A LOGÍSTICA DA EMBALAGEM PLÁSTICA NO SETOR HORTIFRUTÍCOLA Heitor Caliani Nohara 1, Miriam Midori Yassuda 2 Me. Juliano Munhoz Beltani 3 1,2 Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Lins-SP, Brasil 3 Docente do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Lins-SP, Brasil RESUMO: A produção de hortifruti desempenha fundamental papel no desenvolvimento do agronegócio no Brasil, e em conjunto ao modal rodoviário sendo o mais utilizado para o escoamento da produção de hortifruti em todo o território nacional, oferecendo vantagens em relação aos demais modais de transporte e obtendo um ganho por ser porta a porta. Em relação às embalagens tem-se a função de contenção, proteção, comunicação e utilidade, além de distribuir produtos ao menor custo possível. As embalagens utilizadas para o setor hortifrutícola muitas vezes são inadequadas e ocasionam conseqüentemente danos pós-colheita. A reutilização no caso das caixas plásticas diminui o custo ao produtor por serem reutilizáveis. A metodologia proposta, através de pesquisa bibliográfica, que visa apresentar as principais características e a importância da utilização adequada de embalagens podem influenciar na minimização da perda pós colheita, assim a necessidade de investimento também no setor modal rodoviário e melhorias nas embalagens para frutas e hortaliças. Este artigo tem por objetivo descrever a utilização da embalagem plástica no setor de hortifruti em conjunto com o modal rodoviário nacional. Palavras-chaves: Modal rodoviário. Hortifruti. Pós-colheita. ABSTRACT: Producing grocery plays a key role in the development of agribusiness in Brazil, and the whole road system is the most used for the production flow grocery across the country, offering advantages over other modes of transport and a gain to be door to door. Regarding packaging, has the function of containment, protection, communication and utility, as well as distributing products at the lowest possible cost. The packaging used for the produce industry are often inadequate and therefore cause postharvest damage. Reuse in the case of plastic boxes reduces the cost to the producer because they are reusable. The proposed methodology through literature search, which aims to present the main features and the importance of proper use of packaging can influence in minimizing post-harvest losses, thus the need to invest also in road transport sector and improvements in packaging for fruits and vegetables. This article aims to describe the use of plastic bags in the produce industry together with the national road system. Key words: Road transportation. Hortifruti. Postharvest. RESUMEN: La producción de comestibles juega un papel clave en el desarrollo de la agroindustria en Brasil, y toda la red de carreteras es el más utilizado para el flujo de producción de comestibles de todo el país, que ofrece ventajas con respecto a otros modos de transporte y una ganancia ser de puerta a puerta . En cuanto a los envases, tiene la función de contener, proteger, la comunicación y la utilidad, así como la distribución de productos al menor coste posible . El embalaje utilizado para la industria de los productos son a menudo inadecuadas y por lo tanto causa daño postcosecha. Reutilizar en el caso de cajas de plástico reduce el costo para el productor, ya que son reutilizables. La metodología que se propone a través de la búsqueda bibliográfica, la cual 2 tiene como objetivo presentar las principales características y la importancia del uso adecuado de los envases puede influir en la reducción de las pérdidas posteriores a la cosecha, por lo tanto la necesidad de invertir también en el sector y la mejora del transporte por carretera en los envases para frutas y verduras. Este artículo tiene como objetivo describir el uso de bolsas de plástico en la industria de productos, junto con la red vial nacional. Palablas clave: El transporte por carretera. Hortifruti. Poscosecha. INTRODUÇÃO Embora a logística seja realizada desde o começo da civilização, implementar as melhores práticas do século XXI é uma das áreas operacionais mais estimulantes e desafiadoras da gestão da cadeia de suprimentos. Como a logística é tanto nova quanto antiga, caracteriza-se a rápida mudança que esta ocorrendo nas melhores praticas (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). O objetivo da logística é apoiar as necessidades operacionais de compras, produção e atendimento as expectativas do cliente. Dentro de uma empresa, o desafio é coordenar a competência funcional em uma operação integrada voltada para o serviço aos clientes. No contexto mais amplo da cadeia de suprimentos, é essencial a sincronização operacional com os clientes e com os fornecedores de materiais e serviços para unir as operações internas e externas, tornando-as um processo integrado. (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Segundo os autores Filho e Tizato (2009), uma das principais preocupações do gestor de logística diz respeito à verificação do aumento da eficiência do sistema logístico (eficiência de manuseio, armazenagem e movimentação) a partir da adoção/utilização da embalagem. Por exemplo, embalagens menores podem ser combinadas num pacote maior, incrementado