CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA DÉBORA APARECIDA PEREIRA MONTEIRO MIRYAM CRISTINA RODRIGUES SANTANA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARNE BOVINA REFRIGERADA E EXPORTADA PELA TRANSPORTADORA JBS: ESTUDO DE CASO LINS/SP 2º SEMESTRE/2014 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA DÉBORA APARECIDA PEREIRA MONTEIRO MIRYAM CRISTINA RODRIGUES SANTANA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARNE BOVINA REFRIGERADA E EXPORTADA PELA TRANSPORTADORA JBS: ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, para obtenção do Título de Tecnóloga em Logística. Orientador: Prof. Dr. Luciano Soares de Souza LINS/SP 2º SEMESTRE/2014 M775L Monteiro, Débora Aparecida Pereira Logística de distribuição de carne bovina refrigerada e exportada pela transportadora JBS: estudo de caso / Débora Aparecida Pereira Monteiro e Miryam Cristina Rodrigues Santana. – Lins, 2014. 18 f. : il. Artigo (Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Logística) – Faculdade de Tecnologia de Lins Professor Antônio Seabra, 2014. Orientador: Prof. Dr. Luciano Soares de Souza 1.Logística. 2.Exportação. 3.Carne bovina. I.Santana, Miryam Cristina Rodrigues. II.Souza, Luciano Soares de. III.Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra. IV.Título. CDD 658.78 Ficha elaboradora pela Biblioteca da Faculdade de Tecnologia de Lins DÉBORA APARECIDA PEREIRA MONTEIRO MIRYAM CRISTINA RODRIGUES SANTANA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARNE BOVINA REFRIGERADA E EXPORTADA PELA TRANSPORTADORA JBS: ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnóloga em Logística sob orientação do Prof. Dr. Luciano Soares de Souza. Data de aprovação: ___/___/___ _______________________________ Prof. Dr. Luciano Soares de Souza ______________________________ Prof. Msc. Sandro da Silva Pinto ______________________________ Prof. Msc. Silvio Ribeiro 3 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARNE BOVINA REFRIGERADA E EXPORTADA PELA TRANSPORTADORA JBS: ESTUDO DE CASO Débora Aparecida Pereira Monteiro ¹, Miryam Cristina Rodrigues Santana ² Dr. Luciano Soares de Souza ³ ¹,² Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Profº Antônio Seabra – Fatec, Lins-SP, Brasil ³ Diretor da Faculdade de Tecnologia de Lins Profº Antônio Seabra – Fatec, Lins-SP, Brasil RESUMO Nesse estudo foi abordada a situação brasileira atual no mercado de exportação da carne bovina congelada e resfriada, e como a infraestrutura das rodovias e portos influenciam este mercado, teve como objetivo estudar a logística de distribuição de carne bovina refrigerada transportada pela empresa JBS Transportadora, onde o estudo de caso foi realizado. Possibilitou elucidar como funciona o atendimento aos clientes no que se refere à exportação de carne bovina congelada e resfriada bem como apontou que no momento do transporte, surgem problemas de infraestrutura das rodovias que são utilizadas para acesso ao porto. Após o estudo de caso, chegou-se a conclusão que somente com um maior investimento do poder público esses problemas, de infraestrutura, poderão ser sanados, para que as empresas possam alcançar maior índice de faturamento nos seus serviços e melhor qualidade no atendimento ao cliente. Palavras-chave: Logística. Exportação. Carne bovina. ABSTRACT This study addressed the current Brazilian situation in the export market of frozen and chilled beef, and how the infrastructure of roads and ports influence this market, aimed to study the chilled beef distribution logistics transported by JBS carrier company, where the case study was conducted. It has allowed to elucidate how the customer service regarding the export of frozen and chilled beef as well as it has highlighted that, during transportation, there are infrastructure problems of roads that are used to access the port. After the case study, reached out the conclusion that only with greater government investment these infrastructure problems can be corrected, so that companies can achieve higher sales revenue in its services and better quality in the customer service. Keywords: Logistics. Export. Beef. INTRODUÇÃO A expansão da logística no mercado vem sendo cada vez mais intensa, as empresas vem atendendo os seguintes pontos: diminuição de custos, tempo, espaço físico, produção, estocagem, transporte, etc.; considerando então, a partir destes pontos a logística é mais do que uma administração geral de qualquer empresa, seja pequeno, médio ou grande porte. Hoje há empresas que possuem o seu ciclo logístico completo e há aquelas que preferem terceirizar os seus serviços, sendo mais comum o serviço de transporte (PORTAL DA EDUCAÇÃO A, 2013). 4 Atualmente o transporte é fundamental, visto que, tudo o que é produzido e que consumimos depende dos diversos modais de transporte para chegar até a nós, as empresas tem investido em seus meios de transporte para atender cada vez melhor os clientes que estão por sua vez mais exigentes, a escolha dos canais de distribuição é de suma importância para a definição de, com qual meio de transporte o produto seguirá para melhor atender ao cliente, com o cuidado e a rapidez necessária (SANTOS, 2011). Para que isso ocorra ainda é preciso muito investimento dos órgãos públicos, conforme diz Caleiro (2014), o Brasil precisa investir 1trilhão de reais para se equipar ao padrão de países como a Rússia e a Austrália, o que nos mostra que ainda estamos muito atrás no quesito de investimentos em infraestrutura de transporte, e essa questão influencia nos resultados da exportação do nosso país. O Brasil mesmo tendo uma leve queda nos últimos anos, continua sendo o maior exportador de carne bovina do mundo (CORREIO DO BRASIL, 2014). Segundo Resende (2014), dentre os produtos exportados