AU TO RA L TO EI DI R INSTITUTO AVM ID O PE LA LE I DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ESCOLAR INCLUSIVO Por: Maiza Cristina Pinto Pereira DO CU M EN TO PR OT EG A BASE PARA A APLICAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO NO CONTEXTO Orientador Prof. Ms. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2011 INSTITUTO AVM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA A BASE PARA A APLICAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR INCLUSIVO Maiza Cristina Pinto Pereira Apresentação de monografia ao IAVM como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientador: Prof. Ms. Fabiane Muniz. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a Deus e a todos que, diretamente ou indiretamente, estiveram envolvidos na realização deste trabalho. Em especial, à minha família pelo incentivo e aos meus colegas de trabalho por compartilharem seus saberes e dúvidas diárias. Além deles, às professoras Elizabete Cerdeira e Stela Wendler por me fazerem acreditar nesta profissão. Adicionalmente, à pedagoga Rosângela Machado pela publicação de seu trabalho como coordenadora de educação especial da Secretaria Municipal de Florianópolis, à Anne Miller e Priscilla Höck. DEDICATÓRIA Dedico esta monografia a todos os professores que estão iniciando sua carreira em educação especial e desejam entender seus primeiros passos na busca por uma prática inclusiva. Epígrafe Começa tudo o que possas fazer, ou que sonhas poder fazer: a ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia. Goethe RESUMO O presente trabalho investiga a base para a diferenciação no contexto escolar inclusivo. Considerando a falta de um departamento de educação especial, é avaliado se os professores responsáveis pelo atendimento educacional especial podem receber suporte através de um ambiente virtual de aprendizagem como forma de substituição. Durante a pesquisa baseada no estudo do caso da coordenadoria de educação especial da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, no período de 2001 a 2007, é observada a importância do perfil do professor gestor de saberes e da gestão do conhecimento para o desenvolvimento de competências. Além disso, o mapeamento de objetivos, práticas e critérios avaliativos fundamentais para a aplicação da diferenciação dentro das instituições escolares e investigação da utilização do moodle como recurso tecnológico na formação continuada dos professores na educação inclusiva fazem parte do estudo. Finalmente, depois de considerados diversos fatores, fica clara a característica complementar das plataformas virtuais de aprendizagem que através do estudo demonstram não substituir o D.E. E juntamente com seu capital humano de trabalho. METODOLOGIA Para realizar a presente monografia, foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica principalmente em livros de autores cuja temática principal é a educação. Considerando a proposta do trabalho, estudar a base para a aplicação da diferenciação no contexto escolar inclusivo, a pesquisa teve início com a análise dos sete saberes necessários para a educação do futuro, seguiu com o estudo dos relatos sobre a educação especial na escola inclusiva de Rosângela Machado e terminou com a investigação dos usos da tecnologia educacional no material de Lígia Silva Leite. No sentido de complementar as bases teóricas mais tradicionais de referência, também foram consultadas fontes teóricas apresentadas de maneira menos formal e voltadas para descobertas mais recentes da área. Logo, foi acrescentada a consulta ao código da inteligência de Augusto Cury e publicações de revistas como a Época, Nova Escola, Mente e Cérebro e o caderno da disciplina de avaliação do curso de pedagogia a distância AVM. Na busca por uma resposta para o problema apresentado, todo o material citado acima foi constantemente comparado com a hipótese inicial, para que se pudesse chegar a uma conclusão à luz da teoria e estudo de casos apresentados. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I - Gestão do Conhecimento no contexto escolar 11 CAPÍTULO II - A Estrutura de uma Escola que Diferencia para Incluir 21 CAPÍTULO III – Os Recursos Tecnológicos na Formação Continuada do Professor 32 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43 Introdução O presente trabalho busca investigar a diferenciação pedagógica e a base para a sua aplicação no contexto escolar inclusivo. De forma geral, são observados os objetivos, práticas, critérios avaliativos e ferramentas pedagógicas que garantem a aplicação da diferenciação no processo de ensino aprendizagem dentro das instituições escolares inclusivas. O problema proposto pretende analisar se na falta de um departamento de educação especial os professores poderiam receber suporte através de uma plataforma de aprendizagem virtual como o moodle. Hipoteticamente, a resposta caminha para o sim. Entretanto, em meio à pesquisa bibliográfica, novas concepções e informações são reorganizadas levando o estudo a elaborar suas conclusões de forma independente. Os capítulos abordam a gestão do conhecimento no contexto escolar, a estrutura de uma escola que diferencia para incluir e os recursos tecnológicos na formação continuada do professor. De forma mais aprofundada, cuidam dos objetivos específicos deste trabalho acadêmico mapeando objetivos, perfis, práticas e critérios necessários ao funcionamento de uma escola inclusiva. O capítulo 1 trata da gestão do conhecimento no contexto escolar. Ele inicia com a importância do conhecimento para a sociedade atual, passa pela influência do autoconhecimento dos indivíduos e diferencia os tipos de conhecimento, no caso citando o conhecimento fragmentado. Além disso, esse capítulo trata de características importantes que devem fazer parte do perfil do professor. Entre elas, exemplifica a importância de saber o conteúdo a ser ensinado e agir de maneira coerente em relação aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. O capítulo 2 trata da estrutura de uma escola que diferencia para incluir. Nesse sentido, aponta os seus objetivos na construção de um ambiente que identifique as necessidades sem excluir. Além disso, cita elementos como o funcionamento da sala multimeios, visando à oferta de atendimento educacional especializado, aos critérios avaliativos e à dinâmica do departamento de educação especial na organização das ações voltadas para professores e alunos que participam do contexto de educação especial na escola. O capítulo 3 aborda os recursos tecnológicos na formação continuada do professor. Nesse sentido, investiga desde a percepção da qualidade dos softwares educacionais dos professores até sua própria capacidade de trabalhar na elaborarão de uma plataforma de aprendizagem virtual. Isso acontece porque o capítulo busca observar a possibilidade da substituição do elemento humano no suporte aos professores de educação