A LOGÍSTICA DA EMBALAGEM PLÁSTICA NO SETOR
HORTIFRUTÍCOLA
Heitor Caliani Nohara 1, Miriam Midori Yassuda 2
Me. Juliano Munhoz Beltani 3
1,2
Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins
Prof. Antônio Seabra - Lins-SP, Brasil
3
Docente do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins
Prof. Antônio Seabra - Lins-SP, Brasil
RESUMO: A produção de hortifruti desempenha fundamental papel no desenvolvimento
do agronegócio no Brasil, e em conjunto ao modal rodoviário sendo o mais utilizado para
o escoamento da produção de hortifruti em todo o território nacional, oferecendo
vantagens em relação aos demais modais de transporte e obtendo um ganho por ser
porta a porta. Em relação às embalagens tem-se a função de contenção, proteção,
comunicação e utilidade, além de distribuir produtos ao menor custo possível. As
embalagens utilizadas para o setor hortifrutícola muitas vezes são inadequadas e
ocasionam conseqüentemente danos pós-colheita. A reutilização no caso das caixas
plásticas diminui o custo ao produtor por serem reutilizáveis. A metodologia proposta,
através de pesquisa bibliográfica, que visa apresentar as principais características e a
importância da utilização adequada de embalagens podem influenciar na minimização da
perda pós colheita, assim a necessidade de investimento também no setor modal
rodoviário e melhorias nas embalagens para frutas e hortaliças. Este artigo tem por
objetivo descrever a utilização da embalagem plástica no setor de hortifruti em conjunto
com o modal rodoviário nacional.
Palavras-chaves: Modal rodoviário. Hortifruti. Pós-colheita.
ABSTRACT: Producing grocery plays a key role in the development of agribusiness in
Brazil, and the whole road system is the most used for the production flow grocery across
the country, offering advantages over other modes of transport and a gain to be door to
door. Regarding packaging, has the function of containment, protection, communication
and utility, as well as distributing products at the lowest possible cost. The packaging used
for the produce industry are often inadequate and therefore cause postharvest damage.
Reuse in the case of plastic boxes reduces the cost to the producer because they are
reusable. The proposed methodology through literature search, which aims to present the
main features and the importance of proper use of packaging can influence in minimizing
post-harvest losses, thus the need to invest also in road transport sector and
improvements in packaging for fruits and vegetables. This article aims to describe the use
of plastic bags in the produce industry together with the national road system.
Key words: Road transportation. Hortifruti. Postharvest.
RESUMEN: La producción de comestibles juega un papel clave en el desarrollo de la
agroindustria en Brasil, y toda la red de carreteras es el más utilizado para el flujo de
producción de comestibles de todo el país, que ofrece ventajas con respecto a otros
modos de transporte y una ganancia ser de puerta a puerta . En cuanto a los envases,
tiene la función de contener, proteger, la comunicación y la utilidad, así como la
distribución de productos al menor coste posible . El embalaje utilizado para la industria
de los productos son a menudo inadecuadas y por lo tanto causa daño postcosecha.
Reutilizar en el caso de cajas de plástico reduce el costo para el productor, ya que son
reutilizables. La metodología que se propone a través de la búsqueda bibliográfica, la cual
2
tiene como objetivo presentar las principales características y la importancia del uso
adecuado de los envases puede influir en la reducción de las pérdidas posteriores a la
cosecha, por lo tanto la necesidad de invertir también en el sector y la mejora del
transporte por carretera en los envases para frutas y verduras. Este artículo tiene como
objetivo describir el uso de bolsas de plástico en la industria de productos, junto con la red
vial nacional.
Palablas clave: El transporte por carretera. Hortifruti. Poscosecha.
INTRODUÇÃO
Embora a logística seja realizada desde o começo da civilização, implementar as
melhores práticas do século XXI é uma das áreas operacionais mais estimulantes e
desafiadoras da gestão da cadeia de suprimentos. Como a logística é tanto nova quanto
antiga, caracteriza-se a rápida mudança que esta ocorrendo nas melhores praticas
(BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
O objetivo da logística é apoiar as necessidades operacionais de compras,
produção e atendimento as expectativas do cliente. Dentro de uma empresa, o desafio é
coordenar a competência funcional em uma operação integrada voltada para o serviço
aos clientes. No contexto mais amplo da cadeia de suprimentos, é essencial a
sincronização operacional com os clientes e com os fornecedores de materiais e serviços
para unir as operações internas e externas, tornando-as um processo integrado.
(BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
Segundo os autores Filho e Tizato (2009), uma das principais preocupações do
gestor de logística diz respeito à verificação do aumento da eficiência do sistema logístico
(eficiência de manuseio, armazenagem e movimentação) a partir da adoção/utilização da
embalagem. Por exemplo, embalagens menores podem ser combinadas num pacote
maior, incrementado a eficiência da distribuição.
A utilização de embalagens adequadas pode contribuir para diminuir o elevado
índice de perdas pós-colheita que ocorrem no Brasil. Dentre as causas de perdas póscolheita de hortaliças e frutas no país, as mais importantes são o manuseio e uso de
embalagens inadequadas e os consequentes danos mecânicos infringidos ao produto
(LUENGO, 2009).
