Universidade Castelo Branco PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM MEDICINA VETERINÁRIA HIPOA (Higiene e Inspeção de Produtos de origem animal) Turma/2005 A importância da Mastite na Saúde Pública Autora: Carina Merlo Baroni Orientador: Prof. Eduardo Alexandre Hofstatter SÃO PAULO 2007 2007 Carina Merlo Baroni A importância da Mastite na Saúde Pública Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação “Latu Senso” em HIPOA da Universidade Castelo Branco, como requisito para a obtenção do Título de Especialista em HIPOA. Orientador: rientador Prof. Eduardo Alexandre Hofstatter São Paulo 2007 RESUMO O leite é considerado o mais nobre dos alimentos, por sua composição rica em proteínas, gordura, sais minerais e vitaminas, tendo altas propriedades nutricionais, muito importantes para o desenvolvimento, principalmente dos neonatos. A qualidade do leite é influenciada por muitos variáveis, entre os quais destacam-se fatores zootécnicos associados ao manejo, alimentação, potencial genético dos rebanhos e fatores relacionados a obtenção e armazenamento do leite. Uma das causas que exerce influencia extremamente prejudicial sobre a composição d as características físico-químicas do leite é a Mastite. A Mastite é considerada a principal doença que afeta os rebanhos leiteiros no mundo, é aquela que proporciona as maiores perdas econômicas na sua exploração. Os principais componentes para o custo da Mastite são: perdas de produção de leite em função da Mastite subclínica, custos de descarte e morte prematura e prejuízos da indústria por redução na qualidade e rendimento industrial de derivados. Além das perdas financeiras, A Mastite também proporciona graves problemas de saúde pública, a partir do momento em que um leite contaminado, que deveria ser descartado, é comercializado e consumido. Palavras chave: Mastite, Saúde Pública, Manejo. ABSTRACT Milk is considered noblest of foods, for its rich composition in proteins, fat, leaves minerals and vitamins, having high nutricionais properties, very important for the development, mainly of the neonatos. The quality of milk is influenced by many 0 variable, among which zootécnics factors are distinguished associates to the handling, feeding, genetic potential of the flocks and related factors the attainment and storage of milk. One of the causes that exert extremely influences harmful on composition d the characteristics physicist-chemistries of milk is the Mastit. The Mastit is considered the main illness that affects the milk flocks in the world, is that one that provides the biggest economic losses in its exploration. The main components for the cost of the Mastite are: losses of milk production in function of the Mastit sub-clinic, costs of discarding and premature death and damages of the industry for reduction in the quality and industrial income of derivatives. Beyond the financial losses, the Mastite also provides serious problems of public health, from the moment where a contaminated milk, that would have to be discarded, is commercialized and consumed. Keywords: Mastit, Public Health, Handling SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ 01 CAPÍTULO 1: Ordenha: a utilização de técnicas adequadas evita muitas doenças 04 1.1 O reflexo para a ejeção do leite ..................................................................... 04 1.2 Técnicas de estimulo das tetas ....................................................................... 06 1.2.1 Pré-estimulação ............................................................................................ 06 1.2.2 Pós-estimulação ............................................................................................ 07 1.3 A importância de uma ordenha eficiente ...................................................... 07 1.3.1 Freqüência e intervalo entre ordenhas ...................................................... 08 1.4 Rotinas de ordenha ......................................................................................... 11 1.5 Tratamento das tetas para prevenção de Mastite ........................................ CAPÍTULO 2: Mastite: uma patologia diretamente relacionada com a produção e qualidade do leite 2.1 O que é Mastite? ............................................................................................. 11 13 2.2 Etiologia ........................................................................................................... 13 2.3 Agentes Causadores ........................................................................................ 14 2.3.1 Mastite Subclínica ....................................................................................... 2.4 Diagnóstico ...................................................................................................... 15 17 2.4.1 Teste da caneca de fundo escuro ................................................................ 17 2.4.2 Método pelo uso do CMT ............................................................................ 17 2.4.3 Método por medição do pH ........................................................................ 19 2.4.4 Diagnóstico Laboratorial ............................................................................ 20 2.4.4.1 A escolha do antibiótico intramamário ................................................... 20 2.4.4.2 Como aplicar os dados de isolamento bacteriano ao manejo ............... 21 2.4.4.3 Como aplicar resultados laboratoriais ao manejo ................................. 21 2.5 Medidas Profiláticas ....................................................................................... 22 2.6 Medidas Curativas .......................................................................................... 24 2.7 Tratamentos .................................................................................................... 25 CAPÍTULO 3: Como produzir um leite de qualidade e quais os prejuízos que a Mastite pode causar 3.1 Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do leite .............................. 13 28 28 3.1.1 Obrigações apresentadas na Norma .......................................................... 28 3.1.1.1 Equipamentos para refrigeração ............................................................. 29 3.1.1.2 Transporte ................................................................................................. 29 3.1.1.3 Análise do leite .......................................................................................... 29 3.1.1.4 Limites de contaminação bacteriana ...................................................... 29 3.1.1.5 Medidas de Higiene ................................................................................... 30 3.1.1.6 Refrigeração .............................................................................................. 