A utilização da interpretação do patrimônio no Paço da Liberdade (Curitiba, Paraná, Brasil) Carla Männich1 Larissa Alexandra Cavalcanti de Souza2 Miguel Bahl 3 Resumo: O artigo versa sobre a utilização da interpretação do patrimônio como forma de valorizar o patrimônio cultural, para que mais do que transmitir informações, seja possível expressar significados, gerar emoções e aguçar a curiosidade do indivíduo que esteja em contato com o patrimônio cultural. Para tanto, adotou-se como objeto de estudo o Paço da Liberdade, localizado em Curitiba (Paraná, Brasil), patrimônio cultural tombado nas três instâncias governamentais: municipal, estadual e federal, e revitalizado no período de 2007 a 2009. Desta forma, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a utilização de ferramentas de interpretação do patrimônio na atual configuração do Paço da Liberdade. A pesquisa caracterizou-se como exploratória, utilizando de duas técnicas de pesquisa para o alcance dos objetivos: a documentação indireta e a observação direta intensiva (modalidade observação sistemática in loco). Por meio das informações obtidas foi possível verificar que pela recente refuncionalização do Paço da Liberdade, a interpretação do patrimônio foi considerada no planejamento do espaço e das atividades, contribuindo significativamente para a valorização do local. Palavras-chave: Patrimônio cultural. Interpretação do patrimônio. Paço da Liberdade. Introdução O turismo é uma atividade em franco desenvolvimento no Brasil, seu planejamento e gestão são fundamentais diante da competividade entre destinos e da alteração dos hábitos de consumo dos turistas nacionais e estrangeiros. Dentre as estratégias de desenvovimento turístico adotadas pelos destinos é possível citar a segmentação da oferta turística, de modo a melhor atender as expectativas e necessidades da demanda. Um dos segmentos turísticos trabalhados em âmbito nacional e, que também é prioritário no planejamento do estado do Paraná e do municipio de Curitiba, é o turismo cultural. Neste segmento a cultura tem papel indispensável para a atração de turistas, assim, o patrimônio cultural material ou imaterial, a identidade local e a diversidade cultural constituem-se como elementos de diferenciação da oferta turística dos destinos. É importante destacar que o planejamento adequado permite que o desenvolvimento do turismo cultural promova a valorização e a preservação do patrimônio cultural de uma localidade. Uma das alternativas para valorizar a experiência do visitante, através da utilização do patrimônio cultural como fonte de conhecimento e educação, é a utilização de técnicas de 1 Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). e-mail: [email protected] 2 Bolsista Capes. Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestranda do Programa de PósGraduação de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). e-mail: [email protected] 3 Bacharel em Turismo e Licenciado em Geografia, Mestre e Doutor em Ciências da Comunicação, Professor do Departamento de Turismo e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR. e-mail: [email protected] 1 comunicação, que transmitem não apenas informações pontuais, mas revelam significados, aguçam a criatividade, provocam emoções e estimulam novas atitudes. Estas são premissas da interpretação do patrimônio, a qual se constitui como estratégia importante para a conservação e gestão do patrimônio existente, ocorrendo através de um processo contínuo que envolve visitantes, comunidade, iniciativa privada e poder público. Em Curitiba, capital do estado do Paraná, a preocupação com o patrimônio inicia-se na década de 1940, a partir deste período são criadas leis, incentivos e projetos com a finalidade de garantir a preservação e a valorização do patrimônio cultural curitibano. O Paço da Liberdade é um dos patrimônios culturais reconhecidos legalmente pelo municipio. Atualmente, o mesmo é um centro cultural do Serviço Social do Comércio do Paraná (SESC-PR), situado no centro histórico de Curitiba. A edificação do Paço da Liberdade passou por um recente processo de revitalização, refuncionalização e re-apropriação pela comunidade e pelos visitantes. Partindo do exposto adotouse o mesmo como objeto de estudo para o presente artigo. A partir deste cenário, buscou-se investigar aspectos relativos a utilização da interpretação do patrimônio como forma de valorizar o contato dos visitantes com o patrimônio cultural e, consequentemente, a prática do turismo cultural. Desta forma, foi determinado o estudo da seguinte questão: É possível