Universidade de São Paulo (USP)
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)
Departamento de Geografia (DG)
Disciplina FLG 0355: “Trabalho de Campo em Geografia I”
Docente responsável: Prof. Dr. Tarik Rezende de Azevedo
Análise da Utopia do Morar em Brasília: Um estudo de caso sobre as
superquadras
Caderno de Campo e Roteiro Prévio
Bruno Henrique Bibiano – 6433178
Camila Franco – 6840905
Catia Cristina de Melo Ferreira - 6840436
Josiane de Souza Moreira - 6840395
Maria Cecília Manoel - 6885930
Matheus Sartori Menegatto - 6841159
São Paulo
Abril de 2012
Análise da Utopia do Morar em Brasília: Um estudo de caso sobre as
superquadras
Apresentação do tema e justificativa
Objetiva-se analisar a utopia do morar em Brasília, construída por seu Plano Piloto,
comparativamente à situação real da moradia e de seu entorno. Para tal, estabeleceu-se, como nível
de análise, as superquadras e, como foco de investigação, três eixos temáticos (conforto térmico,
acessibilidade e apropriação do espaço público). Desse modo, a questão primordial que se coloca é
como o acesso, o conforto térmico e a função dos espaços nas superquadras haviam sido pensadas
pelo Plano Piloto na construção da utopia da moradia perfeita e como tais aspectos se desdobram na
realidade concreta da vida cotidiana.
Sobre o conforto térmico
Definir conforto térmico é bastante difícil pois, além dos fatores físicos, envolve uma
gama de fatores pessoais que tornam sua definição bastante subjetiva. Desta forma, o conforto
térmico pode ser visto e analisado sob dois pontos de vista: pessoal ou ambiental. Se formos
considerar apenas o ponto de vista pessoal, define-se conforto térmico como sendo uma condição
mental que expresse satisfação com o ambiente térmico. Do ponto de vista físico, confortável é o
ambiente cujas condições permitam a manutenção da temperatura interna sem a necessidade de
serem acionados os mecanismos termo-reguladores, ou seja, é necessário que o organismo humano
se encontre em balanço térmico com o meio ambiente. (IAG)
Acessibilidade
A acessibilidade pode ser definida como “a facilidade de alcance de uma localidade a
partir de outras localidades por indivíduos suscetíveis à dispersão por meios de transporte”. Como
bem observa PUMAIN (1991), tal definição deve conter implicitamente também as dificuldades de
transporte, impostas por “tensões espaço-temporais”. Para tal, faz-se necessária a análise da
configuração e qualidade das vias, dos veículos (em termos de infra-estrutura técnica e limites de
ocupação), da frequência e os horários de circulação, das tensões topográficas, das regulamentação
de transporte e infra-estrutura, das congestões e das estruturas das superquadras e dos edifícios
nelas situados.
Apropriação do espaço público
As superquadras podem ser compreendidas como “sequência contínua de grandes quadras
dispostas em ordem dupla ou singela, de ambos os lados da faixa rodoviária, e emolduradas por
uma larga cinta densamente arborizada, ..., com chão gramado e uma cortina suplementar
interminente de arbustos e folhagens, a fim de resguardar melhor, ..., o conteúdo das quadras visto
sempre num segundo plano e como que amortecido na paisagem... oferecer aos moradores extensas
faixas sombreadas para passeio e lazer, independentemente das áreas livres previstas no interior das
próprias quadras.” (Plano Piloto – Lúcio Costa). Nessa perspectiva, o foco de análise centrar-se-á
sobre o conceito de superquadra como extensão residencial aberta ao público, especificamente se
concentrando sobre o uso social dos moradores.
Métodos de investigação, observação e registro que se pretende empregar
Como método de investigação, usar-se-á um questionário que abarque questões dos três
aspectos de análise já explicitados, questionário esse que se assuma enquanto entrevista objetiva e
que permita desdobramentos interessantes para cruzar informações. Através da observação da
paisagem das superquadras, pretende-se observar quais as modificações que ocorreram em relação
ao plano original. Também serão coletados dados secundários oficiais dos órgãos competentes que
gerenciam transporte, acesso, habitação, bem como daqueles que cuidam das questões climáticas
locais (como o INMET). Por fim, lançando mão de anemômetros e termo-higrômetros, efetuar-se-á
a coleta de dados primários, a fim de correlacioná-los posteriormente com os secundários.
