1
Jornada de Diplomacia Económica
ISEG 5.12.2012
Dinâmicas de rede e valor económico da
língua portuguesa
[email protected]
As línguas no mundo
2
Ecologia da Língua (Calvet)
3
Hipercentral – Inglês
Super- Centrais (12) – incluem o
Espanhol, o Árabe, o Português e
o Francês
Centrais (200)
Outras (4 a 5.000)
3
Ecologia da Língua (Calvet)
4
O predomínio de uma língua tende a
originar fenómenos de fragmantação.
O latim deu origem ao português, espanhol,
francês italiano, romeno e integrou outras
como o inglês.
O inglês começa a dividir-se: a Nigéria e a
Índia falam tipos de inglês com diferenças
significativas.
4
População e riqueza dos países lusófonos
5
Ranking
PIB
Ranking
mundial
(milhões
mundial
Países de língua
População
Portuguesa
(milhões)
Brasil
203,4
5
1.561.801
Moçambique
22,9
51
7.391
122
Angola
13,3
70
63.741
62
Portugal
10,8
75
171.350
38
Guiné-Bissau
1,6
151
657
170
Timor Leste
1,8
158
524
174
Cabo Verde
0,56
170
1.231
160
São Tomé e Príncipe
0,18
185
147
181
Total
254,54
1.806.841
% do mundo
3,66%
3,85%
Fonte: População – CIA, Country Comparison – Population, Julho 2011
População
€)
PIB
7
Os falantes de português no Mundo
7

População
250 milhões

Riqueza

Superfície 10,8 milhões de km2
€1.862.727 milhões
3,7%
4%
7,25%
Principais línguas mundiais – diferentes observatórios
8
Ethnologue
(Lewis, 2009)
Posição
relativa
Baromètre Calvet
des langues du
monde
(Portalingua, 2011)
Língua
Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
Língua
Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
1213
(845)
329
Mandarim
845
2º
Chinês
(Mandarim)
Espanhol
Espanhol
3º
Inglês
328
4º
Árabe
5º
Observatório da
Língua Portuguesa,
2010
Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
Língua
Mandarim
845
329
Espanhol
329
Chinês,
Mandarim
Inglês
Inglês
328
Inglês
328
Hindi
487
221
Árabe
222
Português
240
Espanhol
417
Hndi
182
Hindi
182
Hindi
182
Russo
277
6º
Bengali
181
Bengali
181
Bengali
181
Bengali
211
7º
Português
178
Português
178
Russo
144
Português
191
8º
Russo
144
Russo
143
Japonês
122
Alemão
128
9º
Japonês
122
Japonês
122
Alemão
90
Francês
128
10º
Alemão
90
Alemão
90
Javanês
85
Japonês
126
1º
Língua
Ostler, 2005
Nº
falantes
como 1ª
ou 2ª
língua
(milhões)
1052
508
O Português no Barómetro Calvet
9
Notoriedade – Acesso à Internet
10
10
Crescimento no Facebook
Relação entre línguas latinas
12
Existe 10 relações entre línguas latinas – considerando apenas as
nacionais. No entanto, a intercompreensão é elevada.
Ensino do Português – Instituto Camões
13
Países com
leitorados
Centros de
Centros
língua
culturais
portuguesa
Europa
30
29
3
África
18
19
10
América do Norte
2
2
-
América Central e do Sul
6
4
1
Ásia e Oceânia
12
6
5
Total
68
60
19
O Valor Económico da Língua
14
Principais Estudos:
 Economics of Language: a network externalities
approach, Slavana Dalmazzone, 2000, sobre
Economias da rede e idioma;
 El Valor Económico de la Lengua Española de
Ángel Martín Municio et al., 2003 sobre O valor
da língua em % do PIB;
 Economia del Español - una introducción de
José Garcia Delgado et al., 2007 sobre a língua
como parte do capital humano, facilitador do
comércio internacional e intangível empresarial
O Valor Económico da Língua
15

Despesa óptima na diversidade linguística (Grin, 2003)
Valor
Benefício
Custo
Lucro
D*
Diversidade
O conhecimento de maior número de idiomas gera um rendimento marginal
decrescente. A influência de um idioma (nº e riqueza dos utilizadores) influencia a
ordem de preferência da sua escolha.
15
Resumo
16
Objecto do estudo:
Analisar o impacto da proximidade linguística, do
ponto de vista do português sobre:
O
comércio externo;
O
investimento directo estrangeiro;
 Os
O
fluxos migratórios;
turismo
16
17
Resumo
Relações linguísticas analisadas:
 Países
de língua oficial portuguesa;
 Países de língua próxima, neste caso o espanhol;
 Países de língua inglesa;
 Países com outros idiomas.
17
Resumo
18
A proximidade linguística influencia:
Significativamente

