A PRÁXIS DA
GRUPOTERAPIA
Profa. Fernanda vaz Hartmann
Indicações e Contra-indicações
para a Grupoterapia
• Estejam mal motivados, tanto em relação
à sua real disposição para um tratamento
longo e difícil, quanto ao fato de ser
especificamente em grupo. O paciente
precisa estar comprometido com o
reconhecimento de sua necessidade de
tratamento psicoterápico.
• Sejam
excessivamente
deprimidos,
paranóides ou narcisistas. O primeiro
Indicações e Contra-indicações
para a Grupoterapia
• Apresentam uma forte tendência a actings
de natureza maligna. Muitas vezes
envolvendo outras pessoas do mesmo
grupo, como é o caso do psicopata;
• Grave risco de suicídio;
• Apresentam déficit intelectual ou uma
elevada dificuldade de abstração;
• Pertence a uma condição profissional ou
política que representa sérios riscos por
uma eventual quebra de sigilo.
CARACTERÍSTICAS DE
GRUPOTERAPIA COM
CRIANÇAS
• Homogenidade Grupal: alinhando as idades dos
participantes,o tipo de patologia (psicóticos e
não psicóticos);
• Uso da linguagem motora e lúdica;
• O setting deve conter jogos e brinquedos;
• Uso de contato físico e, por vezes, a conteção
física;
• É indispensável o acompanhamento dos pais, de
preferência em grupo.
GRUPOTERAPIA COM
PÚBERES E ADOLESCENTES
• Passagem de um setting lúdico para o uso da
comunicação verbal, por isto, o enquadre deve prover a
utilização de uma caixa com material para desenhos, um
quadro negro e jogos coletivos.Uso de dramatização.
• Esta modalidade é indicada para estes pacientes
possuem uma inclinação natural ao grupo de iguais para
que este funcione como caixa de ressonância ou
continente para as ansiedades existenciais. Por meio do
interjogo das identificações projetivas, cria-se um
ambiente favorável insiht.
• Se houver co-terapia, é interessante que seja de sexo
opostos.
• Há maior tolerância do adolescente a um
enquadre grupal do que individual;
• Há um favorecimento na estruturação do
sentimento de identidade, individual e grupal.
• O grupo propicia uma melhor elaboração dos
conjuntos
de
inevitáveis
(perdas
e
ganhos)físicas, psíquicas e sociais, assim como
uma transição de valores que são comuns a
todos.
TERAPIA DE CASAL
• A terapia dp casal que se encontra em crise visa ajudar
o casal a se recompor ou a se separar definitivamente,
com menos traumas para eles.
• As duas principais questões que interferem na relação
conjugal é a emancipação da mulher e o fato de um dos
cônjuges estar em tratamento individual e romper com o
equilíbrio neurótico da relação.
• O casal se estrutura com uma reciprocidade de
dependência em quatro áreas: a afetiva, a econômica, a
sexual e a social. Sua maior ou menor estabilidade vai
depender da qualidade desta dependência.
• O terapeuta deve entender quais os fatores que unem
ou desunem o casal. Compreender se o uso da palavra
está deixando de ter um vínculo de comunicação para
se tornar um instrumento a serviço de projeções
agressivas.
• O terapeuta deve cuidar para não entrar na “trama” das
identificações projetivas do casal; O terapeuta não pode
se identificar com um deles ou tomar partido, sob pena
de perder a sua neutralidade.
• Caso o terapeuta queira atender um dos cônjuges
individualmente, deve ficar atento para não gerar, a
partir desta situação, conflito de lealdade.
• É recomendável a utilização eventual de
técnicas dramáticas, principalmente, a que
proõe a inversão na representação de
respectivos papéis.
• Também é comum a solicitação de tema
de casa,em que o terapeuta faz alguma
solicitação ao casal para ser cumprida
fora da terapia e que será trabalhado,
posteriormente, em sessão.
TERAPIA DE FAMÍLIA
• A tendência atual de terapia de família é de uma
corrente integradora, entre as concpções
psicanalíticas,
sistêmicas
e
da
teoria
comunicacional, assim como a eventual
utilização de técnicas psicodramáticas.
• O maior cuidado do terapeuta de família está
em não permitir que o tratamento não se foque
em um único paciente-emergente e assim fique
transformado numa terapia individual, feita às
vistas dos demais familiares.
• Os terapeuta deve encarar a família como
sendo ao mesmo tempo uma produção coletiva
e um aspecto do mundo interno de cada
membro em separado.