A agricultura familiar é caracterizada em sua maioria por produzir frutas, legumes e
verduras (FLV), porém possui uma visão errônea de que é um setor pouco produtivo e
limitado a abastecer o mercado local. A modalidade que se cabe aos pequenos
produtores é o transporte rodoviário como principal meio de transporte, utilizando veículos
de pequeno e médio porte para a escoação de seus produtos.
A opção pela modalidade rodoviária como principal meio de transporte de carga é
um fenômeno que se observa a nível mundial desde a década de 50 (SCHROEDER;
CASTRO, 1996).
Segundo Marques e Caixeta Filho (2000 apud LOURENÇO; KARTZ, 2010), são de
grande importância o tipo de transporte utilizado em produtos perecíveis, tais como frutas
e hortaliças, pois ele é um elo fundamental da cadeia de comercialização e o sucesso da
manutenção do produto fresco com boa qualidade durante o trânsito, dependendo do
controle de cada etapa da cadeia.
Segundo Watanabe e Tredezini (2010), em sua pesquisa grande parte dos
produtores de hortaliças transportam os produtos para comercialização em carroças e o
único produtor que revende para intermediários utiliza caminhão aberto para transportar.
Já Moos e Galante (2004), percebeu que os produtores possuem despesas com o
transporte até a entrega e aqueles que possuem pouca mercadoria contribuem para a
inviabilização de seu fornecimento, devido aos custos e os que continuam, entregam com
veículos de terceiros ou por conta.
3
Soares (2009 apud LOURENÇO; KARTZ, 2010), coordenador do Departamento de
Ciência de Alimentos da Embrapa Agroindústria, afirma que as perdas de frutas e
hortaliças podem ser divididas em 10% no campo, 50% no manuseio e transporte, 30%
nas centrais de abastecimento e comercialização e 10% nos supermercados e na casa
dos consumidores. As causas para tudo isso vão desde o manuseio inadequado e o
transporte ineficiente até a não utilização da cadeia do frio em todas as etapas e o
excesso de toque dos consumidores quando o produto já está na gôndola do
supermercado.
Para o desenvolvimento deste estudo, a metodologia empregada foi uma revisão
bibliográfica, em cima de artigos e livros, com o intuito de reunir sobre o assunto
pesquisado. Assim, a elaboração da pesquisa é feita de forma básica, cujo método
utilizado é exploratório envolvendo levantamento bibliográfico, conforme Rummel (apud
MARCONI, 2012. p. 3).
O objetivo deste artigo é analisar os fatores essências para a importância das
embalagens para os produtores hortifrutícola, em relação a logística de distribuição de
frutas e hortaliças e a perdas na pós colheita.
1 LOGÍSTICA
Segundo Hara (2011), a logística já existia desde o início da civilização, tendo
desenvolvimento na idade antiga, em especial no Egito com as pirâmides, Grécia, China
relacionada às muralhas da China e Mesopotâmia.
O primeiro livro-texto escrito há relar um pouco sobre logística foi em 1961, mas
somente agora se consolida uma definição generalizada. Assim sendo uma definição
dicionarizada do termo logística:
“O ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de
material, pessoal e instalações” (MACMILLAN, 1961 apud BALLOU, 2006).
Para o autor Bowersox, Closs e Cooper (2007), nenhuma outra área das
operações de empresas envolve a complexidade ou abrange a geografia da logística. Em
todo o planeta, 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 52 semanas por ano, a
logística se preocupa em levar produtos e serviços aonde eles são necessários no
momento exato desejado.
A logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo
eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de
origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências dos clientes
(COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT, 1962 apud BALLOU, 2006). Ainda, completa
que a logística também lida, além de bens materiais, com o fluxo de serviços, uma área
com crescentes oportunidades de aperfeiçoamento.
Conforme Castro (1995 apud CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2011), que enfatiza a
logística em relação aos processos produtivos, buscando atender aos requisitos dos
mercados consumidores quanto à quantidade dos insumos e produtos, prazos de entrega,
assistência técnica e inovações, tem feito com que a eficiência do sistema logístico tornese uma condição básica para a competitividade de todos os setores da economia.
Para os autores Fontana e Aguiar (2011), a logística é um termo muito citado,
porém não bem definido, engloba diversos segmentos, como a distribuição física, a
administração de materiais, os suprimentos, os transportes, as operações de
movimentação de materiais e produtos, entre outros.
Logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja,
implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matériasprimas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles
relativas, desde o ponto de origem ate o ponto de consumo, com o propósito de atender
as exigências dos clientes (CARVALHO, 2005, p. 31).
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A logística empresarial tem como meta garantir a disponibilidade de produtos e
materiais nos mercados e pontos de consumo com a máxima eficiência, rapidez e
qualidade, com custos controlados e conhecidos, assim considera-se que a logística
como sendo a ultima fronteira da administração de empresas em que é possível conseguir
economias significativas e reforçar a competitividade (Fontana; Aguiar, 2011).
Segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2009), a primeira excelência logística esta
na visão da empresa em relação aos seus clientes. As empresas excelentes em logística
entendem que seu sucesso depende do sucesso de seu cliente, já que os dois são partes
integrantes da mesma cadeia e as empresas se esforçam para conhecer o negocio de
seus clientes, para que ambos alcancem o sucesso.
A Logística abrange uma grande quantidade de atividades, que são executadas
por diversas áreas ao longo da cadeia, desde a fonte fornecedora ate o consumidor e por
essas atividades serem executadas em locais e em tempos diferentes sua gestão se torna
cada vez mais difícil e complexa, assim sua função é sempre buscar o equilíbrio entre
custos e nível de serviço (POZO, 2007).
A logística existe para transportar e posicionar estoques com o objetivo de
conquistar benefícios relacionados ao tempo, local e propriedade desejados pelo menor
custo total (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
As empresas estão buscando realizar suas operações logísticas da maneira mais
amigável possível com o meio ambiente; não acreditam, porém, que suas medidas
ambientais tenham resultados eficientes, e possuem uma grande preocupação com a
questão de custos e de qualidade de serviços (FONTANA; AGUIAR, 2011).
Para Hara (2011), uma das grandes aplicações das atividades logísticas é a
intensificação de atividades comerciais.
O surgimento de uma importante atividade no circuito da distribuição, é a hortícola
representada pela ação de empresas distribuidoras. Tais agentes surgiram e se
consolidaram, nos médios supermercados e aos restaurantes de coletividades, os quais
vêm praticando a terceirização das funções de aquisição e de abastecimento de suas
lojas e cozinhas em produtos hortícolas (LUENGO, 2009). Assim, a embalagem dos
produtos hortícolas é indissociável do seu manuseio pós-colheita (PAINE & PAINE, 1992
apud ALMEIDA, 2009), e as opções referentes à embalagem têm de ser compatibilizadas
com os sistemas de transporte, de armazenamento e de preparação para o mercado.
A gestão logística da embalagem (transporte e armazenamento de caixas vazias)
é muito onerosa. De fato, é surpreendente o espaço dedicado ao armazenamento de
embalagem vazia em diversas centrais hortícolas de média e grande dimensão. As
tentativas de abordar o problema recorrendo a embalagens de papelão descartáveis
encontra barreiras nos custos diretos, nos custos de reciclagem e na inadequação destas
embalagens a situações de armazenamento prolongado (ALMEIDA, 2009).
Para a satisfação das necessidades do cliente final é fundamental para a
logística, mas suas atividades devem ser gerenciadas de forma integrada objetivando
agregar valor a produtos e serviços e atender de forma eficiente às necessidades dos
mesmos (BROWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Por isso, a padronização do tamanho
das embalagens é uma contribuição efetiva para redução de perda pós-colheita de
hortaliças e frutas e para melhorar a logística de distribuição, com redução de tempo de
trabalho e retrabalho, o que agiliza a distribuição (ALMEIDA, 2009).
Viana (2002), fala resumidamente, que a função logística é colocar o produto
certo, no local correto, no momento adequado ao menor preço possível, desde as fontes
de matéria-prima até o consumidor final.
O iminente Peter Drucker, nos anos 70 já chamava as atividades de distribuição
que ocorriam após a produção dos bens de: as áreas de negócios infelizmente mais
desprezadas e mais promissoras da América (BALLOU, 1992 apud HARA 2011). Assim a
5
logística é ressaltada e sendo importante de um modo sucinto, de uma maneira não
exaustiva e fragmentada, de uma importância na economia moderna.
2. Transporte
O sistema de transportes brasileiro encontra-se numa encruzilhada. De um lado,
um forte movimento de modernização nas empresas, que demandam serviços logísticos
cada vez mais eficientes, confiáveis e sofisticados, a fim de se manterem competitivas
num mundo que se globalizou, e onde a logística é, cada vez mais, determinante para o
sucesso empresarial. De outro, um conjunto de problemas estruturais, que distorcem
nossa matriz de transportes, e contribuem para o comprometimento, não apenas da
qualidade dos serviços e da saúde financeira dos operadores, mas também e
principalmente do desenvolvimento econômico e social do país (FLEURY; FIGUEIREDO;
WANKE, 2009).
De acordo com Ballou (2006), o transporte representa o elemento mais importante
em termos de custos logísticos para inúmeras empresas, assim a movimentação de
cargas absorve de um a dois terços dos custos logísticos totais.
O transporte é a área operacional da logística que geograficamente movimenta e
posiciona os estoques. Devido a sua importância fundamental e custo visível, o transporte
tem recebido considerável atenção dos administradores. Quase todas as empresas,
grandes e pequenas, têm administradores responsáveis pelo transporte (BOWERSOX;
CLOSS; COOPER, 2007).
Em muitas organizações, a atividade logística é a mais importante porque ela
absorve, em média, entre 30 e 70% dos custos totais do ciclo logístico. Vê-se por essa
estimativa, a importância do sistema de transporte de produtos agroindustriais como
elemento agregador de valores na cadeia e de como o comércio internacional do Brasil
poderia melhorar, havendo ganhos substanciais na cadeia de suprimentos agroindustrial e
na logística de transporte dos produtos de exportação (HARA, 2011).