30 3.1.1.7 Tempo de conservação ............................................................................. 31 3.1.1.8 Controle da Mastite .................................................................................. 31 3.1.1.9 Conhecimento sobre a contaminação do leite por medicamentos antimicrobianos 31 3.1.1.10 Práticas de Manejo na obtenção do leite .............................................. 31 3.2 Prejuízos causados pela mastite .................................................................... 32 3.2.1 Perdas na economia ..................................................................................... 32 3.2.2 Prejuízos e conseqüências para a Saúde Pública ...................................... 33 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 36 INTRODUÇÃO O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo, com cerca de 21 bilhões de litros/ano, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de 1998, apresentando uma evolução média de 3,3 % ao ano no período de 1980 a 1998, com destaque para os anos de 1995 e 1996, em que o crescimento da produção foi de nove e 11%, respectivamente (GOMES, 2001). O leite é considerado o mais nobre dos alimentos, por sua composição rica em proteína, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas. Além de suas propriedades nutricionais, o leite oferece elementos anticarcinogênicos, presentes na gordura, como o ácido linoléico conjugado, esfingomielina, ácido butírico, β caroteno, vitaminas A e D. A qualidade do leite in natura é influenciada por muitas variáveis, entre as quais se destacam fatores zootécnicos associados ao manejo, alimentação, potencial genético dos rebanhos e fatores relacionados à obtenção e armazenagem do leite. A higienização das tetas antes da ordenha, contribui para melhorar a qualidade do leite e para prevenir e controlar as infecções da glândula mamária (PANKEY, 1989). Uma das causas que exerce influência extremamente prejudicial sobre a composição e as características físico-químicas do leite é a mastite, acompanhada por um aumento na contagem de células somáticas (CCS) no leite. Além do aumento do número de células somáticas, a mastite provoca alterações nos três principais componentes do leite, gordura, proteína e lactose. Enzimas e minerais também são afetados. A mastite, acompanhada de altas CCS, está associada a diminuição da concentração de lactose no leite. A extensão do aumento da CCS e as mudanças na composição do leite estão diretamente relacionadas com a superfície do tecido mamário atingido pela reação inflamatória. Portanto há uma relação direta entre a CCS e a concentração dos componentes do leite (SCHÄELLIBAUM, 2000). As células somáticas encontradas no leite pertencem a dois grupos: as células epiteliais secretoras de leite e os leucócitos. O número e a proporção desses tipos celulares são influenciados pelos estados fisiológicos e patológicos da glândula mamária (SOUZA, 2004). A mastite é considerada a principal doença que afeta os rebanhos leiteiros no mundo e aquela que proporciona as maiores perdas econômicas na sua exploração. Os principais componentes para o custo da mastite são: perdas de produção de leite em função da mastite subclínica; custo nos casos de mastite clínica; custos do descarte e morte prematura e prejuízos da indústria por redução na qualidade e rendimento industrial de derivados (SANTOS, 2003). A mastite sub-clínica é definida como a ocorrência de uma infecção na glândula mamária sem apresentar sintomas de alteração visual do leite (grumos). Vários levantamentos realizados de 1970 até hoje apontam alta incidência desta doença nos rebanhos brasileiros, com índices variando de 11,9% a 58,8% de vacas infectadas (NADER FILHO et al., 1985; BALDASSI et al., 1991), sendo que todos os rebanhos leiteiros do Brasil apresentam mastite subclínica em maior ou menor grau. Os efeitos da mastite no desempenho das vacas leiteiras não são facilmente quantificados pois existe grande variabilidade na resposta da produção de leite em relação à mastite (LESCOURRENT & COULON, 1994). Além da causa infecciosa, a mastite pode ter outras: traumática, metabólica, fisiológica, alérgica e até mesmo psicológica. A Mastite infecciosa é considerada a mais importante porque não é auto-limitante, podendo evoluir eventualmente para um quadro de septicemia. É contagiosa, apresenta baixa porcentagem de cura espontânea. Além de representar um potencial risco a saúde do consumidor por veicular agentes etiológicos de zoonoses (COSTA, 1998). No Brasil pode-se deduzir que, em função da alta prevalência de mastite nos rebanhos, possa ocorrer perda de produção entre 12 e 15%, o que significa um total de 2,8 bilhões de litros/ano em relação à produção anual de aproximadamente 21 bilhões de litros (SANTOS, 2003). Mesmo com o estudo e desenvolvimento de diversas estratégias de controle e prevenção, a mastite continua sendo a doença que mais causa prejuízos à indústria leiteira, afetando diretamente o produtor, a indústria processadora e o consumidor final (SANTOS, 2003). 1. Ordenha: a utilização de técnicas adequadas evita muitas doenças. 1.1 O reflexo para a ejeção do leite Durante a ordenha e no ato de mamar, receptores nervosos existentes na pele da teta, sensíveis à pressão, são ativados. Esta estimulação mecânica emite impulsos para a glândula pituitária, localizada no cérebro, que libera o hormônio oxitocina. Este hormônio é transportado para o úbere através da corrente sangüínea. Na glândula mamária, o hormônio provoca a contração das células mioepiteliais que envolvem os alvéolos fazendo com que o leite que está no seu interior seja pressionado, fluindo para os dutos condutores e deste para a cisterna (BRITO, 2000). O tempo entre o início da estimulação e a ejeção do leite ("descida do leite") é em torno de 30 a 60 segundos, mas varia de vaca para vaca e também depende do estágio de lactação em que a vaca está. Também depende do número de vezes em que a oxitocina é momentaneamente secretada. Sua liberação ocorre uma vez durante a ordenha. Pesquisas recentes têm, no entanto, indicado que a oxitocina é liberada totalmente durante o processo de ordenha. O reflexo da ejeção do leite, incluindo a liberação da oxitocina, pode ser estimulado de muitas maneiras tais como o toque na teta e a alimentação durante a ordenha, porém o estímulo mais eficiente para a ejeção é a visão ou audição do bezerro (REIS, 2003). Uma ótima técnica de ordenha é aquela em que ocorre imediatamente após a mamada. O ato de mamar inclui a pré-estimulação, a sucção e a pós-estimulação(BRITO, 2000). Ejeção do reflexo do leite. Estimulação dos tetos (1), causado pela força da transmissão do impulso via cordão espinhal (2) para a glândula pituitária (3) onde a oxitocina é produzida e então transportada para o úbere através do sangue (4). (www.mcguido.vet.br/fisio_gl_mamaria.htm em: 14/11/2006) Um alvéolo contraído (http://www.delaval.com.br/Dairy_Knowledge/EfficientMilking/Milking_Technology.htm em 10/10/2006) 1.2 Técnicas de estímulo das tetas 1.2.1 Pré-estimulação A pré-estimulação é em geral o procedimento executado antes da instalação da unidade de ordenha, incluindo o ato de lavar e secar as tetas, sua massagem e a extração dos jatos na caneca de fundo preto para controle visual do leite (mastite). Durante a pré-estimulação receptores existentes nas tetas são estimulados e o reflexo para ejeção do leite é ativado. Isto resulta na ejeção do leite quando a oxitocina é liberada e conduzida pela corrente sanguínea até as células mioepiletais fazendo com que estas se comprimam, expulsando o leite. Nos primeiros minutos há um alto fluxo de leite e, portanto, uma remoção eficiente é resultado de uma pré-estimulação adequada. Com o início da ejeção do leite, a unidade de ordenha deve ser instalada. Quando não há atraso entre o fluxo de leite vindo da cisterna e o fluxo vindo da área dos alvéolos significa que houve um tratamento adequado nas tetas em nível de pré-estímulo. A préestimulação pode ser feita manualmente ou pela máquina. No entanto, até agora, nós não dispomos de uma opção mecânica tão eficiente quanto às mãos (LOPES, 2000). A ejeção do leite pode ser estimulada de diferentes maneiras, tais como a estimulação pelo tato, pela visão ou audição do bezerro, o barulho da ordenhadeira e em alguns casos fornecendo comida concentrada. (babcock.cals.wisc.edu/.../de_html/ch21.pt.html em 07/11/2006) 1.2.2 Pós-estimulação A pós-estimulação pode ser entendida como um procedimento em que se manipula a teta e o úbere geralmente após o fluxo de leite diminuir ou interromper. O repasse a máquina ou a mão podem ser exemplos. Em experimentos com vacas em ordenha, foi verificado que o uso da máquina no repasse ou uma extra pós-estimulação (no último minuto da ordenha quando passa da ordenha com máquina para a ordenha com a mão) resulta em quatro a cinco por cento de maior produção de leite. Em outras espécies quando a sucção continua apos o estímulo da descida do leite, foi verificado uma produção mais alta de leite. 0 efeito na produção de leite em função da pós estimulação pode ser entendido pela ativação local de reguladores no interior do úbere. Estes mecanismos podem influenciar o esvaziamento do úbere e também a capacidade das células em secretar o leite (PEIXOTO, 1999). 1.3 A importância de uma ordenha eficiente. Uma ordenha eficiente é um ponto importante a ser considerado na tecnologia e na rotina dos produtores de leite. As razões para que isso seja considerado são multas. Uma ordenha eficiente resulta em uma alta colheita de leite, além de proporcionar uma quantidade maior de gordura nele, quando o úbere é esvaziado completamente (a última porção do leite tem um alto conteúdo de gordura), ou seja, o produtor, que recebe por litro e quantidade de gordura no leite, consegue ganhar mais. Estudos comprovam que o conteúdo de gordura nos últimos jorros de leite é bastante alto (entre 15 e 20%) (BRITO, 2000). Descobertas recentes dão suporte à idéia da importância de uma remoção eficiente de leite, pois se observou que o leite contém uma proteína que atua como um inibidor controlando a secreção das células. Este inibidor é sintetizado na presença de leite nos alvéolos. Ele atua diretamente nas células secretoras de leite e por isto é importante esvaziar os alvéolos da maneira mais completa possível (LUCCI, 1997) . Uma típica curva mostrando o aumento no percentual de gordura consecutiva de frações retiradas durante uma ordenha normal e após uma injeção de oxitocina para remover o leite residual (Adaptado de, J. Johansson, Acta Agric Scandinavia. 2:82,1952). (http://www.delaval.com.br/Dairy_Knowledge/EfficientMilking/Milking_Technology.htm em 10/10/2006) 1.3.1 Freqüência e intervalos entre ordenhas Existe uma grande variação entre intervalos de ordenha nos países produtores de leite. Na maioria dos países intervalos entre ordenhas de 8 - 16 horas são uma prática comum em função do trabalho envolvido. Em grandes fazendas o intervalo de 12 horas é uma prática comum. O intervalo de 12 horas é a melhor opção com duas ordenhas diárias. A produção de leite (em kg) aumenta ligeiramente em porcentagem com intervalos constantes, comparado as ordenhas com intervalos diferentes, isso ocorre devido a secreção de leite diminuir dez horas após a ordenha anterior, enquanto a pressão de leite no interior do úbere aumenta. Quando o animal permanece trinta e cinco horas sem ser ordenhado a secreção de leite é interrompida. A prática de se ordenhar duas vezes ao dia tem sido uma prática comum nos países industriais, principalmente em função do trabalho envolvido nas fazendas. No entanto, em alguns países onde a mão de obra era disponível praticava-se ordenhas mais freqüentes. Durante as últimas décadas têm-se enfocado novamente a prática de ordenhas mais freqüentes, principalmente em função de maior produtividade dos rebanhos. Mudando-se de duas para três ordenhas diárias obtém-se um aumento significativo na produção de leite. Dados publicados mostram aumentos de 5 a 25% de leite por dia. Além disso, a lactação toma-se mais persistente e prolongada. A razão por que há um aumento na produção de leite com maior freqüência de ordenha pode ser pela liberação mais freqüente dos hormônios que estimulam a secreção de leite da glândula mamária. Ordenhas freqüentes têm tanto efeito a longo com em curto prazo. O efeito em curto prazo é um acréscimo na produção de leite devido ao aumento na atividade das células secretoras, enquanto que o efeito de longo prazo é um aumento na produção pelo aumento do número de células secretoras de leite. O efeito de longo prazo indica que é possível influenciar o número de células secretoras ao longo de uma lactação, o que é importante para a capacidade produtiva do animal (VASCONCELOS, 1990). Efeito de curto, médio e longo prazo na lactação decorrente de 3 ordenhas diárias. (Adaptado de Hammann & Dodd, Machine milking and lactation, ed Braml£,y el al, 1992). (www.mcguido.vet.br/fisio_gl_mamaria.htm em: 14/11/2006) Tem-se notado que com uma freqüência maior de ordenhas, há uma melhora na saúde do úbere. No entanto deve-se observar que as tetas apresentam um número maior de feridas com o aumento da freqüência das ordenhas. Por outro lado, a relação de novas infecções e o nível de células somáticas no leite tende a diminuir. Ordenhas mais freqüente eliminam um maior número de bactérias da glândula mamária, o que parcialmente pode explicar uma melhor saúde do úbere (BRITO 2000). O consumo de alimentos parece ser influenciado pela freqüência de ordenha. Tem-se observado em algumas experiências que um aumento na produção de leite de 10-15% leva a um aumento no consumo