Brasil, 98% das obras utilizam
métodos tradicionais (MARINHO, 1991).
3. OBJETIVO GERAL
Este trabalho teve como objetivo geral propor diretrizes básicas para a elaboração
de Sistema de Gestão Ambiental para uma empresa de construção civil em Palmas – TO.
O objetivo específico foi avaliar e diagnosticar o grau da necessidade para a
implantação do Sistema de Gestão Ambiental na empresa.
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4. METODOLOGIA
Segundo Marconi e Lakatos (2006), toda pesquisa implica levantamento de dados
de várias fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas, e se constitui no
caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Os dois processos
pelos quais se podem obter os dados são a documentação direta e a indireta. A primeira
constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos
ocorrem. Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo
ou da pesquisa de laboratório. Ambas se utilizam das técnicas de observação direta extensiva
(questionário, formulário, medidas de opinião e atitudes técnicas mercadológicas). A segunda
serve-se de fontes de dados coletados por outras pessoas, podendo constituir-se de material já
elaborado ou não.
Serviu como base a elaboração do presente trabalho, a empresa JP Arquitetura e
Construções Ltda., uma empresa do ramo de construção civil, localizada na Quadra 104
Norte, Rua NE 11, Lote 42, sala 01, na cidade de Palmas – TO no período do dia 13 a 20 de
Abril de 2011.
Para a obtenção de dados referentes à empresa, foi elaborado o seguinte checklist:
1. Ramo da empresa?
2. Quantos empreendimentos têm em Palmas?
3. A empresa tem algum tipo de política ambiental?
4. A empresa tem um sistema de gestão ambiental?
5. Qual a quantidade de resíduos gerados por empreendimento?
6. Há segregação dos resíduos?
7. Há disposição dos resíduos?
8. Qual a destinação dos resíduos?
9. Existe um plano de redução dos resíduos gerados?
10. Há algum tipo de reciclagem ou reaproveitamento dos resíduos?
11. A empresa possui um plano de gerenciamento de resíduos sólidos?
12. A Resolução do CONAMA 307/02 é aplicada?
Posteriormente, os dados obtidos foram analisados e sistematizados e
apresentados a empresa de forma a fundamentar a importância do sistema de gestão ambiental
e transferir de modo fiel a experiência do estudo de caso com a finalidade de que o leitor
possa reproduzir caso necessário.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o estudo realizado na referida empresa, foi caracterizado a
situação ambiental da empresa diante dos resíduos gerados decorrentes de suas atividades.
JP Arquitetura e Construções Ltda., é uma empresa do ramo da construção civil e
tem como principal atividade, edificação de condomínios residenciais. A mesma esta há 06
anos no mercado Tocantinense e hoje representa uma das mais bem conceituadas empresa no
ramo, tanto na elaboração de projetos, edificação de casas, construção de rodovias e ferrovias,
incorporação de empreendimento imobiliário entre outros.
A empresa não possui nenhum tipo de política ambiental, no entanto a mesma
alcançou 02 selos de qualidade sendo: PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade do Habitat – Ministério das Cidades) e o ISO 9001 (Selo de Qualidade
Internacional) incluindo um Troféu destaque empresarial no ramo da Construção Civil.
Com tantos empreendimentos em construção, a empresa gera uma quantidade de
resíduos suficiente para demanda a implantação de um plano de gerenciamento integrado de
resíduos sólidos, assim podendo diminuir os resíduos gerados ou ate mesmo reaproveitando
e/ou reciclando o mesmo.
A empresa não possui um sistema de gestão ambiental.
Percebe-se que o empresariado, em sua maioria mal informada, tem as seguintes
percepções a respeito de Sistema de Gestão Ambiental:

É caro e não dá retorno – “isto é para empresa rica”.

Demanda muito tempo e esforço da empresa.

Pode ser uma ameaça, uma vez que seus problemas ambientais são
expostos e passam a requerer soluções de curto prazo.

Controles ambientais exigem altos investimentos.

Obter certificado exige comprometimento verdadeiro com a questão
ambiental.
Entende-se que com a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental são
esperados fatores que venham trazer ganhos importantes para a organização quanto para o
meio ambiente, tais como:

Redução de desperdícios (economizar em transporte e armazenamento,
baixar, em alguns casos, os valores dos prêmios de seguro e diminuir
gastos com segurança e proteção à saúde.
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
Tecnologias novas (instalação para redução ou prevenção da geração de
resíduos; modificação de equipamentos, para estimular a recuperação ou a
reciclagem; aumento da eficiência operacional de equipamentos e
instalações de produção, para a redução no consumo de matérias-primas e
de energia).

Garantia de melhor desempenho ambiental;

Possibilidade de demonstrar consciência ambiental ao mercado nacional e
internacional (competitividade);

Boa reputação nos órgãos ambientais, na comunidade e ONGs.