a eficiência da distribuição. A utilização de embalagens adequadas pode contribuir para diminuir o elevado índice de perdas pós-colheita que ocorrem no Brasil. Dentre as causas de perdas póscolheita de hortaliças e frutas no país, as mais importantes são o manuseio e uso de embalagens inadequadas e os consequentes danos mecânicos infringidos ao produto (LUENGO, 2009). A agricultura familiar é caracterizada em sua maioria por produzir frutas, legumes e verduras (FLV), porém possui uma visão errônea de que é um setor pouco produtivo e limitado a abastecer o mercado local. A modalidade que se cabe aos pequenos produtores é o transporte rodoviário como principal meio de transporte, utilizando veículos de pequeno e médio porte para a escoação de seus produtos. A opção pela modalidade rodoviária como principal meio de transporte de carga é um fenômeno que se observa a nível mundial desde a década de 50 (SCHROEDER; CASTRO, 1996). Segundo Marques e Caixeta Filho (2000 apud LOURENÇO; KARTZ, 2010), são de grande importância o tipo de transporte utilizado em produtos perecíveis, tais como frutas e hortaliças, pois ele é um elo fundamental da cadeia de comercialização e o sucesso da manutenção do produto fresco com boa qualidade durante o trânsito, dependendo do controle de cada etapa da cadeia. Segundo Watanabe e Tredezini (2010), em sua pesquisa grande parte dos produtores de hortaliças transportam os produtos para comercialização em carroças e o único produtor que revende para intermediários utiliza caminhão aberto para transportar. Já Moos e Galante (2004), percebeu que os produtores possuem despesas com o transporte até a entrega e aqueles que possuem pouca mercadoria contribuem para a inviabilização de seu fornecimento, devido aos custos e os que continuam, entregam com veículos de terceiros ou por conta. 3 Soares (2009 apud LOURENÇO; KARTZ, 2010), coordenador do Departamento de Ciência de Alimentos da Embrapa Agroindústria, afirma que as perdas de frutas e hortaliças podem ser divididas em 10% no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% nas centrais de abastecimento e comercialização e 10% nos supermercados e na casa dos consumidores. As causas para tudo isso vão desde o manuseio inadequado e o transporte ineficiente até a não utilização da cadeia do frio em todas as etapas e o excesso de toque dos consumidores quando o produto já está na gôndola do supermercado. Para o desenvolvimento deste estudo, a metodologia empregada foi uma revisão bibliográfica, em cima de artigos e livros, com o intuito de reunir sobre o assunto pesquisado. Assim, a elaboração da pesquisa é feita de forma básica, cujo método utilizado é exploratório envolvendo levantamento bibliográfico, conforme Rummel (apud MARCONI, 2012. p. 3). O objetivo deste artigo é analisar os fatores essências para a importância das embalagens para os produtores hortifrutícola, em relação a logística de distribuição de frutas e hortaliças e a perdas na pós colheita. 1 LOGÍSTICA Segundo Hara (2011), a logística já existia desde o início da civilização, tendo desenvolvimento na idade antiga, em especial no Egito com as pirâmides, Grécia, China relacionada às muralhas da China e Mesopotâmia. O primeiro livro-texto escrito há relar um pouco sobre logística foi em 1961, mas somente agora se consolida uma definição generalizada. Assim sendo uma definição dicionarizada do termo logística: “O ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e instalações” (MACMILLAN, 1961 apud BALLOU, 2006). Para o autor Bowersox, Closs e Cooper (2007), nenhuma outra área das operações de empresas envolve a complexidade ou abrange a geografia da logística. Em todo o planeta, 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 52 semanas por ano, a logística se preocupa em levar produtos e serviços aonde eles são necessários no momento exato desejado. A logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências dos clientes (COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT, 1962 apud BALLOU, 2006). Ainda, completa que a logística também lida, além de bens materiais, com o fluxo de serviços, uma área com crescentes oportunidades de aperfeiçoamento. Conforme Castro (1995 apud CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2011), que enfatiza a logística em relação aos processos produtivos, buscando atender aos requisitos dos mercados consumidores quanto à quantidade dos insumos e produtos, prazos de entrega, assistência técnica e inovações, tem feito com que a eficiência do sistema logístico tornese uma condição básica para a competitividade de todos os setores da economia. Para os autores Fontana e Aguiar (2011), a logística é um termo muito citado, porém não bem definido, engloba diversos segmentos, como a distribuição física, a administração de materiais, os suprimentos, os transportes, as operações de movimentação de materiais e produtos, entre outros. Logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matériasprimas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem ate o ponto de consumo, com o propósito de atender as exigências dos clientes (CARVALHO, 2005, p. 31). 