Já para Nazário (2009), o transporte é uma das principais funções logísticas. Além
de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem
papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do
ponto de vista de custos, representam em média, cerca de 60% das despesas logísticas,
o que em alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia,
como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis.
Segundo Fleury, Figueiredo e Wanke (2009), a atividade de transporte é a mais
importante dentre os diversos componentes logísticos e vem aumentando sua
participação no PIB, tendo crescido de 3,7% para 4,3% entre 1985 e 1999. Em 30 anos,
ou seja, entre 1970 e 2000, o setor de transportes cresceu cerca de 400%, enquanto o
crescimento do PIB foi de 250%. Esse crescimento foi fortemente influenciado pela
desconcentração geográfica da economia brasileira nas ultimas décadas, na direção das
regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste.
Rosebloom (2002) afirma que o transporte é, de fato, o componente mais
fundamental e obviamente necessário de qualquer sistema logístico, pois é claro que, em
virtualmente todos os casos, os produtos precisam ser movidos fisicamente de um local
para outro para completar a transação. O autor também argumenta que, frequentemente,
o transporte também é o componente que responde pela maior porcentagem do custo
total da logística.
O transporte passa a ter papel fundamental em varias estratégias na rede logística,
tornando necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na
resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade para a
empresa (NAZÁRIO, 2009).
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É possível satisfazer as necessidades relacionadas ao transporte de três maneiras
básicas. Primeiro, pode-se operar uma frota particular de transporte. Segundo, podem ser
feitos contratos com especialistas dedicados ao transporte. Terceiro, uma empresa pode
contratar os serviços de uma ampla variedade de transportadoras que prestam diferentes
serviços de transporte conforme necessário, de acordo com cada embarque. Do ponto de
vista do sistema logístico, três fatores são fundamenteis para o desempenho nos
transportes: (1) custo; (2) velocidade; e (3) consistência (BOWERSOX; CLOSS;
COOPER, 2007), mas meados da década de 1970, o desempenho das empresas de
transporte era avaliado somente do ponto de vista de sua produtividade (VALENTE; et.
al., 2008).
No projeto de um sistema logístico, deve-se obter um equilíbrio delicado entre o
custo do transporte e a qualidade do serviço. Em algumas circunstâncias, o transporte
lento e de baixo custo é satisfatório. Em outras, um serviço mais rápido pode ser
essencial para se atingirem objetivos operacionais. Encontrar e administrar o composto de
transporte desejado por toda a cadeia de suprimentos é uma responsabilidade importante
da logística (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
A opção pela modalidade rodoviária como principal meio de transporte de carga é
um fenômeno que se observa a nível mundial desde a década de 50 (SCHROEDER;
CASTRO, 1996).
Para Valente et. al. (2008), o transporte de cargas pelo sistema rodoviário no Brasil
tem uma estrutura respeitável e é responsável pelo escoamento, que vai desde safras
inteiras da agricultura até simples encomendas e o transporte com caminhão médio é o
campeão da ociosidade, enquanto o caminhão extrapesado, com capacidade superior a
40 toneladas, destaca-se por ser o mais utilizado (com sobrecarga, em média, de 3,4
toneladas a mais do que seu peso ideal, em 57,4% das viagens).
O transporte rodoviário apresenta preços de frete mais elevados do que o modal
ferroviário e hidroviário, portanto é recomendado para mercadorias de alto valor ou
perecíveis (SILVA et al., 2001 apud OLIVEIRA; SANTOS, 2001).
2. 1 Modal rodoviário
O transporte pelo sistema rodoviário no Brasil tem uma estrutura respeitável e é
responsável pelo escoamento, que vai desde safras inteiras da agricultura até simples
encomendas (VALENTE; et. al., 2012).
Ballou (2006), diz em contraste com a ferrovia, o serviço rodoviário é o transporte
de produtos semiprontos ou acabados com linha de alcance médio, outro contraste é que
as cargas rodoviárias têm sempre menor porte que as ferrovias. O transporte rodoviário é
indicado para curtas e medias distancias e cargas de maior valor agregado (VIEIRA,
2002).
Para Ballou (2006), as vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço
porta a porta, sem necessidade de carga ou descarga entre origem e destino, transbordo
esse inevitável nos modais ferroviários e aéreos; a frequência e disponibilidade do
serviço, e a velocidade e comodidade inerentes ao serviço porta a porta. Vieira (200),
resalta a importância na realização porta a porta e também a vantagem de estabelecer
rotas flexíveis e eliminam a necessidade de transporte complementar.
Vieira (2002) salienta que o crescimento deste modal é mais caro que outros
modais, mas também trouxe aspectos positivos, como o desenvolvimento de uma
indústria correlata (de veículos, peças e acessórios) e a geração de milhares de
empregos, porém devido a problemas inerentes (altos custos, poluição, congestionamento
etc.), esse modal possa ser utilizado de forma mais racional.