Uma vez feitas as etapas compilatória e correlatória, os dados serão tratados por meio de
uma análise que, além do texto escrito, contará com gráficos, tabelas e mapas.
Roteiro prévio
O roteiro terá como base a tentativa de localizar duas superquadras, uma com alterações
arquitetônicas e de uso do espaço mais proeminentes em relação ao Plano original e a seu respectivo
zoneamento, e outra com poucas alterações. A partir dos eixos propostos, analisaremos a paisagem,
aplicaremos o questionário às pessoas que residem ou trabalham nas superquadras e efetuaremos as
medições propostas.
Aqui está, pois, o cronograma do roteiro preliminar:
•
Dia 27/04 (sexta-feira): reconhecimento e identificação dos locais de campo.
•
Dia 28/04 (sábado): coleta de dados primários e entrevistas.
•
Dia 29/04 (domingo): visita ao Palácio da Alvorada e outros pontos turísticos.
•
Dia 30/04 (segunda-feira): coleta de dados primários e entrevistas; reunião com o grupo para
discussão sobre as informações coletadas;
Referências:
ARANTES, Otília B.F. O Lugar da Arquitetura depois dos Modernos. São Paulo: Nobel/EDUSP,
1993 : 95 – 155.
BRAGA, Darja Kos. Arquitetura residencial das superquadras em Brasília: aspectos de conforto
térmico. Dissertação de Mestrado. Brasília: UnB, 2005.
CORREA, Roberto L. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1989.
LÖWY, Michael. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen. São Paulo: Cortez,
2009.
PUMAIN, Denise. Spacial analysis and population dynamics. Paris: INED, 1991.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.
Sítios da Internet:
http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl - Mapa do DF
http://tempo1.cptec.inpe.br/aeroportos/#4 - CPTEC
http://www.inmet.gov.br/html/central_servicos/combo_produtos.html - INMET
http://www.bdclima.cnpm.embrapa.br/resultados/balanco.php?UF=df&COD=51 - Banco de Dados
Climáticos da EMBRAPA
http://www.gdf.df.gov.br/045/04501016.asp - Governo do DF
http://www.codhab.df.gov.br/ - Companhia de Desenvolvolvimento Habitacional - CODHAB/DF*
http://www.arpdf.df.gov.br/ - Arquivo Público do DF
http://www.codeplan.df.gov.br/ - Companhia de Planejamento do DF (CODEPLAN)*
http://www.terracap.df.gov.br/internet/ - Companhia Imobiliária de Brasília (TERRACAP)*
http://www.der.df.gov.br/ - Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER - DF)*
http://www.detran.df.gov.br/ - Departamento de Trânsito do DF (DETRAN - DF)*
http://www.tcb.df.gov.br/ - Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB)*
http://www.dftrans.df.gov.br/ - Transporte Urbano do DF (DFTRANS)*
http://www.novacap.df.gov.br/ - Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP)*
http://www.metro.df.gov.br/ - Metrô do DF*
http://www.sedhab.df.gov.br/ - Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e
Desenvolvimento Urbano
http://www.docomomo.org.br/seminario%205%20pdfs/006R.pdf
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_arquivos/18/TDE-2008-01-17T091621Z2200/Publico/Dissert_MariliaPachecoMachado_ate_pag150.pdfhttp://emplavi.wordpress.com/
tag/sudoeste/
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2010/04/21/urbanizacao-de-brasilia/
http://mdc.arq.br/2009/06/02/os-blocos-de-superquadra-um-tipo-da-modernidade/
http://docomomobsb.org/2009/07/22/a-invencao-da-superquadra/
http://debaixodobloco.wordpress.com/2010/08/31/super-quadra-brasilia-107-108-307-e-308-sul/
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/oscar-niemeyer-superquadras-brasilia-08-02-2008.html
http://www.route777.com.br/2011/10/as-tais-superquadras-em-brasilia.html
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.125/3882http://www.hypergeo.eu/spip.php?
rubrique46
http://www.dee.ufcg.edu.br/~pet/jornal/edi8/art2.html
http://www.forumpatrimonio.com.br/view_full.php?articleID=194&modo=1
http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/2975
http://www.usp.br/nutau/CD/85.pdf
http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/2116/1/2006_Darja%20Kos%20Braga.pdf
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Um estudo de caso sobre as superquadras