de alimento de 3-5%. Freqüência de Ordenha II III IV Rendimento da ordenha 100 % 114% 115% Alimento seco ingerido 100% 103% 104% Aumento no consumo de matéria seca (0/0) e produção de leite(%) quando a vaca é ordenhada de 3 a 4 vezes por dia comparado a duas ordenhas diárias (Adaptado de lpema & Benders, In Proc. Int. Symp. on Prospects for Áutomatic Milking, 1992). (Paschoal, 2006) Talvez, o beneficio mais importante de uma freqüência maior de ordenhas seja o bem estar oferecido ao animal. Tem se observado que as vacas de maior produção não se deitam nas últimas horas antes da ordenha. Além do mais, muitas das vacas de maior produção, produzem acima de 60 kg de leite por dia e são ordenhadas 2 vezes por dia com intervalos de 8 - 16 horas entre as ordenhas. Isto significa que estas vacas produzem aproximadamente 40 kg de leite na ordenha da manhã. Vacas com quantidades tão grandes de leite na glândula mamária estão expostas a uma pressão excessiva no úbere que inquestionavelmente causa desconforto. Em resumo, um aumento na seqüência de ordenha afeta a vaca de alta produção de maneira positiva no que diz respeito à produção, saúde e o bem estar do animal de acordo com as observações correntes. Uma ordenha mais freqüente do que 2 vezes ao dia é também mais conveniente à necessidade e comportamento do animal, uma vez que o bezerro mama freqüentemente de 4 a 7 vezes ao dia (PASCHOAL, 2006). 1.4 Rotinas de ordenha Para se obter uma alta produção de leite, não basta apenas considerar o potencial genético e a alimentação do animal, deve-se também oferecer ao animal rotina e equipamentos de ordenha adequados. A rotina de ordenha deve ser executada de forma consistente, incluindo diferentes etapas tais como: limpeza manual das tetas, teste com caneca para controle de mastite e pósdipping. Uma rotina constante (limpeza e secagem das tetas em torno de 30 segundos e a colocação do conjunto de ordenha no máximo 60 segundos após a estimulação-descida do leite) resulta em um acréscimo da produção total em torno de 450 kg (PEREIRA, 2001). As tetas e o úbere devem ser limpos e secos para garantir uma boa qualidade do leite. As contaminações bacterianas pelo esterco e esporos devem ser minimizadas. As tetas devem ser limpas com toalhas diferentes para cada vaca, de modo a prevenir a transmissão de mastite patogênica entre as vacas. Se possível cada canto da toalha deve ser usado separadamente para cada teta para prevenir a transmissão de patógenos entre elas (LOPES, 2000). 1.5 Tratamento das tetas para prevenção de Mastite O que o produtor pode fazer para evitar a mastite? Geralmente pode-se dizer que uma boa rotina de ordenha higiênica é um pré-requisito. Recomenda-se uma preparação da ordenha, onde se deve limpar e enxugar as tetas com toalhas individuais contendo desinfetante. Vacas com mastite ou vacas com um maior número de células somáticas devem ser ordenhadas no final da ordenha do grupo e a prática de pós dipping das tetas deve ser feita. Assegurar um nível alto de higiene no meio ambiente é um importante fator para manter as vacas limpas bem como suas baias. Por último e de grande importância é a manutenção periódica do equipamento de ordenha (BATTISTON, 1986). Como o equipamento de ordenha influencia a mastite? O equipamento de ordenha pode facilitar a transmissão de patógenos entre vacas e entre quartos de úbere. A ação do equipamento de ordenha pode também causar a migração de bactérias do exterior da teta para seu interior em função de autuações excessivas de vácuo. Além do mais, flutuações de vácuo no coletor podem fazer com que o leite passe de um copo para o outro (VASCONCELOS, 1990). O esfíncter pode ser afetado pelo equipamento de ordenha resultando em lesões nas tetas, as quais serão colonizadas por bactérias. Níveis excessivos de vácuo, sobreordenha e pulsação inadequada (Insuficiente ou fase de massagem muito pequena) são fatores que podem causar danos nas tetas. Estes exemplos demonstram a importância de como o equipamento de ordenha deve ser fabricado e também como o produtor deve observar seu manuseio. Ao se fabricar um equipamento de ordenha é muito importante verificar que este não irá afetar a teta negativamente (PEIXOTO, 1999). Um método para se medir o grau de lesão na teta foi desenvolvido, onde se compara o tamanho da teta antes e após a ordenha. Se a ordenha é executada de maneira devida, é improvável que ela sofra alguma alteração após a ordenha, em comparação ao seu tamanho antes da ordenha. No entanto, lesões nas tetas ou anormalidades que não sejam causados pelo equipamento de ordenha não são raridade. Por isto deve-se ter em mente que diversos fatores do meio ambiente podem afetar a teta ou a saúde do úbere (REIS, 2003). 2. Mastite: uma patologia diretamente relacionada com a produção e qualidade do leite 2.1 O que é Mastite? A Mastite ou mamite é uma enfermidade da glândula mamária, que se caracteriza por processo inflamatório, quase sempre decorrente da presença de microorganismos infecciosos, interferindo diretamente na função do órgão, uma vez que uma vaca com mastite tem a sua produtividade de leite diminuída, podendo chegar ao nível de perda entre 15 e 20 % em relação à produção Láctea normal (MACHADO, 2000). As mastites interferem também na qualidade do leite, observando-se teores menores de açúcares, proteínas e minerais como a lactose, caseína, gordura, cálcio, fósforo e um aumento significativo de imunoglobulinas, cloretos e lipases, ficando o leite impossibilitado de ser consumido e utilizado para fabricação de seus derivados como iogurtes, queijos etc., sem considerar os prejuízos causados pela condenação do leite na plataforma da usina (CARVALHO, 2004). 2.2 Etiologia Conforme PEIXOTO (1999), podemos citar como principais causas de mastite as seguintes situações. • Alérgica • Fisiológica • Infecciosa • Metabólica • Psicológica • Traumática Existem três tipos de injúria, que podem levar ao aparecimento de uma Mastite: a química, a física e a biológica. Outros fatores são predisponentes e importantes ao aparecimento da infecção da glândula mamária, tais como: • Conformação e tamanho do úbere • Tamanho e formação dos tetos • Força dos ligamentos suspensórios do úbere • Boa integridade e oclusão dos tetos Um fator extremamente importante como causador de mastites é as falhas de assepsia durante o processo de ordenha como contaminação das mãos do ordenhador, problemas com ordenhadeiras mecânicas, vasilhames contaminados, contaminação ambiental etc (BRITO 2000). 