O investimento directo no estrangeiro

Os fluxos migratórios.
Moderadamente

O comércio externo

Os fluxos turísticos.
18
Comércio Externo
19
Modelos
“gravitacionais”
Impacto da língua
no comércio
externo
Número e a riqueza dos
utilizadores do idioma
Facilidade nas trocas
comerciais entre
utilizadores do
mesmo idioma
As diferenças linguísticas são barreiras ao comércio, equivalentes a tarifas
que podem ir dos 15 aos 22%. Hagel, em Stickel (2008)
19
Comércio Externo
20
•
Comércio internacional de mercadorias por idioma,
2007
3%
7%
33%
30%
52%
Exportações
57%
Importações
6%
12%
Língua Portuguesa
Língua Inglesa
Língua Espanhola
Outras Línguas
Língua Portuguesa
Língua Inglesa
Língua Espanhola
Outras Línguas
A proximidade linguística apenas é significativa nas exportações. O peso nas
importações é equivalente ao peso dos países lusófonos na economia mundial.
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional.
20
Investimento Directo Estrangeiro
21
Comparação entre o investimento directo português no estrangeiro
(IDPE) e o investimento à entrada (IDE) famílias linguísticas (1996-2007)
70%
60%
60%
52%
50%
40%
IDE
30%
19%
20%
Fonte:
Banco
Portugal, Março de 2009.
de
13%
IDPE
23%
12%
16%
5%
10%
0%
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
Língua Inglesa
Outras Línguas
A proximidade linguística é muito significativa no Inv. Directo Estrangeiro,
sobretudo à saída de Portugal (IDPE). O peso da língua espanhola deve-se
à proximidade e dimensão da economia espanhola.
21
Fluxos Migratórios
22
Comparação entre emigrantes e imigrantes por família
linguística.
41%
Outras Línguas
42%
5%
Língua Inglesa
35%
3%
Língua Espanhola
10%
51%
Língua Portuguesa
13%
0%
10%
20%
Imigrantes
30%
40%
50%
60%
Emigrantes
Fonte: (Emigrantes) Observatório da Emigração, residentes nascidos em Portugal, dados de 2008; (Imigrantes) Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dados de Junho de 2009.
22
Turismo
23

Portugal
 Saída
de Turistas por país
de destino (milhares)
3%
44%
47%
6%
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
Língua Inglesa
Outras Línguas
23
Turismo
24

Portugal - Entrada de Turistas por país de
4%
origem (milhares)
20%
51%
25%
Língua Portuguesa Língua Espanhola
Língua Inglesa
Outras Línguas
A proximidade linguística apresenta a mais baixa relevância ao nível
do turismo. Ao contrário dos emigrantes, as diferenças não surgem
como obstáculo ao visitante temporário.
Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
24
25
Factores de Valorização
– Factores de Valorização da Língua Portuguesa
Respostas mais significativas à questão aberta
“Para mim, a língua portuguesa é/tem…”
(%)
Importância estratégica
Bela/Expressiva
Ligação afectiva
Língua oficial
22,0
16,8
7,8
7,7
Usos da Língua Portuguesa
26
Notoriedade - Personalidades
27
27
Notoriedade – Marcas (países não lusófonos)
28
28
Notoriedade – Marcas (países lusófonos)
29
29
Conclusões
30

O impacto do IDE para o desenvolvimento económico dos países é
muito significativo. A verificação feita neste estudo sugere que as
empresas reduzem fortemente os custos de organização quando
investem em países com o mesmo idioma. Esta situação é mais
significativa nas empresas com menor experiência internacional
(diferença entre IDPE e IDE).

Existe uma forte aposta no português, pelas oportunidades
profissionais e empresariais para os seus utilizadores

A ênfase dada ao impacto da proximidade linguística sobre o comércio
externo parece excessiva. No caso do português, o IDE e as
migrações são muito mais sensíveis.
30
Conclusões
31

A língua promove relações, principalmente nas migrações. Os
trabalhadores do conhecimento exercem mais facilmente o seu
potencial quando não existem custos de adaptação linguística.

O valor da língua para as empresas e os países pode ser
potenciado se for canalizado para as actividades com maior
potencial da sua utilização – cultura, conhecimento científico e
técnico e funções de coordenação e gestão.

Este estudo pode ser desenvolvido em duas direcções:

Análise sectorial distinguindo “indústrias da língua” e outras
actividades com menor intensidade linguística;

Repetição desta metodologia junto de cada país de expressão
portuguesa.
31
Conclusões
32

Acções estratégicas a desenvolver

Aprofundar a intercompreensão entre os utilizadores do
português, com destaque para o vocabulário científico e
técnico. Desenvolver a actividade editorial e de produção
científica em português.

Privilegiar o ensino do português junto dos utilizadores do
idioma hiper-central (inglês, desenvolvimento vertical) e dos
países falantes do espanhol (desenvolvimento horizontal)

Promover a aliança com a língua espanhola, incluindo a
intercompreensão e a aproximação na área editorial (ex.:
acesso às listas da ISI de publicações científicas em
português e espanhol ou mistas)
32
33
O Valor Económico da Língua nas Relações com o
Exterior: O Caso do Português
•Estudo promovido e financiado pelo Instituto Camões
•Coordenador: Luis Reto
•Equipa: José Paulo Esperança,Mohamed Azzim
Gulamhussen, Fernando Luís Machado, António Firmino da
Costa
•Colaboradores: Andrea Freitas, Helena Torres, Sergio
Estevinha, Jorge Horta Ferreira, Alice Alexandre, Ivo Pereira
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José Paulo Esperança