especial. Capítulo 1 – Gestão do Conhecimento no Contexto Escolar Para iniciar o presente trabalho, gostaria de propor uma reflexão sobre a sociedade atual e o valor do conhecimento para que possamos compreender a atmosfera na qual o professor está inserido. Através da busca do sentido da transformação de informações em conhecimento, da visualização da importância da presença da racionalidade como parte integrante desse processo, do ensino de autoconhecimento como parte da reforma do pensar e de uma prática que leva os educandos a se reconhecerem como seres biológicos e sociais sem deixar de lado sua individualidade, caracterizamos o educador gestor do conhecimento no contexto escolar. Observando um mundo no qual o capital intelectual possui valor competitivo, corremos o risco de ficarmos confusos em relação ao real significado da capacidade de construir o conhecimento. À medida que desenvolvemos a habilidade de selecionar e conectar informações para construir um saber, estamos cumprindo com a complexa tarefa de traçar nosso próprio caminho que visa alcançar o conhecimento necessário para suprir nossa condição humana em todos os sentidos. A manutenção da racionalidade como uma das características principais da gestão do conhecimento na escola se faz essencial para garantir que o processo não seja racionalizador. Nesse sentido, estar aberto para ser um sujeito atuante que aceita sua condição interna e externa na riqueza de suas multiplicidades significa ser racional. Entretanto, a negação da necessidade da troca de ideias nos leva ao desconhecimento do real e nutre a falta de compreensão que nos leva ao fracasso em seu sentido global. O ensino do autoconhecimento como parte de uma ampla reforma do pensar funciona como uma preparação que ensina os indivíduos a lidar com seu próprio universo antes de entrar em contato com as opções oferecidas pelo mundo exterior. Assim, uma revisão de posturas éticas, nesse sentido, que respeita a natureza de cada um, servirá como base capaz de construção de condutas que preservam valores inerentes a uma cidadania global. A arte da construção de conhecimento está condicionada à capacidade individual de filtrar, selecionar, absorver e transformar, antes de informações, emoções. Augusto Cury (2008, p.32) afirma: “Há um mundo a ser descoberto dentro de cada ser humano. Há um tesouro escondido nos escombros das pessoas que sofrem. Só os sensíveis e sábios os descobrem”. Estar consciente de sua condição biológica faz com que os indivíduos entendam sua relação de dependência com a manutenção da espécie humana. Através de uma prática que proporciona o acesso às interações que facilitam a identificação da indispensabilidade da preservação do meio ambiente e dos recursos providos por ele como inerentes à sua sobrevivência, os educandos praticam a arte da convivência. Socialmente, a gestão do conhecimento no ambiente da escola trabalha positivamente, principalmente à medida que direciona os olhares para a possibilidade de criação e junção do que se apresenta fragmentado em nível de cultura ou preferencialmente, culturas. A contextualização do que existe em termos de diversidade social passível de causar estranhamento deixa de se tornar uma ameaça se no ensino a figura do homem como um ser social constituído por unidade afetiva se faz presente. Uma gestão que se encarrega da organização de um ensino que humaniza a genética a fim de mostrar a importância de qualidades únicas em meio à diversidade compõe a ciência da vida. Logo, o estudo das singularidades inerentes a todos os seres humanos como, por exemplo, as intelectuais, mentais e cerebrais pode ser acoplado à transmissão de conhecimentos mediada pela figura do professor. Toda a concepção da gestão de conhecimento nas instituições escolares deve ser concretizada por um pedagogo e, como citado anteriormente, objetiva a união cuidadosa de conteúdos disciplinares com o que pode ser chamado de escolarização para a vida cidadã global. Na posição de alunos, participar de um processo de aprendizagem que ensina a respeitar a individualidade sem o detrimento da complexidade da multiplicidade afirma a constante renovação na crença comunitária da compreensão para um mundo melhor. Morin (2000, p.14) coloca: “A supremacia do conhecimento fragmentado de acordo com as disciplinas impede frequentemente de operar o vínculo entre as partes e a totalidade”. 1.1 - O Perfil do Professor Gestor de Conhecimento Para distinguir o perfil do professor gestor de conhecimento é preciso levar em consideração sua capacidade de atuar de forma multidisciplinar que inicia em sua formação e, especialmente, após a mesma, quando, com o passar do tempo, se torna mais precisa a constante busca por elementos que tragam significação às aulas. Nesse sentido, os profissionais comprometidos em selecionar os recursos voltados para a aprendizagem de forma enriquecedora, em dominar o conteúdo curricular das disciplinas, em promover comportamentos positivos e em ensinar conceitos como a identidade terrena, a natureza incerta do conhecimento e a compreensão demonstram atitudes de quem busca realizar uma administração do conhecimento que quer alcançar a excelência. Isso requer que os professores deixem de lado certos padrões e iniciem um novo movimento. Nobre apud Fernando Pessoa (1999:47) nos faz visualizar o roteiro percorrido por educadores na busca por conhecimento, de forma abstrata: O esforço é grande e o homem é pequeno Eu, Diogo Cão, navegador, deixei Este padrão ao pé dói areal moreno E para adiante naveguei A alma é divina e a obra é imperfeita. Este padrão sinala ao vento e aos céus Que, da obra ousada, é minha a parte feita: O por- fazer é só com Deus. E ao imenso e possível oceano Ensinam estas quinas, que aqui vês, Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é português. E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma E faz a febre em mim de navegar Só encontrará de Deus na eterna calma O porto sempre por achar. (Nobre 1999:47) Ao selecionar os recursos buscando enriquecer o processo de ensinoaprendizagem pode ser destacado o uso de tecnologia não dependente de forma criativa. Considerando a realidade educacional brasileira, as tecnologias independentes apesar de todo o movimento do país a favor da inclusão digital ainda possui grande força no trabalho diário do professor por apresentar menor custo. A utilização de histórias em quadrinhos, por exemplo, une a dinâmica das ilustrações e a necessidade de transmissão de conteúdos teóricos, a fim de despertar o interesse dos alunos para que eles possam construir seu conhecimento. A fim de nos mostrar fatores positivos em relação a sua utilização, Leite (2010:35) comenta a respeito das ilustrações, por exemplo: As principais vantagens das ilustrações são o baixo custo e a facilidade de obtenção. Além disso, elas reproduzem a realidade, mostram aspectos gerais, facilitam a percepção de