7
3. Embalagem
A história da embalagem começa com a origem do homem, não se sabe ao certo,
mas seu inicio começou quando passaram a enfrentar problemas para transportar
alimentos, e a maneira encontrada foi usar suas mãos em forma de concha (MOURA;
BANZATO, 1997). Mestriner (2007), diz que desde os tempos mais remotos, a
embalagem está presente na vida humana, servindo as crescentes necessidades da
sociedade e evoluindo técnica e conceitualmente numa dinâmica que vem se acelerando
cada vez mais. Inicialmente era utilizada para agrupar e conter os alimentos, porém a
embalagem foi ganhando novas funções e maior importância.
Moura e Banzato (1997), diz que a participação da embalagem em nossa
economia, representa aproximadamente 2% do PNB (Produto Nacional Bruto).
A embalagem normalmente é vista como sendo para o consumidor, concentrada
principalmente no marketing, ou industrial, concentrada na logística. A principal
preocupação das operações logísticas é o design da embalagem industrial. Produtos ou
peças individuais normalmente são denominados em caixas de papelão, sacolas, latas ou
barris para gerar proteção contra danos e eficiência no manuseio. Recipientes usados
para agrupar produtos individuais são denominados caixas principais. Quando as caixas
principais são agrupadas em unidades maiores para facilitar o manuseio, essa
combinação é denominada conteinerização ou unitização (BOWERSOX; CLOSS;
COOPER, 2007). Assim sendo o produto não pode ser planejado separado da
embalagem, e nem sendo definida pelo bom senso, pois integra um sistema complexo de
materiais, funções, formas e processos de engenharia, marketing, comunicação,
legislação e economia (MOURA; BANZATO, 1997). Hoje é uma poderosa ferramenta de
marketing, e é empregada de todas as formas na tarefa de levar o produto aos
consumidores conquistando sua preferência e manter sua fidelidade (MESTRINER,
2007).
Existem quatro funções que a embalagem pode exercer, sendo: contenção;
proteção; comunicação e utilidade devem ser encontradas em todos os tipos de
embalagem, indiferente ao produto ou indústria envolvida (MOURA; BANZATO, 1997). Se
a embalagem não é projetada para o processamento logístico eficiente, o desempenho de
todo o sistema sofre (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Moura e Banzato (1997),
diz que o objetivo da embalagem é proteger e distribuir produtos ao menor custo possível,
além de promover as vendas, assim aumentando os lucros. Naturalmente, poucas
organizações podem reduzir seus requisitos de caixas principais a um único tamanho,
deve-se tomar um cuidado extremo para chegar a uma variedade de unidades
compatíveis (BOWERSOX; CLOSS; COOPER , 2007).
As considerações logísticas não conseguem dominar completamente o design das
embalagens. A embalagem ideal para o manuseio e transporte de materiais seria um
cubo perfeito com largura, profundidade e largura iguais ao mesmo tempo em que
apresentaria a máxima densidade possível. A questão importante é que os requisitos
logísticos devem ser avaliados em conjunto com considerações de produção, marketing e
design do produto da finalização da escolha da caixa principal (BOWERSOX; CLOSS;
COOPER , 2007).
Outra preocupação logística quanto à embalagem é o grau de proteção desejado.
O design e o material da embalagem devem ser combinados para atingir o nível desejado
de proteção sem incorrer na despesa de excesso de proteção. É possível projetar uma
embalagem que tenha o conteúdo material correto, mas não ofereça a proteção
necessária (BOWERSOX; CLOSS; COOPER , 2007).
Moura e Banzato (1997), define a embalagem como:
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Ela é geralmente definida como a técnica de preparar as mercadorias para
distribuição, e pode incluir a limpeza, secagem, preservação, empacotamento,
marcação e unitização. Ou, ainda, pode ser considerada como a seleção ou
construção de um contenedor para expedição e montagem de itens ou pacotes em
seu interior, incluindo qualquer bloqueio, escoramento ou amortecimento, á prova
das condições do tempo, reforços externos e marcação (shipping mark)
necessária para a identificação do conteúdo (MOURA; BANZATO, 1997. p. 11).
Moura e Banzato (1997), diz que uma embalagem ou um conjunto de embalagens
podem ser classificados de diversas maneiras, como:
1.
Funções: primária, secundária, terciária, quartenária e de quinto nível.
2.
Finalidades: de consumo (venda ou de apresentação); expositora; de
distribuição física; de transporte e exportação; industrial ou de movimentação; de
armazenagem.
3.
Movimentação: movimentadas manualmente ou mecanicamente.
4.
Utilidade: retornáveis ou não retornáveis.
3.1 Tipos de embalagem para hortifruit
Para Luengo (2009), as embalagens adequadas podem contribuir para diminuir o
elevado índice de perdas pós-colheita que ocorrem no Brasil, que impede que 20 a 30%
das hortaliças e frutas produzidas que saem do campo cheguem ao consumidor final. As
causa de perda pós-colheita de hortaliças e frutas no país são devidos ao manuseio e uso
de embalagens inadequadas e consequentemente ocorrem danos mecânicos ao produto.
A maioria das embalagens usadas atualmente no mercado brasileiro não possui
medidas externas paletizáveis. Isto dificulta a movimentação mecanizada da carga e
aumenta o tempo e o custo das operações de carga e descarga nos diferentes elos de
distribuição dos produtos entre a região produtora e a região consumidora (LUENGO,
2009).