identificar no Paço da Liberdade a utilização de ferramentas de interpretação do patrimônio que otimizam a experiência dos visitantes? Teve-se, portanto, como objetivo principal analisar a utilização de ferramentas de interpretação do patrimônio na atual configuração do Paço da Liberdade. Buscou-se ainda atender aos seguintes objetivos específicos: identificar as premissas da interpretação do patrimônio, determinar aspectos que direcionassem a análise da utilização dessa ferramenta e delinear pontos fundamentais da história e usos do Paço da Liberdade. O presente artigo foi realizado a partir de um levantamento teórico dos conceitos pertinentes à pesquisa, através da pesquisa documental e bibliográfica, fundamentando a etapa posterior, na qual se utilizou a técnica de observação sistemática do objeto de estudo, o Paço da Liberdade, atentando para a utilização de recursos de interpretação do patrimônio para a otimização da visitação no local. 1. Patrimônio cultural e interpretação do patrimônio A compreensão, a conceituação e a amplitude do que se entende por patrimônio cultural, passou por uma significativa alteração ao longo das últimas décadas, reflexo das transformações sociais, políticas e culturais experimentadas em âmbito mundial. De forma ampla a compreensão do patrimônio cultural é alicerçada em três pilares: memória, identidade e representação, podendo ser 2 considerado, portanto, como elementos materiais ou imateriais, que enquanto símbolos de identidade e memória (individuais e coletivas) representam registros, vivências e valores da localidade e da sociedade as quais pertencem. No Brasil, o reconhecimento da abrangência do conceito de patrimônio cultural foi retratado de forma significativa, após a inclusão do Artigo 216 na Constituição Federal de 1988, o qual estabelece que: Constituem o patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I – Formas de expressão; II – Os modos de criar, fazer e viver; III – As criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV – As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.” (Brasil, 2012). Vê-se que a institucionalização do patrimônio no Brasil revela a amplitude de elementos que constituem o patrimônio cultural e reforça a necessidade de preservá-lo. No entendimento de Monastirski (2009, p. 331) “a importância do patrimônio cultural para a sociedade está diretamente relacionada à carga simbólica que este patrimônio representa e com o poder de pertencimento que ele proporciona.” Esta colocação demonstra que o patrimônio não se restringe a um elemento físico, mas a um elemento permeado por uma carga simbólica, a qual possibilita a inscrição do patrimônio cultural no presente e, por conseguinte, sua preservação e valorização através das gerações. Através do entendimento do que é patrimônio cultural, é possível identificar a importância do mesmo no contexto social, enquanto representante da cultura, da história e da identidade dos povos. Assim, fica evidenciada a necessidade de se valorizar esse patrimônio, bem como de preserválo. Sobre este aspecto, Meneses (2006) discorre que o patrimônio cultural é passível de conservação e transformação, uma vez que pode manter suas características e ser utilizado para diferentes fins, desde que o processo ocorra de forma sustentável. Conforme aborda o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2007), dentre as formas de garantir a preservação do patrimônio cultural está o tombamento, o qual se configura como um ato administrativo realizado pelo poder público, nos níveis federal, estadual ou municipal e “tem como objetivo preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo a destruição e/ou descaracterização de tais bens” (IPHAN, 2012). Mas, conforme destacado pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC-PR, 2012a, s/p) não basta proceder com o tombamento de um bem, é fundamental também “restaurar ou consolidar o bem tombado; estudá-lo, comparar versões sobre a sua história; discutir opiniões, planejar o seu aproveitamento; conscientizar a população do entorno; e sinalizar o local, revitalizá-lo 3 e fornecer qualificações aos seus usuários”. Tais elementos devem orientar o trabalho com os bens tombados, garantindo sua preservação e conservação. É nesse processo de preservação, conscientização e aprendizado que a interpretação do patrimônio ganha destaque, uma vez que a mesma compreende, através do uso de diferentes técnicas, “o processo de acrescentar valor à experiência do visitante, por meio do fornecimento de informações e representações que realcem a história e as