56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 109 Caracterização morfológica e molecular do patógeno da fusariose de pimenta-do-reino no Brasil de Barros, AP; Pessoa, EC; de Souza, CRB; Darnet, S¹ ¹Laboratório de Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém-PA [email protected] Palavras-chave: Filogeografia, Fusarium solani f. sp. piperis; ITS; TEFα; Calmodulina. Fusarium solani f. sp. piperis é o agente causal da podridão-das-raízes e do secamento-dos-ramos da pimenteirado-reino (Piper nigrum). A doença é uma ameaça a regiões de exploração econômica da cultura, visto que ocasiona significativas perdas de produção, por reduzir o ciclo de vida da planta. O conhecimento da estrutura da população deste patógeno é relevante para investigar os mecanismos através dos quais essas populações respondem às barreiras agronômicas e estabelecer estratégias de melhoramento da pimenteira-do-reino. Neste sentido, este trabalho objetivou caracterizar morfológica e geneticamente amostras oriundas das principais áreas produtivas de pimenta-do-reino no Estado do Pará e Espírito Santo. Plantas infectadas coletadas em 16 localidades foram utilizadas para o isolamento do patógeno. Para avaliar o polimorfismo genético dos isolados utilizou-se marcadores moleculares para a região do Espaçador Interno Transcrito (ITS) 1 e 2 e a região 5,8S do DNA ribossômico nuclear, Fator de elongação da tradução (TEF1-alfa) e gene da calmodulina (Cmd) e fez-se o alinhamento múltiplo destas seqüências com seqüências disponíveis nos banco de dados. A análise filogenética das seqüências mostrou pouca variação nucleotídica indicando proximidade genética entre os patógenos isolados a partir de pimenteiras-do-reino. E o alinhamento com seqüências obtidas dos bancos de dados mostrou uma proximidade filogenética de Fusarium solani f. sp. piperis com outros fusários encontrados no Brasil (Fusarium brasiliensis, phaseoli e cuneirostrum), que também são patógenos de plantas cultivadas de importância econômica, reforçando a inclusão da espécie no clado 3, endógeno da América do Sul, proposto nos trabalhos anteriores de taxonomia do gênero Fusarium. A partir destas análises confirmou-se a existência de uma única cepa do patógeno distribuída pelo Brasil, indicando que sua disseminação foi realizada junto com a propagação das mudas das plantas. Os resultados sugerem que este patógeno poderia ser endógeno da América do sul que se adaptou a planta, tornando-se patógeno especifico da mesma. Apoio Financeiro: CNPq e UFPA