• O terapeuta que escolhe trabalhar com o
referencial psicanalítico não terá como objetivo
a modificação do comportamento, mas sim a
resolução de conflitos interpessoais a partir da
elucidação das motivações incoscientes dos
membros da família.
• Do ponto de vista da teoria sistêmica a dinâmica da
família consiste essencialmente em uma compreensão
abrangente entre as várias partes (subsistemas)
componentes
de
uma
totalidade
maior
e
interdependente. Todas as escolas teóricas da
abordagem sistêmica destacam a importância da
distribuição de papéis entre os familiares, especialmente
a do “paciente identificado”, assim como todos
concordam com o fato de que o sistema familiar se
comporta como um conjunto integrado, ou seja,
qualquer modificação de um elemento do sistema,
necessariamente, vai afetar o sistema como um todo.
GRUPOTERAPIA DE
NEURÓTICOS
• Os pacientes somáticos apresentam um sério distúrbio
em formar fantasias incoscientes e, portanto, em poder
nomear, verbalizar, ou até mesmo, descarregar os
conflitos incoscientes através da via motora, assim a
descarga se processa pela vis corporal. Em tratamento
individual estes pacientes frequentemente abandonam o
tratamento ou apresentam uma forte resistência a
mudança, em grupoterapia o grupo se constitui em um
holding, o qual permite que se crie um espaço mutio rico
de trocas de vivências, além de servir de estímulo a que
os pacientes psicossomátivos possam perceber e falar
dos conflitos, até então incoscientes, ou vividos como
catastróficos e condenados a eterna repressão ou
negação.
• Grupoterapia com pacientes depressivos:
• Cuidar para não inserir pacientes melancólicos e mutio
deprimidos , pois estes tem uma exagerada
necessidade de constantes reafirmações, assim como
de provas de amor e de atenção. Por esta razão, o seu
desempenho no grupo costuma adquirir uma das
seguintes três formas nocivas para a evolução da
grupoterapia: ou este paciente funciona como um
monopolista crônico, ou sente-se marginalizado e
alienado dos problemas dos demais, ou obsculiza o
progresso do grupo através de suas constantes queixas
e trafédias cotidianas, de natureza e finalidade
culpígenas.
• Na psicodinâmica de um indivíduo
depressivo sempre encontramos um
círculo vicioso formado pelos sentimentos
de carência, agressão, culpa, descrença
nas
capacidades
reparadoras
e
necessidade
de
castigo.
Uma
grupoterapia propicia o surgimento e o
manejo deste círculo vicioso de causaefeito.
• O grupo terapêutico, por si só, comporta-se como um
novo e indispensável continente das angústias e
necessidades básicas de cada um dos pacientes. É
claro, que para que isto aconteça, o grupo deve
funcionar como um “bom continente”, ou seja, a gestalt
grupal deve ter condições de acolher as angústias de
cada um e de todos, assim como a entidade grupal e as
individualidades devem sobreviver aos recíprocos
ataques (inveja, ciúmes, realidades, mal-entendidos,
etc).
• Uma grupoterapia, pela própria natureza multipessoal,
ajuda a reconstruir a família internalizada de cada um
dos pacientes.
• A natural evolução da grupoterapia
propicia reiteradas experiências de
manifestações agressivas de uns contra
os outros (inclusive com o terapeuta), sem
que estes ataques resultem em “feridos ou
mortos”.
Pelo
contrário,
não
há
experiência mais estruturante, do que a
constatação e que o sentimento de amor
prevalece sobre o de ódio, e que os
intentos reparatórios são bem sucedidos.
GRUPOTERAPIA COM
PSICÓTICOS
• Nesta deve ser sempre priorizada uma
homogeneidade em relação ao nível
diagnóstico e às capacidades do ego dos
integrantes.
• São muitas as razões pelas quais a
grupoterapia está se tornando uma
modalidade preferencial para este tipo de
paciente:
– A modalidade pode ser diluída, e é melhor
tolerada;
GRUPOTERAPIA COM
PSICÓTICOS
• Há o desenvolvimento de uma
ressocialização, na qual os pacientes
cultivam amizades e sentem-se
reciprocamente apoiados e respeitados;
• O próprio grupo funciona como continente
que absorve as fantasias, angústias e a
confusão existencial de cada um;
• O tratamento em grupo possibilita a este
pacientes reconhecer com mais facilidade
o intenso uso de identificações projetivas
GRUPOTERAPIA COM
PSICÓTICOS
• Há
o
desenvolvimento
de
uma
ressocialização, na qual os pacientes cultivam
amizades e sentem-se reciprocamente
apoiados e respeitados;
• O próprio grupo funciona como continente
que absorve as fantasias, angústias e a
confusão existencial de cada um;
GRUPOTERAPIA COM
PSICÓTICOS
O tratamento em grupo possibilita a este
pacientes reconhecer com mais facilidade o
intenso uso de identificações projetivas
patológicas, permitindo que se abram para uma
melhoria de percepção em relação ao mundo
exterior.