4 A logística empresarial tem como meta garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos de consumo com a máxima eficiência, rapidez e qualidade, com custos controlados e conhecidos, assim considera-se que a logística como sendo a ultima fronteira da administração de empresas em que é possível conseguir economias significativas e reforçar a competitividade (Fontana; Aguiar, 2011). Segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2009), a primeira excelência logística esta na visão da empresa em relação aos seus clientes. As empresas excelentes em logística entendem que seu sucesso depende do sucesso de seu cliente, já que os dois são partes integrantes da mesma cadeia e as empresas se esforçam para conhecer o negocio de seus clientes, para que ambos alcancem o sucesso. A Logística abrange uma grande quantidade de atividades, que são executadas por diversas áreas ao longo da cadeia, desde a fonte fornecedora ate o consumidor e por essas atividades serem executadas em locais e em tempos diferentes sua gestão se torna cada vez mais difícil e complexa, assim sua função é sempre buscar o equilíbrio entre custos e nível de serviço (POZO, 2007). A logística existe para transportar e posicionar estoques com o objetivo de conquistar benefícios relacionados ao tempo, local e propriedade desejados pelo menor custo total (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). As empresas estão buscando realizar suas operações logísticas da maneira mais amigável possível com o meio ambiente; não acreditam, porém, que suas medidas ambientais tenham resultados eficientes, e possuem uma grande preocupação com a questão de custos e de qualidade de serviços (FONTANA; AGUIAR, 2011). Para Hara (2011), uma das grandes aplicações das atividades logísticas é a intensificação de atividades comerciais. O surgimento de uma importante atividade no circuito da distribuição, é a hortícola representada pela ação de empresas distribuidoras. Tais agentes surgiram e se consolidaram, nos médios supermercados e aos restaurantes de coletividades, os quais vêm praticando a terceirização das funções de aquisição e de abastecimento de suas lojas e cozinhas em produtos hortícolas (LUENGO, 2009). Assim, a embalagem dos produtos hortícolas é indissociável do seu manuseio pós-colheita (PAINE & PAINE, 1992 apud ALMEIDA, 2009), e as opções referentes à embalagem têm de ser compatibilizadas com os sistemas de transporte, de armazenamento e de preparação para o mercado. A gestão logística da embalagem (transporte e armazenamento de caixas vazias) é muito onerosa. De fato, é surpreendente o espaço dedicado ao armazenamento de embalagem vazia em diversas centrais hortícolas de média e grande dimensão. As tentativas de abordar o problema recorrendo a embalagens de papelão descartáveis encontra barreiras nos custos diretos, nos custos de reciclagem e na inadequação destas embalagens a situações de armazenamento prolongado (ALMEIDA, 2009). Para a satisfação das necessidades do cliente final é fundamental para a logística, mas suas atividades devem ser gerenciadas de forma integrada objetivando agregar valor a produtos e serviços e atender de forma eficiente às necessidades dos mesmos (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Por isso, a padronização do tamanho das embalagens é uma contribuição efetiva para redução de perda pós-colheita de hortaliças e frutas e para melhorar a logística de distribuição, com redução de tempo de trabalho e retrabalho, o que agiliza a distribuição (ALMEIDA, 2009). Viana (2002), fala resumidamente, que a função logística é colocar o produto certo, no local correto, no momento adequado ao menor preço possível, desde as fontes de matéria-prima até o consumidor final. O iminente Peter Drucker, nos anos 70 já chamava as atividades de distribuição que ocorriam após a produção dos bens de: as áreas de negócios infelizmente mais desprezadas e mais promissoras da América (BALLOU, 1992 apud HARA 2011). Assim a 5 logística é ressaltada e sendo importante de um modo sucinto, de uma maneira não exaustiva e fragmentada, de uma importância na economia moderna. 2. Transporte O sistema de transportes brasileiro encontra-se numa encruzilhada. De um lado, um forte movimento de modernização nas empresas, que demandam serviços logísticos cada vez mais eficientes, confiáveis e sofisticados, a fim de se manterem competitivas num mundo que se globalizou, e onde a logística é, cada vez mais, determinante para o sucesso empresarial. De outro, um conjunto de problemas estruturais, que distorcem nossa matriz de transportes, e contribuem para o comprometimento, não apenas da qualidade dos serviços e da saúde financeira dos operadores, mas também e principalmente do desenvolvimento econômico e social do país (FLEURY; FIGUEIREDO; WANKE, 2009). De acordo com Ballou (2006), o transporte representa o elemento mais importante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas, assim a movimentação de cargas absorve de um a dois terços dos custos logísticos totais. O transporte é a área operacional da logística que geograficamente movimenta e posiciona os estoques. Devido a sua importância fundamental e custo visível, o transporte tem recebido considerável atenção dos administradores. Quase todas as empresas, grandes e pequenas, têm administradores responsáveis