CORRELAÇÃO ENTRE A PREVALÊNCIA E SEVERIDADE DA DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR E O GRAU DE DISFUNÇÃO CERVICAL EM
MULHERES DE 21 A 40 ANOS
CORRELATION BETWEEN THE PREVALENCE AND SEVERITY OF
TEMPOROMANDBIULAR DISORDERS AND THE DEGREE OF CERVICAL
DYSFUNCTION IN WOMEN 21 TO 40 YEARS
Adriele Fernanda Barberá Bassi, e-mail: [email protected]
Regiane Sayuri Morimoto, e-mail: [email protected]
Profª Ana Cláudia de Souza Costa, e-mail: [email protected]
Profª Ana Beatriz Lima, e-mail: [email protected]
RESUMO
A disfunção temporomandibular (DTM) é uma síndrome que acomete as
estruturas do sistema craniocervicomandibular, caracterizada por uma série de
sinais e sintomas clássicos como ruídos, dores e limitações da mobilidade articular
da mandíbula. De origem multifatorial, ela pode ocorrer na população em geral,
porém tem predomínio no gênero feminino. Devido à íntima relação existente entre
os músculos da região cervical com o sistema estomatognático é correto afirmar que
alterações posturais da cabeça e restante do corpo podem levar a um processo de
desvantagem biomecânica da ATM, levando a um quadro de DTM. A cervicalgia se
caracteriza pela dor ao nível da coluna cervical, incluindo a nuca. O objetivo desse
estudo foi de relacionar a prevalência e severidade da DTM e o grau de disfunção
cervical em mulheres com idade entre 21 e 40 anos, através do IAF e NDI,
respectivamente e mensurar a intensidade da dor na face e coluna cervical através
da EVA. Este estudo concluiu que existe relação entre DTM e cervicalgia.
Palavras-chave: Disfunção Temporomandibular. Cervicalgia. Índices Anamnésicos
ABSTRACT
The temporomandibular disorders (TMD) is a syndrome that affects
craniocervicomandibular system structures, characterized by a series of classic signs
and symptoms such as noise, pain and limited joint mobility of the mandible.
Multifactorial in origin, it can occur in the general population, but is predominant in
females. Due to the intimate relationship between the muscles of the neck with the
stomatognathic system is fair to say that postural changes of the head and the rest of
the body can lead to a process of TMJ biomechanical disadvantage, leading to a
framework of TMD. Neck pain is characterized by pain in the cervical spine including
the neck. The aim of this study was to relate the prevalence and severity of TMD and
the degree of cervical dysfunction in women aged between 21 and 40 years, through
the IAF and NDI, respectively, and measuring the intensity of pain in the cervical
spine and through the EVA. This study concludes that there is a relationship between
TMD and neck pain.
Keywords: Temporomandibular Dysfunction. Neck Pain. Anamnestic Index
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
253
INTRODUÇÃO
A Disfunção Temporomandibular (DTM), é definida como uma coleção de
condições médicas e orofaciais, associadas com anormalidades do sistema
estomatognático, que desencadeiam alterações na Articulação Temporomandibular
e estruturas adjacentes, incluindo os músculos faciais e cervicais (PEREIRA et al.
2005).
De acordo com Vieira et al. (2004) a DTM é altamente debilitante e altera a
movimentação e a perfeita realização de algumas funções essenciais como mastigar
alimentos ou falar adequadamente. Sua prevalência na população vem aumentando
consideravelmente, principalmente entre mulheres de meia idade, sendo 80% dos
pacientes.
Conforme Vieira et al. (2004) devido à relação existente entre os músculos da
cabeça e da cervical com o sistema estomatognático, iniciaram-se estudos que
visavam confirmar que alterações posturais da cabeça e de toda coluna vertebral
poderiam levar a um processo de desvantagem biomecânica da ATM, levando a um
quadro de disfunção temporomandibular.
Os índices anamnésicos têm sido amplamente utilizados na literatura,
desempenhando papel importante na caracterização e classificação de pacientes
com DTM e cervicalgia. A realização dessa pesquisa visa classificar portadores e
severidade da DTM através do Índice Anamnésico de Fonseca (IAF), classificação
da presença e severidade da cervicalgia através do Neck Disability Index (NDI) e a
intensidade da dor na face e cervical através da Escala Visual Analógica (EVA).
Diante do exposto a mesma se propõe a uma analise limitando-se a investigar a
correlação entre portadoras de DTM e cervicalgia.
Esta pesquisa foi realizada com 71 mulheres escolhidas aleatoriamente com
idade de 21 a 40 anos, por meio de convite pessoal.
Este estudo será norteado pelo seguinte problema: Existe correlação entre a
disfunção temporomandibular com a disfunção da coluna cervical?