GRUPOTERAPIA COM
PSICÓTICOS
• O terapeuta deve valorizar os fatos
exteriores concretos que estão contidos
nos relatos de cada um .
• A atividade interventiva deve privilegiar o
reconhecimento
dos
distúrbios
de
percepção, do pensamento
e da
comunicação.
GRUPOS DE AUTO-AJUDA
• A proposta deste tipo de grupo é que uns ajudem aos
outros.
• Surgiram a partir dos Aas, em 1935.
• O grupo se sustenta no uso da conotação positiva,
utilizando a motivação grupal como principal instrumento
de sua ação terapêutica.
• Os grupos de Aas são conduzidos por lideeranças
emergentes do próprio grupo de iguais. Os outros
grupos que surgiram em semelhança aos Aas (de
obesos, artríticos, hipertensos, diabéticos,
colostomizados, asmáticos, aidéticos,...) são conduzidos
por grupoterapeutas.
GRUPOS DE AUTO-AJUDA
• Há um melhor entendimento e aceitação por
parte dos integrantes do grupo quando esse for
homogêneo, pela razão de utilizarem de uma
mesma linguagem e partilharem as mesmas
vivências. Isso costuma propiciar uma adesão
ao tratamento a pacientes que tendem a fugir.
• Possibilita que as pessoas doentes aceitem e
assumam o seu problema, de forma menos
conflituosa e humilhante.
• Proporciona um maior envolvimento
comunitário, interativo.
• Possibilita novos modelos de identificação
GRUPOS DE AUTO-AJUDA
• Representa um estímulo à socialização.
• Comporta-se como um importante teste de
confronto com a realidade.
• Exerce uma função de continente, isto é, de
absorver e conter as angústias e dúvidas.
• Representa
um
reasseguramento
aos
integrantes de que eles não estão sozinhos, não
são seres bizarros, que são respeitados em
suas limitações e que as mesmas não excluem
uma boa qualidade de vida.
Papéis dos membros em uma
Grupoterapia
• Bode expiatório: Toda a “maldade” do grupo
fica depositada em um indivíduo do grupo.
• Porta-voz: trata-se do indivíduo que
manifesta o conteúdo emergente grupal. É
comum se manifestar como contestador.
Sabotador: o paciente que procura obstaculizar
o andamento do grupo.
• Vestal: aquele que assume o papel de zelar
pela manutenção da “moral e bons costumes”.
Radar: em geral é o papel do indivíduo mais
regressivo do grupo, o paciente capta os
primeiros sinais de ansiedade do grupo,
podendo manifestá-las, por falta de
capacidade de simbolização, por meio de
somatizações , abandono da terapia, ou
crises explosivas.
Apaziguador: geralmente desempenhado
por algum indivíduo do grupo que tem
dificuldades de se confrontar com
situações tensas.
Líder: surge em dois planos, um que
naturalmente
foi
designado
ao
grupoterapeuta,
e outro que surge
espontaneamente entre os membros do
grupo
A ansiedade em contexto da
grupoterapia:
• Ansiedade de separação: trata-se da
ansiedade que se formou quando a
criança ainda não desenvolveu um núcleo
de confiança básica em relação à mãe, de
quem depende completamente e, devido o
medo de vir a perdê-la, não conseguem
se separar e vivem grudadas.
Ansiedade de perda do amor: a criança
sente-se em condição de dispensar a
constante presença física da mãe, no
entanto, devido à ação de suas fantasias
inconscientes, ela se mantém em
permanente estado de sobressalto quanto
a um possível abandono afetivo por parte
da mãe, como um revide desta.
Ansiedade de castração: surge em
decorrência da conflitiva edípica
Ansiedade devido ao Superego: herdeiro
direto do Complexo de Édipo, o superego
ameaça o indivíduo com severas
punições, caso as suas expectativas e
exigências não forem cumpridas.
OSÓRIO, L.C. Psicoterapia Grupal: Uma
nova disciplina para o advento de uma
era. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
ZIMERMANN, D. Fundamentos Básicos
da Grupoterapia. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2010.
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a práxis da grupoterapia - PSICOLOGIA DO INDIVÍDUO, DOS