pelo transporte (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Em muitas organizações, a atividade logística é a mais importante porque ela absorve, em média, entre 30 e 70% dos custos totais do ciclo logístico. Vê-se por essa estimativa, a importância do sistema de transporte de produtos agroindustriais como elemento agregador de valores na cadeia e de como o comércio internacional do Brasil poderia melhorar, havendo ganhos substanciais na cadeia de suprimentos agroindustrial e na logística de transporte dos produtos de exportação (HARA, 2011). Já para Nazário (2009), o transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representam em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que em alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis. Segundo Fleury, Figueiredo e Wanke (2009), a atividade de transporte é a mais importante dentre os diversos componentes logísticos e vem aumentando sua participação no PIB, tendo crescido de 3,7% para 4,3% entre 1985 e 1999. Em 30 anos, ou seja, entre 1970 e 2000, o setor de transportes cresceu cerca de 400%, enquanto o crescimento do PIB foi de 250%. Esse crescimento foi fortemente influenciado pela desconcentração geográfica da economia brasileira nas ultimas décadas, na direção das regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste. Rosebloom (2002) afirma que o transporte é, de fato, o componente mais fundamental e obviamente necessário de qualquer sistema logístico, pois é claro que, em virtualmente todos os casos, os produtos precisam ser movidos fisicamente de um local para outro para completar a transação. O autor também argumenta que, frequentemente, o transporte também é o componente que responde pela maior porcentagem do custo total da logística. O transporte passa a ter papel fundamental em varias estratégias na rede logística, tornando necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade para a empresa (NAZÁRIO, 2009). 6 É possível satisfazer as necessidades relacionadas ao transporte de três maneiras básicas. Primeiro, pode-se operar uma frota particular de transporte. Segundo, podem ser feitos contratos com especialistas dedicados ao transporte. Terceiro, uma empresa pode contratar os serviços de uma ampla variedade de transportadoras que prestam diferentes serviços de transporte conforme necessário, de acordo com cada embarque. Do ponto de vista do sistema logístico, três fatores são fundamenteis para o desempenho nos transportes: (1) custo; (2) velocidade; e (3) consistência (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007), mas meados da década de 1970, o desempenho das empresas de transporte era avaliado somente do ponto de vista de sua produtividade (VALENTE; et. al., 2008). No projeto de um sistema logístico, deve-se obter um equilíbrio delicado entre o custo do transporte e a qualidade do serviço. Em algumas circunstâncias, o transporte lento e de baixo custo é satisfatório. Em outras, um serviço mais rápido pode ser essencial para se atingirem objetivos operacionais. Encontrar e administrar o composto de transporte desejado por toda a cadeia de suprimentos é uma responsabilidade importante da logística (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). A opção pela modalidade rodoviária como principal meio de transporte de carga é um fenômeno que se observa a nível mundial desde a década de 50 (SCHROEDER; CASTRO, 1996). Para Valente et. al. (2008), o transporte de cargas pelo sistema rodoviário no Brasil tem uma estrutura respeitável e é responsável pelo escoamento, que vai desde safras inteiras da agricultura até simples encomendas e o transporte com caminhão médio é o campeão da ociosidade, enquanto o caminhão extrapesado, com capacidade superior a 40 toneladas, destaca-se por ser o mais utilizado (com sobrecarga, em média, de 3,4 toneladas a mais do que seu peso ideal, em 57,4% das viagens). O transporte rodoviário apresenta preços de frete mais elevados do que o modal ferroviário e hidroviário, portanto é recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis (SILVA et al., 2001 apud OLIVEIRA; SANTOS, 2001). 2. 1 Modal rodoviário O transporte pelo sistema rodoviário no Brasil tem uma estrutura respeitável e é responsável pelo escoamento, que vai desde safras inteiras da agricultura até simples encomendas (VALENTE; et. al., 2012). Ballou (2006), diz em contraste com a ferrovia, o serviço rodoviário é o transporte de produtos semiprontos ou acabados com linha de alcance médio, outro contraste é que as cargas rodoviárias têm sempre menor porte que as ferrovias. O transporte rodoviário é indicado para curtas e medias distancias e cargas de maior valor agregado (VIEIRA, 2002). Para Ballou (2006), as vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço porta a porta, sem necessidade de carga ou descarga entre origem e destino, transbordo esse inevitável nos modais ferroviários e aéreos; a frequência e disponibilidade do serviço, e a velocidade e comodidade inerentes ao serviço porta a porta. Vieira (200), resalta a importância na realização porta a porta e também a vantagem de estabelecer rotas flexíveis e eliminam a necessidade de transporte complementar. Vieira (2002) salienta que o crescimento deste modal é mais caro que outros modais, mas também trouxe aspectos positivos, como o desenvolvimento de uma indústria correlata (de veículos, peças e acessórios) e a geração de milhares de empregos, porém devido a problemas inerentes (altos custos, poluição, congestionamento etc.), esse modal possa ser utilizado de forma mais racional. 