INDICADORES DE SAÚDE Critérios para avaliar indicadores: Ä Validade Ä Confiabilidade (reprodutividade e fidedignidade) Ä Representatividade (cobertura) Ä Questão ética Ä Ângulo técnico administrativo A preparação dos indicadores envolve contagem de unidades: Ä doentes, Ä inválidos, Ä acidentados, Ä óbitos etc; ou a medição de algumas características em indivíduos e no ambientes: peso, altura, nível de pressão arterial, glicose etc. INDICADORES DE SAÚDE Os indicadores de saúde podem ser expresso em freqüências absolutas ou em freqüências relativas: Ä Freqüências relativas: Ä Coeficientes: _____nº de casos___ x múltiplo de 10 População sob risco Ä É um indicador que exprime o risco. No numerador (casos) – doença, incapacidade, óbito, indivíduos com determinada característica etc. (é um subconjunto do denominador); Ä No Denominador – população sob risco (de adoecer, de se tornar incapacitado, de morrer etc); Ä Múltiplo de 10: 100, 1000, 10000 etc. (10%, 10 por mil etc). Ä Razão Ä O numerador e o denominador são elementos de mesma natureza e mesma dimensão, mas são de grupos excludentes, ou seja, o numerador não está incluído no denominador. A razão mede relação entre eventos. Ex: razão entre duas doenças, razão masculino/feminino. Ä Proporção Ä Os casos incluídos no denominador são também subconjuntos do denominador, mas não expressam risco. Ex: Mortalidade proporcional; letalidade. Ä Índice Ä Pode ser multidimensional – escore/ pontuação ou, razão entre duas quantias que expressem dimensões de natureza diferentes. Ex: índice de massa corporal – peso x altura (Quetelet); Glaslow (coma), Apgar, de autonomia etc. Obs: Não são indicadores de saúde as taxas e risco relativo (razão) Ä Taxa Ä Inclui a função tempo no denominador – medida de variação instantânea. É mais utilizado em pesquisa. Densidade de incidência: casos novos / pessoas-tempo. MORTALIDADE Principais usos: - descrição das condições de saúde de uma população; - Investigação epidemiológica; - Avaliação de intervenções saneadoras. Limitações do uso da mortalidade como indicador: - exprimem gravidade/ refletem um história incompleta da doença; - danos que raramente levam ao óbito não são representados; - óbitos são eventos que incidem em pequena parcela da população; - as mudanças nas taxas de mortalidade são lentas. Principais indicadores de mortalidade: - coeficiente geral de mortalidade; - coeficientes específicos e mortalidade proporcional - mortalidade por sexo; - mortalidade por idade; - mortalidade por causas; - mortalidade por local. Mortalidade por sexo – estuda o perfil de mortalidade – o padrão de mortalidade masculina e feminina em um determinado lugar e tempo. Mortalidade por idade – mais utilizada de estatística de mortalidade, principalmente por duas razões 1) a probabilidade de morrer está relacionada a idade, independente do sexo; 2) estas informações estão habitualmente disponíveis para a análise, pois são facilmente coletadas, com alto grau de precisão. • Distribuição da mortalidade por faixa etária • Coeficiente de mortalidade infantil - (um dos indicadores mais empregados para medir níveis de saúde e de desenvolvimento social de uma região). A mortalidade infantil mede o risco de um nascido vivo morrer no seu primeiro ano de vida. Coeficiente abaixo de 20/1000 é considerado baixo; 50 ou mais por 1000 nascidos vivos é considerada elevada. • Coeficiente de mortalidade neonatal – (ou infantil precoce) – compreende o período neonatal precoce (0-7 dias) e o período neonatal tardio (>7 a 28 dias). • Coeficiente de natimortalidade – perdas fetais que ocorrem a partir da 28ª semana de gestação, ou em que o concepto tem peso ao redor de 1.000 g e cerca de 35 cm. Nº de natimortos/ natimortos mais nascidos vivos no mesmo período • Coeficiente de mortalidade perinatal – óbitos ocorrido um pouco antes, durante e logo após o parto, inclui os natimortos e as crianças nascidas vivas mas falecidas na primeira semana de vida. • Coeficiente de mortalidade pré-escolar (um anos a quatro anos) – tem sido postulada como indicador do estado nutricional da população e do nível socio-econômico, de maneira mais ampla; desta forma, tem um significado próximo ao da mortalidade infantil tardia. • Mortalidade proporcional de menores de um ano- alta correlação como as condições sociais, o