estão a carne bovina congelada e a carne bovina resfriada, que são transportadas em containers, da unidade abatedora para o porto, em caminhões, e do porto de origem ao porto de destino em navios, nesse trajeto o que mais prejudica o lead time são as nossas rodovias e os nossos portos que não são tão modernos e muito burocráticos. Poderia ser sanado esse problema com uma maior atenção do governo às nossas rodovias com fortes investimentos, modernização e ampliação de nossos portos e a desburocratização em nossas exportações tornando assim o processo cada vez mais rápido e menos complicado. Esse tema foi escolhido, pois houve uma necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, para aqueles que necessitam de complementação nos seus estudos, aos que trabalham na área abordada, e aos que se interessam pelo tema, esclarecendo quão complexa é essa operação e a grandeza que a mesma tem, já que o Brasil é uma potência mundial na exportação de carne bovina, sendo o líder mundial no segmento. A empresa alvo do estudo é a JBS Transportadora, que faz também o transporte para exportação dos produtos que estão em tema, carne bovina congelada e resfriada, e para a contribuição do presente trabalho foi feita uma entrevista com o gerente do segmento container. 1 LOGÍSTICA A Logística é uma atividade que acompanha a própria evolução humana. Ao analisarmos a história de nossos ancestrais, a partir dos homens das cavernas, as questões que se faziam presentes eram: Onde caçar? Que instrumentos de caça são necessários? Como abater as caças? Como embalar as caças? Como transportar a caça? Como armazenar a caça de tal modo que permaneça em condições de uso? Atualmente as empresas executam essas atividades, de compra, embalagem, transporte e armazenagem (CAMPOS, 2010). Ao longo da história a Logística tem sido utilizada, tanto de forma intencional e estruturada como de forma intuitiva, para atingir os objetivos e metas definidos. É uma área de estudo inserida em um macrossistema, e nesse sentido, busca os conhecimentos de outras áreas, como por exemplo, o cálculo do custo de transporte necessita de conhecimento na área de custo, de informática, de matemática e, dependendo do caso, de estatística. A importância estratégica da Logística tem suas bases na atividade militar, pois nela se desenvolveram os princípios logísticos. Assim, o conceito de Logística, utilizado tanto no ambiente acadêmico quanto empresarial, evoluiu e tomou forma a partir da vertente militar e do desenvolvimento econômico. Este último se 5 caracteriza como um dos motivadores da concorrência global, em que disponibilizar o produto certo, na hora certa, na quantidade certa, com a qualidade certa e com preços adequados pode se transformar em fonte de vantagem competitiva (CAMPOS, 2010, p. 9). Campos (2010), afirma ainda, que, o desenvolvimento da Logística no âmbito militar, a princípio, foi encarado como uma função meramente operacional, concentrandose apenas nas atividades administrativas relativas aos deslocamentos, ao acampamento e alojamento das tropas. Esse conceito foi revisto logo na Primeira Guerra Mundial, assumindo papel de maior relevância. Já na Segunda Guerra Mundial ficou evidenciado que o fator logístico superava, em dimensão e complexidade, os fatores estratégicos e táticos. 1.1 DEFINIÇÕES Segundo Ballou (2007), logística é o tratamento das atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição de matériaprima até o consumo final. Para Fleury (2008), a logística integrada deve ser vista como instrumento de marketing, visando agregar valor por meio de serviços prestados. Novaes (2001), define o sistema logístico como o processo de planejar, programar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Segundo Rocha (2007), a logística é o processo de gerir estrategicamente o modo pelo qual a empresa organiza sua atividade, gerencia os fluxos de materiais e de informações internos e externos, considerando a oferta da empresa e a demanda do mercado. Para Ching (2001), a logística empresarial cuida das atividades de armazenagem e movimentação de materiais, que facilitam o fluxo desses produtos, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação, com a finalidade de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a custo razoável. Segundo Carvalho (2002), a logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento, que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenagem de matériasprimas, materiais semiacabados e produtos acabados, e as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo. A logística é hoje uma arte e uma ciência, dedicada a fazer o que for preciso para entregar os produtos certos, no local adequado, no tempo certo. A origem da palavra logística vem do grego e significa habilidades de cálculo e de raciocínio lógico. Portanto, fazendo as contas certas e agindo de maneira lógica e inteligente, a logística entrega os produtos de maneira eficiente, envolvendo muito mais que o transporte. 1.2 ATIVIDADES LOGÍSTICAS 1.2.1 Atividades Primárias De acordo com Ballou (2007), são consideradas atividades primárias, as atividades de manutenção de estoques, processamento de pedidos, e transportes, por contribuírem com a maior parcela do custo total da logística, e para a coordenação e cumprimento da tarefa logística. 