As duas principais funções da embalagem são evitar danos mecânicos e agrupar
produtos em unidades adequadas para o mercado e o manuseio (SHEPHERD, 1993 apud
LUENGO, 2009). São usadas na colheita, transporte e varejo de produtos hortícolas. As
embalagens devem desempenhar também outras funções importantes, tais como
transportar; vender, que envolve os aspectos de boa aparência, identificação e visibilidade
econômica (KOTLER, 1998; OLIVEIRA; NEVES; SCARE, 2003); informa: natureza,
qualidade, origem, uso, composição e preparo do produto; devem suprir unidades
suficientes para distribuição e comercialização (ROSENBLOOM, 2002); e facilitar o
resfriamento rápido do seu conteúdo, permitindo a remoção do calor de campo e
metabólico.
A embalagem adequada é um dos principais fatores para evitar perdas pós-colheita
(BALLOU, 2001; BANZATO, 2005). Dados do instituto de Economia Agrícola, segundo
Ivancko (2002), registram perdas de produtos hortícolas estimadas em 30% , o que
equivale a prejuízo da ordem de US$ 5.1 bilhões anuais.
Embalagens de diferentes tipos para o acondicionamento de frutas e hortaliças têm
sido fabricadas de madeira, papelão, plástico, juta e nylon (LUENGO, 2009).
A embalagem de madeira é tradicionalmente utilizada para acondicionamento e
transporte dos produtos ao mercado intermediário – atacadistas e varejistas. Os principais
tipos de caixas de madeira que tem sido utilizadas para acondicionamento e o transporte
de frutas e hortaliças são caixa K, caixa M, torito e engradado. Além destas são também
bastante comuns caixas para alho, uva e mamão. As caixas de madeira apresentam
superfície áspera (madeira não trabalhada) e são reutilizáveis, desta forma provocam
abrasão nos produtos e são transmissoras de bactérias e fungos, que causam doenças e
perdas pós-colheita. São difíceis de serem higienizadas (LUENGO, 2009).
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FIGURA 1. Caixa de madeira tipo K, com manga
Fonte: foto dos autores, 2010
FIGURA 2. Caixa de madeira para mamão, com Graviola
Fonte: foto dos autores, 2010
A caixa K é regulamentada para abobrinha, alcachofra, batata-doce, berinjela,
beterraba, cará, cenoura, chuchu, ervilha, gengibre, inhame, jiló, mandioquinha-salsa,
maxixe, pepino, pimentão, pimenta, quiabo, tomate e vagem (BRASIL, 1991). É reutilizada
em média durante cinco vezes (VADA, 1999). Entretanto, é a embalagem mais comum de
encontrar no mercado e é usada também para outros produtos, como mandioca. Em um
trabalho realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, (SÃO
PAULO, 1995) conclui-se que dos 14,92% de perdas pós-colheita por injuria mecânica em
tomate (frutos amassados, rachados e com corte) 60% foi devido ao acondicionamento e
embalagens inadequadas.
A caixa M é robusta, é utilizada por aproximadamente um ano necessita de reparos
constantes. Esta embalagem causa os mesmos problemas fitossanitários que a anterior,
10
transmite doenças pela impossibilidade higienização e é usada para muitos produtos
(LUENGO, 2009).
O engradado, também reutilizável, é usado para hortaliças folhosas, como alface,
chicória, cebolinha, coentro; hortaliças flores, como brócolis e couve-flor; e hortaliças raiz
com folhas, como o nabo. O engradado apresenta frestas largas e causa muitos
ferimentos ao produto. Muitas vezes para proteção do produto coloca-se capim no fundo
da mesma. As frestas também não protegem o produto da incidência de vento e insolação
(VADA, 1999), facilitando a desidratação da carga.
As atuais caixas de madeira não apresentam as medidas externas paletizáveis, o
que onera o custo na carga e descarga. O tempo de carga ou descarga manual de um
caminhão é de duas horas e meia, enquanto que com o uso de embalagem paletizável e
empilhadeira o tempo é de 20 minutos. Caixas de madeira poderiam e deveriam ser lisas
e paletizáveis, pois são resistentes e muito comuns no mercado. As caixas de papelão
também são utilizadas atualmente, embora em menor escala. Elas possibilitam a estampa
de marcas próprias e coloridas, melhorando a aparência e identificando o fornecedor do
produto embalado. Têm recomendação de uso único, o que pode onerar seu uso
dependendo do valor de carga, e apresentam baixa resistência á umidade, porém
apresenta a vantagem de não transmitir doenças (LUENGO, 2009).
