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FACULDADE LUTERANA SÃO MARCOS
PLANEJAMENTO FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA BONET INDUSTRIAL
RODRIGO SILVA BONET
Alvorada
2011/2
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FACULDADE LUTERANA SÃO MARCOS
PLANEJAMENTO FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA BONET INDUSTRIAL
RODRIGO SILVA BONET
Artigo Científico como requisito para
obtenção do título de Bacharel em
Administração pela Faculdade Luterana
São Marcos.
Professor orientador: Cláudio Soares dos Santos
Alvorada, Novembro, 2011.
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RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido na marcenaria Bonet Industrial, uma
empresa do ramo moveleiro, localizada em Porto Alegre - RS, que apresenta
características de empresa familiar, com enfoque específico às movimentações
financeiras e ao planejamento financeiro. O controle das movimentações
financeiras é indispensável em uma empresa, pois disponibiliza aos
administradores informações valiosas sobre os aspectos financeiros da
organização, além de possibilitar a monitoração constante de recursos
presentes e futuros. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo
identificar a estrutura procedimental atual para o controle das movimentações
financeiras, mapear todos os ingressos e saídas que deverão ocorrer em curto
prazo, avaliar o comportamento das receitas e despesas correspondentes ao
período de Janeiro de 2010 a Setembro de 2011, sugerir a implantação de
controle adequado dos fluxos financeiros, bem como o planejamento financeiro.
Os procedimentos metodológicos selecionados para utilização na pesquisa
serão quanto aos fins: descritiva, metodológica e aplicada, e quanto aos meios:
pesquisa de campo, documental, bibliográfica e estudo de caso.
Palavras-chave: Controle das movimentações financeiras. Fluxos financeiros.
Planejamento financeiro.
INTRODUÇÃO
O mercado no ramo moveleiro torna-se cada dia mais competitivo. A
alta qualidade, bem como serviços prestados, organização, inovação e preço
são fatores-chave para o sucesso neste ambiente. Essa característica é
indispensável. Sem eles as empresas estão destinadas ao fracasso, com eles
as empresas entram no caminho do sucesso.
A sobrevivência de uma empresa depende cada vez mais da gestão
financeira, portanto, para uma gestão eficiente e eficaz de uma empresa é
necessário ter onde buscar informações precisas, essenciais e em tempo hábil,
para que as decisões sejam tomadas da melhor maneira possível. No entanto,
percebe-se que as empresas familiares e as empresas de pequeno porte não
utilizam ferramentas adequadas que mostrem a verdadeira situação financeira
da empresa.
Uma boa administração financeira exige registros contábeis confiáveis
para que a partir dessas informações possam tomar decisões de investimentos,
financiamentos e gerir resultados, porém, a marcenaria Bonet Industrial utiliza a
contabilidade apenas com objetivos fiscais. Nesse contexto, a adoção do
planejamento financeiro especifica as ações financeiras da empresa, buscando
a previsão do resultado dessas ações e possibilitando, assim, aperfeiçoar o
processo de tomada de decisões.
Este trabalho propõe o desenvolvimento de ações que permitam obter
o pleno controle das movimentações financeiras, com a finalidade de
aperfeiçoar o processo de tomada de decisões na marcenaria Bonet Industrial,
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uma empresa tradicional do ramo moveleiro no Rio Grande do Sul, fundada em
1987. Após alguns anos de existência no mercado, a empresa passou por
períodos de dificuldades financeiras tendo em vista a ausência de controle das
movimentações financeiras, tanto para as obrigações de custos fixos, como
para as despesas não previstas, assim como os créditos a receber. Por
consequência, a empresa não atingia seus objetivos, sendo obrigada a buscar
subsídios para dar sustentabilidade às suas operações, via empréstimos
bancários, o que permitiu à marcenaria Bonet Industrial retomar a
competitividade no mercado.
Na empresa em questão, a tomada de decisão é baseada nas
anotações de seus custos e suas despesas, em um livro onde são registrados
todos os pagamentos realizados, dentre os quais: todos os custos
operacionais; os salários e benefícios de funcionários; os custos fixos e outros.
Por outro lado, cabe aqui destacar que quando a empresa recebe seus
pagamentos em cheques emitidos pelos seus clientes, estes são anotados
para não perder seus históricos e para controle das datas a serem depositados
junto ao banco. Quando ocorre o recebimento por meio de dinheiro, este valor
não fica registrado no livro caixa da empresa, com esta atitude não é possível
medir com eficiência o resultado operacional.
A partir dessa identificação na empresa estudada, a situação
problemática é: Que ações e controles a empresa Bonet Industrial poderia
adotar para obter o controle adequado de suas movimentações financeiras?
Para encontrarmos resposta à questão problemática, estabelecemos
como objetivo geral sugerir a adoção de ações que permitam obter o pleno
controle das movimentações financeiras, com a finalidade de aperfeiçoar o
processo de tomada de decisões e consequentemente como objetivos
específicos:
Identificar a estrutura procedimental atual para o controle das
movimentações financeiras;
Mapear todos os ingressos e saídas que deverão ocorrer a curto
prazo;
Avaliar o comportamento das receitas e despesas do período de
Janeiro de 2010 a Setembro/2011 ;
Sugerir a implantação de controle adequado dos fluxos financeiros;
Sugerir um planejamento financeiro.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A seguir serão apresentadas algumas vertentes sobre o assunto
referido no presente trabalho, tendo como base autores renomados na área da
administração financeira.
2.1 Empresa Familiar
Segundo Lodi (1986, p. 06), “o nascimento da empresa familiar se dá
geralmente com a segunda geração de dirigentes, pois a empresa onde o
fundador não tem herdeiro, não é considerada uma empresa familiar.”
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“A empresa familiar é aquela que tem sua origem e história vinculada a
uma família; ou ainda, aquela que mantém membros da família administrando
os negócios.” (BERNHOEFT, 1989, p. 35).
Lodi (1986) aponta alguns conflitos de interesses entre família e
empresa, destacando cinco problemas frequentes, sendo estes considerados
como fraquezas evidentes quando comparada com as subsidiárias de
multinacionais e com as estatais. No quadro 01, são apresentadas estas
fraquezas de acordo com o autor.
Conflitos de interesse entre família e empresa.
Uso indevido dos recursos da empresa por membros da família.
Falta de sistemas de planejamento financeiro e de apuração de custo.
Resistência à modernização.
Emprego e promoção de parentes.
Quadro 01 – Fraquezas das empresas familiares
Fonte: Lodi (1986, p. 4).