6 1.2.2 Manutenção de Estoques A administração de estoques envolve manter seus níveis de estoque tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes. O custo de manutenção do estoque está relacionado aos gastos de estocagem de matérias-primas e/ou produtos acabados, dentre os vários itens que compõem o custo de manutenção, como os custos relativos à movimentação dos estoques; impostos relativos ao espaço físico utilizado para o estoque; seguros pagos contra incêndio, roubo e perdas; obsolência dos estoques; depreciação dos equipamentos utilizados para a movimentação dos estoques e o investimento efetuado em estoques (PEREIRA, 2009). Os níveis de estoques imobilizam capital (Ativo Circulante), alterando significativamente a rentabilidade da empresa. Isso obriga seus gestores a reduzir seu nível ao mínimo possível, sem prejudicar as operações. Contudo, na maioria das vezes há incertezas quanto ao nível da demanda, sobretudo quando se trata de organizações de grande porte. Nessas empresas a tendência é que os estoques sejam gerenciados de forma descentralizada, acarretando o erro de não se observar os estoques na sua totalidade (RODRIGUES, 2007, p.27). 1.2.3 Processamento de Pedidos Segundo Ballou (2007), os custos com o processamento de pedidos geralmente são pequenos quando comparados aos custos de transportes ou manutenção de estoques. Esta é uma atividade logística primária e sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos de tempo, pois é necessário um determinado tempo para levar os bens e serviços aos clientes, dependendo do tipo de pedido. É a atividade que inicia a movimentação de produtos e a entrega de serviços, passando pelos estágios de preparação, transmissão, recebimento, expedição do pedido e o relatório da situação do pedido. O processamento de pedidos é o ponto de entrada para os pedidos e pesquisas dos clientes. Ele permite a entrada e a manutenção dos pedidos dos clientes pelo uso de tecnologias de comunicação, tais como correio, telefone, fax, EDI e Internet. À medida que os pedidos ou pesquisas são recebidos, o processamento de pedidos entra e recupera informações, edita os valores apropriados e retém os pedidos corretos para sua alocação. O processamento de pedidos pode oferecer também informações sobre a disponibilidade do inventário e data de entrega para estabelecer e confirmar as expectativas dos clientes (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006, p.205). 1.3 TRANSPORTE 1.3.1 Importância do Transporte “Transporte refere-se ao movimento de produto de um local para o outro enquanto ele prossegue do inicio de uma cadeia de suprimentos até o cliente” (CHOPRA, 2011, p. 374). As funções do transporte ficam de acordo com os aspectos de tempo e utilidade de lugar. Desde começo o transporte é usado para onde há procura do produto, no prazo e atendendo as necessidades do cliente, e atingindo os objetivos logísticos que é entregar os produtos na quantidade e hora correta, no lugar certo e ao menor custo possível. Muitas empresas fazem do transporte uma forma de obter esse diferencial 7 competitivo, para isso faz-se investimentos em tecnologia da informação, para que elas planejem e controlem melhor a operação (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2009). De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2009), é a principal função logística e sendo a maior parcela dos custos, representando cerca de 60% das despesas logísticas. Nas empresas a grande parte dos custos logísticos fica por conta dos custos com transporte, assim tendo um sistema de transporte eficiente torna a empresa mais competitiva por ter acesso mais rápido e com menor custo em áreas mais distantes, competindo em novos mercados, e assim podendo aumentar o volume de produção tendo economia de escala, conseguindo também preços mais reduzidos devido a esses fatores (COSTA; DIAS; GODINHO, 2010). Já segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), a eficiência do transporte é fundamentada em economia de escala que é quando o custo por unidade de peso diminui, o tamanho da carga aumenta; e já quando o transporte de unidade de peso diminui, aumenta a distância, essa seria a economia de distância. De acordo com Ballou (2007), mercados mais amplos permitem economias de escala na produção, pois com volumes altos as facilidades da produção podem ser utilizadas mais intensivamente. Tendo um transporte mais barato também eleva o nível de competição, pois não vende sempre nos mesmos mercados e reduz o preço do produto, porque compõe o custo agregado do produto. 1.3.2 Modais de Transporte De acordo com Novaes (2007), na Europa e nos Estados Unidos a distribuição de produtos é feita através de diversas modalidades e transporte como rodovia, ferrovia, transporte aquaviário, aéreo e dutos, então na maioria das vezes se tem várias opções e também diversas combinações de modalidade. Já no Brasil não é assim, pois as ferrovias não tem uma boa cobertura no território nacional, as opções para transporte aquaviário são limitadas, e a grande parte dos produtos são transportados por rodovias, não dando muita opção para conjugar os transportes tendo assim uso intensivo desse modal. Conforme Fleury, Wanke e Figueiredo (2009), mesmo com as privatizações de portos e ferrovias, aqui no Brasil ainda o modal rodoviário é o mais utilizado. Para cada tipo de produto deve-se levar em consideração não só o custo, mas também quais modais estão disponíveis e acessíveis para o transporte, serão abordados cinco modais de transporte: ferroviário, aeroviário, dutoviário, aquaviário e rodoviário. 