Através dos índices anamnésicos pode-se identificar e qualificar graus de
DTM e cervicalgia, facilitando-nos obter resultados fiéis sobre esta relação.
1
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
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Considerada a principal causa de dor na região orafacial a Disfunção
Temporomandibular
(DTM)
também
nomeada
de
Distúrbio
ou
Desordens
Craniomandibulares (DCM) é um conjunto de doenças (ANEQUINI, CREMONEZ,
2009) que possui origem multifatorial e leva a sinais e sintomas diversos. Pode
alterar funções como mastigar alimentos ou falar adequadamente, portanto é
considerada altamente debilitante.
A DTM é classificada como um conjunto de distúrbios (CARRARA, CONTI,
BARBOSA, 2010) que leva a diversos sinais e sintomas e acomete as estruturas do
sistema crânio-cervico-mandibular, provocando assim um impacto na vida social e
dificulta a relação interpessoal do paciente (BORTOLAZZO, 2010)
1.1
Etiologia
Considerada de difícil diagnóstico, pois possuem características multifatoriais,
a etiologia da DTM pode estar relacionada a alterações posturais (BARCELOS,
2008), lesões traumáticas ou degenerativas da ATM (PEREIRA et.al. 2005), hábitos
parafuncionais (GRADE et.al., 2008), disfunção da musculatura mastigatória, tensão
emocional ou ainda a combinação entre os diversos fatores.
Oliveira et al. (2003) citam como alguns fatores etiológicos as interferências
oclusais, as perdas dentárias ou má posição dos dentes, as alterações na postura,
as mudanças extrínsecas e intrínsecas dos componentes da ATM e/ou a
combinação desses fatores.
1.2
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas apresentados, pelos pacientes com DTM são rigidez no
pescoço, fraqueza ou hiperatividade da musculatura mastigatória, presença de
alterações posturais, vertigem (ANEQUINI, CREMONEZ, 2009), sensibilidade a
palpação
das
ATM’s
e
músculos
mastigatórios
(SALVADOR,
RIBEIRO,
PREVILATTO, 2006), ruídos nas ATM’s, limitação ou desvios na abertura bucal,
zumbido ou sensação de ouvido tapado, otalgia, cefaléia (GRACIA, 2005;
BARCELOS, 2008), trigger-points na musculatura mastigatória ou cervico-dorsal
(GRANJA, LIMA, MACHADO; 2005) e nos casos mais graves luxações (SANTOS;
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2010).
Dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios, dores na cabeça e orelha,
manifestações otológicas como zumbido, plenitude auricular e vertigens são os
sintomas mais freqüentes relatados pelos pacientes. Já a sensibilidade muscular e
da ATM a palpação, limitação e/ou incoordenação de mandibulares e ruídos
articulares são os principais sinais.
“A vertigem pode ser provocada pela dor que se irradia para o ouvido interno,
afetando seu equilíbrio” (ANEQUINI, CREMONEZ, 2009).
Nikolakis et al. (2001) referiram que mudanças na postura cervical alteram o
trabalho dos músculos masseteres e temporais, além de influenciar no movimento
mandibular e a posição de repouso da mandíbula. A postura da cabeça deslocada
para
frente
aumenta
a
tensão
nos
músculos
elevadores
da
mandíbula
conseqüentemente aumentando o efeito da gravidade sobre eles, tornando o
sistema mastigatório mais suscetível a espasmos e dor.
1.3
Epidemiologia
A incidência da DTM varia segundo alguns autores. Para Almeida (2007)
cerca de 12% da população geral é afetada pela DTM e 5% da população tem
sintomas severos o suficiente para procurar tratamento. Souza (2010) cita a DTM
como uma condição prevalente em 20 a 75% da população em geral, principalmente
mulheres entre 20 e 45 anos de idade.
Pereira et. al. (2005) relata que os principais sintomas da DTM predominam
no gênero feminino na faixa etária de 21 a 40 anos
No estudo realizado por Cauas et. al. (2004) a prevalência foi de 81% nas
mulheres com idade compreendida entre 21 e 30 anos.
Entre estudantes universitários, estima-se que 41,3% a 68,6% apresentem
algum sintoma ou sinal de DTM, em estudos realizados por Carrara,Conti, Barbosa
(2010).
1.4
Cervicalgia
A coluna cervical é um dos complexos articulares mais complexos do corpo
humano, e devido a sua anatomia, possui grande mobilidade, tornando-a suscetível
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a microtraumas da vida diária, que podem ocorrer com freqüência (MOREIRA,
CARVALHO;1996). É importante entender que as curvas sagitais da coluna são
interdependentes, por esse motivo disfunções cervicais podem ser resultado de
problemas relacionados com toda a coluna vertebral (PLAUGHER, 1993 apud
ROSA, 2007).