características culturais e ambientais de um lugar” (Goodey & Murta, 2005, p. 13). Partindo-se do exposto é possível afirmar que a interpretação do patrimônio é uma ferramenta capaz de contribuir para o usufruto do patrimônio de forma consciente, auxiliando na comunicação dos possíveis significados dos lugares, buscando estimular os sentidos, provocar o envolvimento do visitante, gerar aprendizado e possibilitar uma experiência completa e satisfatória. Albano e Murta (2005) veem a interpretação do patrimônio como uma forma de incentivar o visitante a procurar e absorver a singularidade de cada local, fazendo que os mesmos se tornem marcantes e sejam lembrados após a visita. Assim, as técnicas de interpretação são uma forma de intermediação, que possibilitam ao visitante compreender de forma mais efetiva e significativa o valor do patrimônio, obtendo por meio da comunicação oral ou escrita o que se pretende fazer interpretar. Meneses (2006, p. 55) complementa que: Tudo que é observado necessita de um trabalho prévio de interpretação, pois os objetos, as coisas, as manifestações não falam por si só e a todos aquilo que são. Eles devem ser lidos, interpretados, preenchidos de significados, ou melhor, das possibilidades de significações que podem conter. A interpretação do patrimônio pode, desta forma, possibilitar aos visitantes apreciar de forma mais profunda os lugares, pois possibilita ir do simples ‘observar’ para o ‘conhecer’. Assim, não se trata apenas de fornecer dados (informação), mas provocar ideias e reflexões, fazer compreender o significado, revelar o especial e encantar. Quando se opta por utilizar técnicas de interpretação do patrimônio em um espaço é fundamental que ocorra um planejamento adequado, assim inicialmente é necessário realizar o levantamento das informações e características do local, inventariando os recursos disponíveis e identificando as potencialidades. Estas informações servem de subsídio para elaboração do plano interpretativo, que deverá a partir dos dados coletados, estabelecer as técnicas e temas a serem trabalhados no espaço, para finalmente aplicá-lo e então geri-lo (Goodey & Murta, 2005). O que merece destaque nas considerações acima é a necessidade de um conhecimento real do patrimônio e de suas possibilidades de interpretação. Diversos são os elementos significativos de um patrimônio que podem ser destacados através da interpretação do mesmo, e quando se elabora 4 um plano com esse intuito, é importante que se estabeleça um objetivo e um tema para o mesmo, sendo que várias são as características que podem ser focalizadas em um mesmo patrimônio. A utilização de técnicas de interpretação do patrimônio contribui significativamente para o desenvolvimento do turismo cultural; este segmento é considerado pelo Ministério do Turismo como aquele que “[...] compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura” (Brasil, 2008, p. 18). Isso, pois, segundo Goodey (2005, p. 135), para o desenvolvimento do turismo cultural não basta simplesmente possuir diferentes espaços culturais, é preciso “prover os métodos de olhar, vivenciar e apreciar, reafirmando não apenas o sítio e os objetos, mas as oportunidades dos visitantes apreenderem novas formas de se relacionar com o lugar”. A interpretação do patrimônio se apresenta então como um significativo método de valorização e preservação da cultura, dos ideais e da identidade dos povos, através da divulgação dessas ideias. Ela é uma ferramenta importante no turismo, mas, além disso, é importante para a otimização da relação do homem com seu patrimônio cultural de forma mais ampla. 2. Breve histórico do Paço da Liberdade O Paço da Liberdade, localizado na Praça Generoso Marques, na região central de Curitiba (Paraná, Brasil), é o único patrimônio cultural da cidade tombado nas três instâncias de governo: a) 1948: integração ao patrimônio histórico e artístico do municipio; b) 1966: inscrição no Livro Tombo Histórico, Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico; c) 1984: inscrição no Livro Tombo das Belas Artes, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Posse, 2009). Desde 2009, após um processo de revitalização e refuncionalização, o edifício passou a ser utilizado como centro cultural, constituindo-se como uma das sedes do Serviço Social do Comércio do Paraná (SESC-PR). Para compreender em quais circunstâncias ocorreu a mencionada revitalização do Paço da Liberdade é fundamental situar sua inserção na história de Curitiba e do Estado. Sua construção resulta de uma administração municipal marcada por projetos grandiosos e execução de obras audaciosas, durante o mandato de Cândido de Abreu, durante o período de 1912 a 1916 (Barz, Boschilia, Hladczuk & Sutil, 1997). Dentre as intervenções realizadas destaca-se aqui a construção do Paço Municipal de Curitiba, primeira sede própria da prefeitura. Este edifício é considerado por Chiesa (2009, p. 150) como “o ícone de um conjunto de obras que reformaram estruturalmente o tecido social e espacial da cidade, influindo diretamente na arquitetura dos edifícios públicos e civis, e consequentemente forjando uma paisagem distinta”. 