Projeto de Pesquisa: Conforto térmico no Campus do CEAP Disciplinas: Clima e Conforto no Ambiente Construído Conforto Térmico Por João Paulo Nardin Tavares 1. Introdução A Arquitetura, como uma de suas funções, deve oferecer espaços compatíveis ao conforto térmico humano no interior dos edifícios, sejam quais forem as condições climáticas externas. À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivos calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos.i O município de Macapá (00o, 051oW) possui clima megatérmico, com marcante sazonalidade da precipitação, temperaturas altas e pequena amplitude térmica durante o ano todo. Em geral, na estação chuvosa (Dezembro a Junho) as temperaturas ficam um pouco mais baixas que na estação seca (Julho a Novembro) por causa da cobertura de nebulosidade, que serve como barreira à radiação solar direta. Entretanto, a grande presença de umidade absorve mais calor, o que torna o ambiente mais desconfortável – situação chamada popularmente de “mormaço”. Em vista disso, vários índices de conforto térmico foram criados para se avaliar o quanto um ambiente é confortável (ou não). Diversos estudos utilizando esses índices foram conduzidos no Brasil. O presente projeto de pesquisa tem como objetivo analisar as condições bioclimáticas do Campus Universitário do Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP), a fim de comparar a sensação térmica das pessoas que ali exercem suas atividades (estudantes, técnicos, professores, etc.) com os índices de conforto térmico, e assim, poder determinar o conforto térmico naquele espaço arquitetônico. 2. Dados 2.1 Dados meteorológicos Os dados meteorológicos utilizados nesta pesquisa são: - Temperatura do ar (oC); - Umidade relativa do ar (%). Essas variáveis meteorológicas podem ser obtidas com termohigrômetros digitais, disponíveis na instrumentação do curso de Arquitetura e Urbanismo. 2.2 Índices de conforto térmico 2.2.1 - Índice de Conforto Térmico Humano O Índice de Conforto Humano (ICH) foi calculado pela fórmula descrita por Anderson (1965), citada por Rosenberg (1983): (1) Para a qual Ta é a temperatura do ar em graus Celsius; ea é a pressão de vapor que pode ser calculada do seguinte modo: (2) Na qual, UR é a umidade relativa em porcentagem e es é a pressão de vapor do ar saturado e pode ser calculada usando a equação de Tetens (1973): (3) Na Tabela 1 encontra-se a classificação do grau de conforto térmico em função dos valores de ICH obtidos. Tabela 1 – Indices de conforto térmico humano Valores de ICH Grau de conforto térmico humano Confortável 20-29 Levemente desconfortável 30-39 Desconforto suportável 40-45 Desconforto insuportável >45 Fonte: Adaptado de Anderson (1965) 2.2.2 Índice de desconforto humano O Índice de Desconforto Humano (IDH) foi calculado pela fórmula descrita por Ono e Kawamura (1991): (4) onde, Ta é a temperatura do ar; Td é a temperatura do ponto de orvalho, que pode ser estimada de acordo com a equação (5): (5) Sendo que, a = 17,27; b=237,7 (oC) e = UR, nesta fórmula, é a umidade relativa dividida por cem. A tabela 2 apresenta as faixas de valores do índice relativas às condições de conforto térmico sentidas pelas pessoas. Tabela 2 – Indice de desconforto humano Valores de IDH Grau de conforto térmico humano Estresse devido ao calor IDH>80 Desconfortável devido ao calor 75>IDH>80 Confortável 60>IDH>75 Desconfortável devido ao frio 55>IDH>60 Estresse devido ao frio IDH<55 Fonte: Ono e Kawamura, 1991 3. Metodologia Para analisar as condições térmicas a que estão sujeitos as pessoas que visitam ou trabalham no espaço considerado, serão realizadas duas medições das variáveis meteorológicas por dia, no horário de funcionamento do espaço: a primeira no turno da tarde (16:00, medição 1) e a segunda no turno da noite (20:00, medição 2), no período de 9 de Maio a 8 de Junho (perfazendo um mês de dados diários). Para tanto, os alunos serão supervisionados no início, para aprender a manusear os instrumentos, e depois procederão as medidas sozinhos. A análise dos dados ficará a cargo dos alunos. 4. Resultados esperados Os resultados mostrarão as condições de conforto térmico no espaço arquitetônico Casa do Artesão, que poderão ser expostos no Colóquio de Arquitetura e Urbanismo do CEAP. Numa segunda etapa avaliativa, poderá ser elaborado artigo científico e submetido à publicação em revista especializada Qualis A ou B (no mínimo) segundo a classificação de periódicos da CAPES. 5. Referências Bibliográficas i FROTA, A.B., SCHIFFER, S.R. Manual de conforto térmico: Arquitetura, urbanismo. 5.ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001.