64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 USO DE FITOTERÁPICOS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA, RUSSAS/CE, NO TRATAMENTO ALTERNATIVO DE DOENÇAS. José R. Moreira¹*, Ana R.O. Mano², Arlene M. Araújo ², Mônica V. Damasceno³, Karlla T.C. Carvalho ³, Maria G.F. Sousa ³ ¹ Universidade Federal do Semi - Árido - UFERSA, Mossoró, RN, Brasil, ² Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos FAFIDAM/UECE, Limoeiro do Norte, CE, Brazil,³ Instituto Federal do Ceará - IFCE, Limoeiro do Norte, CE, Brasil, *[email protected]. Introdução O uso de plantas medicinais cultivadas em quintais ou coletadas é uma pratica baseada no conhecimento popular, e na maioria das vezes, repassado de geração para geração. O conhecimento sobre ervas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos, e dessa forma, usuários de plantas medicinais de todo o mundo, mantém a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos, apesar de nem sempre terem seus constituintes químicos conhecidos [1] Os estudos etnobotânicos na atualidade registram o uso de plantas medicinais dando como grande dimensão a conscientização por meio de modelos e uso empírico da fitoterapia entre comunidades e seu povo. O uso de plantas medicinais no Brasil emerge como uma alternativa terapêutica, consideravelmente influenciada pela cultura indígena, pelas tradições africanas e pela cultura europeia trazida pelos colonizadores [2]. Nota-se atualmente nas sociedades uma preocupação com relação a conservação da cultura da utilização de plantas com propriedades fitoterápicas por meio da procura pelos conhecimentos populares no uso dessas espécies vegetais, e consequentemente na conservação da natureza. Assim, objetivou-se com este trabalho investigar o uso de fitoterápicos por alunos do ensino médio no município de Russas, Ceará. Metodologia O município de Russas está localizada na Região do Baixo Jaguaribe, no Estado da Ceará. Russas é uma das cidades que apresenta maior crescimento econômico dessa Região, com uma população segundo a estimativa do IBGE (2006), de 65.268 habitantes, pois conta com economia mista onde existe a predominância das indústrias de cerâmicas vermelhas, compondo o maior polo cerâmico do Estado e segundo maior do Brasil. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de um questionário com 10 questões objetivas sobre a utilização de fitoterápicos no tratamento alternativo de doenças a alunos do ensino médio de uma escola pública localizada na sede do município de Russas/CE. Foram aplicados 60 questionários, 24 deles com alunos do 1º ano, 18 alunos 2º ano e 18 alunos do 3º ano em diferentes turnos e que estudam na sede, zona urbana, mas residem na zona rural de Russas. A aplicação do questionário ocorreu no mês de Abril de 2013. A tabulação e organização dos dados ocorreram durante os meses de maio e junho de 2013, com base na literatura especializada sobre a temática abordada. Resultados e Discussão Diante dos resultados obtidos a partir dos questionários aplicados pode-se observar quando questionados sobre o uso de plantas medicinais, 35% dos alunos avaliados disseram que não usam e 65% afirmaram que sim, que utilizam plantas medicinais no tratamento de várias doenças. Os alunos foram questionados quanto a forma se aquisição do conhecimento sobre o uso dessas plantas medicinais, e 47% afirmaram que adquiriram conhecimentos por meio de amigos e vizinhos e 30% adquiriram o conhecimento com os avôs. Quando indagados sobre os fitoterápicos que os alunos utilizavam como medicamento caseiro, 38% dos alunos disseram que usavam: Hortelã (Plectranthus amboinicus (Lour.). Spreng, 17% usavam Erva cidreira (Lippia alba (Mill.) N.E. Br, 12% usavam Malva (Plectranthus barbatus (Andr.) Benth), 32% Erva doce (Pimpinela anisum L.), 7% casca de cajueiro (Anacardium occidentale), 38% Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), 43% Capim santo (Cymbopogon citratus (DC) Stapf). e 40% Eucalipto (Eucalyptus tereticornis Smith.). Ao serem questionados sobre quais a partes das plantas eles usam para preparar seus fitoterápicos os alunos entrevistados expuseram que 58% usam as folhas, 7% usam as sementes, 18% usam a casca, 12% usam raízes e 5% usam outras partes da plantas. Verifica-se com isso que a cultura da utilização de plantas com propriedades medicinais ainda sobrevive em algumas comunidades e que essa tem uso tradicional na medicina popular [3,4,5]. Conclusões Os alunos do ensino médio questionados possuíam algum conhecimento sobre as plantas as quais eram cultivadas e utilizadas pelos mesmos cotidianamente. Agradecimentos Aos alunos da escola estadual pública que se dispuseram a participar deste trabalho, aos professores e a núcleo gestor. Referências Bibliográficas [1] Maciel, M. A. M. et al. 2002. Plantas medicinais: A necessidade de estudos multidisciplinares.Química. Nova. v. 25, n. 3, p. 429-438. [2] Sousa, L.C.F.S; sousa, J, E. S; sousa, J. S; Wanderlay, J. A. C; Borges, M. G, B;. 2011. Ethnobotany knowledge of public school students in the city of Pombal-PB. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.6, n.3, p.139 – 145. [3] Arnous, A.H; Santos, A.S; Beinner, R.P.C. Plantas Medicinais de uso caseiro - Conhecimento Popular e Interesse por cultivo Comunitário. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, jun.2005 [4] Lacerda, J.R.C. Conhecimento popular sobre plantas medicinais e sua aplicabilidade em três segmentos da sociedade no município de Pombal-PB. Revista ACSA, V. 9, n. 1, p. 14- 23, jan - mar, 2013. [5] Strachulski, J; Floriani, N. Conhecimento popular sobre plantas: um estudo etnobotânico na comunidade rural de linha criciumal, em Cândido de AbreuPR. Revista Geografar,Curitiba, v.8, n.1, p.125-153, 2013. 64º Congresso Nacional de Botânica 25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 2