1.3.4 Transporte Ferroviário A ferrovia é basicamente um transportador lento de matérias-primas ou manufaturados de baixo valor para longas distâncias. Segundo Ballou (2007), existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado; o regular vende seus produtos para qualquer usuário, sendo regulamentado pelo governo; já o privado pertence a algum usuário particular, que o usa com exclusividade, e devido a seu escopo restrito não necessita de regulamentação. Novaes (2007), afirma que o transporte ferroviário é basicamente mais eficiente em termos de consumo de combustível e de outros custos operacionais diretos, mas seus custos fixos são altos. As vantagens da ferrovia em relação à rodovia aparecem em distâncias de deslocamento maiores, já em pequenas distâncias os custos fixos não conseguem ser diluídos, sendo mais oneroso, tornando essa modalidade não competitiva. Os transportadores por ferrovia incorrem em um alto custo fixo em termos de ferrovias, locomotivas, vagões e pátios. Também há um custo significativo de mão 8 de obra e combustível relacionado à viagem, que é independente do número de vagões (os custos de combustível variam um pouco com o número de vagões), mas que não variam com a distância trafegada e o tempo gasto (CHOPRA, 2011, p. 378). Segundo ANTT (2013) o modal ferroviário caracterizado por ter capacidade de transportar grandes volumes em deslocamentos em médias e grandes distâncias, apresenta grande segurança comparando com o modal rodoviário, com menor índice de acidentes e menor incidência de furtos e roubos. São cargas típicas do modal ferroviário: Produtos Siderúrgicos; Grãos; Minério de Ferro; Cimento e Cal; Adubos e Fertilizantes; Derivados de Petróleo; Calcário; Carvão Mineral e Clinquer; Contêineres. 1.3.5 Transporte Aeroviário De acordo com Ballou (2007), o valor do frete aéreo excede o valor do frete rodoviário mais de três vezes, e quatorze vezes o ferroviário, sendo assim a vantagem do transporte aéreo está em sua velocidade, principalmente para longas distâncias. Para Chopra (2011), as transportadoras aéreas oferecem um transporte muito rápido e muito caro, sendo mais adequado a itens pequenos, de alto valor, ou entregas emergenciais que precisam trafegar por longas distâncias. A importância do transporte aéreo na Logística aumentou muito com a globalização, pois agora as cadeias produtivas estenderam suas ramificações pelo mundo todo, e muitas vezes o fornecimento de componentes e a distribuição de produtos não podem ficar dependendo do transporte marítimo, principalmente quando os embarcadores não conseguem níveis de confiabilidade satisfatórios nos prazos de entrega (NOVAES, 2007, p. 251). 1.3.6 Transporte Dutoviário Segundo Ballou (2007), o transporte por dutos oferece um rol muito limitado se serviços e capacidades, sendo o petróleo bruto e seus derivados os principais produtos que têm movimentação economicamente viável. Seus danos e perdas de produtos são baixos, pois líquidos e gases não estão sujeitos a danos no mesmo grau que produtos manufaturados e os riscos na operação dutoviária são limitados. A movimentação via dutos é bastante lenta, porém a lentidão é contrabalanceada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana, gerando uma velocidade efetiva muito maior comparada a outras modalidades. O transporte dutoviário é o mais confiável em relação a tempo de trânsito, pois há poucas interrupções que causam variabilidade no tempo de entrega. Um custo fixo inicial significativo é incorrido na preparação da tubulação e na infraestrutura relacionada, que não varia muito com o diâmetro do tubo. As operações dutoviárias normalmente são otimizadas em cerca de 80 a 90 por cento da capacidade da tubulação. Dada a natureza dos custos, as dutovias são mais 9 adequadas quando são exigidos fluxos relativamente estáveis e grandes. A dutovia pode ser um modo eficaz de levar o petróleo bruto a um porto ou a uma refinaria. O envio da gasolina para um posto de combustível não justifica o investimento em uma dutovia, e é feito por meio de caminhões (CHOPRA, 2011, p. 379). É um modal que se revela muito econômico para transporte de grandes volumes principalmente de óleo, gás natural e derivados, ainda mais quando se compara com os modais rodoviário e ferroviário (ANTT, 2013). O transporte dutoviário pode ser dividido em: Oleodutos (petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros). Minerodutos (Sal-gema, Minério de ferro e Concentrado Fosfático). Gasodutos (gás natural). 1.3.7 Transporte Aquaviário “O transporte aquaviário, como sua denominação indica, envolve todos os tipos de transporte efetuado sobre a água. Inclui o transporte fluvial e lacustre (aquaviário interior) e o transporte marítimo” (NOVAES, 2007, p. 247). Ballou (2007), afirma que, o transporte aquático é, em média, mais lento que a ferrovia, e sua disponibilidade e confiabilidade são fortemente influenciados pelas condições meteorológicas. Perdas e danos neste transporte são considerados baixos comparados com outros modais, pois não é dada maior importância a danos físicos em mercadorias de baixo valor e as perdas devidas aos atrasos não são grandes; mas para mercadorias de alto valor dá-se maior atenção quanto à embalagens de proteção, devido ao manuseio rude das operações de carga e descarga. Para Chopra (2011), o transporte marítimo é adequado para transportar cargas muito grandes a um custo baixo; é usada principalmente para movimentar remessas de bem de consumo em grandes quantidades, por ser o modo mais barato para transportar tais cargas. Porém é o mais lento e sofre atrasos significativos nos portos e terminais. “No comércio global, o transporte marítimo é o modo dominante para embarcar todos os tipos de produtos. Carros, grãos, roupas e outros produtos são enviados pelo mar” (CHOPRA, 2011, p. 379). Chopra (2011), afirma ainda que no comércio internacional, devido à quantidades enviadas e as distâncias envolvidas, o transporte marítimo é, de longe, o mais barato. E o crescimento da conteinerização tem levado a uma demanda por navios maiores, mais rápidos e mais especializada para melhorar a economia do transporte por contêiner. Mas os principais problemas são os atrasos nos portos, alfândega, segurança e a gestão dos contêineres. 