5 A ousadia desta construção para época é destacada não apenas pela grandiosidade da edificação, mas também pelo estilo eclético de sua arquitetura. Entende-se aqui que o ecletismo, conforme destaca Chiesa (2009, p. 154), não é um estilo arquitetônico, mas uma “mescla de elementos característicos de vários estilos”, assim a arquitetura do Paço da Liberdade reúne de maneira harmoniosa diferentes estilos. Porém, destaca-se entre eles o Art-nouveau este “caracterizado por exuberância decorativa, formas ondulantes, contornos sinuosos e composição assimétrica” (Bonametti, 2006, p. 2). O mesmo foi construído, entre 1914 e 1916, no antigo Largo do Mercado, atual Praça Generoso Marques, no local que abrigava o antigo mercado municipal, que foi demolido e transferido para uma nova sede (Siqueira, 2009). De 1916 a 1969, o prédio manteve-se como sede da Prefeitura Municipal, porém esta foi transferida para um novo prédio, localizado no Bairro Centro Cívico (SEEC-PR, 2012b). No ano de 1970, o espaço abrigou temporariamente o Projeto Rondon, sendo que nos dois anos seguintes o prédio foi revitalizado pela primeira vez, para abrigar o Museu Paranaense. Este passa a ocupar o edifício do antigo Paço Municipal no ano de 1974, após um convênio firmado entre o Estado e o Município, que pois fim às indecisões quanto ao destino do acervo e da própria edificação (SEEC-PR, 2012b). O Museu Paranaense manteve-se neste prédio até 2002, sendo então transferido para outra sede. Assim, novamente o edifício do Paço ficou sem uso, sofrendo um intenso processo de degradação, por um período de quase cinco anos (Chiesa, 2009). Somente em 2007, por meio de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e o Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná 4, foi iniciada a revitalização da edificação, que culminou em sua reinauguração no primeiro semestre de 2009, em comemoração aos 316 anos da cidade de Curitiba (Paço da Liberdade, 2009). É interessante destacar ainda que a revitalização do Paço da Liberdade integra o Programa de Revitalização de Espaços Culturais da Prefeitura de Curitiba (Boletim Paço da Liberdade, n. 2, 2008). Portanto, neste processo a prefeitura cedeu o espaço e mantém-se responsável pela promoção das atividades desenvolvidas, já ao Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, coube além de revitalizar o espaço, manter-se responsável pelo projeto curatorial e pelas ações culturais, tendo a concessão por 25 anos, podendo ser renovada por igual período (Paço da Liberdade, 2009). Por, se tratar de um bem tombado, durante sua revitalização vários requisitos e determinações legais precisaram ser seguidos, a fim de manter a integridade histórica e cultural da construção. Desta forma, buscou-se harmonizar os ambientes que compõem o prédio com a 4 “O Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná é um sistema privado sem fins lucrativos que integra o SESC – Serviço Social do Comércio e o SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, com o intuito de fomentar o comércio, o setor de serviços e o de turismo do Paraná, representando e defendendo os interesses do empresariado paranaense e os da sociedade civil”. Disponível em:<www.fecomerciopr.com.br> Acesso em: 05/11/2011. 6 utilização de estruturas e equipamentos funcionais (iluminação, mobiliário, etc.) e a otimização das estruturas para o desenvolvimento das atividades (Paço da Liberdade, 2009). Como mencionado anteriormente, a proposta adotada para a refuncionalização do Paço da Liberdade foi torná-lo um centro cultural, em que comunidade e turistas pudessem ter contato com a história de Curitiba. O espaço possui salas para leitura, livraria, biblioteca, cafeteria, espaço de internet, estúdio de gravação, sala de atos, estúdio de arte eletrônica, sala de exposições, salas com equipamento audiovisual (Chiesa, 2009). Metodologia A pesquisa desenvolvida nesse artigo se caracteriza como uma pesquisa do tipo exploratória, que “têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições [...] de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado” (Gil, 1991, p. 45), tornando assim a questão problema mais explícita, facilitando sua solução e compreensão. Foram utilizadas duas técnicas de pesquisa, a fim de atingir os objetivos propostos. Inicialmente, para a constituição da base teórica deste trabalho, foi utilizada como técnica de pesquisa a Documentação Indireta, que, de acordo com Lakatos e Marconi (2010), consiste no levantamento de dados através de variadas fontes, nas quais se obtém conhecimento dentro do campo de interesse. Para tanto, foram realizadas a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica. Após o levantamento teórico optou-se por utilizar outra técnica de pesquisa, a observação direta intensiva. Neste caso, utilizou-se a modalidade observação sistemática, através da observação in loco e utilização de anotações dos observadores orientadas por itens orientadores básicos. Para realizar as observações no Paço da Liberdade, que ocorreram no mês de março e abril de 2012, e posteriormente analisar o uso de técnicas de interpretação do patrimônio em sua atual configuração, optou-se por utilizar como itens orientadores alguns aspectos apontados por Goodey (2005) como importantes para otimizar a experiência dos visitantes em sítios turísticos. Os itens orientadores, pautados em Goodey (2005) são os seguintes: I. Hierarquia da sinalização – Diz respeito ao acesso do visitante ao local, ou seja, direciona a atenção ao entorno do patrimônio, uma vez que engloba a identificação do local, a sinalização de acesso, o acesso pelo transporte público e a recepção do local. II. Componentes da chegada – Engloba o acesso ao local, incluindo a organização do entorno, a expectativa gerada, os portais de acesso, o estacionamento, a indicação de custo de acesso, a entrada, as orientações recebidas na entrada e a infraestrutura de serviços. 7 III. Paisagismo local – Envolve a criação de um ambiente que estimule a apreciação por parte do visitante, a criação de uma atmosfera do local, a valorização dos cômodos, a transição dos ambientes, a vegetação utilizada e o destaque dado aos elementos essenciais. IV. Deslocamento – Envolve as estratégias voltadas para o controle da experiência no espaço, no que diz respeito à sinalização de áreas acessíveis ao visitante e áreas de acesso restrito, à existência de visitas programadas e de diferentes percursos para visitação. V. Atrações – São os elementos que despertam o interesse do visitante. Sua análise envolve a sinalização, as informações disponibilizadas (que devem estar em equilíbrio com a possibilidade de descobertas), o desenho da apresentação, a experiência tátil e a informalidade de alguns espaços (necessária para dar sensação de liberdade ao visitante). VI. Saída – Diz respeito à finalização da visitação ao patrimônio, e envolve a oportunidade de revisitar espaços que chamaram a atenção do visitante, a compra de souvenirs, a análise entre o custo e o benefício da visitação e a facilidade de saída. VII – Equilíbrio entre atendimento ao cliente e interpretação – Envolve a avaliação da relação da preservação com a competitividade do atendimento do espaço. A partir de tais itens procedeu-se com a pesquisa de campo, cujos resultados são apresentados no tópico seguinte, buscando apontar as principais questões identificadas in loco. Apresentação e interpretação dos resultados A seguir são apresentados os dados coletados durante as observações realizadas no Paço da Liberdade, de acordo com os itens orientadores apresentados anteriormente na metodologia. I. Hierarquia da sinalização – Nesse critério, avaliou-se à área externa do Paço da Liberdade. Assim constatou-se que apesar de sua localização no Setor Histórico de Curitiba, uma região que reúne diferentes patrimônios culturais, não há sinalização indicativa específica para acesso ao Paço da Liberdade, existe somente um tóten em frente a edificação com o nome do espaço. Ainda quanto à localização destaca-se sua proximidade às praças Tiradentes e Santos Andrade, nas quais operam várias linhas de ônibus, e a existência de uma parada da Linha Turismo (ônibus que realiza o percurso pelas principais atrações turísticas de Curitiba) na rua em frente a edificação, facilitando assim a chegada até o local em que a mesma se encontra. Quanto ao aspecto arquitetônico externo, a edificação do Paço da Liberdade chama à atenção do público pela sua imponência e pelo bom estado de conservação, sendo que as praças José Borges de Macedo e Generoso Marques, onde está situado estão em bom