7 3. Embalagem A história da embalagem começa com a origem do homem, não se sabe ao certo, mas seu inicio começou quando passaram a enfrentar problemas para transportar alimentos, e a maneira encontrada foi usar suas mãos em forma de concha (MOURA; BANZATO, 1997). Mestriner (2007), diz que desde os tempos mais remotos, a embalagem está presente na vida humana, servindo as crescentes necessidades da sociedade e evoluindo técnica e conceitualmente numa dinâmica que vem se acelerando cada vez mais. Inicialmente era utilizada para agrupar e conter os alimentos, porém a embalagem foi ganhando novas funções e maior importância. Moura e Banzato (1997), diz que a participação da embalagem em nossa economia, representa aproximadamente 2% do PNB (Produto Nacional Bruto). A embalagem normalmente é vista como sendo para o consumidor, concentrada principalmente no marketing, ou industrial, concentrada na logística. A principal preocupação das operações logísticas é o design da embalagem industrial. Produtos ou peças individuais normalmente são denominados em caixas de papelão, sacolas, latas ou barris para gerar proteção contra danos e eficiência no manuseio. Recipientes usados para agrupar produtos individuais são denominados caixas principais. Quando as caixas principais são agrupadas em unidades maiores para facilitar o manuseio, essa combinação é denominada conteinerização ou unitização (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Assim sendo o produto não pode ser planejado separado da embalagem, e nem sendo definida pelo bom senso, pois integra um sistema complexo de materiais, funções, formas e processos de engenharia, marketing, comunicação, legislação e economia (MOURA; BANZATO, 1997). Hoje é uma poderosa ferramenta de marketing, e é empregada de todas as formas na tarefa de levar o produto aos consumidores conquistando sua preferência e manter sua fidelidade (MESTRINER, 2007). Existem quatro funções que a embalagem pode exercer, sendo: contenção; proteção; comunicação e utilidade devem ser encontradas em todos os tipos de embalagem, indiferente ao produto ou indústria envolvida (MOURA; BANZATO, 1997). Se a embalagem não é projetada para o processamento logístico eficiente, o desempenho de todo o sistema sofre (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Moura e Banzato (1997), diz que o objetivo da embalagem é proteger e distribuir produtos ao menor custo possível, além de promover as vendas, assim aumentando os lucros. Naturalmente, poucas organizações podem reduzir seus requisitos de caixas principais a um único tamanho, deve-se tomar um cuidado extremo para chegar a uma variedade de unidades compatíveis (BOWERSOX; CLOSS; COOPER , 2007). As considerações logísticas não conseguem dominar completamente o design das embalagens. A embalagem ideal para o manuseio e transporte de materiais seria um cubo perfeito com largura, profundidade e largura iguais ao mesmo tempo em que apresentaria a máxima densidade possível. A questão importante é que os requisitos logísticos devem ser avaliados em conjunto com considerações de produção, marketing e design do produto da finalização da escolha da caixa principal (BOWERSOX; CLOSS; COOPER , 2007). Outra preocupação logística quanto à embalagem é o grau de proteção desejado. O design e o material da embalagem devem ser combinados para atingir o nível desejado de proteção sem incorrer na despesa de excesso de proteção. É possível projetar uma embalagem que tenha o conteúdo material correto, mas não ofereça a proteção necessária (BOWERSOX; CLOSS; COOPER , 2007). Moura e Banzato (1997), define a embalagem como: 8 Ela é geralmente definida como a técnica de preparar as mercadorias para distribuição, e pode incluir a limpeza, secagem, preservação, empacotamento, marcação e unitização. Ou, ainda, pode ser considerada como a seleção ou construção de um contenedor para expedição e montagem de itens ou pacotes em seu interior, incluindo qualquer bloqueio, escoramento ou amortecimento, á prova das condições do tempo, reforços externos e marcação (shipping mark) necessária para a identificação do conteúdo (MOURA; BANZATO, 1997. p. 11). Moura e Banzato (1997), diz que uma embalagem ou um conjunto de embalagens podem ser classificados de diversas maneiras, como: 1. Funções: primária, secundária, terciária, quartenária e de quinto nível. 2. Finalidades: de consumo (venda ou de apresentação); expositora; de distribuição física; de transporte e exportação; industrial ou de movimentação; de armazenagem. 3. Movimentação: movimentadas manualmente ou mecanicamente. 4. Utilidade: retornáveis ou não retornáveis. 