Planos de Manutenção de Via Permanente Baseado em Inspeção sem Contato 2 de 10 Resumo do Trabalho O Plano de Manutenção de Via Permanente Baseado em Inspeção sem Contato é uma forma inédita de inspeção para fornecer dados extremamente confiáveis ao Plano de Manutenção Corretiva e Preventiva. O modelo utiliza a locação de um equipamento inspetor, através de câmeras, lasers e pacote inercial instalado no carro inspetor da Empresa que faz a inspeção em todas as linhas, gerando relatórios online de exceções, geométricos e de curvas. O planejamento e controle da manutenção da via analisa os relatórios e os líderes dos ramais vão a campo com os relatórios e definem os serviços e materiais necessários para solucionar a exceção registrada. Após esse trabalho, é registrado em um relatório unifilar da via o seu estado atual e quando as manutenções são realizadas. O unifilar é atualizado fornecendo a todo instante o estado da via. Com isso, é possível focar os recursos nos locais onde realmente são necessários, reduzindo o custo e aumentando a segurança operacional do sistema ferroviário. 3 de 10 1. Introdução: As operadoras de transporte ferroviário no Brasil devido a necessidade de colocar recursos de manutenção de via permanente onde realmente os mesmos são necessários vem cada dia mais utilizando modos especiais de inspeção para garantir dados acurados que serão base para se estruturar um bom plano de manutenção. Como é notório que um dos modos mais precisos é o modo de inspeção sem contato que utiliza câmeras, lasers, giroscópios e acelerômetros equipamentos estes que formam um pacote extremamente útil quando acoplado a um carro inspetor (carro controle). Este trabalho apresentará um método utilizado por uma operadora que iniciou em 2008 um arrojado plano de manutenção que incluía prognóstico, diagnóstico e implementação dos reparos alocando recursos através de serviço e material nos locais indicados pela inspeção sem contato e posterior confirmação “in situ” pelos mantenedores. 2. Desenvolvimento Nossa operadora ferroviária é de transporte urbano de passageiros e possui aproximadamente 400 km de linha operacional com solicitações significativas devido ao alto número de viagens dia, (700 viagens/dia), unidades elétricas em média com 8 carros com 16T/eixo. Tal solicitação aplica esforços na superestrutura e a mesma sofre alterações nos parâmetros de via, e os mesmos devem ser controlados através de planos de manutenção que sempre visam manter estes parâmetros sob controle. Parâmetros como bitola, superelevação, alinhamento, nivelamento longitudinal, nivelamento transversal e curvatura, além de informar dados de prospecção de trilhos. O escopo deste trabalho é informar uma metodologia que permite até mesmo operadoras que não possuam o carro controle equipado com tecnologias avançadas utilizar relatórios de inspeção sem contato no plano de manutenção. Pois uma empresa americana que sempre construiu equipamentos para serem vendidos agora oferece a oportunidade de locação dos mesmos, o que possibilita a engenharia de manutenção optar por locar, pois aquisição nem sempre se encaixa aos recursos das operadoras por serem recursos vultosos na ordem de US$ 1,5 milhão para aquisição, e tal locação significa que com poucos recursos pode-se instalar temporariamente os equipamentos necessários a inspeção. 2.1. Instrumentação A contratante dos serviços disponibiliza um veículo ferroviário onde são instalados os equipamentos. Tal veículo deverá conter uma unidade geradora de energia para alimentação de todo o sistema. No caso de nossa operadora, disponibilizamos o veiculo EM80 e no mesmo foram instalados as câmaras, lasers, pacote inercial e computadores; como mostra as figuras e fotos a seguir. Desenho 1 – Esquema que mostra a posição adequada de lasers e câmeras para coleta de dados 4 de 10 Foto 1 – Pacote Inercial com giroscópios e acelerômetros Foto 2 – Instalação das câmeras e lasers sob o EM80 5 de 10 2.2. Inspeção A programação e inspeção são realizadas, e automaticamente os relatórios são emitidos informando as exceções que foram encontradas na Via, através de relatórios como os mostrados nas figuras a seguir. Figuras – Tela do Computador Inspetor e Relatório de Exceção 6 de 10 2.3. Procedimento Pós Inspeção O pós inspeção é uma das fases mais importantes, pois os envolvidos na manutenção analisam todos os relatórios para tomar conhecimento dos dados levantados. Com esses relatórios que chamamos de prognósticos, damos início a fase de diagnóstico, ou seja, levamos as exceções para o campo e através de uma inspeção a pé apenas onde tivemos exceções, para definir qual o trabalho necessário naquele ponto e quais materiais serão necessários para sanar as exceções, gerando uma ficha de trabalho (OS) onde consta o prognóstico e o diagnóstico como mostra figura a seguir: 7 de 10 Após todos os diagnósticos concluídos, os dados são compilados em uma ficha totalizadora das necessidades, possibilitando organizar um plano de manutenção visando a eliminação das exceções encontradas. 8 de 10 Para maior entendimento e para facilitar futuras análises, o acompanhamento é feito através de uma ficha unifilar do trecho onde é possível verificar o estado atual dos componentes inspecionados e classifica-los através de cores tais como vermelho, amarelo e azul, além de informar a prioridade para manutenção de cada trecho como mostra figura a seguir: 9 de 10 3. Conclusão É de conhecimento de todo o meio ferroviário que os recursos necessários à manutenção de via são volumes consideráveis no orçamento das companhias. Então, a otimização dos mesmos são metas inerentes a toda e qualquer estratégia. Quando atingimos o objetivo de manter os parâmetros de via dentro dos critérios de manutenção e segurança, o risco operacional cai drasticamente possibilitando à companhia focar na captação de recursos para sustentar o ciclo virtuoso da utilização-manutenção-utilização-manutenção. Como o momento de quase todas operadoras do Brasil é de crescimento e conseqüente aumento de solicitação é inegável que a simplicidade do método acima é o grande diferencial do trabalho, procurando atender uma necessidade dos operadores ferroviários com custo reduzido, porém com resultados extremamente confiáveis para tomadas de decisões aderentes ao critério sempre prioritário: a SEGURANÇA OPERACIONAL. 10 de 10