Possibilidade de obter financiamento a taxas reduzidas ou atendimentos a
requisitos dos bancos;

Prevenção de riscos (acidentes ambientais, multas, ações judiciais, danos à
imagem, passivos ambientais, paralisações, perda de competitividade etc.).
Após mostrar os benefícios de implantar um SGA, surge uma preocupação do
empresário que é a certificação, certificar ou não?
É preciso analisar por que não seria interessante buscar a certificação, de acordo
com o raciocínio mais óbvio. O maior problema parece ser o custo. Considera-se cara a
consultoria, caro o processo de certificação e manutenção, enfim, o mais importante é ter o
sistema eficaz e não o certificado. Esta última afirmação também faz parte do coro das
empresas já certificadas. É “politicamente incorreto” dar muita importância ao certificado, um
mero papel pendurado na parede (MOREIRA, 2006).
Estima-se uma quantidade de 36 toneladas de resíduos gerados por semana, os
mesmo são recolhidos por uma empresa terceirizada.
Segundo a empresa que é responsável pela coleta dos contêineres nos
empreendimentos em construção, os resíduos são despejados em uma aérea verde, nas
proximidades da rodovia TO-050. Após esta informação foi feito contato com a Diretoria de
Meio Ambiente do município de Palmas, onde um servidor confirmou o fato ocorrido. Ainda
foi questionado se havia algum tipo de licenciamento ou regularização para que os resíduos
fossem descartados nas proximidades da rodovia, o mesmo afirmou que não há nenhum tipo de
regularização e a prefeitura esta estudando um local adequado.
Conforme ensina o Art. 10 da Resolução CONAMA Nº. 307 de 05 de junho de
2002.
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Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes
formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da
construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura; tais como: (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a
áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a
permitir a sua utilização ou reciclagem futura; tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados
em conformidade com as normas técnicas especificas; tais como os
produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e
destinados em conformidade com as normas técnicas especificas; tais
como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais e outros.
A empresa não contém um plano de redução de resíduos. O programa de redução
de resíduos, além de seu objetivo precípuo pode também, com relativa facilidade, incorporar a
reduções de outras formas de poluição.
Os resíduos não são utilizados para reciclagem ou mesmo para reaproveitamento.
A única segregação feita nas obras é realizada somente de madeiras que são levadas por donos
de Padarias, pois a mesma utiliza-se como lenha para o forno. Por meio dos programas de
Logística Reversa, as empresas podem substituir reutilizar, reciclar e descartar os seus
produtos de maneira eficiente e eficaz, atendendo às atuais exigências do mercado e as
diversas leis ambientais.
A empresa não conta com um gerenciamento de resíduos sólidos, assim
observando a necessidade de contratar um gestor ambiental para implantar um sistema de
gestão ambiental, e em conseqüência uma política ambiental e um gerencialmento integrado
de resíduos sólidos, para minimização, reutilização, reaproveitamento, campanhas educativas
entre os funcionários, armazenamento correto entre outros fatores, pois é uma das empresas
que mais cresce no estado do Tocantins no ramo da construção civil, gerando uma grande
quantidade de resíduos das construções.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos constitui num documento
integrante do sistema de gestão ambiental, baseado nos princípios da não geração e da
minimização da geração de resíduos, que aponta e descrevem as ações relativas ao seu
manejo, contemplando os aspectos referentes à minimização na geração, segregação,
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acondicionamento, identificação, coleta e transporte externo, tratamento interno e externo,
armazenamento temporário e externo e disposição final.
Conforme nas respostas anteriores a mesma não aplica a Resolução CONAMA
307/2002.
Diante das respostas e discussões, notou-se a demanda de implantação um sistema
de gestão ambiental, na empresa escolhida para a contextualização deste trabalho.
Um Sistema de Gestão Ambiental consiste em um conjunto de técnicas que
dirigem as empresas na adoção de uma produção mais limpa e de ações de prevenção de
perdas e de poluição, em um processo de melhoria contínua.
Objetiva a redução de custos operacionais, melhoria do desempenho e das
atividades da empresa, maior reaproveitamento e reciclagem de materiais, redução do custo
para disposição final dos resíduos, melhor aproveitamentos de água e energia, redução do
risco de atuação pelos órgãos ambientais e de despesas com processos jurídicos e pagamento
de multas.
Com o trabalho há uma significativa redução de gastos com energia, água e
disposição de resíduos, possibilitando um reinvestimento da empresa em trabalhos
socioambientais tanto dentro da empresa, visando à melhoria de vida e das condições de
trabalho de seus funcionários, como fora dela, por meio de doações e contribuições tanto
financeiras como de recursos humanos voluntários.
No que diz respeito aos resíduos, com o desenvolvimento deste trabalho,
damos oportunidades a empresas de reciclagem e cooperativas, que fornecem mão-de-obra
para a execução do serviço, e infra-estrutura pós-coleta dos resíduos. Nos centros de triagem
dentro dessas empresas e cooperativas, o resíduo coletado é beneficiado e revendido,
promovendo a geração de renda extra aos funcionários destas instituições.
O trabalho é baseado na norma NBR ISO 14.001, que estabelece os critérios para
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental. Com o SGA implantado segundo a norma,
há a possibilidade do cliente solicitar posteriormente, caso o interesse, a certificação ISO
14.001.
A partir de todo o exposto são apresentadas abaixo as diretrizes mínimas a serem
considerados no Sistema de Gestão Ambiental para a empresa.
Segundo a ISO 14004, esta Diretriz delineia os elementos de um SGA e fornece
aconselhamento prático para sua implementação ou aperfeiçoamento. Também fornece à
organização, informações sobre como efetivamente iniciar, melhorar ou manter um sistema de
gestão ambiental. Tal sistema é essencial para a capacidade da organização de antecipar e
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atingir seus objetivos ambientais e assegurar continuamente a concordância com requisitos
nacionais e/ou internacionais.
A gestão ambiental é parte integrante do sistema de gerenciamento global de uma
organização. O projeto de um SGA é um processo interativo e contínuo. A estrutura,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para a implementação das
políticas, objetivos e metas ambientais podem ser coordenados com os esforços de outras
áreas, (p. ex., operações, finanças, qualidade, saúde ocupacional e segurança), (DIRETRIZ
ISO 14004, 2011).
Os princípios-chave para a gerência implementar ou aperfeiçoar um SGA
incluem, mas não se limitam ao seguinte, conforme ensina a ISO 14004.

