Congressos de História da “região” do
grande ABC
Projeto N.° 10
Eduardo Galvão Lernic 45196-1
Orientadora: Terezinha Ferrari
2010
Congressos de História da “região” do
grande ABC
Eduardo Galvão Lernic; Orientadora: Terezinha Ferrari
O dicionário Houaiss da língua
portuguesa define “região” como:
1 vasta extensão de terreno 2 grande
extensão de terreno ou território dotado de
características que o distinguem dos demais
2.1 território cuja extensão é determinada seja
por uma unidade administrativa ou
econômica, seja pela similitude do relevo, do
clima, da vegetação, seja pela origem comum
dos povos que o habitam.
Mas o que define o
“ABC” como
REGIÃO?
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Eduardo Galvão Lernic; Orientadora: Terezinha Ferrari
Território geográfico dotado de
características comuns?
Não parecem
muito
diferentes...
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A partir de nossos estudos,
encontramos a caracterização de
região de acordo com alguns
parâmetros que vão além da
definição do dicionário:
1 – Conceito de região que advém das
categorias da Geografia;
2 – Conceito de região que advém das
intervenções políticas;
3 – Conceito de região que é produzido
por uma dada História;
4 – Conceito de região produzido pelos
investimentos capitalistas.
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Ao que parece, a
caracterização de região a
partir do conceito histórico é
o mais pautado:
O próprio IBGE assume esta postura:
“... a região do ABC foi constituída a partir
de aldeamentos, que podemos caracterizar, a
partir da metade do século 19 – 1850, 1870...”
(Fonte; portal do IBGE)
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E alguém assume
outra?
De acordo com os estudos apontados na tese de
doutorado da Professora Cecília Almeida “O
Grande ABC Paulista – O Fetichismo da Região” :
“Parece que as motivações se encontram,
efetivamente, sobre questões ideológicas e
estratégias políticas na competição pelo domínio
público. Aproxima-se, deste modo, de uma
simulação identitária forjada para pressionar a
ratificação dos objetivos privados corporificados
nas lutas partidárias e eleitoreiras” (pp 282)
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Quer dizer então que a identidade regional do ‘ABC’ coloca-se
validada por objetivos de caráter particular, no interior das lutas
entre partidos eleitorais ?
Não só isso! Fica clara a existência de
uma dualidade onde, de um lado,
acredita-se na posição regional do
‘ABC’, em base das características
industriais guardadas; e de outro, onde
se visualiza tal posição apenas como
um artifício de interesses privados,
assinalado sob o cunho capitalista que
tal caracterização regional – em base
justificatória das industrias – é forçada
a tomar.
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Será que o ABC é
realmente uma
região? O fato de
ter sido um
caminho histórico,
ou ter sido
formada a partir
de um
desmembramento
de um território
único é o
suficiente para
justificar a
regionalidade?
Soa, ao menos curioso, o fato de se pautar
tanto este conjunto de municípios como uma
única região. Pois, em leituras de jornais e
matérias relacionadas a estas cidades,
normalmente se vê cursos, benefícios, clubes,
atividades culturais e sociais nas quais, o prérequisito para participar, é ser morador, no
caso de atividades em São Bernardo, de São
Bernardo; no caso de São Caetano, de São
Caetano; e assim sucessivamente em todas as
cidades da chamada ‘ região do ABC’.
Nenhum esforço é feito para que aja integração
entre indivíduos, contribuintes e moradores desta
‘região do ABC’. Onde está, assim, hoje, o fio
condutor desta integração – tão grande – que
justificaria chamar tal conjunto de região?
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A esta problemática, se destina
este projeto. Ao final das
verificações e reflexões,
esperamos ter elementos o
suficiente para elaborar um texto
de natureza científica. E ter
subsídio teórico para ampliar a
discussão referente a “Região
do ABC”