1.3.8 Transporte Rodoviário O setor de caminhões consiste em dois segmentos principais – CC (caminhão de carga completa) e CF (caminhão de carga fracionada). O uso de caminhões é mais caro do que o uso de ferrovias, mas oferece a vantagem de entrega de porta em porta e um tempo de entrega menor. Ele também tem a vantagem de não exigir transferência entre remessa e entrega (CHOPRA, 2011, p. 377). As operações de carga completa possuem custos fixos relativamente baixos, e possuir alguns caminhões em geral é suficiente para entrar no negócio. O objetivo de uma transportadora de carga completa é escalonar entregas para atender aos requisitos de 10 serviço enquanto minimiza o tempo de viagem ocioso e vazio dos caminhões, sendo essa uma questão de bastante importância (CHOPRA, 2011). Quanto à carga fracionada, Novaes (2007), diz que, a operação mais comum é formada por diversas etapas, começando por apanhar o lote a ser transportado, transportá-lo até o centro de distribuição local da transportadora, descarregar, verificar, rotular e fazer a triagem da mercadoria segundo seus destinos, transferir a mercadoria até a cidade de destino, descarregar, verificar e fazer nova triagem segundo os destinos finais, e por fim, fazer a distribuição local com a entrega da mercadoria ao cliente final. Para Chopra (2011), as operações de carga fracionada têm preços que encorajam remessas em pequenos lotes, diferente de carga completa, que tende a ser mais barata para remessas maiores. Na quantidade remetida e distância trafegada é onde os preços mostram economias de escala. As questões mais importantes para o setor de CF incluem o local dos centros de consolidação, a atribuição de cargas para caminhões e o escalonamento e roteamento de retirada e entrega. O objetivo é minimizar os custos por meio da consolidação, sem prejudicar o tempo de entrega e a confiabilidade (CHOPRA, 2011, p. 378). 1.4 INTERMODALIDADE E MULTIMODALIDADE Quando é utilizado mais de um modal para transportar produtos é dado o nome de transporte intermodal (CHOPRA, 2011). Fleury, Wanke e Figueiredo (2009), afirma que o uso de mais de um modal no Brasil, surgiu pela busca constante redução dos custos logísticos, mas ainda assim há barreiras como: a eficiência dos portos, terminais para integração entre os modais e regulamentação da operação de transporte por mais de um modal. Cada dia mais existe a busca por redução de custos, e a intermodalidade possibilita agregar as vantagens de cada modal, seja pelo serviço ou custo, deve-se levar em conta também o valor agregado dos produtos que serão transportados, e a segurança dos mesmos, tornando as empresas mais competitivas. O transporte intermodal apresenta alguns problemas, segundo Chopra (2011), quando se faz a transferência de carregamento, como nas trocas de informações, nessas transferências ocorrem atrasos consideráveis que acaba refletindo no tempo de entrega. Kotabe e Helsen (2000) discorrem sobre intermodalidade como forma fundamental na logística de mercado internacional. Quando os navios viajam pelo oceano, o embarque por superfície ou via aérea é o modo inicial de transporte para fora das fronteiras nacionais. Uma vez na terra, a carga pode ser embarcada por outro modal, utilizando caminhões, barcaças ou ferrovias. No transporte intermodal é emitido um documento de transporte para cada modal utilizado tornando assim o processo bem mais demorado do que o multimodal (PORTAL DA EDUCAÇÃO B, 2013). O transporte multimodal de cargas de acordo com a ANTT (2013) precisa ser executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal – OTM. O OTM o qual é responsável por todo o trajeto da mercadoria do cliente inicial até o cliente final é uma pessoa jurídica, transportadora ou não, contratada para realizar esse transporte. O OTM responde pela execução de contratos, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avaria das cargas sob sua custódia, e também quando há um prazo definido de entrega, responde pelos seus atrasos também. Neste transporte é emitido apenas um documento, para todos os modais utilizados, por isso trata-se de uma operação mais rápida quanto a tempo de documentação e entrega da mercadoria (PORTAL DA EDUCAÇÃO B, 2013). 11 De acordo com Hara (2011), podem-se apontar as seguintes vantagens do transporte intermodal/multimodal: Contratos de compra e venda mais adequados; Melhor utilização da capacidade disponível da matriz de transporte; Utilização de combinações de modais mais eficientes energeticamente; Melhor utilização das tecnologias de informação; Ganhos de escala e negociações do transporte; Melhor utilização da infraestrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio; Aproveitamento da experiência internacional tanto do transporte como dos procedimentos burocráticos e comerciais; Redução dos custos indiretos. McCarthy e Perreault (1997) destacam a importância da multimodalidade no atingimento da viabilidade de marketing internacional. 1.5 CONTEINERIZAÇÃO De acordo com Moura e Banzato (1997), a conteinerização tem sido definida como um meio pelo qual as mercadorias são transportadas dentro de contêineres, podendo assim transportar as cargas em diferentes modais. O conceito seria o fato de conseguir transferir toda a carga de uma modalidade de transporte para outra. O contêiner é um equipamento utilizado no transporte intermodal que tem dispositivos que permitem a sua manipulação, é fabricado em aço que possui baixo custo e resistência alta, entretanto há contêineres de outros matérias como: de alumínio e de madeira com fibra de vidro, mas que não apresentam vantagens em cima dos de aço. O uso de contêineres tem crescido muito na intermodalidade, pois são de fácil transferência em fretes globais, e ainda combina facilmente caminhão, água e ferrovia (CHOPRA, 2011). Com exceção dos dutos o contêiner é uma peça de equipamento que é transferível para todos