Superando estes desafios, as empresas familiares podem utilizar seus
pontos fortes como um diferencial competitivo perante as empresas nãofamiliares.
Mesmo com toda problemática que envolve as empresas familiares,
estas apresentam muitos pontos que são considerados como forças deste tipo
de organização. Pontos estes apresentados no quadro 02, a seguir:
A lealdade dos empregados é mais acentuada dentro deste tipo de
empresa.
O nome da família pode ter grande reputação na região.
A escolha correta do sucessor na direção do negócio causa um grande
respeito pela empresa.
O sistema de decisão é mais rápido.
Quadro 02 – Pontos fortes das empresas familiares
Fonte: Lodi (1986, p. 8).
2.2 A Função da Administração Financeira
Conforme Gitman (2010), profissionais de todas as áreas de
responsabilidades em cada empresa precisam interagir com os procedimentos
de finanças para desempenhar suas tarefas, e para que os administradores
financeiros possam fazer previsões e tomar decisões úteis.
A função da administração financeira pode ser descrita por meio de seu
papel na organização, de sua relação com a teoria econômica e as ciências
contábeis e das principais atividades do administrador financeiro.
2.3 Objetivo da Empresa
O planejamento financeiro, no entendimento de Gitman (2010), procura
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definir previamente os padrões, os princípios, o processo de elaboração e os
métodos de avaliação, bem como conhecer as atividades necessárias para que
sejam alcançadas as metas estabelecidas. Quanto ao controle financeiro, o
objetivo é realizar o acompanhamento permanente em relação ao desempenho
dos planos, das políticas, dos objetivos e das metas fixadas à empresa. O
administrador financeiro sempre deve agir no sentido de realizar os objetivos
dos proprietários, seus acionistas.
2.3.1 Maximização do Lucro e Maximização da Riqueza do Acionista
Conforme Gitman (2010), o objetivo da empresa é sempre maximizar o
lucro. Em vista disso, o administrador financeiro somente pratica atos que
tendem a fazer uma grande contribuição para os lucros totais da empresa.
Dentre cada conjunto de alternativas considerado, o administrador financeiro
escolheria o que devesse resultar em maior resultado monetário possível.
Gitman (2010, p. 13) também afirma que “o objetivo da empresa, e
portanto de todos os seus administradores, consiste em maximizar a riqueza
dos proprietários.”
2.4 Planejamento Financeiro
Gitman (2010) descreve que o planejamento financeiro é importante
porque irá indicar antecipadamente as necessidades de numerários para o
atendimento dos compromissos que a empresa costuma assumir,
considerando os prazos para serem saldados. Gitman (2010) comenta que o
planejamento financeiro fornece um mapa para a orientação, a coordenação e
o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos.
De acordo com Brealey, Myers e Marcus (2002, p. 522) “o
planejamento financeiro não é projetado só para minimizar o risco. Em vez
disso, é um processo para decidir quais riscos assumir e quais são
desnecessários, ou que não vale à pena assumir.”
Segundo Weston e Brigham (2000) o planejamento financeiro envolve
a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseados em estratégias
alternativas de produção e de marketing, seguidas pela decisão de como
atender as necessidades financeiras previstas. No processo de planejamento
financeiro, os gerentes também deveriam avaliar os planos e identificar as
mudanças nas operações que pudessem melhorar os resultados.
Gropelli (2010, p. 319) assim define planejamento financeiro:
Planejament o financeiro é o processo por meio do qual se c alcula
quanto de financiamento é necessário para se dar continuidade às
operações de uma companhia e se decide quando e c omo a
necessidade de fundos será financiada. Sem um procedimento
confiável para estimar as necessidades de financiamento, uma
companhia pode acabar não tendo fundos suficientes para pagar
seus compromissos. Uma empresa fica inadimplente se não for capaz
de saldar suas obrigações contratuais. Portanto a falta de um
planejamento financ eiro sólido pode causar falta de liquidez e, por
isso a falência.
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2.5 Disponibilidades
De acordo com Braga (1995), as projeções de fluxos de entradas e
saídas de numerário constituem um instrumento imprescindível na
administração das disponibilidades. É fundamental conhecer antecipadamente
qual será o montante de recursos que irá sobrar ou faltar amanhã.
Para Zdanowicz (2004, p. 33), “toda empresa apresenta, diariamente,
um movimento de entradas e saídas de recursos financeiros. Esse conjunto de
ingressos e desembolsos pode ser resumido ao fluxo de caixa .”
2.5.1 Contas a Receber e Contas a Pagar
O volume de contas a receber é basicamente determinado pelos
padrões de créditos concedidos pela empresa. Segundo Groppelli (2010), se os
padrões forem rigorosos, poucos clientes estarão aptos a receber este crédito.
Se os padrões forem mais flexíveis, a empresa atingirá mais clientes, as
vendas crescerão, e haverá mais contas a receber.
Para Zdanowicz (2004), cabe ao administrador financeiro a
responsabilidade de analisar os valores a receber para que não haja
concentração ou carência de recursos financeiros investidos nestes itens, pois
podem pôr em risco a liquidez e o dimensionamento do capital de giro da
empresa.
O objetivo da administração de contas a receber é cobrá-las o mais
rapidamente possível, sem perder vendas devido às técnicas muito agressivas
de cobrança.
De acordo com Gitman (2010), as contas a pagar ou obrigações
financeiras da empresa são os compromissos que a empresa assume em
caráter de contraprestação com terceiros.
A meta da empresa é estender o prazo de pagamento ao máximo,
sem prejudicar seu rating de crédito. Isso significa que as contas
devem ser pagas no último dia poss ível, dados os termos de crédito
anunciado pelo fornecedor. Por exemplo, se os termos forem lí quido
30, a conta deve ser paga 30 dias após o início do período de crédito,
que costuma ser a data final da fatura ou o final do mês em que
ocorreu a compra. (GITMAN, 2010, p. 583).
2.6 Capital de Giro
Gitman (2010) afirma que uma administração inadequada do capital de
giro resulta normalmente em sérios problemas financeiros, contribuindo
efetivamente para a formação de uma situação de insolvência para a empresa.
Assaf Neto e Silva (1997) sustentam que uma boa administração do
capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao circulante, reduzindo seu
ciclo operacional, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações, de modo a
fazer frente aos compromissos com as fontes de financiamento, reduzindo o
ciclo financeiro.