A cervicalgia se caracteriza pela dor ao nível da coluna cervical alta, sendo aí
incluída a nucalgia (cefaléia da nuca), (KNOPLICH, 1986).
Greve e Amatuzzi (1999) relatam que a cervicalgia pode ser devido à
degeneração do disco cervical, desgastes das articulações cervicais, que
desenvolvem a partir uma combinação que podem ser hereditárias constitucionais e
ambientais.
Esta uma síndrome caracterizada por dor e rigidez transitória na região da
coluna cervical, na maioria das vezes auto limitada. Acomete 12 a 34% de uma
população adulta em alguma etapa da vida, sendo mais freqüente no sexo feminino
(DUTTON, 2006).
2
O EXPERIMENTO
2.1
Casuística e Métodos
Este estudo foi realizado com 71 voluntárias do gênero feminino, com idade
entre 21 e 40 anos. Foi utilizado como critério de exclusão, as voluntarias que
realizam tratamento ortodôntico e ou medicamentoso que afete o sistema
musculoesquelético, como analgésicos, antiinflamatórios e relaxantes musculares,
além disso, as voluntárias com doenças sistêmicas, história de trauma na cervical,
face e ou ATM, luxação da ATM e discopatia cervical.
As voluntárias foram esclarecidas sobre os objetivos e a metodologia da
pesquisa e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Ressaltando
ainda, que a pesquisa foi realizada conforme as exigências da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
O estudo foi realizado aleatoriamente, em locais de fácil acesso às
voluntárias, sendo estes em suas residências, locais de trabalho ou estudo.
Todas as voluntárias foram submetidas a uma avaliação fisioterapeutica que
constou de coleta de dados pessoais, anamnese e história pregressa. Logo após,
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preencheram o Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) e o Neck Disability Index (NDI)
e Escala Visual Analógica (EVA).
O Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) tem como objetivo classificar a DTM
de acordo com a severidade dos sintomas. É um dos instrumentos disponíveis na
língua portuguesa, de aplicação rápida, de baixo custo, além de sua simplicidade.
O IAF foi aplicado nas voluntárias para avaliar a presença e a severidade dos
sintomas de DTM. Um único examinador previamente treinado aplicou o questionário
sob a forma de entrevista, sem tempo limite, em local iluminado e climatizado.
Assim, as voluntárias foram classificadas em sem DTM (escore de 0 a 15 pontos),
DTM leve (de 20 a 40 pontos), DTM moderada (de 45 a 65 pontos) e DTM severa
(de 70 a 100 pontos) (FONSECA, 1992).
O NDI foi aplicado nas voluntárias para avaliar especificamente as
deficiências no pescoço e as queixas de dor no pescoço. Um único examinador
previamente treinado aplicou o questionário sob a forma de entrevista, sem tempo
limite, em local iluminado e climatizado. Assim, as voluntárias foram classificadas em
Deficiência Mínima (escore de 0 a 20%); Deficiência Moderada (escore de 21 a
40%); Deficiência Severa (escore de 41 a 60%); Incapacitados (escore de 61 a
80%); Limitados no leito (escore de 81 a 100%) (COOK et al., 2006).
A Escala Visual Analógica (EVA) é um instrumento gráfico, amplamente
usado para mensurar a dor em variadas patologias, inclusive na DTM (SOUSA,
SILVA, 2005; ALMEIDA, 2007). Consiste em uma linha horizontal ou vertical de 10
cm que possui em suas extremidades uma marcação de “ausência de dor” e na
outra “pior dor possível”. É uma escala simples, reproduzível e universal (SOUSA,
SILVA, 2005) que permite avaliar a intensidade e evolução contínua da dor. Para
saber o valor correspondente ao escore da dor, deve-se mensurar o comprimento do
ponto “sem dor” até o registro feito pelo paciente (EBNER, 2010).
As voluntárias foram agrupadas de acordo com a classificação do IAF e do
NDI, verificando se houve ou não diferença estatisticamente significativa.
2.2
Análises Estatísticas
Para tanto, foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk para se verificar a
normalidade dos dados. Para as correlações, foi utilizado o Coeficiente de
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Correlação de Spearman, sendo respeitada uma significância de 5%. Todas as
análises foram realizadas por meio do programa estatístico BioEstat 5.0. A
magnitude das correlações foi baseada na classificação de Munro (2001): baixa, de
0,26 a 0,49; moderada, de 0,50 a 0,69; alta, de 0,70 a 0,89; e muito alta, de 0,90 a
1,00.
3
RESULTADOS
De acordo com IAF, verificou-se que 10 (14,08%) voluntárias não
apresentaram DTM, 34(47,88%) DTM leve, 22(30,98%) DTM moderada e 5 (7,04%)
DTM severa. Com relação ao NDI, 23(32,39%) participantes não apresentaram
disfunção cervical, 45(63,38%) com disfunção mínima e 3(4,22%) disfunção
moderada.