estado de conservação, mantendo uma harmonia com a edificação. As características da edificação levam a 8 identificá-lo à primeira vista como um espaço público administrativo, não ficando claro que atualmente se trata de um centro cultural, identificou-se, no entanto, que uma estratégia adotada pelo espaço é manter as portas e janelas sempre abertas, possibilitando a visualização do interior, incitando o olhar de quem circula no espaço e motivando à visita ao local. II. Componentes da chegada – O Paço da Liberdade em específico não tem estacionamento próprio, mas há vagas nas ruas do entorno da edificação, bem como estacionamentos privados na região. O acesso principal se dá pela Praça Generoso Marques e como a edificação se destaca em relação às demais, é fácil identificá-la. Logo na porta, há um guarda, que faz o primeiro atendimento ao visitante, prestando informações quando necessário. Não é cobrado ingresso para a entrada no edifício, portanto o visitante pode entrar livremente, e se dirigir à recepção. A recepção fica à direita da entrada, em uma sala específica para o atendimento aos visitantes. Os atendentes prestam informações a respeito do espaço e da programação e, na mesma sala, durante todo o período de funcionamento do centro cultural, fica disponível para visualização um vídeo contando um pouco sobre a história e a revitalização do Paço da Liberdade. Atualmente não é distribuído nenhum material impresso que passe informações históricas do espaço, apenas um material voltado para sua programação cultural. Mas, para a reinauguração do Paço da Liberdade foi elaborado um material de cunho interpretativo que possuía a intenção de atrair o olhar do visitante e aguçar o interesse em conhecer o local. O texto foi elaborado de forma a estabelecer um contato pessoal com o leitor, que é incentivado a utilizar os sentidos, a imaginação e as emoções para reconstruir a história do local. O texto trazia expressões como: ouça, escute, veja, perceba e sinta, acompanhadas de fragmentos da história do Paço da Liberdade, de forma envolvente, buscando recriar os momentos históricos mencionados (ANEXO 1). No Paço da Liberdade são oferecidos alguns serviços à comunidade e ao visitante, a citar: banheiros, biblioteca, livraria, café cultural (Café do Paço), sala de internet, sala de exibição de filmes (Cine Pensamento), sala de leitura e laboratório de artes eletrônicas (LAB_Paço), além do já citado serviço de informações (recepção). III. Paisagismo local – A ambientação do Paço da Liberdade preservou as características do espaço. A arquitetura, a pintura e a ornamentação do espaço restaurados, se caracteriza por ambientes reproduzidos como se configuravam antigamente, um destaque deve ser dado aos trechos do antigo piso do Mercado Municipal, que ali se localizava antes da construção do prédio do Paço da Liberdade. Estes trechos foram descobertos durante a etapa das escavações e, com o fim de mantê-los visíveis ao público, foram construídas quatro vitrines que possibilitam a visualização deste 9 registro arqueológico e revelam inclusive a história de Curitiba, possibilitando transportar o visitante a momentos importantes da história da cidade. O espaço alia tecnologias modernas com um design que valoriza aspectos preservados da edificação original. Nas transições entre os espaços são percebidas as pinturas das paredes, nas quais foram preservados ‘testemunhos’ da pintura original (descobertos no período de restauração do prédio) e dos detalhes arquitetônicos da construção; estes elementos são identificados por pequenas placas que indicam o significado das formas e cores utilizadas, assim como as influências históricoartísticas que a compreendem. Assim, o destaque nos ambientes é dado à preservação arquitetônica e artística da edificação. IV. Deslocamento – A visitação ao Paço da Liberdade pode ser realizada livremente, e orientada pela própria sinalização existente no mesmo. Na concepção desse espaço, identificou-se painéis alocados no piso (tótens) e nas paredes, de forma a orientar os visitantes. Os mesmos foram projetados de forma a estar em harmonia visual com o local e as informações são apresentadas de forma concisa e mantendo o mesmo estilo de formatação. O visitante pode percorrer a edificação na ordem que considerar mais conveniente, e conhecer os quatro pavimentos da mesma. Algumas áreas são restritas à administração, e estão devidamente sinalizadas. Outras áreas podem ser visitadas, porém com alguns limites, sinalizados através do uso de cordas. Existe a possibilidade de visitas monitoradas para