Ainda de acordo com Gitman (2010), as contas que compõem o capital
de giro são: Caixa, Títulos Negociáveis, Duplicatas a Receber e Estoques.
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2.6.1 Fluxo de Caixa
Conforme Zdanowicz (2004), o fluxo de caixa constitui-se em
instrumento essencial para que a empresa possa ter agilidade e segurança em
suas atividades financeiras. Logo, o fluxo de caixa deverá refletir, com
precisão, a situação econômica da empresa, em termos financeiros, no futuro.
Segundo Ferreira (2005), o controle do fluxo de caixa disponibiliza ao
administrador da empresa informações valiosas sobre os aspectos financeiros
da organização, além de possibilitar o monitoramento constante das
movimentações de recursos presentes e futuros.
De acordo com Gitman (2010, p. 95), “os fluxos de caixa são o foco
principal do gestor financeiro, seja na gestão de finanças rotineiras, seja no
planejamento e tomada de decisões a respeito da criação de valor para o
acionista.”
Zdanowicz (2004, p. 141) apresenta o seguinte pensamento:
Através do fluxo de caixa proc ura -se analisar o deslocamento dos
recursos financ eiros da empresa. Partindo do disponível (caixa,
bancos e aplicaç ões no mercado financeiro), pode -se verificar os
caminhos percorridos por uma unidade monetária na empresa e,
principalmente, de operações que aument am ou diminuem o nível de
caixa da empresa.
Para melhor entendimento da citação acima, Zdanowicz (2004)
apresenta de forma bastante singela o ciclo de caixa, conforme figura 01.
Figura 01: Ciclo de Caixa
Fonte: Zdanowicz (2004, p. 142)
2.6.2 Demonstrações Financeiras
Para Gitman (2002), é de fundamental importância entender as
demonstrações financeiras para administrar bem o negócio em que a empresa
está inserida. Segundo o autor, as demonstrações financeiras representam um
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canal de comunicação da empresa com diversos usuários internos e externos.
Elas permitem uma rápida visão intuitiva da situação da empresa, um ponto de
partida para análises posteriores e também servem de base para planejar os
negócios e elaborar os orçamentos internos.
2.7 Orçamento Empresarial
O orçamento representa uma ferramenta de planejamento e controle
que possibilita à administração visualizar mudanças, adaptar-se a elas e, ainda,
se for o caso, de corrigi-las durante a sua execução dentro do período
estabelecido.
Para Zdanowicz (2002, p. 128):
O planejamento financeiro e orçamentário permitem a visualização do
caminho que cada número percorrerá através do orçamento de
vendas, orçamento de produção e orçamento de despesas
operacionais, que são considerados como ferrament as de apoio que
possibilitam a obtenção dos instrumentos básicos denominados:
Orçamento de Caixa, Demonstrativo de Resultado do Exercício
Projetado e Balanço Patrimonial Projet ado.
Braga (1995) comenta que os objetivos do orçamento são o
planejamento, a coordenação e o controle, concentrando esforços para orientar
a execução das atividades, otimizar o resultado global da empresa e reduzir os
riscos operacionais.
Orçar não é apenas controle, não é apenas previsão. É uma análise
exigente e rigorosa do passado de um cálculo cuidadoso das
prováveis e desejadas operações futuras. O objetivo é colocar o
julgamento deliberado, bem conc ebido e astuto dos negócios em
lugar do êxito acident al na administração do empreendimento.
(BRAGA, 1995, p. 232).
2.7.1 Planejamento de Caixa: Orçamento de Caixa
Baseado em Gitman (2010), o orçamento de caixa é simplesmente
uma demonstração das entradas e das saídas de caixa, que são esperadas
pela empresa durante um determinado período de tempo. O autor também
comenta que os orçamentos de caixa servem para estimar as necessidades de
caixa, e, igualmente, são úteis na determinação das necessidades de tomar
decisões e de fazer investimentos de curto prazo da empresa, assim como
planejar as transações.
Groppelli (2010, p. 122), assim define orçamento:
O orçamento de caixa é uma ferramenta gerencial necessária. Uma
das responsabilidades de um gerent e financeiro é escolher
investimentos com fluxos de caixa e taxas de ret ornos satisfatórios.
Portanto, um gerente financeiro deve ser c apaz de decidir se um
investimento é um empreendimento valioso ou não, e de escolher, de
maneira inteligente, entre duas ou mais alternativas. Para conseguir
isso, é necessário um sólido conjunto de procediment os chamado de
orçamento de caixa.
De acordo com Braga (1995), o orçamento de caixa permite ao
administrador financeiro saber antecipadamente se haverá problemas de
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liquidez ou não, em termos operacionais e não operacionais, deste modo,
poderá planejar investimentos em curto prazo e esperar sobras de recursos,
bem como planejar antecipadamente a obtenção de financiamento em caso de
falta de caixa.
A principal finalidade do orçamento de caixa, segundo Zdanowicz
(2004, p. 283), é “indicar a necessidade de numerário para atendimento dos
compromissos que a empresa costuma ter com prazos certos para serem
saldados.”
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Vergara (1998) admite que são muitas as classificações de pesquisa,
considerando os critérios utilizados pelos autores, a autora cita dois critérios
básicos:
a) quanto aos fins;
b) quanto aos meios.
A pesquisa aplicada no presente trabalho, quanto aos fins, foi do tipo
descritiva, metodológica e aplicada.
Conforme Vergara (1998), a pesquisa descritiva expõe características
de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode, também,
estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem
compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base
para tal explicação. Pesquisa de opinião se insere nessa classificação. A
pesquisa descritiva aplica-se a este trabalho, pois permite buscar a resolução
do problema já identificado no objetivo geral, por meio de observações, análise
e entrevista do proprietário da empresa Bonet Industrial e a pessoa
responsável pelo setor financeiro da empresa.
Igualmente, Vergara (1998) comenta que a pesquisa metodológica é o
estudo que se refere a instrumentos de captação ou de manipulação da
realidade. Está, portanto, associada a caminhos, formas, maneiras,
procedimentos para atingir determinado fim. A pesquisa medotológica aplica-se
a este trabalho, pois foi com base nos pensamentos de alguns autores
renomados na área da administração financeira, dentre os quais GITMAN e
ZDANOWICZ, no qual foi possível absorver suas ideias de forma muito clara e
objetiva, sendo através de textos e/ou exemplos no formato de figuras. Estes
exemplos motivaram a realização deste trabalho e forneceram subsídios para
realizar a implantação de seus conceitos na empresa estudada, tornando a
pesquisa aplicada.
