FolhA do SudoeSte
4 JATAÍ, 7 A 20/12/2015 - ED. Nº 1111
POLÊMICA
China tem algo
a nos contar
sobre a política
do filho único
Por falta de dinheiro,
eleição 2016 será manual
* Por Cristiano Faria dos Santos
Divulgação
or falta de recursos, as
eleições municipais de
2016 serão manuais e
não com voto eletrônico. A informação de que o contingenciamento de gastos impedirá a
realização das eleições por meio
eletrônico foi publicada no último dia 30 de novembro, no
Diário Oficial da União. Desde
2000, todos os brasileiros votam em urnas eletrônicas.
Por meio de nota, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
informou que mais de R$ 428
milhões deixarão de ser repassados para a Justiça Eleitoral, "o que prejudica a compra e manutenção de equipamentos necessários para as
eleições de 2016".
“O impacto maior reflete
no processo de aquisição de
urnas eletrônicas, com licitação já em curso e imprescindível contratação até o fim do
mês de dezembro, com o
comprometimento de uma
despesa estimada em R$ 200
milhões”, acrescentou a nota.
Segundo o TSE, a demora
ou a não conclusão do procedimento licitatório causará
“dano irreversível e irrepará-
P
Desde o ano 2000, todos os eleitores brasileiros deixaram de votar no papel, nas eleições do País
vel” à Justiça Eleitoral, já que
as urnas que estão sendo licitadas têm prazo certo para
que estejam em produção
nos cartórios eleitorais.
“O contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por
meio eletrônico”, diz o texto da
Portaria Conjunta número 3,
assinada pelos presidentes do
Supremo Tribu nal Federal,
Ricardo Lewan do vski; do
Tribunal Superior Eleitoral,
Dias Toffoli; do Tribunal Superior do Trabalho, Antonio
José de Barros Levenhagen; do
Superior Tribunal Militar,
William de Oliveira Barros; do
Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios,
Getúlio de Moraes Olveira; e
pela presidenta em exercício
do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz.
De acordo com a portaria,
os órgãos do Poder Judiciário
da União sofreram contingenciamento de R$ 1,74 bilhão. (Agência Brasil)
GOVERNO DILMA
Pedido de impeachment ‘é pessoal’
Wilson Dias/Agência Brasil
A primeira avaliação interna do governo é que a aceitação do pedido para abertura
do processo de impeachment
feita pelo presidente da Câ mara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), foi uma decisão pessoal de ataque à presidenta Dilma Rousseff (PT). Por
esse motivo, em seu pronunciamento à imprensa, ela decidiu contra-atacar, dizendo que
não tem conta no exterior e não
ocultou do conhecimento público a existência de bens pessoais. É uma referência às supostas contas secretas na Suíça,
atribuídas a Cunha, de acordo
com as investigações da Operação Lava Jato.
A presidenta foi informada
sobre a aceitação do pedido para abertura do processo de impeachment pelo ministro da
Casa Civil, Jaques Wagner, antes
do anúncio oficial ser feito pelo
presidente da Câmara. Após receber a notícia, ela teria dito, segundo assessores presidenciais,
que se libertou das ameaças, já
que os pedidos protocolados na
Casa nunca deixaram de ser
considerados como uma carta
na manga de Cunha para “chantagear” o Planalto.
Presidente Dilma Roussef durante pronunciamento oficial, após
Câmara do Deputados aceitar pedido de abertura de impeachment
Em uma demonstração de
força, 11 ministros de Estado
acompanharam a fala de Dilma, classificada por ela como
“palavra de esclarecimento a
todas as brasileiras e a todos os
brasileiros”. Ela própria utilizou
a palavra “tranquilidade” para
dizer que crê na improcedência do pedido e que confia no
seu “justo arquivamento”.
Para rechaçar de vez as hipóteses de que estava negociando
com o presidente da Câmara,
que em julho anunciou o rompimento com o governo, ela dis-
se que “jamais aceitaria ou concordaria” com qualquer tipo de
barganha, referindo-se a uma
possível votação favorável a
Cunha por deputados da base
no Conselho de Ética da Câmara, onde está sendo analisado processo que investiga o próprio presidente da Câmara.
A resposta da presidenta
veio cerca de três horas depois
da entrevista coletiva de imprensa concedida por Eduardo
Cunha. A maior demora ocorreu entre o momento em que foi
anunciado que haveria uma
manifestação oficial e a efetiva
fala de Dilma.
Por 45 minutos, os jornalistas aguardaram o pronunciamento no Salão Leste do segundo andar do Palácio do Planalto,
que a centenas de metros do
Congresso Nacional. Além da
imprensa, mais de 30 assessores
e funcionários do Palácio acompanhavam os preparativos.
Pouco antes da fala, o cerimonial da Presidência trocou o
banner que fica atrás do púlpito onde o discurso seria lido,
para um maior, que mantinha
as cores da bandeira do Brasil e
o logotipo do governo federal:
Brasil. Pátria Educadora.
Após o pronunciamento,
nenhuma pergunta foi dirigida
pelos jornalistas à presidenta.
A Secretaria de Imprensa havia
avisado que não seria uma entrevista coletiva. Dilma permaneceu em seu gabinete durante uma hora antes de se deslocar para o Palácio da Alvorada,
sua residência oficial. Enquanto isso, motoristas que passavam em frente ao prédio buzinavam em seus carros e vuvuzelas eram ouvidas do gramado em frente ao Congresso
Nacional. (ABr)
CONGRESSO
Aprovação da meta fiscal não mostra união
O governo conseguiu, no último dia 2 de dezembro, maioria
em todas as votações que envolveram a análise, pelo plenário
do Congresso Nacional, do projeto de lei que altera a meta fiscal
de 2015. A oposição tentou obstruir as votações apresentando
diversos requerimentos e destaques, na tentativa de reduzir o
quórum e adiar a apreciação da
matéria. Mesmo ganhando em
todos os embates, não há consenso entre os parlamentares
sobre a união da base aliada.