que a posiciona como um bom indicador indireto das condições sanitárias • Mortalidade proporcional de 50 anos ou mais (índice de Swaroop-Uemura) – o significado é o inverso do anterior, visto que as regiões mais desenvolvidas apresentam altos valores para este indicador. • Curva de mortalidade proporcional – a distribuição dos óbitos é feito em cinco grupos etários: 1. Óbitos infantis; 2. Pré-escolares; 3. Escolares e adolescentes, 4. Adultos jovens; 5. Adultos de meia-idade e velhos. O formato da curva indica o nível sanitário da região, que pode ser classificado, segundo Nelson Moraes, em quatro tipos: 1. Muito baixo (forma de N); 2 baixo (Jota invertido); 3 regular (forma de V); 4 elevado (forma de J). • Indicador quantitativo da as mesmas faixas etárias um determinado valor, compreende valores que positivos. mortalidade proporcional: indicador de Guedes – utiliza-se de Nelson Moraes – multiplica-se a porcentagem de óbitos por variável para cada faixa etária, somam-se os resultados vão de 40 pontos negativos a um máximo de 50 pontos Mortalidade por causas – as estatística de mortalidade as vezes podem substituir as de morbidade quando estes não estão disponíveis. Porém não abrangem todo o espectro de doenças que acometem a população. Algumas de alta incidência mas com baixa letalidade não aparecem, mas para as mais graves, com altas taxas de letalidade, estas estatísticas podem constituir um retrato aproximado da morbidade da população. • Distribuição da mortalidade por grupo de causas : causas perinatais (afecções originadas no período perinatal – prematuridade, a hipóxia intra-uterina, asfixia ao nascer e o traumatismo ocorrido durante o nascimento); causas externas (homicídios, suicídios, acidentes – categoria de mortes não- naturais); • Coeficiente de mortalidade por causas específicas; • Coeficiente de mortalidade materna (é uma perda evitável, portanto é um indicador de baixo nível das condições de saúde da mulher - considerado morte materna o óbito de mulher em idade fértil devido a complicações da gestação, do parto e do puerpério) – o coeficiente de mortalidade materna relaciona o número de mortes maternas ao número de nascidos vivos, em um dado local, em um determinado intervalo de tempo. • Mortalidade por causas evitáveis – doenças que raramente ou nunca deveriam evoluir para óbito, portanto, regiões com número excessivo de tais óbitos evitáveis poderiam estar oferecendo cuidados médicos de qualidade inferior. • Anos potenciais de vida perdidos – número de anos que uma pessoa, morta prematuramente, poderia ter vivido. Quanto mais elevado o indicador, pior é a situação – Um limite de idade é estabelecido (65 ou 70 anos) abaixo do qual a morte é considerada prematura. Se utilizar 65 como parâmetro, estima-se, em média, quantos anos de vida estão perdidos para cada óbito ocorrido entre 35 a 44 anos de idade. Esta média é então multiplicada pelo número de óbitos ocorridos na faixa etária; se foram 100 óbitos, teremos 2.500 anos (100 x 50) de vidas perdidos. • Coeficiente de letalidade – proporção de óbitos ocorridos entre os indivíduos afetados por um dado agravo à saúde. É uma forma de expressão da gravidade do processo. A diferença entre a letalidade e mortalidade está no denominador: óbitos entre os casos (letalidade) e óbitos na população (mortalidade) Mortalidade por local – Neste caso vale a atenção para qual é o dado que está sendo utilizado: se é o “local da ocorrência” ou se é “local de residência”. Pode haver dois tipos de distorções: 1) importação de óbitos (inclusão de óbitos de pessoas não-residentes – regiões mais desenvolvidas); 2) exportação de óbitos (exclusão de óbitos de moradores que falecem fora do seu local de residência). Razões de Mortalidade padronizadas. é uma forma que possibilita comparações Esperança de Vida (expectativa de vida) – trata-se de um indicador de síntese utilizado para expressar as características da mortalidade por idade, muito empregado na avaliação das condições de saúde de uma população. Ela combina a mortalidade, nas diversas idades, dando como resultado um único valor – indica o número médio de anos que um indivíduo, de determinada idade, tem a probabilidade de viver, na suposição de que os coeficientes de mortalidade permaneçam os mesmos no futuro. PRINCIPAIS FONTES DE DADOS SOBRE MORTALIDADE 1) Estatísticas constantes de anuários, relatórios e outras publicações: • Internacionais: ONU, OMS, OPS, Unicef, Banco Mundial. • Nacionais: anuários do Ministério da Saúde e do IBGE. 2) Atestados de óbitos: nas Secretárias Estaduais de Saúde ou de Planejamento e nos Cartórios de Registros Civil (arquivos ou livros próprios para registro). 