Para Vergara (1998), a pesquisa aplicada é fundamentalmente
motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos,
ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura,
motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada,
sobretudo, no nível da especulação. Este trabalho também teve pesquisa do
tipo aplicada, visto que busca implementar um controle financeiro eficaz para
ajudar na tomada de decisões.
Quanto aos meios, a pesquisa foi do tipo pesquisa de campo,
documental, bibliográfica e estudo de caso.
Segundo Vergara (1998), a pesquisa de campo é investigação empírica
realizada no local onde ocorre um fenômeno ou que dispõe de elementos para
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explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, e observação
participante ou não. A pesquisa de campo se adequa a este trabalho, pois
foram realizadas entrevistas e questionamentos sobre os fluxos financeiros,
diretamente com o proprietário da marcenaria.
A pesquisa documental, segundo Vergara (1998), é realizada em
documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer
natureza ou com pessoas. A partir de uma análise preliminar da pesquisa
documental, foi constatado o problema da empresa.
Consoante Vergara (1998), a pesquisa bibliográfica é o estudo
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, jornais,
redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Este trabalho
foi desenvolvido com pesquisas a livros publicados por autores renomados em
suas respectivas áreas.
Para Vergara (1998, p. 47), “a pesquisa chamada estudo de caso é o
circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa,
uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou
mesmo um país.”
A partir do universo e da amostra definimos a população da pesquisa.
Segundo Vergara (1998), existem dois tipos de amostra: amostra probabilística,
que é baseada em procedimentos estatísticos, e não probabilística que são
aquelas selecionadas por acessibilidade e por tipicidade. Para melhor
entendimento, veja exemplo abaixo:
Probabilística: cada elemento da população tem uma chance
determinada de ser selecionado. Em geral, atribui-se a cada
elemento da população um número e depois se faz a seleção
aleatoriamente, casualmente.
Não probabilística: longe de qualquer procedimento estatístico,
seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles.
O presente trabalho foi desenvolvido com a pesquisa não
probabilística, onde as pessoas envolvidas no processo são de fácil acesso.
Conforme Vergara (1998, p. 50), “o sujeito da pesquisa são as pessoas
que fornecerão os dados de que necessita.” No presente trabalho, os sujeitos
selecionados foram: o proprietário da marcenaria, José Agostinho Bonet e a
pessoa responsável pelo setor financeiro da empresa.
Vergara (1998) sustenta que na coleta de dados o leitor deve ser
informado como pretende-se obter os dados de que precisa para responder ao
problema. O autor deve correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los,
bem como justificar a adequação de um a outro. Os dados necessários foram
coletados através de: observação (participante) e entre vista.
Os dados foram tratados de forma não probabilística e estruturados
para obter melhor interpretação. Vergara (1998, p. 52), complementa que:
¨Objetivos são alcançados com a coleta, o tratamento e, posteriormente, com a
interpretação dos dados; portanto, não se deve esquecer de fazer a correlação
entre objetivos e forma de atingi-los.¨ No presente trabalho, foram
apresentadas figuras e tabelas com informações relevantes e que tornam a
pesquisa de fácil compreensão para os leitores.
Por se tratar de uma empresa familiar de pequeno porte, onde na
maioria das vezes os dados e as informações não eram registrados, foram
encontradas limitações nas coletas, porém, essas limitações não impediram o
desenvolvimento da pesquisa.
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4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
A Bonet Industrial é uma empresa da área moveleira no Rio Grande do
Sul. Fundada em 1987 na cidade de Porto Alegre, por José Agostinho Bonet, a
empresa desenvolve móveis de alto padrão de qualidade.
A administração geral da Bonet Industrial é realizada pelo proprietário
da marcenaria, sendo a assessoria contábil prestada por uma empresa
terceirizada, Bello Assessoria Empresarial. Os registros financeiros da empresa
são de responsabilidade da esposa do proprietário. No setor de produção, a
atividade é desenvolvida pelo próprio proprietário da marcenaria, com o auxílio
de um funcionário. O proprietário é responsável, também, pela compra de
equipamentos e matéria-prima, bem como pelo atendimento aos clientes e a
efetivação das vendas. A divulgação dos produtos se dá através de folders,
banners e publicações nos diversos veículos de comunicação, a cargo do filho
do proprietário.
Missão: proporcionar serviços de marcenaria com alta qualidade e no
prazo estabelecido, alinhando as particularidades de cada cliente com projetos
inovadores.
Visão: atuar no mercado visando crescimento, baseando-se na ética e
qualidade, procurando fazer bem tudo que faz.
Valores: ética, eficácia, foco no cliente, a satisfação da empresa
depende inteiramente da satisfação de cada cliente.
Processos: os processos que envolvem o setor financeiro da empresa,
são: o processo de vendas, o processo de compras, o processo financeiro e o
processo de cobrança.
Processo de vendas: inicia-se com o contato do interessado em
contratar os serviços da marcenaria, após este contato o marceneiro agenda
uma visita com o cliente para retirada das medidas do móvel desejado, ou o
cliente vai até a marcenaria apresentando suas ideias, iniciando-se o processo
de venda. Posterior à análise da quantidade de matéria-prima, bem como dos
custos envolvidos, o proprietário da marcenaria realiza o orçamento e informa o
cliente. Se aprovado o orçamento, serão ofertadas duas opções de pagamento,
à escolha do cliente: pagamento à vista ou através de parcelamento por meio
de cheque. Caso não sejam aceitas as propostas pelo cliente, e não havendo
outra forma de pagamento, o atendimento é finalizado sem a concretização da
venda. Ou, havendo a confirmação do cliente, o móvel entra em produção.
Processo de compras: inicia-se após a confirmação do cliente quanto
à aprovação do orçamento e às condições de pagamento. Dá-se início a uma
série de levantamentos de matéria-prima necessária para o desenvolvimento
do móvel, ciente das apurações o proprietário da empresa entra em contato
com diversos fornecedores realizando cotações. Definido o fornecedor, a forma
de pagamento é negociada e o processo de compras é encerrado.
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Processo financeiro: inicia-se após o processo de venda ser
concretizado, o responsável pelo financeiro da empresa questiona o
marceneiro sobre as condições de pagamento. Se o pagamento for realizado
em dinheiro, este é depositado junto ao banco e não registrado no caderno de
anotações da empresa. Quando o marceneiro recebe por meio de cheque, este
é entregue à pessoa responsável pelo financeiro que registra no caderno de
anotações, não para a tomada de decisões, mas sim para controle das datas a
serem depositados. Caso haja a necessidade de aquisição de matéria-prima,
este cheque é repassado ao fornecedor.