os outros modais. Está em expansão o uso do contêiner devido ao incremento do comércio internacional. O uso do contêiner evita remanejamentos de alto custo nas transferências intermodal (BALLOU, 2007). Segundo Vieira (2002), o uso contêineres proporciona maior rapidez, entrega segura do produto, frete oceânico mais barato e facilidade do transporte porta a porta. Para os embarcadores e receptores reduz a manipulação das mercadorias diminuindo avarias e roubos, reduzindo custos com seguros e de embalagem, assim como diminuição dos custos com carga e descarga. Por parte dos transportadores terrestres, diminui o tempo de espera, aumenta a eficiência do transporte, e o número de reclamações sofre uma queda, em função da diminuição de roubos e avarias. A vida útil mínima do contêiner, para Goebel (1997), é de 8 a 12 anos, dependendo do material utilizado na sua construção e do seu uso, já que o contêiner é um equipamento durável e de uso repetitivo. As companhias marítimas costumam oferecer serviço de frete para o contêiner, ou deve ser alugado por empresas exclusivas os armadores (LUDOVICO, 2007). O aluguel cobrado por contêiner é adicionado ao frete durante a viagem. Inclui um prazo, geralmente de 5 dias em cada extremidade para devolução do contêiner ao armador (GOEBEL, 1997). 1.5.1 Tipos de contêineres Será abordado uns dos principais contêineres de 20 ou 40 pés: 12 Carga seca (Dry) é bastante utilizado pelo transporte internacional de cargas, utilizado para cargas em geral, tem flexibilidade no acondicionamento, pode ser em caixas, pacotes, produtos em paletes, produtos manufaturados, eletrodomésticos, entre outros. Gaiola (Crate): adequado para atender necessidades técnicas e operacionais, permitindo transportar cargas especiais em tanques, para líquidos e gases. Contêiner teto aberto (Open top) destinado a granéis, peças pesadas, ou indivisíveis, a movimentação é feita de forma vertical, a maioria desses contêineres utilizam coberturas na parte superior. Contêiner refrigerado (Reefer) equipado com sistema de refrigeração embutido, que funciona por conexão elétrica ou pelo gerador de combustão, utilizados para transportar alimentos que serão transportados resfriados ou congelados (MOURA; BANZATO, 1997). 1.6 OTIMIZAÇÃO DE CARGA Todo caminhão tem o peso máximo que pode ser carregado, o excesso de carga ou sua distribuição incorreta pode ocasionar problemas operacionais, comprometendo a segurança e o desempenho econômico. Pode-se dizer que esse desempenho econômico de uma empresa transportadora está diretamente ligado ao carregamento eficaz e eficiente do veículo. Se, por exemplo, a frota de veículos estiver com carga abaixo da sua capacidade a rentabilidade diminui. Por isso precisa-se de uma boa gestão econômica onde obtenha um arranjo adequado da carga em caminhões ou contêineres de forma que se aproveite o espaço, buscando a relação custo x benefício, devemos considerar: Tipo de carga e adequação da carroceria; Conhecimento do produto a ser transportado; Tipos de embalagem e materiais de embalagem; Sistema de carregamento e descarregamento; Relação entre carregamento e segurança do veículo; Relação entre o carregamento e o roteamento do veículo (VALENTE ET. AL., 2008). 1.6.1 Tipos de veículos Os principais veículos utilizados no transporte rodoviário de cargas são: caminhões, carretas, cegonheiras e as plataformas. Os caminhões são veículos que representa uma única peça, são veículos fixos; as carretas são articuladas, composta por cavalo mecânico e semi-reboque em diversos modelos, sua vantagem é por ser mais versátil, já que pode puxar mais que um semi-reboque; as cegonheiras também são articuladas e são usadas para transportar veículos automotores; e as plataformas, também conhecidas como boogies, também são articulados e apropriado para o transporte de contêineres (de 20 e 40 pés). Pode-se encontrar também veículos compostos por três partes: o cavalo, semireboque e reboque, onde carrega dois contêineres de uma só vez, aumentando a flexibilidade e a capacidade da carga (VIEIRA, 2002). 1.7 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Segundo Santos (2011) canal de distribuição é um caminho escolhido por uma empresa para fazer com que seus produtos cheguem aos consumidores certos no local e no momento exato, ou seja, canal de distribuição é uma área do marketing que se 13 encarrega de colocar o produto adequado no momento e no local em que for solicitado pelo cliente final. Dentre as formas de distribuição estão a, distribuição direta que é a venda do produto direto ao consumidor no exterior o que possibilita a eliminação de intermediários o que eleva o lucro do exportador, também permite um melhor conhecimento do mercado e das necessidades que o cliente tem. A distribuição indireta é a distribuição que é feita por um intermediário, esse intermediário pode ser uma empresa comercial de exportação, uma cooperativa ou um consorcio de fabricantes ou exportadores. A distribuição Trading Company que é a compra da mercadoria em um certo mercado para revendê-las em outro, algumas das vantagens desse tipo de distribuição são que não há custo de pesquisa de mercado , elimina as despesas na elaboração de documentos de exportação, há uma segurança no recebimento do valor da venda que é feita em moeda nacional (AQUINO, 2014). A Distribuição Física é o transporte dos materiais a partir do produtor até o consumidor. É responsabilidade da área de distribuição, que faz parte de uma administração integrada de materiais ou sistema de logística (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Para McCarthy e Perreault (1997), distribuição física é o transporte e a estocagem de bens para atender às necessidades de consumidores-alvo com um composto de marketing – nas empresas e ao longo do canal de distribuição. Segundo eles, logística é outro nome comum para distribuição física. Os principais desafios e oportunidades da Distribuição física são: Coordenação das atividades de distribuição física entre as empresas, reduzindo os conflitos e obtendo vantagem competitiva; Reduzir custos usando a abordagem do just in time, apesar dos riscos de fornecimento, por exemplo, pois o just in time exige uma quantidade mínima de fornecedores, às vezes sendo único ou exclusivo fornecedor Integrar sistemas de informação de marketing ao processo de distribuição; Incrementa o uso de EDI – Eletronic Data Interchange, ou intercambio eletrônico de dados – uma abordagem que coloca as informações em formato padronizado facilmente compartilhadas entre diferentes sistemas de computadores; Escolher sistemas de transporte evitando agredir o meio ambiente; Evitar os problemas éticos que possam surgir, atuando com mais responsabilidade social (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). 2 MERCADO DE EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA BRASILEIRA 2.1 PANORAMA ATUAL Segundo a ABIEC (2011) o Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial, cerca de 20% da sua área é ocupada por pastagens, e o clima favorece os sistemas de produção pecuários. De acordo com o MAPA (2013) a participação brasileira no mercado de exportação aumenta a cada ano, a expectativa da produção de carne bovina nacional é que, até em 2020, ela atenda 44,5% do mercado mundial. Essas estimativas indicam que o Brasil pode manter posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina. Nas exportações de carne bovina brasileira a Rússia é o principal destino, as vendas aumentaram 79% em julho, comparado ao ano anterior no mesmo período. Teve superávit na receita de 113%, na mesma base de comparação. (ABIEC, 2014) A Agroanalysis (2010) aponta que o Brasil exporta carnes e miudezas comestíveis, em 2009 18% dessas exportações ficaram por conta das carnes bovinas desossadas, 14 congelada e fresca/refrigerada. Por ser um produto de alta perecibilidade, para manter a sua qualidade, a carne bovina para exportação deve ser transportada em contêineres que possuam meios de conservação, isso torna essa cadeia mais complexa que a de outros produtos agrícolas. 2.2 CARNE BOVINA CONGELADA O melhor método de conservação da carne é a congelamento, pois, as alterações na qualidade de carne são mínimas visto que a atividade microbiana e enzimática é paralisada, bem como a velocidade das reações químicas é recomendável que a carne seja mantida na temperatura de – 18°C (ROCHA, 2007). A logística da carne bovina congelada tem como principal característica a maior durabilidade do produto e o transit time pode ser maior, podendo ser usado modais alternativos de transporte (AGROANALYSIS, 2010). 2.3 CARNE BOVINA RESFRIADA A exportação de carne resfriada é voltada a consumidores de países mais exigentes visto que a qualidade da carne resfriada é bem superior as demais, ela atende a um nicho superior. É um tipo de produto que é escoado no modal rodoviário até os portos, e os frigoríficos para manter um alto padrão na mercadoria escolhem portos mais próximos possível da unidade produtora para o produto chegar o quanto antes ao porto, somente em casos que unidade abatedora encontra-se distante do porto faz-se o uso do aparelho Genset o qual mantém a temperatura constante da mercadoria e adequada a manutenção da qualidade do produto durante o transporte do mesmo, os frigoríficos preferem a exportação de produtos refrigerados devido ao seu alto valor, gerando assim uma receita maior (AGROANALYSIS, 2010). O transporte da carne resfriada é feito em temperaturas utilizadas na refrigeração, que variam de 0ºC até -1,5°C (PARDI, et al., 2001). 2.4 INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES 2.4.1 Rodovias Dentre 13 milhões de quilômetros de rodovias pavimentadas no mundo, o Brasil esta entre os dez maiores países que tem sua extensão de rodovia pavimentada, sendo que o transporte rodoviário é o mais utilizado (SIRUGI, 2013). Segundo Resende (2014), o principal problema do Brasil é a sua alta dependência deste modal, pois, de um milhão setecentos mil quilômetros de rodovia menos de 14 % são asfaltadas. Há poucos investimentos por parte do poder publico e a maioria das cargas são transportadas nesse modal reduzindo assim a qualidade delas, pois provoca um grande desgaste. De acordo com a CNT (2014) outro grande problema nas rodovias brasileiras tem sido o roubo de cargas principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. A DNIT (2009) aponta que a frota nacional de veículos era de 59,4 milhões de veículos e 54% desses veículos tem mais de dez anos de uso. 2.4.2 Portos De forma geral a situação dos portos brasileiros é ineficiente quando comparado com algumas referencias mundiais. A grande falta de investimento é histórica, além da 15 falta de modernização, da influencia política e da burocracia (RESENDE, 2014). O sistema portuário brasileiro é composto por oito Companhias Docas publicas e uma privada, quatro concessões estaduais, e ainda mais quatro portos privados distribuídos na costa brasileira. Segundo Kappel (2014) uns dos problemas detectados são a falta de dragagem, que é a retirada de entulhos de rios e do mar, problemas de vias de acesso, congestionamentos de caminhões e aspectos gerenciais. 