3.1 Tipos de embalagem para hortifruit Para Luengo (2009), as embalagens adequadas podem contribuir para diminuir o elevado índice de perdas pós-colheita que ocorrem no Brasil, que impede que 20 a 30% das hortaliças e frutas produzidas que saem do campo cheguem ao consumidor final. As causa de perda pós-colheita de hortaliças e frutas no país são devidos ao manuseio e uso de embalagens inadequadas e consequentemente ocorrem danos mecânicos ao produto. A maioria das embalagens usadas atualmente no mercado brasileiro não possui medidas externas paletizáveis. Isto dificulta a movimentação mecanizada da carga e aumenta o tempo e o custo das operações de carga e descarga nos diferentes elos de distribuição dos produtos entre a região produtora e a região consumidora (LUENGO, 2009). As duas principais funções da embalagem são evitar danos mecânicos e agrupar produtos em unidades adequadas para o mercado e o manuseio (SHEPHERD, 1993 apud LUENGO, 2009). São usadas na colheita, transporte e varejo de produtos hortícolas. As embalagens devem desempenhar também outras funções importantes, tais como transportar; vender, que envolve os aspectos de boa aparência, identificação e visibilidade econômica (KOTLER, 1998; OLIVEIRA; NEVES; SCARE, 2003); informa: natureza, qualidade, origem, uso, composição e preparo do produto; devem suprir unidades suficientes para distribuição e comercialização (ROSENBLOOM, 2002); e facilitar o resfriamento rápido do seu conteúdo, permitindo a remoção do calor de campo e metabólico. A embalagem adequada é um dos principais fatores para evitar perdas pós-colheita (BALLOU, 2001; BANZATO, 2005). Dados do instituto de Economia Agrícola, segundo Ivancko (2002), registram perdas de produtos hortícolas estimadas em 30% , o que equivale a prejuízo da ordem de US$ 5.1 bilhões anuais. Embalagens de diferentes tipos para o acondicionamento de frutas e hortaliças têm sido fabricadas de madeira, papelão, plástico, juta e nylon (LUENGO, 2009). A embalagem de madeira é tradicionalmente utilizada para acondicionamento e transporte dos produtos ao mercado intermediário – atacadistas e varejistas. Os principais tipos de caixas de madeira que tem sido utilizadas para acondicionamento e o transporte de frutas e hortaliças são caixa K, caixa M, torito e engradado. Além destas são também bastante comuns caixas para alho, uva e mamão. As caixas de madeira apresentam superfície áspera (madeira não trabalhada) e são reutilizáveis, desta forma provocam abrasão nos produtos e são transmissoras de bactérias e fungos, que causam doenças e perdas pós-colheita. São difíceis de serem higienizadas (LUENGO, 2009). 9 FIGURA 1. Caixa de madeira tipo K, com manga Fonte: foto dos autores, 2010 FIGURA 2. Caixa de madeira para mamão, com Graviola Fonte: foto dos autores, 2010 A caixa K é regulamentada para abobrinha, alcachofra, batata-doce, berinjela, beterraba, cará, cenoura, chuchu, ervilha, gengibre, inhame, jiló, mandioquinha-salsa, maxixe, pepino, pimentão, pimenta, quiabo, tomate e vagem (BRASIL, 1991). É reutilizada em média durante cinco vezes (VADA, 1999). Entretanto, é a embalagem mais comum de encontrar no mercado e é usada também para outros produtos, como mandioca. Em um trabalho realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, (SÃO PAULO, 1995) conclui-se que dos 14,92% de perdas pós-colheita por injuria mecânica em tomate (frutos amassados, rachados e com corte) 60% foi devido ao acondicionamento e embalagens inadequadas. A caixa M é robusta, é utilizada por aproximadamente um ano necessita de reparos constantes. Esta embalagem causa os mesmos problemas fitossanitários que a anterior, 10 transmite doenças pela impossibilidade higienização e é usada para muitos produtos (LUENGO, 2009). O engradado, também reutilizável, é usado para hortaliças folhosas, como alface, chicória, cebolinha, coentro; hortaliças flores, como brócolis e couve-flor; e hortaliças raiz com folhas, como o nabo. O engradado apresenta frestas largas e causa muitos ferimentos ao produto. Muitas vezes para proteção do produto coloca-se capim no fundo da mesma. As frestas também não protegem o produto da incidência de vento e insolação (VADA, 1999), facilitando a desidratação da carga. As atuais caixas de madeira não apresentam as medidas externas paletizáveis, o que onera o custo na carga e descarga. O tempo de carga ou descarga manual de um caminhão é de duas horas e meia, enquanto que com o uso de embalagem paletizável e empilhadeira o tempo é de 20 minutos. Caixas de madeira poderiam e deveriam ser lisas e paletizáveis, pois são resistentes e muito comuns no mercado. As caixas de papelão também são utilizadas atualmente, embora em menor escala. Elas possibilitam a estampa de marcas próprias e coloridas, melhorando a aparência e identificando o fornecedor do produto embalado. Têm recomendação de uso único, o que pode onerar seu uso dependendo do valor de carga, e apresentam baixa resistência á umidade, porém apresenta a vantagem de não transmitir doenças (LUENGO, 2009). FIGURA 3. Caixa de papelão, com pimentão Fonte: foto dos autores, 2010 As caixas de papelão são mais utilizadas para embarques de longa distância, como as exportações. No Brasil, dada a baixa oferta de hortaliças e frutas ao mercado internacional, a utilização de caixas de papelão ainda não é significativa. Entretanto, quando a distancia do local de produção ao local de consumo é grande, e o custo do frete da embalagem retornável vazia é muito elevado, então, nestes casos, as