detalhes, reduzem ou ampliam um projeto, tornam próximos fatos e lugares distantes no tempo e no espaço, proporcionam melhor compreensão de diversos processos e seu uso pode ser tanto individual quanto coletivo. Podem também ser apresentadas mediante projeção de opacos, o que requer um aparelho especial denominado epidiascópio, projeção em transparências para retroprojetor ou projeção em canhão multimídia. O professor precisa lembrar que as tecnologias independentes não são inferiores quando comparadas com as dependentes. O principal fator para definir o sucesso da ferramenta será a capacidade crítica do profissional de adequá-las às necessidades dos alunos. O professor que domina o conteúdo curricular das disciplinas consegue ensinar de forma cíclica. Nesse sentido, cria condições para que os educandos sejam capazes de assimilar mais informações cada vez que fazem o estudo de determinado tema. Além disso, um estudo realizado pela Universidade de Chicago mostra fortes evidências, por exemplo, de que o baixo desempenho das meninas em matemática está relacionado com a didática adotada nas aulas e não com a genética. Os pesquisadores avaliaram o nível de ansiedade de professoras americanas de ensino fundamental em relação às aulas de matemática, o que reflete a insegurança no exercício da disciplina. No final do período letivo, os dados apontaram uma correlação negativa entre os níveis de ansiedade das professoras e as notas das meninas; por alguma razão, as alunas são mais sensíveis e tendem a reproduzir a insegurança das professoras. Essa pesquisa nos mostra que o professor precisa ter conhecimento em sua área de atuação,caso contrário,não apresentará material suficiente para dialogar com seus alunos na direção correta. O gestor que promove comportamentos positivos consegue ganhar a confiança do aluno no contexto escolar. Além disso, a interação positiva ativa as condições psicológicas necessárias à aprendizagem, ao trabalhar com os estímulos positivos. Sabemos que, de forma geral, os seres humanos precisam estar motivados para que sua atitude colaborativa e seu desejo de desvendar estejam aguçados. Augusto Cury (2008, p.219) nos lembra de uma situação comum na vida dos professores: “Os professores são cozinheiros do conhecimento que preparam o alimento do conhecimento para uma plateia, os alunos, que frequentemente não têm apetite”. Gerenciar o ensino de conceitos como a identidade terrena na vida diária dos alunos para que eles possam concluir que o homem em sua totalidade passará pelas mesmas experiências de vida no planeta é um objetivo básico.Tornar visíveis as necessidades do planeta e dos seres que habitam este terreno nos traz a possibilidade de encontrar uma resposta em conjunto para a crise pela qual passamos no momento. Colaborando para fazer com que os educandos entendam a natureza incerta do conhecimento, o professor gestor sai de uma linha de atuação puramente determinista e que somente considera a normatização como um fim para reconhecer o saber científico e ajuda os alunos a pensar que as perguntas de forma geral são as responsáveis pela produção de informação circulante.Nesse sentido,o cenário de incertezas relacionado ao conhecimento existente no mundo conserva a possibilidade de busca e aprofundamento em pesquisas que farão com que o mundo continue sua caminhada rumo ao seu desenvolvimento sustentável. Buscar ensinar a atitude compreensiva produz mudanças de paradigmas que nos levam à inclusão. Embora a aceitação da unidade dentro da diversidade seja um processo longo, quando mediado pela compreensão colabora com a percepção necessária para conscientizar a humanidade de que a comunicação somente é possível quando seguimos este caminho mutuamente. Por outro lado, as consequências da falta dessa atitude nos levam à guerra que começa internamente e depois se torna externa fazendo com que lutemos contra nós mesmos. Morin (2000, p.16) diz: “A compreensão é a um só tempo meio e fim da comunicação humana”. O delineamento de um professor gestor aparece também quando além de considerarmos o descrito acima, esse profissional entende as potencialidades humanas no contexto de sala de aula. Dessa forma, acredita que todos são capazes de aprender e leva para sua prática tudo o que oferece oportunidades de integrar a participação de todos. Altas expectativas em relação à aprendizagem e à criação de procedimentos e métodos que valorizam a autonomia como base para um desenvolvimento saudável também merecem destaque. Além disso, o professor capaz de fazer uma boa gestão de seu conhecimento consegue ajudar tanto alunos com altas habilidades quanto com dificuldades de aprendizagem. Profissionais preparados para lidar com a discalculia, por exemplo, incorporam em sua prática atitudes que respeitam as limitações dos alunos sem praticar a exclusão desses alunos. Assim, suas ações buscam evitar ressaltar as dificuldades dos alunos, mostrar impaciência com a dificuldade expressada, corrigir o aluno diante da turma ou ignorar o mesmo. Os verdadeiros professores gestores do conhecimento conseguem propor jogos em sala, utilizar situações concretas, iniciar cada período da aula com um resumo da sessão anterior, escrever no quadro os procedimentos a serem seguidos para que o aluno tome nota, fazer uma síntese de conteúdo no final de cada aula e esclarecer todos os termos relevantes do vocabulário fazem a diferença.Nesse sentido, levando ainda em consideração que a matemática é uma linguagem que precisa ser ensinada adequadamente, Aveiro, Escola Profissional de apud Carraher (2002, p.72) afirma que: Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como 'mais', 'menos', 'maior', 'menor' etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de 'o que tem mais', 'o que é maior' e não no sentido relativo de 'ter mais que' ou 'ser maior que'. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar a lógica que é adquirida no estágio das operações concretas. O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica torna-se uma questão de adivinhação. Devido ao maior conhecimento do público sobre o TDAH, transtorno do déficit de atenção/ hiperatividade, este também se tornou um fator que define a capacidade ou incapacidade de muitos profissionais em demonstrar uma gestão eficiente de seus conhecimentos e basear seu trabalho em práticas inclusivas.Dessa forma,Silva(2009:80-81) elaborou algumas dicas que podem ajudar os professores a contribuir no gerenciamento do TDA em sala de aula: 1. Professores devem ter conhecimento sobre o assunto, jogo de cintura e flexibilidade para ajudar o aluno TDAH. A informação é o passo mais importante para entender como funciona a cabeça destas crianças. 2. É obvio que não cabe ao professor diagnosticar o TDAH, mas, caso perceba sintomas característicos em algum aluno, oriente a família a procurar ajuda. Quanto antes o tratamento médico e/ou psicoterápico for iniciado, menos dificuldade ele terá em sua vida escolar, que se refletirão na vida adulta. 