26l Quinta-feira, 18 de outubro de 2012 l Jornal de Brasília ECONOMIA Dólar Inflação Poupança pré R$ 2,031 0,57% 0,5000% Euro Selic Poupança pós R$ 2,665 7,25% 0,4273% CONSUMO Dinheiro perde espaço JOSEMAR GONÇALVES l Cada vez mais os brasileiros estão trocando o uso da cédula pelos cartões posse de cartões de crédito, débito e de rede/loja na população aumentou de 68% em 2008 para 75% em 2012, segundo a 5ª edição da pesquisa anual sobre o mercado de cartões, encomendada pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) ao Instituto Datafolha. Nos estabelecimentos comerciais, os meios eletrônicos de pagamento também ganharam mais espaço e respondem pela maior fatia de faturamento, com 58%. O cheque foi o meio de pagamento que mais perdeu espaço nos estabelecimentos comerciais, caindo de 7% em 2008 para 3% em 2012. O uso do dinheiro em espécie caiu de 43% para 38%. O estudo ouviu consumidores e estabelecimentos comerciais de 11 capitais brasileiras durante os meses de junho e julho, registrando a opinião de aproximadamente 4 mil pessoas. A pesquisa foi apresentada pelo presidente da Abecs, Claudio Yamaguti, no 7º Congresso de Meios de A Pagamento (Cmep). O cartão de débito é o que apresenta maior representatividade entre consumidores em diversos indicadores, como posse, hábito de uso, preferência e participação nos gastos mensais do consumidor. Nos últimos quatro anos, a posse dos cartões de débito foi a que mais cresceu, subindo de 53% em 2008 para 62% em 2012. O cartão de crédito vem em seguida, tendo aumentado de 48% em 2008 para 52% em 2012, enquanto a posse do cartão de loja/rede avançou de 26% em 2008 para 28% em 2012. TENDÊNCIA Nos estabelecimentos comerciais, os meios eletrônicos respondem por mais da metade do faturamento dos estabelecimentos e sua participação tem aumentado a cada ano, atingindo 58% em 2012. O cartão de crédito é o meio que possui a maior fatia, com 37%, seguido pelo dinheiro em papel (32%) e pelo cartão de débito (21%). O presidente da Abecs disse que a tendência é de que o número de brasileiros com cartão continue crescendo. O aumento, estima Claudio Yamaguti, deve ficar entre dois e três pontos porcentuais no próximo ano. Para o executivo, os 75% de posse de cartões pelo brasileiro indicam que o cartão já é parte da vida das pessoas no dia a dia. CONJUNTURA SAIBA + O hábito de compra pela internet com cartão de crédito cresceu nos últimos dois anos. O número de pessoas que costumam pagar com cartões de crédito na internet avançou de 13% em 2010 para 20% em 2012, segundo a Abecs. O parcelamento sem juros nos cartões de crédito é um instrumento que não vai acabar, disse o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs. Teles acrescentou que há exageros no uso do parcelamento. DISPUTA Índice de confiança da indústria é menor O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de outubro, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recuou após dois meses de alta e chegou a 56,2 pontos, baixa de 1,2 ponto em relação ao indicador de setembro, de 57,4 pontos. O Icei da CNI varia de zero a cem. Nessa escala, valores abaixo de 50 pontos representam pessimismo e indicadores acima de 50 pontos significam otimismo. A pesquisa da CNI informa, no entanto, que o índice de outubro deste ano é 1,8 ponto maior que os 54,6 pontos de outubro de 2011. Segundo a CNI, a queda em outubro Os cartões de débito e de crédito vêm crescendo a cada ano na preferência dos consumidores se deveu ao declínio registrado tanto nos indicadores de avaliação das condições atuais da economia e da empresa, quanto sobre as perspectivas para os próximos seis meses, itens que compõem o Icei. O indicador que mede a percepção dos empresários sobre a situação presente da economia e da sua empresa recuou 1,1 ponto sobre setembro, para 48,2 pontos e continuando abaixo, portanto, da linha dos 50 pontos. Já as perspectivas para os próximos seis meses sobre a economia e a empresa recuaram 1,3 ponto, de 61,5 pontos no mês anterior para 60,2 pontos em outubro. Geração de emprego caiu 28% em setembro A geração de empregos formais no país em setembro foi a pior para o mês desde setembro de 2002, segundo informou ontem o Ministério do Trabalho e Emprego, através do Caged (Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados), publicado mensalmente. Foram criadas 150.334 vagas com carteira assinada no mês passado, uma redução de 28% em relação ao mesmo mês de 2011 (209.078). Em relação ao total de vagas criadas no mês anterior, houve um crescimento de 0,39% em setembro. No acumulado do ano, a expansão do nível de emprego atinge 4,15%, um aumento de 1.574.216 postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses houve uma expansão de 3,68%. Esse saldo foi resultado de 1.664.747 admissões e 1.514.413 desligamentos, o segundo maior volume para o período. No Distrito Federal, o nível de emprego manteve-se praticamente estável (25 novos postos) em relação ao estoque do mês anterior. No DF, foram admitidas 25.897 pessoas e 25.872, desligadas. Segundo o estudo, no País praticamente todos os setores tiveram expansão do nível de emprego no mês, com exceção de agricultura, que teve um recuo de 1,13% no período, equivalente a cerca de 19 mil vagas. Apresentaram expansão a indústria de transformação (0,80%), o setor de serviços (0,35%), o comércio (0,42%) e o setor de construção civil (0,33%). Além disso, todas as regiões apresentaram expansão no número de vagas, com o Centro-Oeste aumentando em 5.414 postos a mais.