Processo de cobrança: é realizado após a confirmação da não
compensação do cheque recebido. O representante legal realiza contato
telefônico com o cliente, iniciando uma série de tentativas para chegar a um
acordo. Esgotadas as tratativas de acordo, sem êxito, se instaura o
procedimento de cobrança, o qual poderá ser amigável através da competente
área jurídica ou posteriormente via judicial. Cabe destacar que a empresa
sempre procura chegar a um acordo com seu cliente, por isso até então não
houve instauração de cobrança judicial.
Coleta de dados: por meio da coleta de dados foi possível abordar
uma análise financeira da empresa em estudo, através de entrevistas com o
proprietário da Bonet Industrial e com a pessoa responsável por controlar as
contas a pagar e a receber, bem como de observações participantes
pertinentes a este setor.
Entrevista: para a análise da movimentação dos recursos financeiros
foi realizada uma entrevista, a qual segue abaixo o resultado obtido:
Nas questões 01 e 02, foram questionados se a empresa realiza
algum planejamento financeiro e de que forma. Ambos responderam que não,
porém, citam que a empresa anota as contas a pagar.
Nas questões 03 e 04, foram questionados quanto ao controle
financeiro, se existe e de que forma é realizado. Nestas questões ambos
responderam que sim, porém, ressaltaram que é de forma muito manual onde
as contas a pagar são controladas através de um caderno de anotações e
colocadas em ordem de vencimentos.
As questões 05 e 06 tratavam de questionar quanto aos controles
bancários, se eram controlados e de que forma. Ambos responderam que sim e
que controlam via extrato bancário pessoal do proprietário da empresa.
Na questão 07, foi questionado como a empresa identifica quando
haverá falta de capital. Se obteve como resposta que não há esta previsão.
Na questão 08, foram questionados como a empresa reage no
caso de falta de capital. Foi respondido que o proprietário da empresa costuma
empregar seu próprio capital.
Nas questões 09 e 10, foram perguntados se a empresa realiza
controle de fluxo de caixa e se os controles realizados pela empresa são
suficientes. Ambos responderam que não para as duas questões, pois ficam
poucas informações registradas.
Na questão 11, foi questionado se existem falhas no atual controle
financeiro da empresa. Nesta questão, ambos responderam que sim, pois os
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registros são de forma manual e só ficam registradas as contas que já foram
pagas.
Na questão 12, foi questionado se existem melhorias a serem
feitas no controle financeiro da empresa. Ambos responderam que sim, o
proprietário chegou a comentar sobre planejamento financeiro.
Nas questões 13 e 14, perguntou-se se a empresa dispõe de
algum tipo de assessoria financeira e como é desenvolvida. Ambos
responderam que não e afirmaram que a empresa recebe assessoria somente
na área contábil.
Coleta dos ingressos de caixa: os dados que foram coletados do
caderno de anotações, foram transferidos para uma planilha no aplicativo em
Excel. A tabela 01 demonstra os dados coletados.
Tabela 01: Demonstração das formas de ingressos de caixa
Jan/10
Dinheiro
Cheque
Faturamento
mensal
Fev/10
Mar/10
Abr/10
Mai/10
Jun/10
3.250,00 2.570,00 3.890,00 4.890,00 4.620,00 5.650,00
3.250,00 2.570,00 3.890,00 4.890,00 4.620,00 5.650,00
Jul/10
Ago/10
Set/10
Out/10
Nov/10
Dez/10
Dinheiro
Cheque
Faturamento
mensal
6.490,00 5.350,00 3.620,00 4.280,00 5.270,00 5.390,00
6.490,00 5.350,00 3.620,00 4.280,00 5.270,00 5.390,00
Jan/11
Dinheiro
Fev/11
Mar/11
Abr/11
4.350,00
3.950,00 2.250,00 4.920,00 9.900,00
Mai/11
3.400,00
6.780,00
Jun/11
5.850,00
8.025,00
Cheque
Faturamento
mensal
3.950,00 2.250,00 4.920,00 14.250,00 10.180,00 13.875,00
Jul/11
Dinheiro
Ago/11
Set/11
2.120,00 1.730,00 3.830,00
Cheque
10.585,00 7.990,00 5.200,00
Faturamento
mensal
12.705,00 9.720,00 9.030,00
Devido ao desconhecimento acerca da importância do planejamento
financeiro, a empresa não registrava os recebimentos em dinheiro, apenas os
valores recebidos em cheques. Em razão da ausência de controles, muitos
dados não eram registrados e acabavam se perdendo, impossibilitando, assim,
que a pesquisa dos dados do período de Janeiro de 2010 a Março de 2011
14
seja 100% fidedigna, visto que, inúmeras vezes a empresa recebeu cheques
de seus clientes, os quais foram repassados de imediato para seus
fornecedores, não sendo contabilizados os valores envolvidos nessa transação.
Durante o período integral analisado, Janeiro de 2010 a Setembro de
2011, somente a partir do mês de Abril de 2011 a empresa passou a registrar,
também, os ingressos de caixa em dinheiro.
Coleta do faturamento da empresa: os dados foram coletados
através do controle interno que a empresa possui no aplicativo em Excel.
Através da observação participante, ficou demonstrado que a principal fonte de
recursos da marcenaria é o fornecimento de mó veis sob medidas e não a
manutenção e restauração de móveis já existentes.
Coleta dos dados referentes aos desembolsos de caixa: os dados
referentes aos desembolsos de caixa da empresa Bonet Industrial, no período
em análise, são compostos por:
Compras de equipamentos;
Compras de matéria-prima;
Pagamento de serviços;
Propaganda e marketing;
Despesas administrativas;
Análise dos dados: os dados foram coletados da empresa Bonet
Industrial no período de Janeiro de 2010 a Setembro de 2011. A fim de atingir
os objetivos da pesquisa, este estudo será voltado para o desenvolvimento de
novas ferramentas que auxiliem no processo de tomada de decisões
correspondentes aos processos que envolvem o setor financeiro da empresa.
Cumpre aqui destacar, que com o intuito de aperfeiçoar a coleta de dados, a
partir do mês de Abril de 2011 a empresa criou novos controles e passou a
registrar todas as informações pertinentes aos fluxos financeiros.