FIGURA 3. Caixa de papelão, com pimentão
Fonte: foto dos autores, 2010
As caixas de papelão são mais utilizadas para embarques de longa distância, como
as exportações. No Brasil, dada a baixa oferta de hortaliças e frutas ao mercado
internacional, a utilização de caixas de papelão ainda não é significativa. Entretanto,
quando a distancia do local de produção ao local de consumo é grande, e o custo do frete
da embalagem retornável vazia é muito elevado, então, nestes casos, as caixas de
papelão podem se tornar viáveis economicamente. As embalagens plásticas para frutas e
hortaliças vêm gradual e lentamente substituindo as de madeira. Têm como
características serem reutilizáveis, permitirem lavagem e higienização, o que possibilita
eliminar a contaminação e a propagação de problemas fitossanitários nos produtos
agrícolas. Essas embalagens são de fácil transporte e resistentes, proporcionam ótima
11
utilização de espaços para armazenagem e preservam os produtos de danos físicos como
os causados pelas caixas de madeira áspera. Possibilitam a ventilação dos produtos,
mesmo em ambientes climatizados, reduzem o custo operacional devido à sua vida útil,
aumentam a segurança da carga pelos atributos do design (modular, sem cantos vivos e
auto-ajustáveis), e diminuem assim os impactos que danificam os produtos no transporte.
Os sacos de nylon e juta são utilizados para batata e cebola, em capacidades de 50 kg e
20 kg. Em função dos grandes volumes produzidos, principalmente de batata, sua
participação no mercado é expressiva. Trata-se de uma embalagem de baixo custo e
muito usada, mas que não protegem o produto em muitos casos provocam muitos
ferimentos no vegetal, como batata e cebola, por exemplo (LUENGO, 2009).
3.2 Embalagens plásticas
A embalagem por ser um instrumento de proteção e movimentação de hortaliças e
frutas do produto até o consumidor final, o plástico representa o material mais adequado
para acondicionar esses produtos. Sua composição, á base de resinas, oferece uma série
de vantagens frente ás demais opções existentes no mercado, destacando-se rigidez,
resistência, permeabilidade e adequação ás propriedades e necessidades de cada
produto.
Essa matéria-prima demonstrou ser higiênica, pratica funcional e econômica. Além
disso, oferece vantagens, não só aos integrantes da cadeia produtiva, como ao próprio
produto hortícola (DACOLINA, 2009).
O plástico é por sua própria natureza, um objeto moldável, sem limitações.
Certamente, sua maleabilidade possibilita produzir embalagens em diversos tamanhos e
formatos que melhor se adaptam á cadeia logística. Considerando que as hortaliças
ocupam a sexta colocação na produção agrícola brasileira (á frente de alimentos
tradicionais como trigo, o arroz e o feijão), é fundamental destinar a elas soluções de
embalagens de qualidade (DACOLINA, 2009).
FIGURA 4. Caixas plásticas, com tomate
Fonte: foto dos autores, 2010
12
3.2.1 Vantagens do uso de embalagens plásticas
Nos produtos hortícolas, a embalagem é responsável pelo transporte, pela
armazenagem, pela conservação e pela proteção do produto, do campo ao consumidor
final. Além disso, ela tem significativa importância na exposição do produto no ponto de
venda. A embalagem adequada é aquela que irá preservar a qualidade original. Uma das
vantagens da utilização da embalagem plástica é a permeabilidade, além das feitas com
aberturas para a respiração e ventilação do produto. Outro fator é oferecer maior tempo
de conservação exigido por alguns produtos.
A rigidez é outra característica, pois está ligada a segurança e a conservação dos
produtos transportados. Ao final seu período de vida útil e prolongado e a redução na
quantidade de produtos descartados. A flexibilidade, permeabilidade, resistência,
reciclagem e higiene, são benefícios da embalagem plástica (DACOLINA, 2009).
FIGURA 5. Caixa plástica, com atemóia
Fonte: foto dos autores, 2012
3.2.2 Higienização de embalagens plásticas
A preocupação constante com a higienização das embalagens garante a
conservação do produto, impedindo que alimentos contaminados cheguem ao varejo e
coloquem em risco a saúde da população e também de acordo com a legislação. Para
obedecer a todos os regulamentos estipulados para a higienização, independente do
material, são necessários investimentos (DACOLINA, 2009).
O processo de higienização é um processo apurado, controlado e continuo de
limpeza. A higienização das embalagens plásticas é mais viável, além sua
impermeabilidade a água (DACOLINA, 2009a).
3.3 Logística reversa das embalagens
Há vários motivos para o crescimento e utilização de embalagens plásticas, mas a
principal é por ser um produto retornável, e por ser duradoura, tem um custo superior ao
13
de uma descartável. Apostar na sua utilização seria um investimento arriscado, mas devese levar em consideração que seu custo é pago de uma única vez, sendo que seu uso
estenderá a inúmeras viagens, amortizando rapidamente o valor investido (DACOLINA,
2009).
3.4 Injúrias mecânicas
A movimentação de caixas em paletes é mais rápida e diminui a probabilidade de
injúrias mecânicas nas frutas e hortaliças causadas pelo manuseio excessivo das
embalagens (LUENGO, 2009).
As injurias mecânicas são a causa primária de perdas pós-colheita para produtos
hortícolas e podem ocorrer em qualquer ponto da cadeia de produção, após a colheita e
na comercialização (PELEG, 1985 apud LUENGO, 2009). As principais causas de injurias
mecânicas em produtos hortícolas são vibração, compreensão e impacto (KAYS, 1991;
WILLS et. al., 1998 apud LUENGO, 2009), que podem depreciar o valor alimentar e
comercial do produto na forma de lesões, cortes, amassamentos e injurias internas
(CHITARRA; CHITARRA, 1990).