3. Professores não são de ferro!Faça uma aliança com os pais, com encontros regulares. Isso evita que eles sejam chamados para reuniões somente em momentos de crise. O trabalho é sempre em equipe. TIME!!! 4. Mantenha contato com outros profissionais da escola e com médicos e/ou psicólogos que cuidam dessas crianças; convide-os a visitar a escola para orientá-los no trato com seus pacientes TDAs. Assim, o trabalho feito na escola complementará o que é realizado no consultório. 5. Ter uma dose extra de paciência é fundamental. Isso não significa ser permissivo e tolerante em excesso. Mantenha a disciplina em sala e exija que os limites sejam obedecidos. Sem exageros! Ao lidar com o TDA é importante que o professor entenda também que o contexto escolar pode contribuir para o controle de sintomas e melhoria da qualidade de vida do aluno. Desse modo, o professor e a escola além de assumir um papel essencial no processo de aprendizagem do aluno,colaboram com seu desenvolvimento como indivíduo. Cabe ao professor que sabe gerenciar seu conhecimento, entender sobre as transformações do cérebro biológico, psicológico e social entre os gêneros humanos para ser capaz de ativar os aspectos motivacionais da aprendizagem, da inteligência e das habilidades. Nesse sentido, entender conceitos relacionados a neurociência e educação.Relvas (2009:90) mostra o efeito do processo contínuo de aprendizagem em nossas vidas através de uma música : Prefiro ser Essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Eu quero dizer Agora, o oposto do que eu disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Sobre o que é o amor Sobre o que eu nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela Amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio Amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor Eu sou um ator É chato chegar A um objetivo num instante Eu quero viver Nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo. Além disso, a evolução da ciência já nos mostra que aprender modifica muito mais que a forma como o indivíduo se insere e relaciona com o ambiente.Por exemplo,o impacto da alfabetização na mente não se restringe à região relacionada à linguagem codificada,mas envolve diversas outras como os setores da fala e da visão. Capítulo 2 - A Estrutura de uma Escola que Diferencia para Incluir Neste capítulo investigaremos os objetivos, as práticas, os critérios avaliativos e o funcionamento do D.E. E de uma escola inclusiva. Através de embasamento teórico, o estudo aqui apresentado aponta os caminhos seguidos pela educação inclusiva. 2.1 – Objetivos A fim de aprofundar o presente trabalho na temática da educação especial, iniciaremos a análise dos objetivos de uma escola que diferencia para incluir. Assim sendo, é essencial ter a ideia clara de que o processo de diferenciação pode estar voltado para a constituição de identidade ou somente para exclusão pela diferença. Frente a isso, entender a diferença entre integrar e incluir como propostas que devem ser seguidas por toda a escola, sem deixar de salientar que o processo de inclusão que trabalha pela garantia da frequência de alunos que apresentam necessidades especiais de aprendizagem passa pelo ponto crucial da mudança de pensamento dos professores. Primeiramente, o processo de diferenciação pode estar voltado para a constituição de identidade, pois ao notar uma característica especial, o professor sentirá a necessidade de adaptar sua prática, considerando o perfil do aluno e sua constituição individual que vai muito além das generalizações sobre as deficiências. Nesse sentido, a escola diferencia para incluir. O processo de diferenciação também pode, de forma negativa, se voltar para excluir pela diferença. Dessa forma, quando existe a afirmação e consulta única de categorizações vindas de diagnósticos médicos, fazendo com que elas ocupem um espaço de maior importância que o perfil humanizado do aluno, os educadores levam sua prática para a direção incorreta através da rotulação e separação ou distanciamento. Machado (2009, p.19) exemplifica: “O atendimento educacional especializado, por sua vez, deve ser oferecido preferencialmente na rede regular (art.208,3),e não está escrito,em local nenhum,que ele dispensa o ensino fundamental obrigatório.Como o atendimento educacional especializado,ou educação especial (LDBEN,art.58 e SS.) é diferente de ensino escolar (LDBN,art.21), ele deve ser oferecido como complemento,não suprindo sozinho o direito de acesso ao ensino fundamental. Assim,ou a escola recebe todos com qualidade e responsabilidade, sendo “inclusiva”,ou não está oferecendo “educação”,nos termos definidos na constituição de 1988. O conceito de escola integradora surge do princípio de que os alunos que necessitam de condições especiais para a aprendizagem estarão fora do convívio do ensino regular por serem de inteira responsabilidade dos departamentos de educação especial. O fator que gera confusão para muitos é o fato da educação especial ser uma modalidade de ensino complementar ao regular, mas que não pode se responsabilizar inteiramente pela escolarização do aluno. A integração é geralmente ofertada através de procedimentos adotados pela escola que diminui o tempo de convivência dos alunos especiais com o resto do grupo, deixando de fora também as possibilidades didáticas que poderiam ser apresentadas por professores não especializados que visam facilitar a aprendizagem de todos. Por outro lado, a inclusão como proposta assumida por toda a escola surge como uma revolução na maneira de compreender a colaboração como fator decisivo para a construção de conhecimento de todos os indivíduos no contexto escolar. Todos os membros passam a ser atuantes e o padrão de normalidade capaz de limitar os indivíduos é substituído, principalmente, pelo esforço didático dos professores. Ao salientar que o processo de inclusão trabalha pela garantia da assiduidade dos alunos que apresentam necessidades especiais de aprendizagem no ensino regular e complementar, enxergamos um sentido a mais para a presença dos profissionais que oferecem atendimento educacional especializado, a eles também é concedida a tarefa de cuidar da manutenção da garantia desse direito no ambiente escolar. Nesse sentido, a escola inclusiva persiste na luta por uma prática que entende a diferença e assegura a igualdade de direitos. Outro ponto crucial na busca do desenvolvimento de uma base para a escola que diferencia para incluir é a mudança de pensamento dos professores. Sabemos que desde sua formação inicial, a docência como profissão acaba sendo muito pautada na atuação despreparada de profissionais que não foram capacitados para lidar com uma didática que não seja fragmentada. Segundo Machado apud Batista & Montoan (2005, p.9), os professores que atuam no atendimento educacional especializado, além da formação básica em pedagogia, devem ter uma formação específica para atuar com a deficiência a que se propõe atender. Entretanto esse fato não deve ser interpretado por professores do ensino regular como um empecilho, pois sua ação para contribuir não precisa ser baseada em conhecimentos clínicos, mas em um profundo conhecimento voltado para a didática de ensino, que pode ser alcançada por todos os educadores. O objetivo da diferenciação na escola que inclui é a identificação. A partir desta base, o trabalho docente segue seu percurso investigativo, desafiador e crente nas possibilidades da aprendizagem humana naturalmente. A escola inclusiva se preocupa em transformar os limites em porta de entrada para a acessibilidade. Nesse sentido, a escola inclusiva respeita e conhece a identidade de todos os alunos para escolher a maneira mais inteligente de promover seu desenvolvimento. 