Para o líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), o fato de
o anúncio sobre o acatamento
do pedido de impeachment ter
acontecido em meio à votação e
mesmo assim ela ter continuado com vitória do governo demonstra que o Congresso está
unido em torno de uma agenda
relevante para o País. “Eu acho
que nós hoje demos uma demonstração importante de que
a nossa base está se consolidando, as pessoas estão preocupadas com o País, não simples-
mente em querer desgastar o governo. E como tal eu acho que há
possibilidade de nós rejeitarmos
essa tentativa de golpe”, disse.
A senadora Lídice da Mata
(PSB-BA) também lembrou que
o governo vem ganhando todas
as votações importantes no último mês e considera isso uma
demonstração de força. “O governo nesse último mês e meio
tem ganhado sempre nas votações congressuais, com uma
margem às vezes menor, às vezes maior... Hoje foi com uma
margem maior ainda. Então eu
acho que o governo vem demonstrando uma recuperação
do seu diálogo com o Congresso”.
A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) faz outra leitura e
considera que a vitória do governo pouco antes do anúncio
sobre o acatamento do pedido
de impeachment é “um sinal
da profundidade da crise que
estamos vivendo”. Ela disse que
votou a favor da revisão da meta para evitar a piora do quadro
econômico do País. (ABr)
a década de setenta surgiu em vários países a teoria da necessidade do controle da
população. Estas ideias estavam baseadas
na teoria do britânico Thomas Malthus (1766-1834),
que dizia que o ritmo do crescimento da população
era superior ao ritmo do crescimento dos alimentos
e, por isto, era necessário que os governos controlassem o ritmo do crescimento da população ou então
haveria falta de alimento no mundo.
Um dos países que seguiram esta regra à risca foi
a China que, em 1979, adotou a política de um filho
por casal, criando uma lei que punia as famílias que
tivessem um segundo filho com duras multas.
Neste mês de outubro, trinta se seis anos após
instalar a política do filho único, a China revogou a
lei. Qual o motivo desta mudança tão rápida? A resposta é muito simples. A população da China envelhece rápido demais e a taxa de filhos reduziu a menos de um filho por casal; dentro de vinte anos toda
a sociedade chinesa pode entrar em colapso, pois
vão ter mais pessoas aposentadas que pessoas trabalhando.
Depois de ver o caso da China deveríamos olhar
um pouco para o Brasil. Em terras brasileiras o país
não criou uma pesada lei de controle de natalidade,
isto não foi preciso. Apenas um pouco de propaganda já foi suficiente para convencer a população a reduzir o número de filhos por casal.
No Brasil, os primeiros sinais começaram em
1970, os idosos com mais de 70 anos não chegavam a
2% da população. Em 2010 já percebemos um crescimento vertiginoso do número de pessoas idosas
no Brasil. Isto é algo ruim? Não. É um presente. Mas
o problema não está no aumento dos idosos, mas
sim na redução dos jovens.
Em 1940 a média de filhos no Brasil era de 6,2 filhos por cada mulher em idade fértil. No censo de
2010, já baixou para 1,9 por mulher. A previsão é que
em 2020 teremos apenas 1,7 filhos por mulher.
Em 2020, caso o Brasil não abra os olhos como fizeram os chineses, não teremos pessoas para continuar a repor o grupo das pessoas que trabalham na
sociedade. O primeiro problema, veremos nas empresas que vão importar mão de obra de outros países, aumentando o problema social existente no
Brasil. Outro problema serão as aposentadorias, não
havendo pessoas novas contribuindo, não haverá
recursos para manter as aposentadorias dos idosos.
Os chineses abriram os olhos no ano de 2015,
quando o povo brasileiro vai abrir os olhos também?
N
* Cristiano Faria dos Santos é filósofo, teólogo e sacerdote
do clero da Diocese de Jataí
PRODUZ BRASIL
Caiado homenageado por
defender agronegócio
Leandro Vieira
Ao lado da diretora da revista Produz, Claudia
Marques, senador Ronaldo Caiado recebe homenagem
O senador Ronaldo Caiado (Democratas) foi homenageado na noite do
último dia 23 de novembro, durante a 6ª edição
do Prêmio Produz Brasil,
destinado às autoridades
políticas, empresários e lideranças que se destacaram durante este ano por
sua atuação em defesa do
agronegócio. Ao receber o
troféu das mãos da diretora da revista Produz, Claudia Marques, o senador
frisou o orgulho que sente
de defender os produtores
rurais no Congresso e falou sobre a alavancagem
que a tecnologia tem dado
ao setor no Brasil.
“Tenho orgulho de ser
reconhecido no Congres-
so por ser um defensor do
agronegócio. O ex-ministro da Agricultu ra, Iris
Rezende, que nos acompanha aqui hoje, lembra
da minha luta ainda na
época da Constituinte para
garantir o direito à propriedade quando queriam estatizar as terras. Começava
ali a luta da bancada ruralista em defesa do setor
que mais deu certo no
Brasil”, recordou-se.
Para Caiado, aquele
movimento fez surgir no
Congresso uma forte bancada suprapartidária. “Esta
bancada é a única que vence sempre o governo e tem
a capacidade para resgatar
a segurança jurídica no
campo.” (Da Redação)
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