caixas de papelão podem se tornar viáveis economicamente. As embalagens plásticas para frutas e hortaliças vêm gradual e lentamente substituindo as de madeira. Têm como características serem reutilizáveis, permitirem lavagem e higienização, o que possibilita eliminar a contaminação e a propagação de problemas fitossanitários nos produtos agrícolas. Essas embalagens são de fácil transporte e resistentes, proporcionam ótima 11 utilização de espaços para armazenagem e preservam os produtos de danos físicos como os causados pelas caixas de madeira áspera. Possibilitam a ventilação dos produtos, mesmo em ambientes climatizados, reduzem o custo operacional devido à sua vida útil, aumentam a segurança da carga pelos atributos do design (modular, sem cantos vivos e auto-ajustáveis), e diminuem assim os impactos que danificam os produtos no transporte. Os sacos de nylon e juta são utilizados para batata e cebola, em capacidades de 50 kg e 20 kg. Em função dos grandes volumes produzidos, principalmente de batata, sua participação no mercado é expressiva. Trata-se de uma embalagem de baixo custo e muito usada, mas que não protegem o produto em muitos casos provocam muitos ferimentos no vegetal, como batata e cebola, por exemplo (LUENGO, 2009). 3.2 Embalagens plásticas A embalagem por ser um instrumento de proteção e movimentação de hortaliças e frutas do produto até o consumidor final, o plástico representa o material mais adequado para acondicionar esses produtos. Sua composição, á base de resinas, oferece uma série de vantagens frente ás demais opções existentes no mercado, destacando-se rigidez, resistência, permeabilidade e adequação ás propriedades e necessidades de cada produto. Essa matéria-prima demonstrou ser higiênica, pratica funcional e econômica. Além disso, oferece vantagens, não só aos integrantes da cadeia produtiva, como ao próprio produto hortícola (DACOLINA, 2009). O plástico é por sua própria natureza, um objeto moldável, sem limitações. Certamente, sua maleabilidade possibilita produzir embalagens em diversos tamanhos e formatos que melhor se adaptam á cadeia logística. Considerando que as hortaliças ocupam a sexta colocação na produção agrícola brasileira (á frente de alimentos tradicionais como trigo, o arroz e o feijão), é fundamental destinar a elas soluções de embalagens de qualidade (DACOLINA, 2009). FIGURA 4. Caixas plásticas, com tomate Fonte: foto dos autores, 2010 12 3.2.1 Vantagens do uso de embalagens plásticas Nos produtos hortícolas, a embalagem é responsável pelo transporte, pela armazenagem, pela conservação e pela proteção do produto, do campo ao consumidor final. Além disso, ela tem significativa importância na exposição do produto no ponto de venda. A embalagem adequada é aquela que irá preservar a qualidade original. Uma das vantagens da utilização da embalagem plástica é a permeabilidade, além das feitas com aberturas para a respiração e ventilação do produto. Outro fator é oferecer maior tempo de conservação exigido por alguns produtos. A rigidez é outra característica, pois está ligada a segurança e a conservação dos produtos transportados. Ao final seu período de vida útil e prolongado e a redução na quantidade de produtos descartados. A flexibilidade, permeabilidade, resistência, reciclagem e higiene, são benefícios da embalagem plástica (DACOLINA, 2009). FIGURA 5. Caixa plástica, com atemóia Fonte: foto dos autores, 2012 3.2.2 Higienização de embalagens plásticas A preocupação constante com a higienização das embalagens garante a conservação do produto, impedindo que alimentos contaminados cheguem ao varejo e coloquem em risco a saúde da população e também de acordo com a legislação. Para obedecer a todos os regulamentos estipulados para a higienização, independente do material, são necessários investimentos (DACOLINA, 2009). O processo de higienização é um processo apurado, controlado e continuo de limpeza. A higienização das embalagens plásticas é mais viável, além sua impermeabilidade a água (DACOLINA, 2009a). 3.3 Logística reversa das embalagens Há vários motivos para o crescimento e utilização de embalagens plásticas, mas a principal é por ser um produto retornável, e por ser duradoura, tem um custo superior ao 13 de uma descartável. Apostar na sua utilização seria um investimento arriscado, mas devese levar em consideração que seu custo é pago de uma única vez, sendo que seu uso estenderá a inúmeras viagens, amortizando rapidamente o valor investido (DACOLINA, 2009). 