2.2 – Práticas As práticas adotadas por uma escola que diferencia para incluir objetivam muito mais que manter os alunos especiais no ensino regular. Além disso, elas existem para que eles sejam respeitados em suas necessidades. Nesse sentido, a instituição deve estar preparada para oferecer uma sala multimeios, parcerias com grupos multidisciplinares na área de saúde para acompanhamento, uma arquitetura correta para lidar com a deficiência física, a cegueira, a surdez e as dificuldades de aprendizagem. Ao oferecer uma sala multimeios, a escola cumpre com seu compromisso de dar condições para que os educadores façam do atendimento educacional especializado uma realidade. Nessa sala, todos os elementos de tecnologia assistiva necessários para que o professor planeje e ministre suas aulas estão presentes. Dessa forma, a intenção é neutralizar ou eliminar muitos limites funcionais trazidos pelos alunos, para que eles consigam realizar suas tarefas escolares regulares e progridam. Machado (2009,p.141) cita : “Buscando uma alternativa para o desenvolvimento de um outro conhecimento da escola e das práticas cotidianas daqueles que nela atuam, precisamos traçar um outro caminho: o da análise das práticas microbianas, singulares e plurais(...)”. As parcerias com grupos multidisciplinares na área de saúde que poderiam ocorrer somente para diagnosticar as deficiências quando ofertados na modalidade de acompanhamento é capaz de aumentar as possibilidades de aprendizagem dos atendidos. Psicólogos para conhecer mais profundamente as condições emocionais, fonoaudiólogos para avaliar o desenvolvimento de linguagem e nutricionistas são bons exemplos de profissionais que enriquecem o trabalho docente. Uma arquitetura adequada para lidar com a deficiência física garantindo o acesso e deslocamento de todos precisa fazer parte da prática vigilante dos administradores escolares e órgãos cujas competências estejam voltadas para a manutenção do bem estar dos alunos. Assim, o desenho da instituição com rampas, elevadores e cadeiras de roda é essencial para que os alunos não se afastem da escola por não se sentirem devidamente acolhidos. Especificamente no caso da deficiência visual /cegueira, a prática na sala multimeios está pautada no ensino do Sistema Braille, no desenvolvimento de atividades que cuidem da orientação/mobilidade do aluno e na simulação da realização de tarefas do cotidiano, por exemplo. Destaca-se, também, o manuseio de softwares sintetizadores de voz para que os alunos possam ler e escrever no computador. Considerando a deficiência auditiva/surdez, as práticas especializadas consistem em ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras), em acompanhar o aprendizado da Língua Portuguesa na modalidade escrita e em direcionar para os serviços de um fonoaudiólogo os alunos que escolhem o sistema de oralização, por exemplo. A fim de trabalhar com as condições oferecidas pelos alunos considerando suas potencialidades, o pedagogo deve adequar materiais didático-pedagógicos para possibilitar experiências visuais mais intensas ao lidar com o aluno deficiente auditivo. No campo das dificuldades de aprendizagem, a escola cuja proposta seja incluir deve, em primeiro lugar, aprimorar o conhecimento docente, essencial ao entendimento de que as DAs podem ser quadros que mostram a diversidade considerando a aquisição linguística ou comportamento dos alunos, por exemplo. Seguindo essa linha de pensamento, os professores precisam compreender o desenvolvimento cognitivo dos alunos para atuar na orientação educacional. Além disso, Silva (2009:80) aconselha: “...,o colégio e a família precisam estar em fina sintonia.Tanto os pais quanto os professores,orientadores educacionais e os profissionais da saúde que acompanham a criança devem manter um contato estreito”. Em todos os casos de deficiência, as práticas de uma escola inclusiva objetivam, através da utilização dos meios corretos relacionados ao atendimento educacional especializado, mapear habilidades investindo nelas para que o aluno especial possa desenvolver suas atividades escolares e cotidianas. Dependendo do quadro clínico, essas práticas tendem a ser mais criteriosas e dependentes de acompanhamento clínico que acontece fora do contexto escolar. 2.3 – Critérios Avaliativos De acordo com o posicionamento observado, a avaliação pode ter diferentes sentidos. Segundo Nobre apud André; Passos (2005.p.179): Mudar a avaliação significa mudar o ensino, a visão de aprendizagem, as concepções do que é ensinar e aprender. A avaliação não pode se limitar a uma apreciação sobre o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Ela deve levar a uma revisão dos conteúdos selecionados, do método utilizado, das atividades realizadas, das relações estabelecidas em sala de aula, ou seja,a uma revisão do ensino,pois não existe melhor critério para avaliar a eficácia do ensino do que a aprendizagem dos alunos. A avaliação pode significar um instrumento utilizado pelo professor para refletir sobre o desenvolvimento do aluno ou apenas para verificar se o aluno possui uma determinada quantidade de informações. No interior de uma escola que diferencia para incluir, a escolha de critérios avaliativos representa muito além do que somente o olhar do professor, a oportunidade de continuar aprendendo com os alunos. Dessa forma, os critérios avaliativos adotados passam pela consciência qualitativa do examinador, observação diária, pelo desprendimento das generalizações ligadas às características das deficiências, pela consideração do desempenho individual, pela forma com qual o professor reflete sobre sua própria prática e influência do social. Abordando o examinador a respeito de sua consciência sobre avaliação qualitativa, fica claro o quanto sua ação pode se diferenciar do título recebido. O ato de examinar que se refere a uma investigação minuciosa de algo acaba sendo equivocado através de condutas quantitativas incapazes de compreender a pluralidade