2.3 Agentes causadores Mastites são causadas por agentes bacterianos Gram + e Gram -, sendo classificadas em • Mastites clínicas • Mastites subclínicas • Mastites agudas • Mastites crônicas Fontes e métodos mais comuns de transmissão bacterianas causadoras de mastite. Porcentagem de Tipo de bactéria Fonte principal Principais métodos de transmissão infecções Streptococcus Quarto para quarto; vaca à vaca durante > 40% Úbere infectado agalactiae Staphylococcus aureus ordenha * Úbere infectado, maciez Quarto para quarto, vaca à vaca durante do teto ordenha* Cama, esterco Ambiente para vaca Esterco Ambiente para vaca 30 - 40% Streptococci 5 - 10% ambientais** Coliformes*** <1% **Streptococcus uberis and streptococcus dysgalactiae *** Escherichia coli , Enterobacteri aerogenes , Klebsillia pneumoniae. babcock.cals.wisc.edu/.../de_html/ch23.pt.html em: 06/12/2006 2.3.1 Mastite Subclínica As mastites subclínicas são as mais importantes, pois se estima que, para cada vaca com mastite clínica, existam nove com mastite subclínica, com uma relação de 1:9 e são as que causam mais prejuízos ao criador, pois diminuem a produção total do leite (REIS, 2003). Ao contrário da mastite clínica, a mastite subclínica é branda e mais difícil de ser detectada. A vaca se apresenta sadia, o úbere não mostra nenhum sinal de inflamação e o leite parece normal. Entretanto, microorganismos e células somáticas, são encontrados em número elevado no leite. Caracteriza-se pela redução na produção total e pela alteração na composição do leite, sem que haja sinais de processos inflamatórios ou fibrosamento (PEREIRA, 2001). Desenvolvimento da mastite e a defesa da vaca contra a infecção (babcock.cals.wisc.edu/.../de_html/ch23.pt.html em 06/12/2006) Conforme PEREIRA (2001), a redução na produção de leite e as perdas financeira, são maiores nas propriedades com ocorrência de mastite subclínica pois: • A grande maioria de casos de mastite são subclínicos (em média, para cada caso clínico, existem 20 a 40 casos subclínicos) • A redução na produção de leite devido à mastite subclínica tende a persistir por períodos longos, e, portanto subestima a produção de vacas infectadas. O controle da mastite subclínica é mais importante do que simplesmente o tratamento de casos clínicos por que: • As vacas que têm mastite subclínica são reservatórios de organismos que levam à infecção de outras vacas • A maioria dos casos clínicos começa como subclínicos; portanto, controlar a mastite subclínica é a melhor forma de reduzir casos clínicos. 2.4 Diagnóstico Atualmente vários métodos têm sido desenvolvidos para o diagnóstico das Mastites, sendo que muitos são importantes para que se identifique de uma maneira bem simples um quarto contaminado (FERNANDES, 2006). Segundo FIGUEIREDO (1995), os métodos mais utilizados para diagnóstico de uma infecção mamária, são as seguintes: 2.4.1 Teste da caneca de fundo escuro O processo consiste no exame em uma bandeja, de fundo escuro ou telado, dos primeiros jatos de leite, antes da ordenha, em que se busca a presença de resíduos como grumos, filamentos, coágulos, pus e sangue. Este teste é usado para a observação da ocorrência da mastite clínica. 2.4.2 Método pelo uso do CMT (California Mastitis Test). É uma prova de diagnóstico pela adição de uma substância reativa aos jatos de leite, dentro de uma bandeja especial, tipo uma raquete. Neste método devem-se desprezar os primeiros jatos de leite. Ele baseia-se no aumento de células somáticas presentes no leite que reagem com o reativo, um detergente aniônico. A avaliação do teste de CMT, segue um padrão determinado sobre o grau do aumento da viscosidade numerada em uma, duas ou três cruzes. Seqüência de como se deve proceder ao teste e a obtenção dos resultados (www.infovets.com/demo/demo/smrm/D100.HTM em: 11/01/2007) A avaliação consiste na seguinte classificação: • Leite é considerado normal quando for classificado como traços ou negativo • Leite é considerado anormal quando for classificado como 1, 2 ou 3 Obs: Quando a vaca apresenta Tamis negativo e CMT positivo, a mastite é denominada subclínica. No trabalho realizado por Philpot (1984), estabeleceu-se uma correlação entre os dados de perda da produção leiteira, com os testes de CMT, com os seguintes resultados: • CMT +1, perda de 10 a 11%. • CMT + 2, perda de 16 a 26%. • CMT + 3, perda de 25 a 46%. Para se ter uma avaliação mais ampla, e uma situação do grau de comprometimento de todo o rebanho, deve-se fazer o CMT nos tanques, observando-se os seguintes dados: • Negativo - 0% • Traços - 0,6% • Uma + - de 7 a 36% • Três +++ - mais de 80% do rebanho está comprometido 2.4.3 Método por medição do pH O método se baseia na medição do ph do leite, utilizando-se um papel indicador de pH. O leite com um pH na faixa de 6,4 e acima de 6,8, portanto com pH alcalino é considerado normal. É um teste muito subjetivo, pois se o pH está de ligeiramente alcalino acima de 6,8, devido ao extravasamento do plasma sanguíneo, suspeita-se apenas de um processo inflamatório e no caso de um processo infeccioso, o pH pode estar ácido ou alcalino, dependendo do tipo de microorganismo que possa aparecer. 2.4.4 Diagnóstico Laboratorial Conforme trabalho de FERNANDES (2006), há discussão em torno do emprego do diagnóstico laboratorial de mastites bovinas na rotina de granjas leiteiras versa basicamente sobre dois pontos: • O "alto" custo do exame. • A urgência na escolha da consulta terapêutica. O produtor não pode esperar 48 h após o envio da amostra ao laboratório (tempo médio para obtenção de resultados de isolamento do agente e antibiograma) para tomar uma decisão. Neste período ele perde 4 ordenhas, ou seja, 12 litros de leite, em média, se considerarmos apenas um teto afetado de uma vaca de boa produção (241/dia) e, dependendo da evolução do quadro clínico, podendo comprometer irreversivelmente a saúde da glândula mamária. Por outro lado, o isolamento bacteriano de vacas "mastiteiras" e respectivo antibiograma são ferramentas imprescindíveis no diaa-dia da granja de leite. Neste boletim técnico, faremos uma abordagem mais ampla sobre o tema e mostraremos que não é preciso necessariamente esperar o resultado de isolamento e antibiograma para escolha do antibiótico intramamário. Além de ser úteis para confirmar o diagnóstico clínico, os resultados laboratoriais sugerem possíveis correções no manejo, que podem reduzir sensivelmente as recidivas. 2.4.4.1 A Escolha do Antibiótico intramamário Segundo REIS (2003), uma vez detectada a mastite, alguns fatores devem ser levados em consideração para a escolha do antibiótico intramamário a ser adotado: • Espectro de ação; • Fácil adaptação ao manejo (que não altere a rotina da propriedade); • Período de retirada (em quantas horas após a última aplicação se pode comercializar o leite); • Histórico de sucesso anterior no rebanho; • Sucesso reconhecido na região; • Resultados de testes de sensibilidade; • Natureza da infecção (bactérias G(+), G(-), fungos e algas); • Custo-benefício favorável. 