grupos no Paço da Liberdade, desde que seja realizado o agendamento prévio. Os monitores recebem um treinamento para conduzir adequadamente os visitantes e transportá-los aos diferentes períodos vivenciados pelo Paço da Liberdade. Durante a visita guiada são tratados principalmente os aspectos referentes à arquitetura e à revitalização do espaço. Outro aspecto importante é a acessibilidade ao edifício, pessoas com dificuldades de locomoção podem utilizar um elevador externo para acesso ao interior do edifício e de um elevador interno para acesso aos pavimentos. V. Atrações – O Paço da Liberdade é atualmente um centro cultural, assim além da visitação ao mesmo, há diversas atrações culturais, como área de exposição, sala de cinema, e café, por exemplo. Os espaços foram distribuídos nos quatro andares do prédio, estes são nomeados de acordo com os usos estabelecidos ou temáticas adotadas. O espaço térreo é intitulado Interação, reunindo o espaço da recepção, biblioteca, sala de leitura, livraria, café cultural e musical, e sala de internet. O primeiro pavimento tem como denominação Trabalho, sendo destinado à administração e às atividades de aprendizagem, sendo composto por um minicinema, salas de aula multiuso, 10 laboratórios de produção eletrônica e salão de atos. O segundo pavimento intitulado Reflexão é marcado pela presença da Sala Cândido de Abreu, onde o gabinete do prefeito foi reproduzido, pelas salas de apresentações culturais e estúdio de gravação. Por fim, o quarto pavimento foi denominado Expressão, caracterizando-se por ser um salão amplo destinado a exposições artísticas e culturais. A concepção do espaço do Paço da Liberdade, de forma geral, focou-se no destaque da arquitetura e da decoração do espaço. A principal atração tornada acessível ao público são os resquícios das pinturas e texturas das paredes originais do espaço. Em cada sala há um trecho da parede que exibe esses detalhes, e placas descrevem as características artísticas utilizadas. VI. Saída – Os visitantes podem circular livremente pelo espaço do Paço da Liberdade, e a saída é realizada pelo acesso principal da Praça Generoso Marques ou pelo Café do Paço, que possui um saída para a Praça José Borges de Macedo. Identificou-se que é autorizado fotografar tanto a área externa quanto interna da edificação e que não há vendas de souvenirs, apenas de livros, incluindo obras sobre o próprio local, que estão disponíveis na livraria do Paço da Liberdade. Enquanto centro cultural, o espaço faz um controle do número de visitantes através do registro no Livro de visitas, no qual àqueles que tiverem interesse podem registrar o dia da visita e identificar-se. VII – Equilíbrio entre atendimento ao cliente e interpretação – Notou-se no Paço da Liberdade uma harmonia entre a preservação do patrimônio e sua interpretação, assim como o bom atendimento e o oferecimento de condições adequadas de visitação. O espaço mantém características arquitetônicas remanescentes de outras épocas, nas quais era feito um diferente aproveitamento do mesmo, sendo que com a revitalização e a transformação do uso da edificação, a modernidade e as características históricas foram mescladas para sua otimização. Em suma, estes foram os aspectos identificados durante a realização da pesquisa, julgou-se a partir destes, que houve preocupação com a interpretação do patrimônio no planejamento da nova configuração do Paço da Liberdade, compondo assim o processo de revitalização e refuncionalização deste espaço. Conclusões A interpretação do patrimônio tem sido trabalhada como uma das principais formas de agregar valor ao patrimônio e utilizá-lo como fonte de aprendizado, de maneira a promover o desenvolvimento cultural de uma localidade, contribuindo inclusive para o fortalecimento do turismo. Quanto à realização da análise focada na identificação da utilização de técnicas de interpretação do patrimônio no Paço da Liberdade, é importante destacar que devido ao processo de 11 revitalização recente (finalizado em 2009), e a maior difusão dos conceitos e técnicas de interpretação do patrimônio no país, neste período, verifica-se que tais técnicas foram consideradas no planejamento do local. Esta adoção contribuiu para reforçar a identidade do Paço da Liberdade e torná-lo mais atrativo, aproximando-o da comunidade e dos visitantes. Em resposta ao questionamento orientador e ao objetivo desta pesquisa, pode-se afirmar, conforme o exposto, que no Paço da Liberdade são utilizados recursos de interpretação do patrimônio, com uma temática voltada principalmente para os aspectos