Análise do processo atual: a empresa possui um caderno de
anotações, no qual registra todos os pagamentos que já foram realizados, cabe
mencionar que quando a empresa recebe pagamentos por meio de cheques,
estes também são anotados apenas para controle das datas a serem
depositados na conta corrente pessoal do proprietário da empresa.
Diante desta situação, fica evidenciado que a empresa Bonet Industrial
não utiliza de forma correta as movimentações financeiras e o controle dos
seus fluxos, visto que não utiliza nenhum planejamento que ofereça maior
segurança antes de qualquer tomada de decisão referente às contas a pagar e
às contas a receber. Também fica evidenciado, no processo atual, a grande
necessidade que a empresa possui de controlar seus fluxos financeiros de
forma eficaz, para que se visualize a capacidade de sustentar suas próprias
operações e até mesmo propiciar concessões de créditos aos seus clientes,
tornando-se cada vez mais competitiva no mercado de atuação.
Análise dos ingressos de caixa: de acordo com os valores
demonstrados no gráfico 01, fica evidenciado que o principal recebimento de
seus clientes é por meio de cheque, o que justifica a necessidade da empresa
15
em melhorar os controles financeiros, com o propósito de saber
antecipadamente o período que irá faltar ou sobrar recursos monetários.
Realizando uma análise em percentual, do período de Janeiro de 2010
a Março de 2011, a forma de recebimento que ingressou no caixa da empresa
foi 100% em cheque, pois a empresa não registrava os recebimentos em
dinheiro. Já no período de Abril de 2011 a Setembro de 2011, a empresa
passou a registrar todos os ingressos de caixa, possibilitando, assim, a
empresa mensurar qual a maior movimentação que ocorreu no caixa. O gráfico
02, apresenta o percentual de volume entre dinheiro e cheque no período de
Abril/2011 a Setembro/2011.
Dinheiro
Cheque
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Gráfico 01: Comparativo entre as formas de recebiment o
31%
Dinheiro
69%
Cheque
Gráfico 02: Percentual de volume entre dinheiro e cheque no período de
Abr/11 a Set/11
Análise do faturamento: o faturamento da empresa no período de
Janeiro de 2010 a Março de 2011 se manteve na média de R$ 4.426,00, já no
período de Abril de 2011 a Setembro de 2011, a empresa obteve a média de
R$ 11.455,00 e 14 clientes.
Cumpre salientar que os valores apresentados como faturamento da
empresa, referente ao período de Janeiro de 2010 a Março de 2011, foram
iguais aos valores de ingressos de caixa, pois a empresa não registrava as
16
informações importantes e os dados acabavam se perdendo, inúmeras vezes
recebia cheques pré-datados dos seus clientes, os quais eram repassados de
imediato aos seus fornecedores, sem a contabilização dos valores envolvidos.
A partir do mês de Abril de 2011, a empresa começou a criar novos
procedimentos nos registros financeiros.
Análise dos desembolsos de caixa: atualmente a empresa não
realiza qualquer planejamento financeiro referente a desembolsos de caixa. De
modo geral, observa-se que os desembolsos acompanham o fluxo das vendas,
este fato ocorre devido às despesas com compras de matéria-prima pois
representam o maior desembolso da empresa.
O gráfico 03, demonstra os desembolsos mensais da empresa no
período de Janeiro de 2010 a Março de 2011.
Gráfico 03: Desembolsos de caixa no período de Jan/ 10 a Mar/11
No período de Janeiro de 2010 a Março de 2011, a empresa
apresentou a média de R$ 1.292,86, destacando-se os meses de Novembro e
Dezembro de 2010, onde a empresa obteve maior número de desembolsos
devido aos custos com as despesas administrativas.
A partir do mês de Abril de 2011 a empresa criou novos procedimentos
no aspecto financeiro, e passou a registrar todas as informações em um
aplicativo no Excel, correspondentes aos desembolsos de caixa no período de
Abril de 2011 a Setembro de 2011, conforme demonstrado no gráfico 04.
8.000,00
7.000,00
6.000,00
5.000,00
4.000,00
3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
Total mensal
Média
abr/11
mai/11
jun/11
jul/11
ago/11
set/11
Gráfico 04: Desembolsos de caixa no período de Abr/11 a Set/11
Para facilitar a interpretação da importância total dos desembolsos,
17
esta será apresentada no período de Janeiro de 2010 a Março de 2011 e Abril
de 2011 a Setembro de 2011, conforme gráficos 05 e 06.
3% 0%
Compra de equipamentos
Matéria-prima
45%
52%
Pagamento de serviços
Propaganda e marketing
Despesas administrativas
0%
Gráfico 05: Representatividade dos desembolsos de Jan/10 a Mar/11
16%
2%
Compra de equipamentos
5%
Matéria-prima
11%
Pagamento de serviços
66%
Propaganda e marketing
Despesas administrativas
Gráfico 06: Representatividade dos desembolsos de Abril/11 a Set/11
Cumpre destacar que todos os desembolsos merecem a devida
atenção, pois são importantes no controle financeiro. O desembolso mais
significante apresentado é a compra de matéria-prima, visto que no período de
Abril de 2011 a Setembro de 2011 a empresa já desembolsou o valor de R$
21.828,07.
O gráfico 07 demonstra o percentual que cada fornecedor representa
no período de Abril de 2011 a Setembro de 2011.
Léo Madeiras
9%
31%
13%
Delamina
Milanez
Madelei
28%
13%
Multichapas
Fomilaminas
6%
Gráfico 07: Representatividade dos desembolsos de Abril/11 a Set/11
18
A partir do mês de Abril de 2011 a empresa passou a registrar todas as
informações em uma planilha no aplicativo em Excel, inclusive os valores
gastos com fornecedores e com quais fornecedores, com o intuito de obter o
máximo de informações capaz de subsidiar nas negociações com seus
fornecedores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Plano de ação: através dos dados e das informações apresentadas na
análise dos dados, fica evidenciado a falta de controles financeiros que a
empresa possui, também fica claro que para a empresa se tornar sólida no
aspecto financeiro é imprescindível a implementação do planejamento
financeiro como ferramenta de controle, pois um controle financeiro apropriado
é capaz de auxiliar no processo da tomada de decisões e, também, evidencia
antecipadamente o quanto de recursos irá sobrar ou faltar no futuro.
Considerando as informações apresentadas, bem como as
observações realizadas na empresa, sugere-se um Plano de Ação com seis
principais ações a serem desenvolvidas pela empresa:
1.
Implantar outras formas de pagamentos (ex: cartões de crédito).