2.4.4.2 Como aplicar os dados de isolamento bacteriano ao manejo As principais bactérias causadoras de mastites possuem comportamentos distintos, como habitat, forma de colonização do úbere, etc. Suas presenças no leite ou no interior do úbere como conseqüentes detecções laboratoriais indicam que falhas no manejo podem estar ocorrendo, e com algumas medidas práticas as recidivas podem ser evitadas (CARVALHO, 2004). 2.4.4.3 Como aplicar resultados laboratoriais ao manejo Característica de Agente isolado Revisão do equipamento de Tratamento no ordenha período seco* Tratamento clínico imediato Medidas básicas de higiene colonização. Colonizam o canal do teto, estrategicamente S. aureus Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. - - posicionado para entrar no úbere. Streptococcus Colonizam a pele externa uberis/Streptococcus do úbere com ou sem dysgalactiae lesão. Sobrevive no leite e em Sim, podem ser isolados das lesões no úbere. mãos do ordenhador em até Streptococcus Permanece viáveis no Sim. 10 dias após a última agalactiae máximo 3 semanas fora ordenha. desse habitat. Sim, intramamário e E. coli Ambiente. Enterobacter sp Sim principalmente no sistêmico. Klebsiella sp ambiente Pseudomonas sp *Independentemente da obtenção de cura clínica, é imprescindível a aplicação de Orbenin Extra Dry Cow (age por 7 semanas no úbere) no início do período seco. Adaptado de (Fernandes, 2006) 2.5 Medidas Profiláticas Além da higiene, o fundamental para se evitar uma transmissão de mastite é a ordenha de vacas infectadas, por última ou então serem retiradas do rebanho para tratamento, principalmente em casos de mastites causadas por Mycoplasma sp ou Staphylococcus aureus, que exigem tratamentos isolados e específicos (REIS, 2003). Na época da reposição do plantel, as fêmeas adquiridas de outras fazendas devem ser consideradas como fontes em potencial de contaminação, pois não se conhece o estado de sanidade desses animais e nem o nível higiênico dos locais onde foram ordenhados. Nesses casos recomenda-se um período de espera para introdução dessas fêmeas no plantel e proceder a todos os exames necessários para detecção de uma possível fonte de infecção que possa existir (LOPES, 2000). Conforme PEIXOTO (1999), nas novilhas, a prevenção deve ser permanente e criteriosa, principalmente com o objetivo de se evitar novas infecções, utilizando-se práticas de manejo básicas tais como: • Controle da mosca-do-estábulo e doméstica por serem excelentes veiculadoras de patógenos • Uso de instalações individuais • Separação das novilhas prenhes das vacas secas e outras medidas de higiene possíveis Em novilhas com idade de cobertura e prenhes, a prevenção é feita utilizando-se uma infusão intramamária, com produtos indicados para vacas secas durante a prenhez, 2 a 3 meses antes do parto. Uma nutrição inadequada, com uma dieta desbalanceada, pode tornar as vacas mais suscetíveis a uma infecção da glândula mamária. Suplementações alimentares com dietas ricas em vitaminas como A, E e C e microelementos como cobre e selênio, são excelentes como fontes complementares alimentares, em função das forragens que sofrem processamento e armazenamento, serem pobres desses nutrientes, principalmente de vitaminas (PASCHOAL, 2006). Conforme BEHMER (1999), outras medidas preventivas básicas para evitar a exposição dos tetos aos microorganismos e que ajudam a controlar as mastites, podem ser adotadas como: • Evitar que as vacas se aglomerem em um mesmo local em locais específicos dos piquetes ou em pastagens • Utilizar se possível sombreamento móvel, evitando o acúmulo de fezes em um mesmo local, onde as vacas costumam proteger-se do sol, quando em dias de muito calor. • Em piquetes com aguadas e lagoas, cercar bem evitando que as vacas defequem e urinem nestes locais fazendo lama e contaminando a água. • Manter os animais em piquetes limpos e secos, sem sujidades, evitando que os animais se sujem de barro. • Nos sistemas de confinamento intensivo, é necessária a limpeza constante do local. O tipo de cama e piso é fundamental para uma maior prevenção não só de mastite como também de outras patogenias. O fornecimento de fontes nutricionais é importante pela influência direta na criação de um ambiente de resistência ao aparecimento de uma infecção mamária, exercendo efeito na estimulação dos mecanismos de defesa das vacas, garantindo-lhes uma boa imunidade contra as bactérias (PASCHOAL, 2006). Finalizando, a profilaxia é o melhor meio para prevenir as mastites, muito mais importante que os tratamentos, pois é através da prevenção que os danos causados pelas infecções mamárias são minimizados e se alcança uma melhor produtividade leiteira. Principais rotas de transmissão bacteriana (babcock.cals.wisc.edu/.../de_html/ch21.pt.html em: 11/01/2007) 2.6 Medidas Curativas Segundo PEIXOTO (1999), as medidas curativas nos casos de mastite são as seguintes: • Proceder à limpeza e desinfecção das feridas, para evitar contaminação secundária por bactérias. • Em lesões muito grandes fazer um curativo, utilizando pomadas contendo antibióticos e colocar uma gaze como compressa. Repetir o tratamento quantas vezes for necessário até que a lesão cicatrize. • Coletar material, que pode ser o líquido ou um pedaço da ferida e enviar para o laboratório para que seja feito um diagnóstico correto da doença. • Orientar os ordenhadores, principalmente os itinerantes, aqueles que fazem ordenha em várias propriedades, para que a doença não seja disseminada. 2.7 Tratamentos As mastites são altamente contagiosas, com um índice baixo de cura espontânea, sendo importantíssima a interferência no desenvolvimento da doença, pelo uso de antimicrobianos de amplo espectro - sistêmicos ou de uso local e com total eficácia contra os principais microorganismos causadores da infecção mamária (REIS, 2003) Um processo terapêutico contra as mastites deve ser sempre acompanhado por um Médico Veterinário que tenha conhecimento de produtos específicos para cada período (como tratamentos de vacas secas e em lactação), de práticas de higiene e manejo, bem como de processos de ordenha (limpeza de salas de ordenha, equipamentos, ordenhador etc.) (BATTISTON, 1986). A terapia mais indicada no controle das mastites é a infusão intramamária de um antibiótico, acompanhada pelo esgotamento freqüente e total do quarto infectado, podendo utilizar-se a ocitocina como coadjuvante (REIS, 2003). O tratamento de uma mastite subclínica durante a lactação é indicado somente naqueles casos em que o produtor se sinta ameaçado de uma possível perda do mercado, devido à alta porcentagem de vacas infectadas. Quanto à mastite subclínica, cujos sintomas e sinais não são muito aparentes, a terapia tem que ser feita de uma maneira criteriosa para redução do quadro clínico e eliminação de contaminação em outros animais. A maneira ideal de controlar a mastite subclínica é através da correta secagem das vacas e o uso de antibióticos próprios para este período, pois eles curam e previnem as infecções