3.4 Injúrias mecânicas A movimentação de caixas em paletes é mais rápida e diminui a probabilidade de injúrias mecânicas nas frutas e hortaliças causadas pelo manuseio excessivo das embalagens (LUENGO, 2009). As injurias mecânicas são a causa primária de perdas pós-colheita para produtos hortícolas e podem ocorrer em qualquer ponto da cadeia de produção, após a colheita e na comercialização (PELEG, 1985 apud LUENGO, 2009). As principais causas de injurias mecânicas em produtos hortícolas são vibração, compreensão e impacto (KAYS, 1991; WILLS et. al., 1998 apud LUENGO, 2009), que podem depreciar o valor alimentar e comercial do produto na forma de lesões, cortes, amassamentos e injurias internas (CHITARRA; CHITARRA, 1990). As injurias mecânicas podem ser definidas como deformações plásticas, rupturas superficiais e, em casos mais extremos, destruição de tecidos vegetais. São provocadas por forças externas, causando modificações físicas (danos físicos) ou alterações fisiológicas, químicas, e bioquímicas de cor, aroma, sabor e textura. As injúrias mecânicas são causadas por manuseio físico inadequado dos produtos vegetais, que ficam sujeitos a injúrias de impacto, compressão, vibração, cortes e esfoladuras. A definição de cada um destes tipos encontra-se a seguir (LUENGO, 2009): - Injúrias de impacto são deformações plásticas causadas por forças compressivas que atuam durante um curto período de tempo, enquanto a energia cinética é dissipada, podendo causar rompimento celular, amassamento, encharcamento e aquecimento localizado. - Compressão refere-se a deformações plásticas causadas por forças compressivas maiores que as toleradas pelo órgão vegetal, causando amassamento e, ás vezes, aparência translúcida ao órgão. - Vibração diz respeito a impactos infringidos repetidamente ao órgão vegetal, podendo causar esfoladuras e amassamentos. - Cortes são cisalhamento do órgão vegetal por ação de um objeto cortante. - Esfoladuras são ferimentos superficiais do órgão vegetal, decorrentes do atrito contra uma base áspera. Existem muitos trabalhos científicos comprovando o efeito das injurias mecânicas na diminuição da conservação pós-colheita de hortaliças e frutas. As conseqüências das injurias mecânicas vão da despigmentação da área afetada ate a colonização do tecido por microrganismos, levando á perda do alimento. Ocorre aumento da perda de água, aumento da produção de etileno, descompartilhamentação celular, aumento da respiração (aumenta quebra de amido, ciclo de Krebs e o transporte de elétrons), aumento na velocidade de deterioração e redução na vida pós-colheita. A maioria dos microrganismos que colonizam tecidos de frutas e hortaliças são fungos e bactérias “oportunistas”, isto é, não têm capacidade de penetração ativa, e assim conseguem colonizar o tecido de frutas e hortaliças expostos como conseqüência da injuria mecânica. De modo geral, frutas são mais susceptíveis ao ataque de fungos, porque têm pH mais baixo e hortaliças são mais susceptíveis ao ataque de bactérias, porque têm pH mais alto (LUENGO, 2009). A ocorrência de injurias mecânicas pode ser desde o momento da colheita até o consumo da hortaliça ou fruta. Quando a colheita é mecanizada os produtos podem se chocar uns com os outros, ou na esteira de condução, ou quando de sua deposição em 14 caixas. Apesar da operação de classificação, realizada com o objetivo de retirar produtos muito danificados, alguns danos acabam acorrendo. Luengo (2009), diz que as injúrias mecanizadas são minimizadas pelos seguintes procedimentos: - colheita com sacolas forradas evitando-se o impacto entre as frutas; - colheita feita diretamente na embalagem de comercialização e com bandejas separadoras; - no caso de colheita mecanizada, as maquinas devem proteger os produtos colhidos com superfícies de contato macias e lisas; Minimizar a vibração das frutas durante o transporte, com veículos adequados e estradas planas; - evitar cortes e abraões, para evitar a entrada de patógenos; - utilizar embalagem apropriada para cada espécie. Muitas vezes, o dano ocorrido em determinado, por exemplo, na colheita, só será visivelmente observado mais tarde, como é o caso do escurecimento de peras e maçãs, varias horas após sua ocorrência. Assim, a solução para problemas observados nos pontos finais de venda, ou por consumidores, pode ser resolvida na colheita. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a revisão bibliográfica que foi apresentada, percebe-se a importância que a embalagem tem em agregar valor ao transporte de hortaliças, além do modal rodoviário possui um diferencial que nenhum outro modal possui, que é a facilidade de entregar na porta do cliente. Assim a embalagem plástica utilizada no transporte, na armazenagem, na conservação, na identificação e proteção ao produto, desde que retirado do campo até a entrega ao seu consumidor final, nota-se o tamanho da função que a embalagem exerce nesse setor. Pode-se concluir que, caso não ocorra a escolha certa do tipo de embalagem para o tipo de hortaliça a ser transportado (sendo ela de madeira ou plástica e seus respectivos tipos), juntamente com as devidas condições higiênicas para o transporte do mesmo, consequentemente haverá danos ao produto, o que posteriormente o impossibilitará de ser vendido ao seu consumidor final, acarretando prejuízos ao seu produtor. O estudo teve como intenção, demonstrar a importância da utilização da embalagem, suas características, vantagens e desvantagens encontradas, além de abordar a utilização do modal rodoviário, demonstrando a importância pra o seguimento hortifrutícola. Acredita-se que o presente artigo teve sua conclusão com o objetivo alcançado, e deixando para futuros trabalhos a oportunidade de realizar uma pesquisa de campo, reunindo teoria e prática. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, D. P. F. Embalagens para comercialização de hortaliças e frutas no Brasil. 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