3) Registros e livros de autópsias: nos hospitais e Institutos de Medicina Legal. 4) Prontuários e estatísticas hospitalares. 5) Registros especiais de doenças: especialmente tuberculose e câncer. 6) Inquéritos. 7) Recenseamentos demográficos. 8) Registros diversos: ex: repartições de polícia e departamentos de trânsito MORTALIDADE GERAL Quadro 6.2 Coeficientes de mortalidade geral, não-ajustados e ajustados por idade, em países das Américas, em 1978. PAÍS COEFICIENTES COEFICIENTES NÃO-AJUSTADOS AJUSTADOS Canadá 7,2 3,8 Estados Unidos 8,7 4,1 Porto Rico 6,0 4,1 Costa Rica 4,2 4,3 Cuba 5,7 4,3 República Dominicana 4,5 4,5 Peru 4,9 5,0 Uruguai 9,8 5,3 Guiana Francesa 7,3 5,4 Nicarágua 5,4 5,4 Panamá 5,7 5,6 Chile 6,8 5,7 Argentina 8,8 5,8 Venezuela 5,5 5,8 Suriname 7,3 6,0 Colômbia 5,8 6,3 Jamaica 7,6 6,7 México 7,3 7,4 Equador 7,2 7,4 Paraguai 7,9 8,4 Guatemala 9,4 9,2 Coeficientes por 1.000 habitantes Coeficientes não-ajustados: são os constatados em cada país. Coeficientes ajustados; são produto de cálculos pelo método da população-padrão, sendo empregada a estrutura etária da América Latina, em 1960. Fonte: OPS, Las condiciones de salud en las Americas, 1977-1980. Publicación científica número 427, 1982:21-22. FÓRMULAS DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE MORTALIDADE ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL: Número total de óbitos, no período X 1.000 População total, na metade do período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR SEXO: Número de óbitos de um dado sexo, no período X 1.000 População do mesmo sexo, na metade do período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR IDADE: Número de óbitos em dado grupo etário, no período X 100 mil População do mesmo grupo etário, na metade do período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA: Número de óbitos por determinada causa (ou grupo de causas) , no período X 100 mil População na metade do período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA: Número de óbitos por causas ligadas à gravidez, parto e puerpério, no período Número de nascidos vivos, no período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL: Número de óbitos de crianças menores de um ano de idade, no período X 1.000 Número de nascidos vivos, no período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL: Número de óbitos de crianças nas 1ºs 4 semanas de vida, no período X 1.000 Número de nascidos vivos, no período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE: Número de óbitos de crianças na primeira semana de vida, no período Número de nascidos vivos, no período X 1.000 X 1.000 ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL TARDIA: Número de óbitos de crianças na 2º, 3º e 4º semanas de vida, no período X 1.000 Número de nascidos vivos, no período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE PÓS-NEONATAL: Número de óbitos de crianças de 28 dias até um ano de idade, no período X 1.000 Número de nascidos vivos, no período ♦ COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL: Número de óbitos fetais (com 22 semanas ou mais de gestação) acrescido do número de óbitos na primeira semana de vida, no período X 1.000 Número de nascidos vivos e natimortos, no período ♦ COEFICIENTE DE NATIMORTALIDADE: Número de natimortos, no período X 1.000 Número de nascidos vivos e de natimortos,no período ♦ MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS: Número de óbitos por determinada causa (ou grupo de causas) , no período X 100 Todos os óbitos, no período ♦ MORTALIDADE PROPORCIONAL DE MENORES DE UM ANO: Número de óbitos de crianças menores de um ano de idade, no período X 100 Todos os óbitos, no período ♦ MORTALIDADE PROPORCIONAL DE 50 ANOS OU MAIS (SWAROOP UEMURA): Número de óbitos de maiores de de 50 anos, no período Todos os óbitos, no período ♦ COEFICIENTE DE LETALIDADE: Número de óbitos por determinada doença Número de casos da mesma doença X 100 (ou 1.000) X 100