entre a secagem e o parto (VEIGA, 1996). Nas infecções crônicas, principalmente as causadas por Staphylococcus aureus, o uso de uma antibioticoterapia sistêmica e intramamária combinadas, aumentam as chances de um sucesso terapêutico, principalmente se esta for feita com antibióticos específicos, de largo espectro e que tenham uma duração longa, com alta biodisponibilidade sanguínea (REIS, 2003) O importante é que a antibioticoterapia permita a eliminação de todos os microorganismos envolvidos. Em certos casos de mastite crônica deve-se avaliar a possibilidade de eliminar o animal do plantel para que não sirva como fonte de contaminação para outros animais. Durante o tratamento com produtos de uso intramamário deve-se tomar muito cuidado com o tamanho da cânula que será utilizada. Cânulas de bico muito longo podem causar lesões no tecido intramamário, como as cânulas tradicionais (comprimento de 2 a 3 cm), ou quando os tratamentos convencionais, com introdução da cânula mais profundamente, resultam em uma dilatação temporária do canal do teto, muito além do diâmetro normal (que é de 0,40 a 1,63 mm). Com esta ação mecânica traumatiza-se o canal do teto, destruindo a camada de queratina protetora. Segundo COSTA, (1996), cânulas curtas ou com inserção parcial (cerca de 2 a 3 mm), quando comparadas com as cânulas tradicionais e mais longas e inserções mais profundas, reduzem em 58% a ocorrência de mastites, cujos benefícios são obtidos também em quartos tratados durante a secagem. O procedimento terapêutico correto para vacas secas é o tratamento de todos os quartos de todas as vacas do plantel, depois da última ordenha e lactação, sendo uma medida muito segura na prevenção das mastites, pois dispensa o uso de um diagnóstico e exames laboratoriais para detecção de uma infecção (EMBRAPA, 1996). Os principais antimicrobianos sistêmicos e de uso local utilizados para tratamento das mastites, isoladamente ou associados com Antiinflamatórios não hormonais e hormonais, são as Benzilpenicilinas, Estreptomicinas, Bacitracina de Zinco, Tetraciclinas, Sulfas, Quinolonas e Cefalosporinas. Microorganismos isolados de infecções subclínicas da glândula mamária, antes e após o tratamento intramamário com cefacetril sódico, em 3 propriedades distintas. Adaptado de (REIS, 2003) 3. Como se produzir um leite de qualidade e quais os prejuízos que a Mastite pode causar. Cada vez mais se torna importante produzir leite com qualidade. A higiene do animal, do ordenhador e das instalações são ações necessárias para atingir este objetivo. Outro fator muito importante é a conservação do leite. Este deve ser resfriado em tanques de expansão direta ou em tanques de imersão do latão em água gelada, sendo recolhido e transportado por caminhões rodoviários isotérmicos até o laticínio. 3.1 Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite Segundo DURR (2005), o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) quer mudar a forma de se produzir leite no Brasil. O objetivo é melhorar a qualidade do leite para que a população possa consumir produtos lácteos mais seguros, mais nutritivos e mais saborosos, além de proporcionar condições para aumentar o rendimento dos produtores. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou, em 2002, a Instrução Normativa 51, tornando esta norma obrigatória: • Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a partir de 1º de julho de 2005. • Nas regiões Nordeste e Norte a partir de 1º de julho de 2007. 3.1.1 Obrigações apresentadas na norma Segundo DURR (2005) Estes termos citados a seguir, serão uma garantia maior de que o leite consumido apresenta uma boa qualidade. 3.1.1.1 Equipamentos para refrigeração O leite cru deverá ser refrigerado na propriedade rural. Os produtores rurais deverão usar tanques de refrigeração por expansão direta ou por imersão de latões em água gelada, desde que o leite seja mantido abaixo de 7ºC por, no máximo, 48 horas. 3.1.1.2 Transporte O leite cru refrigerado deverá ser transportado a granel da propriedade para a indústria, em tanques rodoviários isotérmicos. 3.1.1.3 Análise do leite Uma vez por mês, amostras do leite de cada produtor deverão ser enviadas pela indústria para análise na Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL) 3.1.1.4 Limites de contaminação bacteriana A CBT indica a contaminação bacteriana no leite e é expressa em Unidade Formadora de Colônia por mililitro (UFC/mL). CONTAGEM BACTERIANA TOTAL MÁXIMA ADMITIDA NO LEITE CRU REFRIGERADO A partir de 1/7/2005 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2007nas regiões Norte e Nordeste. 1.000.000 UFC/mL A partir de 1/7/2008 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2010 nas regiões Norte e Nordeste. 750.000 UFC/mL A partir de 1/1/2011 nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e a partir de 1/7/2012 nas regiões Norte e Nordeste. 100.000 UFC/mL 3.1.1.5 Medidas de Higiene • manter a sala ou local de ordenha sempre limpos; • usar roupas limpas para ordenhar as vacas; • utilizar água de boa qualidade (potável); • lavar as mãos e mantê-las limpas durante a ordenha (de preferência, usar luvas de borracha); • imergir os tetos em solução desinfetante antes e após a ordenha; • secar os tetos com papel toalha descartável; • lavar os equipamentos e utensílios após cada ordenha com água aquecida, usando os detergentes de acordo com o manual do fabricante dos mesmos; • trocar borrachas e mangueiras do equipamento de ordenha na freqüência recomendada pelo fabricante ou quando ocorrerem rachaduras; • lavar os tanques de refrigeração, usando água aquecida e detergentes adequados cada vez que o leite for recolhido pelo transportador. 3.1.1.6 Refrigeração Se o leite for refrigerado imediatamente após a ordenha, isto vai inibir a multiplicação das bactérias e evitar que o leite seja deteriorado. Por isso, a IN 51 estabelece que o leite deva estar: • A 4ºC quando estocado em tanques refrigeradores por expansão direta; • A 7ºC, quando mantido em tanques refrigeradores por imersão em água gelada, em, no máximo, 3 horas após a ordenha. • lavar os tanques de refrigeração, usando água aquecida e detergentes adequados cada vez que o leite for recolhido pelo transportador. 3.1.1.7 Tempo de Conservação O tempo máximo de conservação do leite na propriedade é de 48 horas. 3.1.1.8 Controle da Mastite Em caso de mastite, as células de defesa do animal passam do sangue para o leite em grande quantidade. A função destas células é combater as bactérias que estão causando a mastite e “limpar” as áreas inflamadas. Sempre que o número dessas células (CCS) aumentarem no leite, pode-se dizer que a vaca está com mastite. 