dos resultados observados. A observação diária está diretamente ligada à prática inclusiva, pois ela se propõe a investigar o processo de aprendizagem com base no diálogo e abertura para os erros. Nesse sentido, ao errar, o aluno proporciona ao professor a oportunidade de trabalhar com o desconhecido pelas normas e entrar no contexto individual do aluno que apresenta o diferente. Ao se distanciar das generalizações ligadas às características das deficiências, o professor possui a liberdade de utilizar suas potencialidades e habilidades pedagógicas para selecionar a situação adequada de aplicar uma variedade de instrumentos que ajudem no seu processo de análise e no desenvolvimento criativo do aluno. Andressa Rocha no caderno da disciplina avaliação AVM (p.97) intera: “ O importante é que o docente entenda que o uso conjugado de técnicas e instrumentos de avaliação auxiliará mais ainda o processo de ensino-aprendizagem, estimulando a criatividade e o desenvolvimento do educando”. Ao valorizar o desempenho individual, a escola que inclui pode também adotar a autoavaliação como estratégia para dar voz ao aluno e torná-lo responsável por seu processo de aprendizagem em todas as etapas, do início ao fim. Logicamente, ao lidar com alunos que apresentam necessidades especiais, esse tipo de avaliação se torna um pouco menos usual dependendo do quadro apresentado. Entretanto, antes de decidir pela limitação, deve-se tentar chegar o mais próximo possível da realidade do aluno apontando maneiras, por exemplo, de fazê-lo sentir seu progresso de forma simples como após propor a realização de uma atividade cotidiana oferecer uma experiência de recompensa. Em relação às técnicas de avaliação, Rocha apud Haydt (2004,p.123) destaca : A prática da observação é uma das técnicas de que o professor dispõe para melhor conhecer o comportamento de seus alunos, identificando suas dificuldades e avaliando seu desempenho nas várias atividades realizadas e seu progresso na aprendizagem. Através da observação direta dos alunos no contexto das atividades cotidianas de sala de aula, onde eles agem espontaneamente, sem pressão externa que altere sua conduta (como no caso de uma situação de prova), o professor pode colher e registrar muitas informações úteis sobre o rendimento escolar, complementando os dados fornecidos com outros instrumentos de avaliação. O professor que reflete sobre sua própria prática possui bagagem crítica suficiente adaptar seus critérios avaliativos de acordo com o aluno que estiver analisando. Entretanto, a questão acerca desse comportamento surge porque a maior parte dos professores não gosta de dividir incertezas ou está aberto à crítica de outros profissionais ao serem observados. As distintas funções da avaliação somente cumprem com suas propostas se forem aplicadas na situação correta. Esse fato considera aluno, ambiente, calendário escolar, habilidades entre outros. Entretanto, a elaboração dos critérios avaliativos está concentrada quase que em sua totalidade no olhar do professor. Considerando o professor como o melhor instrumento de avaliação Rocha apud André e Passos (2005) destaca: A escolha do instrumento de avaliação é de fundamental importância na construção de um processo pedagógico construtivo e crescente. Se os objetivos da escola se voltam para a formação do sujeito crítico e criativo, para o desenvolvimento de seu raciocínio, de sua capacidade de argumentação, para o exercício da crítica e da criação, quais instrumentos e situações serão mais adequados?A melhor alternativa, o melhor recurso parece ser o professor, que poderá fazer uso de traços fundamentais, com a sua sensibilidade, flexibilidade e capacidade de observação para acompanhar e apreciar o desenvolvimento de cada aluno. Entre as muitas opções de instrumentos avaliativos existentes,os professores podem escolher utilizar listas de verificação,grelhas de observação,escalas de classificação,questionários,testes ou portifólios para complementar sua poderosa observação diária. 2.4 – O D.E. E – Departamento de Educação Especial No modelo de escola atual, a presença do departamento de Educação Especial pode ser identificada de mais de uma maneira. Ela pode ser representada pela atuação de um profissional qualificado para prestar o atendimento educacional especializado que está subordinado à outra coordenação ou estar tradicionalmente representado por um espaço físico dentro da escola, excluindo, assim, a necessidade dos profissionais de educação especial de estar subordinados a uma coordenação mais distante. De qualquer forma, a educação especial como modalidade de ensino necessita ter sua organização centralizada, cabendo este papel ao D.E.E. Sua atuação interna na escola inclusiva se responsabiliza por encontrar recursos financeiros, estabelecer um núcleo de formação de professores, supervisionar as atividades educacionais especializadas, fazer toda a escola se posicionar positivamente a favor da inclusão, estimular a crença de que todos os alunos podem aprender e buscar parcerias com outras instituições que colaborem com o constante desenvolvimento de saberes. Ao se responsabilizar por encontrar recursos financeiros, o coordenador do departamento precisa exercer suas habilidades administrativas com excelência. No caso de uma escola pública, entrar em contato com as secretarias de educação, por exemplo, pode ser uma estratégia para negociar a liberação de fundos que deverão ser utilizados para investir em elementos essenciais para o funcionamento desta modalidade nas escolas. Por outro lado, as escolas particulares que oferecem a modalidade podem contar geralmente de forma única com a direção escolar por se tratar de um estabelecimento de natureza privada. Nos dois casos, adicionar ideias e provas de que a educação especial contribui para o exercício da cidadania são argumentos indispensáveis no momento da negociação. O D.E. E, ao estabelecer um núcleo de formação de professores, oferece suporte aos educadores que fazem o atendimento especializado e precisam estar sempre qualificados para exercer suas tarefas. Nesse sentido, considerando que nem todos os profissionais que iniciam nesta área já estão preparados para lidar com uma docência tão específica, cursos, palestras e congressos dentro da própria instituição para que a visão da escola seja mantida se fazem necessários para preparar esses profissionais para os desafios que serão encontrados. Além disso, projetos que prestam consultorias e trazem profissionais com um campo de visão mais amplo sobre o assunto também enriquecem o processo de pesquisa dos professores deixando-os menos inseguros em relação à sua prática. Cabe ao D.E. E supervisionar as atividades educacionais especializadas a fim de manter a qualidade dos serviços prestados. Sua supervisão está focada no trabalho do professor sem deixar de lado a rotina de acompanhamento dos processos mais