2.
Abrir conta corrente pessoa jurídica.
3.
Planilha de controle das contas a receber.
4.
Planilha de controle das contas a pagar.
5.
Planilha com informações dos fornecedores.
6.
Planejamento financeiro.
Para definir o plano de ação foi utilizado o método 5W2H, que é
basicamente um checklist de determinadas atividades que precisam ser
desenvolvidas com o máximo de clareza. Esta ferramenta funciona como um
mapeamento das atividades, onde ficará estabelecido o que será feito, quem
fará o quê, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os
motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Os 5W correspondem às
seguintes palavras do inglês: What (o que); Who (quem); Where (onde); When
(quando) e Why (por que). Os 2H são: How (como) e How Much (quanto
custa).
Para a elaboração do planejamento financeiro devem ser consideradas
todas as entradas (contas a receber, empréstimos) e saídas (contas a pagar,
pagamento de empréstimos, compras à vista). A criação de planilhas no
aplicativo em Excel ajudará nos controles de caixa, conta corrente, receitas,
despesas e nas previsões.
O planejamento financeiro será desenvolvido em planilhas no Excel,
que deverá apresentar um acompanhamento diário, este aplicativo irá
apresentar, a partir de um saldo inicial, as entradas e saídas de caixa até que
se chegue a um saldo final, tornando o planejamento de fácil interpretação.
Recomendações futuras: a elaboração do planejamento deverá
iniciar em Janeiro de 2012, com a adoção das seguintes recomendações:
Sugere-se a criação de tabelas para planejar e controlar de forma
eficaz as planilhas do dispositivo em Excel, onde será possível visualizar de
maneira mais ampla as entradas e as saídas;
Manter um controle individual das contas a receber e das contas a
pagar;
19
Manter um saldo de reserva para eventuais desembolsos sem
planejamentos;
Avaliar no período de 12 meses quantos clientes a empresa
deixará de prestar seus serviços e quanto de recursos monetários a empresa
irá deixar de captar por não ofertar como forma de pagamento a opção do
cartão de crédito. Caso esta análise seja vantajosa para a empresa, iniciar este
procedimento em Janeiro de 2013;
Utilizar os equipamentos de informática disponíveis de forma que
facilite e agilize as informações do processo financeiro;
Quando o caixa estiver apresentando sobras, programar
aplicações financeiras disponíveis no mercado;
Buscar continuamente equilíbrio entre ingressos e desembolsos
de caixa da empresa, evitando desembolsos sem planejamento;
Caso a empresa apresente falta de recursos monetários, analisar
as fontes de créditos que oferecem empréstimos menos onerosos;
Negociar com fornecedores melhores prazos de pagamento
visando receber de seus clientes mais cedo e pagar mais tarde.
Este estudo foi realizado na empresa Bonet Industrial, no setor
financeiro, com informações do período de Janeiro de 2010 a Setembro de
2011, onde possibilitou identificar os principais problemas na área financeira da
empresa, tendo a oportunidade de aplicar alguns conceitos dos autores
renomados apresentados no desenvolvimento do trabalho.
A partir da entrevista aplicada às pessoas pertinentes ao setor
financeiro, da coleta dos dados, da análise dos dados e das observações
participantes, pôde-se identificar que a Bonet Industrial não possui controles
financeiros adequados, e isso pode gerar muitos problemas que podem levar a
empresa a ter consequências irreversíveis.
Para tanto, observou-se o modelo atual adotado pelo setor financeiro
da empresa, a fim de verificar os métodos de controle financeiro utilizados e
analisar os processos de vendas, de compras, financeiro e o processo de
cobrança para identificar os principais pontos destes processos.
A partir desta identificação, destaca-se a importância do planejamento
financeiro como uma ferramenta de controle necessária para que a empresa
possa ter um controle total dos ingressos e desembolsos de caixa, planejar os
desembolsos, além disso, o planejamento financeiro oferece uma gama de
informações capaz de subsidiar a empresa no processo de tomada de
decisões, fazendo que não haja nenhum desembolso sem planejamento.
Cabe destacar que o principal objetivo deste trabalho é fornecer à
empresa Bonet Industrial ferramentas voltadas à administração financeira, para
obter subsídios nas tomadas de decisões e alcançar um controle eficiente dos
ingressos e desembolsos dos recursos monetários. A ausência de informações
precisas para o controle do planejamento financeiro pode levar os
administradores a tomar decisões incorretas e comprometer o futuro da
empresa.
Através da coleta dos dados foi possível verificar os principais
ingressos e desembolsos da empresa, e na análise dos dados foi possível
avaliar a real situação da empresa, bem como suas carências. Ficou também
evidenciado que por falta de ciência da importância dos controles financeiros
em uma empresa, foi somente a partir do mês de Abril de 2011 que a empresa
20
criou novos procedimentos e passou a registrar todas as informações
referentes aos ingressos e desembolsos de caixa.
O planejamento financeiro se constitui em um sistema de informações
gerenciais, objetivando principalmente a realização de relatório voltado aos
controles financeiros. O planejamento financeiro é extremante útil e eficaz para
o controle financeiro.
Apesar da empresa não apresentar déficit de caixa, é extremante
importante um planejamento financeiro eficaz que atenda as necessidades da
empresa, pois será capaz de permitir maior agilidade e segurança em seus
negócios, sendo possível identificar os períodos de maior e menor captação de
recursos, bem como se preparar para as oscilações de desembolsos.
Para o futuro da Bonet Industrial, se almeja uma situação financeira
estável e que ela seja capaz de gerar mais receitas do que despesas. Destacase que a administração do caixa é uma ferramenta decisiva para a
sobrevivência e o crescimento de uma empresa familiar.
Este trabalho poderá servir de apoio para outros estudos dentro da
Bonet Industrial, pode-se citar a pesquisa sobre a implantação da máquina de
cartões de créditos, pois a empresa tendo ciência de quantos clientes deixa de
captar por não ofertar esta opção, poderá passar a oferecer esta forma de
pagamento a seus clientes.
Por fim, destaca-se que é de fundamental importância a consolidação e
o cuidado com a área financeira na empresa Bonet Industrial, portanto, planejar
os passos financeiros de uma empresa familiar através do planejamento
financeiro é sobretudo estender a visão sobre os caminhos a serem
percorridos, e os momentos certos de tomar decisões.
21
REFERÊNCIAS
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Capital de Giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
BERNHOEFT, Renato. Empresa familiar: sucessão profissionalizada ou
sobrevivência comprometida. São Paulo, Nobel, 1989.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira.