3.1.1.9 Conhecimento sobre a contaminação do leite por medicamentos antimicrobianos Quando um antimicrobiano é aplicado em uma vaca para combater uma infecção, o leite que ela produz passa a conter resíduos desse antimicrobiano por um determinado tempo. Durante esse período, o leite não deve ser aproveitado ou comercializado, sendo muito importante verificar e seguir as informações do fabricante do medicamento. 3.1.1.10 Práticas de Manejo na obtenção do leite Todas as práticas de manejo que garantem a obtenção de leite de alta qualidade na fazenda aumentam a rentabilidade da propriedade rural: • leite com baixa CBT indica que o leite foi obtido com higiene e bem conservado, o que evita perdas por leite ácido; • leite com baixa CCS indica que as vacas não têm mastite, o que evita quedas na produção e melhora o rendimento industrial do leite; • leite com altos teores de sólidos indica que as vacas estão sendo bem alimentadas, o que aumenta a produção individual e total do rebanho; • leite sem resíduos de antimicrobianos indica uma boa prevenção de doenças e um bom controle do descarte de leite contaminado, o que reduz as chances de penalidades por parte da indústria. 3.2 Prejuízos causados pela mastite A mastite encontra-se entre as principais doenças de bovinos leiteiros, causando prejuízos aos produtores, à indústria e oferecendo riscos à saúde pública (Bueno, 2002). Santos (2006), em revisão sobre o impacto econômico da ocorrência de mastite, reuniu quatro fatores principais responsáveis pelos prejuízos: perdas de produção de leite devido à mastite subclínica; custos dos casos clínicos; custos de descarte e morte prematura; prejuízos da indústria por redução na qualidade e no rendimento industrial de derivados. Esse mesmo autor ressalta que a redução na produção devido à mastite subclínica representa entre 70%. Dessa forma, a determinação da ocorrência de mastite subclínica e do conseqüente prejuízo torna-se necessária para definir o impacto econômico da enfermidade. 3.2.1 Perdas na economia Estima-se que no Brasil, a perda seja de 2,8 bilhões de litros de leite/ano (Fonseca & Santos, 2000). Estudos regionais revelaram US$ 317,28 de perdas/vaca/ano e US$ 20.611,32 por propriedade/ano, em conseqüência de mastite subclínica (Costa et al., 1999). Assim, o aspecto econômico torna-se o principal motivo para o controle da mastite bovina (Philpot, 1998). As freqüências de mastite clínica e subclínica são parâmetros consagrados na avaliação da sanidade da glândula mamária, e são os primeiros a serem considerados para a implantação de um programa de controle da mastite (Fonseca & Santos, 2000). 3.2.2 Prejuízos e conseqüências para a Saúde Pública Tratamentos para curar ou prevenir a mastite são os principais responsáveis pela contaminação do leite por antimicrobianos. Leite com resíduos de antimicrobianos não deve ser comercializado, pois: • pode sensibilizar e causar reações alérgicas nos consumidores; • pode desenvolver resistência em bactérias causadoras de doenças; • pode inibir ou interferir no crescimento dos fermentos usados na produção de queijos e iogurtes, causando um enorme prejuízo à indústria de laticínios e aos produtores rurais. A qualidade do leite assume destacada importância também sob o ponto de vista de Saúde Pública. No Brasil, embora não existam estatísticas disponíveis sobre o assunto, são freqüentes os casos de doenças associadas ao consumo de leite cru ou de derivados produzidos com leite contaminado com microrganismos patogênicos. Contribui para isto, entre outras causas, o fato de mais de 44% do leite consumido no país ser proveniente do mercado informal (ANUÁRIO MILKBIZZ, 1999), ou seja, comercializado sem qualquer tratamento térmico ou controle laboratorial. Dentre os diversos tipos de microorganismos patogênicos que podem ser transmitidos através do leite e derivados, destaca-se o Staphylococcus aureus, cuja importância na epidemiologia das doenças veiculadas por alimentos decorre de sua alta prevalência e do risco de produção, nos alimentos contaminados, de toxinas causadoras de gastrenterites alimentares (ZECCONI & HAHN, 2000). No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 593.212 casos de intoxicação alimentar entre 1984 e 1997, porém sem especificar as toxinas, os microrganismos ou as fontes envolvidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999). O leite é um meio de cultura ideal para os microorganismos em geral, por apresentar uma composição quase perfeita como alimento. Assim, a multiplicação dos microrganismos é muito rápida, se a temperatura for ideal para o crescimento (COUSINS & BRAMLEY, 1987). A contaminação microbiana do leite pode ocorrer por duas vias principais: através da incorporação de microorganismos que estão presentes no úbere, diretamente para o leite; ou através do contato do leite com utensílios e equipamentos contaminados durante as operações de ordenha ou da coleta e armazenamento (FEHLHABER & JANESTSCHKE, 1995). A contaminação do leite com S. aureus pode ocorrer através das duas vias, uma vez que se trata de um microrganismo patogênico que pode causar inflamações no úbere das vacas, além de estar presente em superfícies de utensílios e equipamentos de ordenha (FONSECA & SANTOS, 2000). Em trabalho realizado por CARDOSO et al. (2000), de um total de 127 amostras isoladas de mastite bovina, 83 (65%) apresentaram produção de pelo menos um tipo de toxina, isolado ou em combinação. Algumas amostras eram produtoras de até quatro toxinas diferentes ao mesmo tempo. Apenas 35% das amostras testadas foram negativas para qualquer tipo de toxina produzida. CONCLUSÃO A mastite bovina continua sendo fator limitante da produção leiteira em muitas propriedades no Brasil, surgindo como o mais freqüente causador de prejuízos aos produtores de leite, pois uma vaca doente tem a sua produtividade de leite diminuída, podendo chegar ao nível de perda entre 15 e 20 % em relação à produção Láctea normal. O pré-requisito necessário para se produzir leite de forma rentável, é uma produção relativamente alta de leite de qualidade, o que significa alta produção em animais saudáveis que,não sofram de alguma doença na glândula mamária. É importante que haja a conscientização por parte do produtor dos prejuízos causados pela mastite, a adoção criteriosa e persistente das medidas preventivas e de controle e a aceitação de novas técnicas de prevenção e controle por parte dos produtores e técnicos, fará com que as infecções da glândula mamária não afetem negativamente a renda do produtor. As mesmas medidas permitirão a obtenção e o fornecimento de um leite de melhor qualidade para a indústria e por conseqüência ao consumidor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANUÁRIO MILKBIZZ. Anuário Milkbizz 1999/2000. São Paulo : Milkbizz, 1999. 326p. BATTISTON, Walter Cazellato. Gado leiteiro. . Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1986. 404p. BEHMER, Manuel Lecy Arruda. Tecnologia do leite. 13.ed.. 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