burocráticos relacionados aos contatos externos da escola. Entretanto, apesar de formal, a supervisão ainda está envolvida no processo criativo dos professores, pois ao apontar elementos que precisam de correção, dá oportunidade para modificá-los. Na tentativa incessante de fazer toda a escola se posicionar positivamente a favor da inclusão estimulando a crença de que todos os alunos podem aprender, o departamento de necessidades especiais luta, principalmente, pela divisão da responsabilidade sobre a aprendizagem dos alunos que participam de programas inclusivos. Fazer a comunidade docente regular entender que a educação especial quer construir uma ponte entre a diferença e a igualdade é o início. A necessidade do atendimento educacional especializado estar ligado ao acompanhamento realizado por um grupo de profissionais da área da saúde impõe a busca por parcerias com outras instituições que colaborem com o constante desenvolvimento de saberes por parte do D.E.E.Assim, escola e consultório caminham juntos na busca por alternativas que facilitem a vida dos alunos. O D.E.E, diferente do caso do Brasil,está presente, por exemplo, na maioria das escolas britânicas nas quais também é enfatizado o desenvolvimento de alunos que apresentam necessidades especiais de aprendizagem de forma geral. Isso nos mostra que independente de diagnosticadas, o departamento de educação especial cuida do desenvolvimento cognitivo dos alunos que apresentarem condições de aprendizagem diferentes da maioria através de práticas baseadas no estudo profundo da didática regular e especial. Silva (2010, p.137), em relação à coordenação de educação especial, lista: “Ela tem a função de coordenar e acompanhar a atuação da sala de multimeios;realizar planejamento orçamentário para a aquisição de materiais e equipamentos de acessibilidade,entre outras (...)”. CAPÍTULO 3 – Os Recursos Tecnológicos Na Formação Continuada Do Professor 3.1 – Ambientes Virtuais de Aprendizagem - O Moodle Na escola que identifica para integrar, a tecnologia educacional visa diminuir a complexidade das tarefas diárias voltadas para a aprendizagem de conteúdo regular e outras atividades importantes para o dia a dia do aluno que apresenta necessidades especiais que serão importantes fora deste contexto. Neste sentido, a utilização de seus recursos na formação continuada do professor está pautada no entendimento de que ela representa um instrumento para a construção do conhecimento e para troca de saberes. Além disso, na atuação dos professores ao comandar as máquinas, seu manuseio está diretamente ligado ao seu processo de criação e autoria que incrementam suas pesquisas ao utilizar ambientes virtuais de aprendizagem como o moodle. Devemos entender que a tecnologia representa um instrumento para a construção do conhecimento e, independentemente da quantidade disponível de recursos, não se alcança um bom resultado na sua utilização se os professores não forem capazes de controlar as ferramentas. O homem comanda a máquina. Leite (2010,p.10) complementa: o limite de cada tecnologia está,em grande parte,no domínio delas pelo professor e alunos”. Citando outra utilidade da tecnologia,quando ela é ponte para a troca de saberes, sua importância de fato rompe barreiras imprescindíveis para a melhoria da prática docente de escolas que precisam estar sempre inovando para dar conta dos desafios impostos pelo processo de ensino-aprendizagem, como é o caso das escolas que oferecem atendimento educacional especializado. Através dos ambientes virtuais de aprendizagem é possível participar de fóruns, debates e ter acesso a material produzido por outros profissionais que possuem o mesmo objetivo. Ainda sobre a atuação dos professores ao comandar as máquinas, Leite (2010, p.7) coloca: “...a tecnologia para uso do homem expande suas capacidades” e Hypolitto apud Esteves (1993:66) aponta algumas características da formação continuada: Uma ruptura com o individualismo pedagógico, ou seja, em que o trabalho e a reflexão em equipe se tornam necessários; uma análise científica da prática, permitindo desenvolver, com uma formação de nível elevado, um estatuto profissional; um profissionalismo aberto, isto é, em que o acto de ensino é precedido de uma pesquisa de informações e de um diálogo entre os parceiros interessados. Dessa maneira, a formação continuada cuida do enriquecimento teórico dos professores para que eles possam compartilhar suas práticas positivas. A informação recebida, transformada e utilizada por mais de um profissional em diferentes contextos apontará novos caminhos para suprir não somente com as necessidades dos alunos no processo de aprendizagem, mas também as necessidades dos professores como eternos aprendizes. Entretanto, o profissionalismo aberto citado anteriormente não faz parte dos interesses de muitas instituições escolares por diversas razões. Por exemplo, todo esquema de treinamento e capacitação de qualidade montado por uma escola exigirá investimento financeiro. Além disso, sabemos que muitos profissionais não estão conscientes da necessidade da troca para a construção de sua identidade profissional. Assim, seria necessário primeiro transformar a concepção dos educadores sobre a dinâmica de sua profissão. Segundo Freire (1991: 58),”A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática". (Hypolitto apud FREIRE, 1991: 58). Considerando ainda a importância da formação continuada, não podemos deixar de lado os elementos externos que também pressionarão os profissionais da educação e que não estão ligados a concepções pessoais. De acordo com Hypolitto apud Brzezinski (1992:83), devemos estar atentos aos elementos citados abaixo: A modernidade exige mudanças, adaptações, atualização e aperfeiçoamento. Quem não se atualiza fica para trás. A parceria, a globalização, a informática, toda a tecnologia moderna é um desafio a quem se formou há vinte ou trinta anos. A concepção moderna de educador exige "uma sólida formação científica, técnica e política, viabilizadora de uma prática pedagógica crítica e consciente da necessidade de mudanças na sociedade brasileira”. Analisando um pouco mais profundamente quais seriam as possibilidades oferecidas pela utilização de uma plataforma de aprendizagem virtual, devemos pensar primeiro na sua qualidade, isto é, saber se ela atende às necessidades do público em questão. Segundo Campos (2001:1), o olhar dos professores deve observar os seguintes elementos: O conjunto que determina qualidade em EAD é formado de inúmeras modalidades de software educacional e, por isso, ao avaliarmos um programa de educação a distância e/ou um software educacional, é importante estabelecermos parâmetros mínimos de avaliação, que são características pedagógicas e aquelas relacionadas ao aspecto técnico da questão. Apesar do processo de democratização do acesso à tecnologia, muitos grupos ainda não estão totalmente