3 METODOLOGIA “Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer buscar a resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa” (GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 12). Neste pensamento a fim de buscar novos conhecimentos, foi feita uma pesquisa do tipo bibliográfica e exploratória, e um estudo de caso o qual foi estudada a empresa JBS Transportadora. O estudo de caso, comparativamente ao método histórico, possui a vantagem de poder lidar com uma variedade maior de evidências, além de permitir, no caso da observação participante, a manipulação informal das variáveis utilizadas. A realização de estudo de caso é justificável se o caso se constituir em um evento raro ou exclusivo ou se servir a um propósito revelador (YIN, 2001). Para que as informações utilizadas neste trabalho condissessem com a realidade foi elaborado um questionário, qualificando essa pesquisa como qualitativa, onde o entrevistado o gerente do segmento container, na JBS transportadora. 4.1 CARARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO O grupo JBS diante de uma necessidade dentro da própria empresa criou a JBS transportadora, logo ela tornou-se um dos novos negócios do grupo. A JBS transportadora é uma provedora de serviços rodoviários do grupo. Em 2003 teve o início de suas atividades em Andradina-SP, com apenas 15 caminhões contêineres e 25 boiadeiros. Em 2007 teve a inauguração do seu CD em Cubatão que foi direcionado a exportação. Neste ano a frota contava com 230 contêineres e 233 boiadeiros, 646 colaboradores e atuação em 15 unidades. Com a incorporação do Bertin ao Grupo JBS, em 2010, triplicou a frota e capilaridade de distribuição, contavam com 1540 veículos, 2346 colaboradores e atuação em 23 unidades. A frota atual da transportadora é de 1231 veículos, 1768 colaboradores e atuação em mais de 35 unidades do Grupo JBS. Os segmentos de atuação são: boiadeiro, container, câmara fria, sider, couro verde. Toda frota é por veículos modernos e rastreados, tem como base a confiabilidade, custos competitivos, alta rentabilidade dos serviços prestados e fidelização dos seus clientes. A JBS Transportadora tem um rigoroso controle de jornada dos motoristas, se enquadrando à nova legislação do segmento, promovendo maior segurança e bem-estar a seus colaboradores, reduzindo os riscos para os motoristas. 4.2 ANÁLISE DO CASO Para a presente pesquisa foi feita uma entrevista com o gerente do container, a seguir discorre sobre os pontos mais importantes e relevantes. 16 Segmento container que faz a exportação dos produtos transportados pela JBS TRP, que são: todos os tipos de cortes de carne bovina, couros, enlatados, envoltórios, massa de sabão, leite em pó, margarina, e atualmente frangos, conta com uma frota de 450 veículos, sendo 300 em São Paulo e 150 em Santa Catarina com a ajuda de mais de 600 colaboradores. No container a grande maioria dos veículos são VW 25-420 para cargas LS e também veículos da Mercedes e da Volvo a frota do container também conta com 18 veículos Volvo FH 540 para o rodo trem. A maior demanda dos contratos de exportação é de carne bovina congelada ou resfriada. Os principais destinos de exportação destes contratos são: Venezuela, Rússia, Hong Kong, Europa e outros menores. Esses produtos têm como principais origens as 40 plantas do grupo que estão espalhadas pelo Brasil. Esses contratos são passados primeiramente para o comercial que analisa via sistema qual planta tem produto disponível ou disponibilidade para produção do produto solicitado pelo cliente, feito isso é passado para o setor de PCP (Planejamento e Controle de Produção) que irá informar o prazo para que o produto seja produzido, e após esse planejamento o pedido comercial é passado para o setor de booking que alocará no sistema os dados da reserva do navio que é feita através da disponibilidade de contêineres dos armadores, quando esses dados são lançados, é passado os contratos para uma equipe da logística que repassa os contratos para a transportadora que deverá atender a data de carregamento na unidade e retornar o contêiner para o porto antes do dead line da carga. Diante das infraestruturas observadas nas rodovias que são utilizadas para o transporte da carne bovina, os estados do MT e RO são os que mais apresentam problemas pela qualidade das rodovias, aumentando o risco de acidentes. Já nos estados de SP, MG e GO as rodovias são mais estruturadas o que facilita o transporte. Já sobre os portos pode se dizer que estão se modernizando e se organizando para melhorar os atendimentos, porém a maior dificuldade é chegar até eles, pois na maioria das vezes as rodovias estão sobrecarregadas e com grandes filas, entende-se que os portos cresceram, mais as rodovias continuam as mesmas. CONCLUSÃO Neste artigo foi possível observar quanto a logística é fundamental nos dias de hoje, para o crescimento das empresas. O transporte é uma das funções da logística, e o principal, pois nele estão concentrados os maiores custos, por isso a importância das empresas darem uma atenção maior para este ramo. A escolha dos canais de distribuição também interfere significativamente nos custos finais. Foi abordado a situação atual, no Brasil, do mercado de exportação da carne bovina congelada e resfriada, e como a infraestrutura das rodovias e portos influencia neste mercado. O estudo de caso feito na JBS transportadora possibilitou entender como funciona o atendimento de seus clientes quando se trata de exportação de carne bovina congelada e resfriada, e apontou que na hora do transporte há problemas em algumas rodovias do País, devida a sua qualidade, e também a infraestrutura das rodovias que são utilizadas para acesso ao porto. Com todas as informações aqui apresentadas, vimos que somente com um maior investimento do poder público, podem ser sanados esses problemas das rodovias e portos do Brasil, para que as empresas possam alcançar maior índice de faturamento nos seus serviços. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes. 2011. 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Como você avalia a infraestrutura dos portos?