Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica.
Análise florística das florestas paludosas do sudeste do Brasil
ALOYSIO DE PÁDUA TEIXEIRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, RIO CLARO.
MARCO ANTONIO DE ASSIS - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, RIO CLARO.
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As florestas paludosas ou matas de brejo constituem formações florestais
sobre solos hidricamente saturados em caráter quase permanente. Por esta
ocorrência,
encontram-se
naturalmente
fragmentadas
e
bastante
vulneráveis à destruição. No presente estudo, a flora arbustivo-arbórea de
remanescentes de floresta paludosa foi comparada com o objetivo de avaliar
as variações na composição dessas florestas em diferentes localizações do
sudeste do Brasil. Foram considerados 12 estudos, sendo 10 no estado de
São Paulo (Agudos, Brotas 1 e 2, Campinas 1, 2 e 3, Itatinga, Piracicaba, Rio
Claro e São Carlos) e dois em Minas Gerais (Uberlândia 1 e 2). Foram
listadas 204 espécies distribuídas em 59 famílias, sendo Myrtaceae (20
espécies), Lauraceae (17), Euphorbiaceae (15) e Fabaceae e Meliaceae (11)
as famílias representadas pelo maior número de espécies. Calophyllum
brasiliense, Cecropia pachystachya, Dendropanax cuneatum, Protium
almecega, Talauma ovata e Tapirira guianensis ocorreram em todas as áreas
(comuns), mostrando-se como importantes espécies higrófilas amplamente
distribuídas por essa formação vegetacional. 118 espécies (58%) foram
registradas em uma única localidade (exclusivas), evidenciando uma grande
heterogeneidade florística entre essas florestas. A comparação florística
entre os fragmentos foi realizada por meio de análises de classificação
(UPGMA/Jaccard) e ordenação (DCA), das quais foram excluídas as espécies
comuns e as exclusivas por não contribuírem para a avaliação da
similaridade florística entre áreas. As duas análises foram consistentes entre
si e indicaram um agrupamento representado pelas florestas de Agudos,
Brotas 1, Campinas, Itatinga, Piracicaba, Rio Claro e São Carlos. As florestas
localizadas em Uberlândia constituíram outro grupo, e uma floresta
localizada em Brotas (2) ficou isolada. A matriz vegetacional das áreas de
estudo (floresta semidecídua no primeiro grupo e cerrado no estado de
Minas Gerais) é apontada como principal fator responsável pelos
agrupamentos, pois contribui com espécies que se estabelecem
principalmente nos microsítios de melhor drenagem existentes nas florestas
paludosas.
Apoio: CAPES
Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica.
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