capacitados para lidar com todas as ferramentas oferecidas. Especificamente, os professores ainda estão aprendendo a lidar melhor com os aspectos técnicos do manuseio dos softwares educacionais e se beneficiar da aprendizagem através da EAD. Entretanto, ao analisar características pedagógicas, a formação em educação facilita o estabelecimento de parâmetros na busca pela qualidade do material que será utilizado. Por isso, muitos professores têm demonstrado interesse em trabalhar articulando seu saber pedagógico e a tecnologia a fim de utilizar os dois recursos para sua formação, por exemplo. Assim, surge um novo campo de trabalho definido por Campos (2001:1): O design instrucional pode ser definido como um ciclo de atividades, um plano geral de curso, incluindo sequência e estrutura de unidades, os principais métodos a serem usados em cada aula, o grupo de estruturas e, o controle e avaliação do sistema. Na década de 70, alguns autores acreditavam que o design era essencialmente racional, lógico, um processo sequencial voltado para a resolução de problemas. Atualmente, vê-se o design como uma atividade compartilhada pela equipe envolvida no processo de geração de ambientes de aprendizagem mediados pela tecnologia, em última análise, a equipe envolvida em educação a distância Especificamente dentro do cenário de uma escola que diferencia para incluir, o uso de tecnologia através dos AVA’s pode complementar as possibilidades de leitura e facilitar a comunicação quando aplicadas no contexto da oferta de suporte em educação especial para os professores. Nesse sentido, a ferramenta virtual não substitui a atuação humana na estrutura de um D.E.E por ser apenas um dos elementos que o compõem. Considerando a não existência do departamento de necessidades especiais, a força que impulsionará qualquer trabalho em educação especial será a junção da capacidade crítica dos docentes envolvidos e sua consciência de que o funcionamento da modalidade especial em uma escola não caminha para a centralização de suporte; no caso da presente pesquisa, o moodle. Pelo contrário, o suporte que direciona,organiza e implementa a educação especial é descentralizado e sem a estrutura de um D.E.E somente se tornará possível e eficaz se os educadores souberem unir todos os elementos como consultorias,a própria tecnologia e a divisão de tarefas com equipe multidisciplinar de saúde que estiverem disponíveis ao seu redor. Assim, a gestão do conhecimento, as práticas e os recursos estarão de acordo com a diferenciação para a inclusão. CONCLUSÃO O presente trabalho mostra que a hipótese da utilização de uma plataforma tecnológica de aprendizagem não substitui o departamento de educação especial devido principalmente à natureza do seu funcionamento. Nesse sentido, o suporte que os professores precisam para organizar o atendimento educacional especializado aponta para a necessidade de busca por descentralização, sendo o fator humano absolutamente necessário para lidar com a dinâmica de mudanças relacionadas ao processo. Por exemplo, a plataforma possui várias funções complementares como ajudar os professores em sua comunicação e acesso a material de trabalho relevante para leitura. Entretanto, não administra fatores emocionais como a constante incerteza docente diante da realização de seu trabalho. A ciência se beneficia do presente estudo no sentido de que quanto mais conhecemos o funcionamento da educação em detalhes, mais conhecimento teórico pode ser gerado e distribuído para transformar a realidade da educação. A diferenciação como tema escolhido contribui para a ciência ao mostrar que o estudo dos caminhos percorridos pela educação passa pelo conhecimento profundo dos indivíduos. Desta forma, muito além da observação de teorias pedagógicas, este trabalho investiga a dinâmica das relações humanas para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem no contexto escolar inclusivo. Ainda que um estudo sobre as bases da aplicação de um conceito não resulte no desenvolvimento de técnicas e estratégias que possam ser levadas para a prática docente imediatamente, sabemos que ele pode despertar o interesse de muitos pesquisadores que futuramente irão direcionar suas pesquisas para essas linhas e proporcionar um enriquecimento ainda maior do trabalho realizado pelos educadores. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Cury,Augusto.O Código da Inteligência:A Formação de Mentes Brilhantes e a Busca pela Excelência Emocional e Profissional.Rio de Janeiro:Thomas Nelson Brasil/Ediouro,2008.235 p. Camila Guimarães.Os Segredos dos Bons Professores.Revista Época,São Paulo,26 de abril de 2010,Sociedade,PP 110 a 119. Diversos Autores.Inclusão.Revista Nova Escola – Edição Especial 24,São Paulo,Julho 2009. Diversos Autores.Os Riscos da Preocupação.Revista Mente e Cérebro-Edição 206,São Paulo,Março de 2010. Morin,Edgar.Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro.São Paulo:Cortez Editora,2000.117 p. Machado,Rosângela.Educação Especial na Escola Inclusiva : Políticas,Paradigmas e Práticas.São Paulo: Cortez,2009.152 p. Nobre.Doralice Rodrigues-São Paulo:Arte & Ciência,1999. Pocho,Claudia Lopes.Aguiar,Márcia.Sampaio,Marisa.Leite,Lígia.Tecnologia Educacional: Descubra suas Possibilidades na Sala de Aula.Petrópolis-RJ:Vozes,2010. Relvas,Marta Pires ,Neurociência e Educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula,Rio de Janeiro:Wak Ed.,2009. Rocha,Andressa.-Caderno de Estudos do curso de graduação em Pedagogia à Distância - Avaliação.Rio de Janeiro:Instituto a Vez do Mestre. Silva,Ana Beatriz B. Mentes inquietas:TDAH:desatenção,hiperatividade e impulsividade – Rio de Janeiro:Objetiva,2009. WEBGRAFIA Campos,G.,Como Avaliar um Software Educacional?<url: http://www.timaster.com.br/revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=331 >data de acesso : 26/01/11). (Campos,G. Design Instrucional <Url:http://www.timaster.com.br/revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=359&pag=2>d ata de acesso: 26/01/11). Escola Profissional de Aveiro. União Européia. Fundo Social Europeu.< www.appdae.net/.../lidando_com_as_dificuldades_de_aprendizagem.pdfdata > data de acesso 26/01/11). Hypolitto,Dinéia< http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/100/42/ >data de acesso:26/01/11. ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 06 METODOLOGIA 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO 1 GESTÃO DO CONHECIMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR 11 1.1 – O Perfil do Professor Gestor de Conhecimento 13 CAPÍTULO 2 A ESTRUTURA DE UMA ESCOLA QUE DIFERENCIA PARA INCLUIR 2.1 – Objetivos 21 2.2 - Práticas 24 2.3 – Critérios Avaliativos 26 2.4 – O D.E.E –Departamento de Educação Especial 30 CAPÍTULO 3 OS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR 3.1 – Ambientes Virtuais de Aprendizagem – O Moodle 32 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 41