artísticos e arquitetônicos do espaço, dessa forma a experiência para os visitantes pode ser bastante rica nesse aspecto. Porém, merecería maior destaque a própria história do local, e seus usos desde sua construção, a fim de otimizar ainda mais a experiência do visitante. O material impresso que possuía essas informações já não é mais distribuído e a sinalização é voltada à questão artística e arquitetônica. Julgou-se interessante, portanto, retomar a utilização deste material ou elaborar um material similar que possa complementar a experiencia do visitante. Quanto aos objetivos específicos, pode-se afirmar que o breve histórico presente neste artigo possibilitou compreender a trajetória do Paço da Liberdade e sua importância enquanto elemento de identidade local, atingindo o objetivo de delinear pontos fundamentais da história do Paço da Liberdade. Através da utilização de itens orientadores para a análise do local, apontou-se ainda as técnicas utilizadas, sendo possível avaliar como a interpretação do patrimônio tem sido adotada no Paço da Liberdade como forma de revelar a essência do lugar. 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História e uso do Paço da Liberdade/SESC. (pp.15-73). Curitiba: SESC. 13 APÊNDICES APÊNDICE 1 – Fachada do Paço da Liberdade 14 ANEXOS ANEXO 1 – Texto contido no folder de inauguração do Paço da Liberdade Ouça. Com um pouco de silêncio e outro tanto de imaginação, você poderá ouvir. São vozes de outros tempos. Vozes com mais de 100 anos. Ouça o burburinho. Os feirantes anunciando seus produtos. Cereais, frutas, verduras e carnes de outra época. Por certo diferentes. Outros sabores, quem sabe. Sim, aqui, nos idos de 1870, tínhamos um mercado municipal. Escute. O relinchar dos cavalos. O guincho modorrento das rodas de madeira das carroças atoladas de mantimentos. Os feirantes estão de mudança agora. Vão se instalar na Praça do Nogueira – que você deve conhecer como Praça 19 de Dezembro. Estamos em 1913. Nosso prefeito, Cândido de Abreu, incentivou e acelerou a mudança, pois pretende erguer aqui a sede permanente do governo municipal. O antigo Largo do Mercado está sendo remodelado. Ganhando elegância. Ganhando uma inédita modernidade, que já parece refletir em toda cidade. Veja. Feche os olhos por um segundo e deixe a imaginação enxergar. Ali em frente você pode vislumbrar os bondes elétricos indo e vindo. Sim, aquele é o ponto central, não mais conhecido como Largo da Matriz, mas como Praça Tiradentes. Aqui onde estamos, entretanto, o nome de Largo do Mercado permanece, mesmo com um novo edifício ocupando o lugar do antigo comércio popular. Parece que foi ontem que as obras começaram, mas quase dois anos se passaram. Hoje, 24 de fevereiro de 1916, estamos presenciando a inauguração do Paço Municipal. Sua tendência arquitetônica, tão em voga neste início de século, vem sendo denominada de “ecletismo” – uma reutilização livre do vocabulário formal de estilos do passado. Ainda assim, podemos notar a predominância de elementos “Art Noveau”, com suas formas curvilíneas e sinuosas se destacando nas marquises de ferro, no desenho das esquadrias de madeira e nas portas externas. É difícil encontrar um transeunte que não pare para admirar a grandiosidade e a beleza deste novo marco urbano de Curitiba. Perceba. Você pode sentir as mudanças. Automóveis, aviões, televisores, viagens espaciais. Quanto tempo se passou? Meio século? Certamente um pouco mais. Curitiba já passa dos quinhentos mil habitantes. Em 1969, após abrigar o gabinete de 42 prefeitos, o Paço da Liberdade – assim chamado, oficialmente, desde 1948 – deixa de ser a sede da prefeitura. Cinco anos depois, daqui para o futuro, ele será a casa do Museu Paranaense. E assim irá se manter até o início do século 21. Sinta. A informação flui cada vez mais rápido. Tudo se acelera. Você está de volta a 2009. E o Paço da Liberdade também está. Graças a um extenso trabalho de revitalização, fruto de um convênio assinado entre Darci Piana, Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, e Beto Richa, Prefeito de Curitiba, este ambiente repleto de História com agá maiúsculo é devolvido agora, no aniversário da cidade, a todos os curitibanos. Durante os próximos 25 anos o Paço da Liberdade irá funcionar, sob a administração do Sesc, como um centro irradiador de ações culturais e educacionais. Venha viver esta história. Venha ver, ouvir e sentir. O Paço da Liberdade tem todo o futuro pela frente. Fonte: Paço da Liberdade. (2009). Histórico. http://www.sescpr.com.br/pacodaliberdade. Recuperado em 25 maio, 2011, de 15