UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA-LICENCIATURA
CÂMERAS DE MONITORAMENTO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL:
O OLHAR DOCENTE
Cassiana Oliveira da Silva
Orientadora Prof. Dr.: Tania Beatriz Iwaszko Marques
Porto Alegre, junho de 2009.
imagem retirada do site: www.eletronicasantana.com.br (em 19/05/2009)
POR QUE DA PESQUISA?!
O interesse pelo tema surgiu a partir de minha
vivência docente, quando trabalhei em uma
instituição e que havia câmeras em todos
espaços escolares inclusive, nas salas de aula.
OBJETIVOS:
 Descobrir o que pensam as docentes sobre
o uso de câmeras de monitoramento em sala
de aula;
 Pensar o quanto as câmeras podem
influenciar na prática em sala de aula.
METODOLOGIA:
Este trabalho baseia-se em:
 Pesquisa bibliográfica;
 Depoimentos enviados por correio eletrônico
para todas pessoas cadastradas no banco de
dados da COMGRAD do curso de pedagogia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no
primeiro semestre de 2009.
FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA;
Como aporte teórico, utilizo os seguintes
autores:
Becker, Marques, Toss, La Taille, etc.
CÂMERAS EM AMBIENTES COLETIVOS:
 Crescente número de lugares onde existem
câmeras de monitoramento, bancos, shopping,
praças, coletivos, ruas, condomínios fechados...
 Sensação de segurança, acolhimento.
 Inibe atos considerados inadequados pela
sociedade: roubo, vandalismo, seqüestro.
 As câmeras chegam à escola.
 As
câmeras chegam à sala de aula, mais
especificamente em salas de Educação Infantil;
 Pais podem matar a saudade dos filhos a
hora que quiserem, mas os filhos em que
momentos ficam com seus pais?
PRIVACIDADE:
 Câmeras capturam imagens de toda turma,
inclusive das educadoras, que acabam muitas
vezes se sentindo incomodadas com tal
situação.
 Momentos de troca de fraldas e uso do
banheiro;
 Situações descontextualizadas podem ser
mal interpretadas;
 Vida privada é a cada dia mais pública.
O OLHAR DOCENTE:
“Sou acadêmica do 8º semestre do curso de
pedagogia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e estou realizando meu
Trabalho de Conclusão de Curso sobre O uso
de câmeras em sala de aula. Se você tem este
tipo de experiência como docente, gostaria
que participasse de meu trabalho,
descrevendo o que pensa e sente em relação a
este assunto. Coloque também a turma e o
número de alunos com a qual trabalha
(trabalhou), e como sente a reação dos pais
diante do recurso. Desde já agradecida”.
O OLHAR DA DOCENTE:
 Todos os 20 depoimentos recebidos se
posicionaram contra o uso deste dispositivo
em sala de aula, exceto um deles que colocou
achar interessante em outros ambientes
escolares.
 “Não poderei ajudá-la porque (felizmente)
não tem este recurso na escola estadual onde
faço estágio. Acho que tira muito a
naturalidade do ato de aprender/ensinar e não
deveria ser usado em sala de aula, talvez em
outros espaços da escola” (B – aluna do curso
de pedagogia).
No Programa de Televisão da RBS TV
“Jornal do Almoço”, foi exibido uma
reportagem sobre a implantação de câmeras
em uma Escola de Erechim.
“... eles (os alunos) acabam adquirindo uma
responsabilidade maior inclusive entre eles
e chamando a atenção para as câmeras,
acabam tendo atitudes pertinentes a
atitudes que se deve ter dentro de uma
instituição de ensino” (Alderi Antonio,
diretor substituto).
 Como
se portarão essas crianças/
adolescentes em ambientes em que não
haja monitoramento?
 Educação social desde a Educação
Infantil até a saída da escola.
CÂMERAS NAS ESCOLAS X CÂMERAS NA
SALA DE AULA.
 Nas escolas (espaços coletivos) exercem a
função de segurança.
 Dificultam a presença de pessoas não
autorizadas nas dependências da instituição.
 Capturam atos de vandalismo e violência, e os
inibe.
“Sobre a instalação de câmeras
especificamente nas escolas, Ortega afirmou
que os equipamentos, em hipótese nenhuma,
serão instalados dentro de sala de aula.’o
objetivo não é captar conflitos em sala de
aula. É a segurança patrimonial e do entorno
da escola’, disse” ( Ortega*, www.nevusp.org,
em 12/04/09)
*Édson Ortega, secretário de gabinete de Gestão Integrada
em Segurança da Prefeitura de São Paulo.
E na sala de aula, qual seria sua função?
 Nenhuma resposta pronta, mas muitas
possibilidades;
Insegurança dos pais;
Filhos virtuais;
Dependência dos adultos em relação as
crianças;
Pais que não querem que seus filhos
cresçam...
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
 Não encontrei nenhuma bibliografia que
defenda a implantação de câmeras de
monitoramento em sala de aula.
 Avaliação pelas educadoras das imagens
capturadas, para uma possível retomada e
melhora em seu trabalho.
REFRÊNCIAS:
BARBOSA, Alexandre. Cuidado, a internet está viva!: os incríveis cenários para o
futuro desse fenômeno; São Paulo: Editora Mostarda, 2005.
BECKER, Fernando. MARQUES, Tânia B. I. Uso de câmeras nas escolas. Revista
Textual. Porto Alegre: Fundação Ecarta, setembro de 2005.
FOUCALT, Michael. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
LA TAILLE, Yves de. Limites: três dimensões educacionais. 2. ed. São Paulo:
Ática. 1999.
LA TAILLE, Yves de. Como ser jovem em meio à crise de valores. Revista Pátio,
abril/ julho de 2009.
Melhoramentos minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia
Melhoramentos, 1997
SKINNER, Burrhus Frederic. Ciência e comportamento humano; 11º ed; São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
TOSS, Luciane L. W. Monitoramento e vigilância eletrônica do trabalho. Revista
Textual. Porto Alegre: Fundação Ecarta, setembro de 2005.
www.nevusp.org/portugues/index.php?opion=com_content&task=view&id=1509
&Itemid=29, em 12/04/09, artigo de Luísa Brito, em 29/01/2008. Entrevistado
Édson Ortega, secretário de gabinete de Gestão Integrada em Segurança da
Prefeitura de São Paulo.
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