Em relação à dor na face, mensurada por meio da EVA, as voluntárias
apresentaram uma média de 1.04 e desvio padrão de ± 2.03. Já na mensuração da
dor na cervical também realizado por meio da EVA apresentou uma média de 1.76 e
desvio padrão de ± 2.53.
Tabela 1 – Correlação entre os escores obtidos pelas voluntárias do estudo
no Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) e no Neck Disability Index (NDI).
Correlação
IAF x NDI
R
0.6255
P
<0.0001
Fonte: Elaborada pelas autoras (2011)
A Tabela 1 apresenta a correlação entre os dois instrumentos utilizados no
estudo. Observa-se uma positiva e moderada magnitude de correlação, sendo o
resultado estatisticamente significativo.
Tabela 2 – Correlação dos escores obtidos pelas voluntárias do estudo no Índice
Anamnésico de Fonseca (IAF) e na Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor
na região da face.
Correlação
R
P
IAF x EVA Face
0.3608
0.0020
Fonte: Elaborada pelas autoras (2011)
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Tabela 3 – Correlação dos escores obtidos pelas voluntárias do estudo no Índice
Anamnésico de Fonseca (IAF) e na Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor
na região da cervical.
Correlação
R
P
IAF x EVA Cervical
0.3863
0.0009
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela 4 – Correlação dos escores obtidos pelas voluntárias do estudo no Neck
Disability Index (NDI) e na Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor na face.
Correlação
R
P
NDI x EVA Face
0.4594
<0.0001
Fonte: Elaborada pelas autoras (2011)
Tabela 5 – Correlação dos escores obtidos pelas voluntárias do estudo no Neck
Disability Index (NDI) e na Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor na
região cervical
Correlação
R
P
NDI x EVA Cervical
0.4436
0.0001
Fonte: Elaborada pelas autoras (2011)
As Tabelas 2, 3, 4 e 5 apresentam a correlação entre os dois instrumentos
utilizados no estudo. Observa-se uma positiva e baixa magnitude de correlação,
sendo o resultado estatisticamente significativo.
4
DISCUSSÃO
Rosa et. al (2009) ao realizar trabalho com 43 indivíduos com faixa etária
entre 15 e 71 anos, observou que a prevalência de DTM ocorreu na faixa etária
compreendida entre 21 e 40 anos.
Ao observar uma prevalência de 100% no gênero feminino os principais sinais
e sintomas da DTM, com idade variando de 19 a 43 anos, Pereira et al (2005)
encontrou a dor como a principal queixa em todos os casos.
Em estudo realizado por Moreno et al. (2009), que avaliou 45 mulheres
divididas em dois grupos avaliou a intensidade da dor através da EVA e conclui que
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mulheres com DTM têm maior intensidade dos sintomas de dor.
Cooper e Klelnberg (2007) avaliaram 4.528 voluntárias com DTM em um
período de 25 anos, e verificaram que 96,1% apresentavam dor que poderia estar
localizada na ATM, face, olhos, dentes, pescoço ou dor de cabeça. Para Rosa et al
(2009), a presença de dor periférica (cefaléia e cervicalgia) em 90% dos casos é
justificada pela relação entre a região orofacial e a coluna cervical.
Segundo BIASOTTO-GONZALES (2005), uma cervicalgia pode levar a uma
postura antálgica da cabeça, influenciando na ATM. Essa alteração pode levar a
uma disfunção temporomandibular, caracterizada por sinais e/ou sintomas.
De acordo com o estudo de Tosato (2007), houve um aumento da prevalência
de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular em mulheres com cervicalgia.
Segundo Fuentes (1999), ao analisar pacientes portadores de distúrbios da
articulação
temporomandibular
verifica-se
que
estes
possuem
alterações
importantes na postura corporal. Devido a estes achados e a complexa interação
anatômica e biomecânica entre sistema estomatognático e região de cabeça e
pescoço, muitos estudos foram iniciados a fim de se discutir tais relações.
CONCLUSÃO
Através da análise dos resultados obtidos na pesquisa, que teve como
objetivo avaliar grau e prevalência de DTM e sua relação com a Cervicalgia através
de índices anamnesicos, conclui-se que:
- Há uma positiva e moderada magnitude de correlação, entre IAF e NDI
sendo o resultado estatisticamente significativo.
Sugere-se a realização de outros estudos, fazendo o uso de diferentes
recursos de diagnósticos para uma análise clínica mais específica e particular a cada
indivíduo através da palpação, eletromiografia, termografia, avaliação postural,
medida da abertura bucal e exames de imagem da ATM e cervical, especificando-os
para cada situação abordada, para que se possa comparar com os resultados
obtidos.
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