São Paulo: Atlas, 1995.
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stwart C.; MARCUS, Alan J.. Fundamentos
da Administração Financeira. 3. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Irwin, 2002.
FERREIRA, José Antonio Stark. Finanças corporativas: Conceitos e
aplicações. São Paulo: Pearson, 2005.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 1991.
GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira . 7. ed. São
Paulo: Harbra, 2002.
______. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2010.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2010.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina
Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
de
Andrade.
Metodologia
LODI, João Bosco. A Empresa Familiar. São Paulo: Livraria Pioneira, 1986.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani César. Metodologia do
Trabalho Cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho
Acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2009.
22
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em
Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F.. Fundamentos da Administração
Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2000.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Planejamento Financeiro e Orçamento. 3. ed.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002.
______. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle
financeiro. 10. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2004.
23
APÊNDICES
24
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A: Organograma da empresa
APÊNDICE B: Mapeamento do processo atual de vendas
APÊNDICE C: Mapeamento do processo atual de compras
APÊNDICE D: O mapeamento do processo financeiro atual da empresa
APÊNDICE E: Processo de cobrança
APÊNDICE F: Entrevista
APÊNDICE G: Plano de ação
25
APÊNDICE A: Organograma da empresa
Proprietário
Assessoria
Contábil
Financeiro
Produção
Compras
Vendas
Marketing
26
APÊNDICE B: Mapeamento do processo atual de vendas
27
APÊNDICE C: Mapeamento do processo atual de compras
28
APÊNDICE D: O mapeamento do processo financeiro atual da empresa
29
APÊNDICE E: Processo de cobrança
30
APÊNDICE F: Entrevista
1 - A empresa realiza algum tipo de planejamento financeiro?
(
) SIM
(
) NÃO
2 - Como é realizado este planejamento?
3 - A empresa controla contas a pagar e a receber?
(
) SIM
(
) NÃO
4 - Como são feitos estes controles?
5 - A empresa realiza controle financeiro bancário?
(
) SIM
(
) NÃO
6 - Como são realizados?
7 - Como a empresa identifica quando haverá falta de capital?
8 - Como a empresa reage à falta de disponibilidades de recursos
monetários?
9 - A empresa realiza controle de fluxo de caixa?
(
) SIM
(
) NÃO
10 - Os controles financeiros realizados pela empresa são suficientes?
(
) SIM
(
) NÃO
11 - Existem falhas no controle financeiro da empresa? Quais?
12 - Em sua opinião, existem algumas melhorias a serem feitas para o
controle financeiro? Quais?
13 - A empresa recebe algum tipo de assessoria financeira?
(
) SIM
(
) NÃO
14 - Como é desenvolvida e qual sua finalidade da assessoria?
31
APÊNDICE G: Plano de Ação
Ação Principal 1: Analisar a viabilidade de implantar recebimentos por cartões
de créditos.
Responsável: Esposa do proprietário.
What
O Que?
Passar a aceitar variadas formas de
pagamentos.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro esposa do proprietário.
Where
Onde?
Setor Financeiro.
When
Quando?
Janeiro de 2012.
Why
Por Quê?
Oferece
múltiplas
opções
pagamentos aos clientes.
How
Como?
Entrando em contato com diversos
fornecedores.
Quanto custa?
Somente no contato com o gerente é
possível saber quais as taxas terão
de ser pagas, visto que os valores
são diferentes para cada ramo de
atuação, potencial de receita e
faturamento.
5W
2H
How much
de
Ação Principal 2: Abrir conta corrente pessoa jurídica.
Responsável: Esposa do proprietário.
5W
2H
What
O Que?
Abrir conta corrente pessoa jurídica.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro –
esposa do proprietário.
Where
Onde?
Setor Financeiro.
When
Quando?
Janeiro de 2012.
Why
Por Quê?
Separar o patrimônio pessoal do
patrimônio empresarial.
How
Como?
Em uma agência bancaria, negociar
com o gerente.
How much
Quanto custa?
Pagamento da mensalidade em torno
de R$ 42,00.
32
Ação Principal 3: Planilha de contas a receber.
Responsável: Esposa do proprietário.
5W
What
O Que?
Criar planilha para
contas a receber.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro –
esposa do proprietário.
Where
Onde?
Setor Financeiro.
When
Quando?
Janeiro de 2012.
Por Quê?
Para obter melhor controle das
contas a receber e auxiliar no
processo de cobrança.
Why
controle
das
1
How
Como?
Utilizando as planilhas do dispositivo
Excel.
How much
Quanto custa?
Não há desembolso de caixa para a
empresa.
2H
Ação Principal 4: Planilha de contas a pagar.
Responsável: Esposa do proprietário.
5W
What
O Que?
Criar planilha para controle das
contas a pagar.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro –
esposa do proprietário.
Where
Onde?
Setor Financeiro.
When
Quando?
Janeiro de 2012.
Por Quê?
Para auxiliar no controle de contas a
pagar
objetivando
realizar
pagamentos
nas
datas
de
vencimento.
How
Como?
Utilizando as planilhas do dispositivo
Excel.
How much
Quanto custa?
Não há desembolso de caixa para a
empresa.
Why
2H
33
Ação Principal 5: Planilha com informações dos fornecedores.
Responsável: Esposa do proprietário.
What
O Que?
Criar planilha para controle das
compras de matéria prima.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro –
esposa do proprietário.
Onde?
Setor Financeiro.
Quando?
Janeiro de 2012.
Por Quê?
Obter preços mais vantajosos na
aquisição de matéria prima.
How
Como?
Utilizando as planilhas do dispositivo
Excel.
How much
Quanto custa?
Não há desembolso de caixa para a
empresa.
Where
5W
When
Why
2H
Ação Principal 6: Planejamento financeiro.
Responsável: Esposa do proprietário.
5W
What
O Que?
Criar planilha para controle das
compras de matéria prima.
Who
Quem?
Responsável pelo setor financeiro –
esposa do proprietário.
Where
Onde?
Setor Financeiro.
When
Quando?
Janeiro de 2012.
Por Quê?
Para obter melhor controle dos
ingressos e os desembolsos da
empresa, planejar com antecedência
a tomada de decisões.
How
Como?
Utilizando as planilhas do dispositivo
Excel.
How much
Quanto custa?
Não há desembolso de caixa para a
empresa.
Why
2H
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planejamento financeiro: um estudo de caso na empresa bonet