Reconhecer que a gestão ambiental está entre as mais altas prioridades da corporação.

Estabelecer e manter diálogo com as partes interessadas, internas e externas.

Determinar as obrigações legais e aspectos ambientais associados com atividades da
organização, seus produtos e serviços.

Desenvolver o compromisso da gerência e dos empregados para com a proteção do
ambiente, com definição clara das responsabilidades.

Encorajar o planejamento ambiental do início ao fim do ciclo de vida do produto ou do
processo.

Prover recursos apropriados e suficientes, incluindo treinamento para alcançar, numa
base ambiental contínua, os níveis de desempenho pretendidos.

Avaliar o desempenho ambiental confrontando-o com a política e com os objetivos e
metas, visando melhoria quando apropriado.

Estabelecer um processo de gerenciamento para analisar criticamente e auditar o
SGA, e para identificar oportunidades de melhoria do sistema e do desempenho
ambiental resultante.

Encorajar contratados e fornecedores a estabelecer um SGA.
As organizações devem considerar os diferentes usos das normas da Série ISO
14000.

Utilização desta ISO 14004 - Diretrizes para Princípios de Gestão Ambiental, ou
partes dela, para iniciar e/ou melhorar seu SGA.
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
Utilização da ISO 14001 - Especificação do Sistema de Gestão Ambiental - com
propósito de Certificação/Registro por terceira parte, ou Auto- Declaração pela
organização.

Utilização desta ISO 14004, Diretriz, ou da ISO 14001, Especificação, para
reconhecimento por segunda parte, entre partes contratantes, o que pode ser adequado
em algumas relações de negócio.

Utilização de documentos correlatos da ISO.
A escolha irá depender de fatores tais como:

Política da organização;

Nível de maturidade da organização: se já existe um gerenciamento sistemático
estabelecido que possa facilitar a introdução de uma Gestão Ambiental sistematizada;

Possíveis vantagens e desvantagens influenciadas por itens tais como posição no
mercado, reputação, relações externas; e;

Tamanho da organização.
Esta diretriz pode ser usada por organizações de qualquer tamanho. De qualquer
maneira, a importância de pequenas e médias empresas tem sido cada vez mais reconhecida
pelos governos e pelo mundo de negócios. Esta diretriz reconhece e concilia as necessidades
da empresa.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo mostrou a importância da adoção do Sistema de Gestão
Ambiental e suas vantagens, a importância de ter um plano de gerenciamento integrado de
resíduos sólidos na empresa onde se realizou o estudo.
Considerando que os resíduos ali gerados não possuem nenhuma segregação a não
ser a madeira, e sendo indispensável para que sejam tomadas medidas mitigadoras para
amenizar a quantidade de resíduos gerados e até mesmo solucionar tais problemas, como
elaborar planos de educação ambiental para os funcionários.
Uma questão que necessita de atenção é o destino destes resíduos que são levados
tudo para o aterro da cidade, sem nenhum tipo de reutilização ou reaproveitamento, assim
causando mais impactos ambientais. Medidas como estas contribuirão para que a empresa se
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adéqüe aos quesitos ambientais corretamente, fazendo assim com que o homem conviva com
a natureza de forma sadia e sustentável.
Cabe ressaltar a necessidade de se executar outros estudos visando avaliar se os
benefícios esperados foram atingidos e em que grau isso ocorreu. Outro campo para
investigação é verificar o nível de conscientização dos funcionários com a questão ambiental.
8. REFERÊNCIAS
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diretrizes básicas para elaboração de um sistema de gestão