As injurias mecânicas podem ser definidas como deformações plásticas, rupturas
superficiais e, em casos mais extremos, destruição de tecidos vegetais. São provocadas
por forças externas, causando modificações físicas (danos físicos) ou alterações
fisiológicas, químicas, e bioquímicas de cor, aroma, sabor e textura.
As injúrias mecânicas são causadas por manuseio físico inadequado dos produtos
vegetais, que ficam sujeitos a injúrias de impacto, compressão, vibração, cortes e
esfoladuras. A definição de cada um destes tipos encontra-se a seguir (LUENGO, 2009):
- Injúrias de impacto são deformações plásticas causadas por forças compressivas
que atuam durante um curto período de tempo, enquanto a energia cinética é dissipada,
podendo causar rompimento celular, amassamento, encharcamento e aquecimento
localizado.
- Compressão refere-se a deformações plásticas causadas por forças
compressivas maiores que as toleradas pelo órgão vegetal, causando amassamento e, ás
vezes, aparência translúcida ao órgão.
- Vibração diz respeito a impactos infringidos repetidamente ao órgão vegetal,
podendo causar esfoladuras e amassamentos.
- Cortes são cisalhamento do órgão vegetal por ação de um objeto cortante.
- Esfoladuras são ferimentos superficiais do órgão vegetal, decorrentes do atrito
contra uma base áspera.
Existem muitos trabalhos científicos comprovando o efeito das injurias mecânicas
na diminuição da conservação pós-colheita de hortaliças e frutas. As conseqüências das
injurias mecânicas vão da despigmentação da área afetada ate a colonização do tecido
por microrganismos, levando á perda do alimento. Ocorre aumento da perda de água,
aumento da produção de etileno, descompartilhamentação celular, aumento da respiração
(aumenta quebra de amido, ciclo de Krebs e o transporte de elétrons), aumento na
velocidade de deterioração e redução na vida pós-colheita.
A maioria dos microrganismos que colonizam tecidos de frutas e hortaliças são
fungos e bactérias “oportunistas”, isto é, não têm capacidade de penetração ativa, e assim
conseguem colonizar o tecido de frutas e hortaliças expostos como conseqüência da
injuria mecânica. De modo geral, frutas são mais susceptíveis ao ataque de fungos,
porque têm pH mais baixo e hortaliças são mais susceptíveis ao ataque de bactérias,
porque têm pH mais alto (LUENGO, 2009).
A ocorrência de injurias mecânicas pode ser desde o momento da colheita até o
consumo da hortaliça ou fruta. Quando a colheita é mecanizada os produtos podem se
chocar uns com os outros, ou na esteira de condução, ou quando de sua deposição em
14
caixas. Apesar da operação de classificação, realizada com o objetivo de retirar produtos
muito danificados, alguns danos acabam acorrendo.
Luengo (2009), diz que as injúrias mecanizadas são minimizadas pelos seguintes
procedimentos:
- colheita com sacolas forradas evitando-se o impacto entre as frutas;
- colheita feita diretamente na embalagem de comercialização e com bandejas
separadoras;
- no caso de colheita mecanizada, as maquinas devem proteger os produtos
colhidos com superfícies de contato macias e lisas;
Minimizar a vibração das frutas durante o transporte, com veículos adequados e
estradas planas;
- evitar cortes e abraões, para evitar a entrada de patógenos;
- utilizar embalagem apropriada para cada espécie.
Muitas vezes, o dano ocorrido em determinado, por exemplo, na colheita, só será
visivelmente observado mais tarde, como é o caso do escurecimento de peras e maçãs,
varias horas após sua ocorrência. Assim, a solução para problemas observados nos
pontos finais de venda, ou por consumidores, pode ser resolvida na colheita.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a revisão bibliográfica que foi apresentada, percebe-se a
importância que a embalagem tem em agregar valor ao transporte de hortaliças, além do
modal rodoviário possui um diferencial que nenhum outro modal possui, que é a facilidade
de entregar na porta do cliente. Assim a embalagem plástica utilizada no transporte, na
armazenagem, na conservação, na identificação e proteção ao produto, desde que
retirado do campo até a entrega ao seu consumidor final, nota-se o tamanho da função
que a embalagem exerce nesse setor.
Pode-se concluir que, caso não ocorra a escolha certa do tipo de embalagem
para o tipo de hortaliça a ser transportado (sendo ela de madeira ou plástica e seus
respectivos tipos), juntamente com as devidas condições higiênicas para o transporte do
mesmo, consequentemente haverá danos ao produto, o que posteriormente o
impossibilitará de ser vendido ao seu consumidor final, acarretando prejuízos ao seu
produtor.
O estudo teve como intenção, demonstrar a importância da utilização da
embalagem, suas características, vantagens e desvantagens encontradas, além de
abordar a utilização do modal rodoviário, demonstrando a importância pra o seguimento
hortifrutícola. Acredita-se que o presente artigo teve sua conclusão com o objetivo
alcançado, e deixando para futuros trabalhos a oportunidade de realizar uma pesquisa de
campo, reunindo teoria e prática.
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Download

a logística da embalagem plástica no setor hortifrutícola