Controle de Doenças de Plantas Controle de doenças: visa redução na incidência e na severidade; deve ter conotação econômica e biológica; deve existir eficiência dos métodos de controle empregados Controle objetivo prático Busca pela eficiência Produtiva: ↑ o potencial produtivo; Densidade plantio; Monoculturas; Uniformidade genética; Adubação, mecanização, irrigação, etc. ↑ os problemas fitossanitários Controle deve ser inserido no conceito da produtividade: Integrado aos fatores que compões a equação da produção Como alcançar o máximo de eficiência? Depende de: - conhecimentos da etiologia da doença; conhecimentos quanto às condições climáticas e culturais favoráveis à ocorrência da doença; conhecimento do ciclo das relações patógeno hospedeiro; eficiência dos métodos de controle disponíveis. Princípios de Whetzel (Whetzel et al, 1925; 1929): - exclusão, - erradicação, - proteção, - imunização, - terapia, - regulação - e evasão. Princípios gerais de controle x componentes triângulo da doença Exclusão: - visa a prevenção da entrada e estabelecimento de um patógeno em área ainda indene (não infestada). Modo de aplicação da Exclusão: - através da proibição, fiscalização e interceptação de plantas e/ou partes vegetais, quando necessário; visa, essencialmente, impedir a entrada de destrutivo. patógenos de alto potencial - Como? Através de medidas quarentenárias e legislações fitossanitárias, promulgadas por governamentais, nacionais e internacionais. órgãos Medidas quarentenárias: são restritas a certas regiões do país. - Proteção sanitária vegetal: é o conjunto de medidas adotadas pela agricultura para e evitar a propagação de pragas e doenças, especialmente as exóticas, em biomas, plantações ou áreas livres em que os organismos não contam com defesas ou mecanismos naturais de controle biológico. Cada país estabelece regras para garantir a qualidade e comercializados. segurança dos produtos O Certificado Fitossanitário (CF) atesta a condição fitossanitária da partida de plantas, partes de vegetais, produtos de origem vegetal e outros artigos regulamentados. No Brasil, é emitido pelo Ministério da Agricultura, quando solicitado pelo exportador. O exportador faz contato com o comprador, que estabelece as regras para comercialização de produtos para o país. Em seguida, o interessado em exportar procura a Receita Federal e o Ministério da Agricultura para obter os documentos necessários O tratamento quarentenário é uma ação de defesa aplicada por algumas empresas credenciadas no Ministério da Agricultura, com o objetivo de assegurar a isenção de pragas em produtos vegetais tratados com agrotóxicos autorizados. Para isso, o ministério credencia as empresas que podem imprimir a Certificação Fitossanitária da NIMF 15 da FAO (ISPM 15 - FAO) referente ao tratamento que foi utilizado. - Os fiscais federais agropecuários podem emitir o certificado fitossanitário. O tratamento quarentenário evita o ingresso de pragas não existentes no País. No tratamento fitossanitário são utilizados produtos, como os agrotóxicos, para erradicar ou controlar as pragas já existentes em território nacional. Internacional * Plantas Rubiaceas (Ferrugem do cafeeiro) = falhou * Plantas cítricas (Cancro cítrico) = falhou AMEAÇAS: * Coffee berry disease (CBD) - Colletotrichum coffeanum * Plum pox virus Fusarium oxysporum f.sp. cubense - raça 4 Erwinia amylovora – macieira. A raça 4 de Fusariuni oxysporum f. sp. cubense, responsável pela fusariose (mal de Panamá) da bananeira até em variedades do grupo "cavendish". Justifica-se tanto temor pela introdução de agentes fitopatogênicos exóticos pois a população de hospedeiros que se desenvolve em sua ausência pode ser altamente suscetível ao patógeno introduzido, com desastrosas consequências para o homem. PLUM POX VIRUS - PPV - Infecta: pessegueiro, ameixeira, nectarina, etc. - Na América do Sul, presente no Chile e Argentina. - Vetores: 20 espécies de afídeos Erradicação: - visa a eliminação de um patógeno de uma determinada área ou região. Viabilidade? Depende de: - espectro de hospedeiros, capacidade disseminação e viabilidade econômica. de Medida de controle: -Sementes e mudas sadias -Certificação de batata semente no Brasil Pode ter conotação: - Ampla: Sementes e mudas sadias; - Restrita: Tratando água de irrigação, ferramentas, estacas e mourões; Pode ter caráter absoluto ou relativo Absoluto: Visa impedir estabelecimento patógeno recém introduzido. -Sucesso das medidas depende: # baixa capacidade de disseminação # gama restrita de hospedeiros # atuação em área limitada (viabilidade econômica) Relativo: Visa reduzir o inóculo do patógeno presente hospedeiro/área *Tratamento de sementes *Tratamento de inverno após poda *Eliminação: - restos cultura - hospedeiros silvestres - plantas voluntárias - plantas doentes (roguing) - Erradica-se de uma região e evita-se em outra Ex. Cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis pv. Citri) EX: Controle do mosaico do mamoeiro através da erradicação de plantas com mosaico: um exemplo de sucesso no ES. SOLARIZAÇÃO Temperaturas: 50 – 72°C eliminam maioria patógenos. - Organismos controlados: Fungos: Pithyum, Fusarium, Phytophthora, Verticillium, Sclerotium, Sclerotinia, Bipolaris, Thielaviopsis, ..... Nematóides: Meloidogyne, Heterodera, Pratylenchus, Ditylenchus,... Atuação sobre os patógenos - Efeito inibitório / letal por altas temperaturas (camadas superficiais solo) - Enfraquecimento estruturas resistência - Estímulo à competição (saprófitas mais tolerantes patogênicos ) - Limitações de uso . custo do tratamento . restrição a pequenas áreas . terreno não cultivado no período tratamento . ocorrência condições climáticas adequadas . tipo de relevo Rotação de Cultura - Sistema monocultura: estímulo ao patógeno (inóculo alto) * Objetivo: baixar inóculo patógeno (erradicação relativa) * Mecanismo: estímulo à competição com microflora * Estratégia: - substituição hospedeiro principal - eliminação restos cultura Outras formas de erradicação em âmbito restrito: Eliminação Plantas Ou Partes Vegetais Doentes Eliminar Hospedeiros Selvagens Aração Profunda Desinfestação do Solo Tratamento de Sementes Proteção: - visa a prevenção do contato do patógeno com o hospedeiro. Como? - mediante uso de fungicidas protetores, bactericidas ou inseticidas (controle de vetores). * Viabilidade econômica - Cultura - Custo aplicação - Custo produto *Características do produto - Alta toxidez - patógeno - Estabilidade - clima - Baixa toxidez -planta, homem,etc - Desequilíbrio - natureza Medida baseada na proteção física Mamoeiro - Taiwan Uva – Marialva - PR Eficiência? Depende de: - toxidez inerente do fungicida estabilidade época, dose e número operacionais. de aplicações condições Imunização: - baseia-se no desenvolvimento de plantas resistentes visando o seu cultivo em área infestada com o patógeno. Fases ciclo relação hospedeiro - patógeno: * pré-penetração * penetração * infecção * extensão dos tecidos afetados * produção de inóculo Tipos: - Imunização genética: variedades imunes, resistentes ou tolerantes; - Imunização química: fungicidas sistêmicos e indutores de resistência; - Imunização biológica: premunização ou proteção cruzada. Genética *Exercida através de variedades imunes, resistentes e tolerantes. * Não onera direta/e custo da produção *Efeito negativo produtividade e/ou comercial produto *Programas melhoramento: - identificação de fontes R valor Imunização Genética - Uso de variedade resistente Mancha: Phaeosphaeria maydis Bipolaris maydis Imunização Genética - Uso de variedade resistente estirpes do vírus Y da batatinha (Potato virus Y) Química Uso de produtos químicos sistêmicos - Ação I: acúmulo do produto tóxico ao patógeno no tecido vegetal - Ação II: fungicida/derivado induz planta produzir substâncias tóxicas ao patógeno ex: compostos fenólicos e fitoalexinas. * Imunização (resistência) induzida: (“Systemic Aquired Resistance – SAR”) - BION® (acibenzolar-S-methyl) - AAS * Ativam genes de resistência: β-1-3-glucanases, quitinases, proteínas PR-1, etc Biológica * Inoculação prévia do hospedeiro com: - Microrganismos antagônicos fungo/bactéria - Vírus ( preimunização) estirpe fraca x estirpe forte (limão galego) IMUNIZAÇÃO COM ESTIRPE FRACA DE VÍRUS TRISTEZA DOS CITROS (Citrus tristeza virus – CTV)) Podridão de Frutos de Pêssego (Podridão parda) - Agente: Monilinia fucticola - Controle: Bacillus subtillis - Aplicação: pós-colheita A- B. subtillis /B- Benomyl / C- Controle Terapia: - visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica. Como? - mediante a eliminação do patógeno infectante; - melhoria das condições de reação das plantas. Exemplos: - uso de fungicidas sistêmicos; - cirurgia de lesões em troncos de árvores; - remoção de galhos infectados; - tratamento térmico. Eliminação patógeno Produtos químicos sistêmicos: * oídios (Microsphaera sp) . Fungicida (Mancozeb, Oxicloreto de cobre, Sulfato de cobre e Metalaxil) * fitoplasmas (antibióticos: grupo tetraciclina ) Tratamento térmico: * Gemas: raquitismo cana * Sementes hortaliças * Vírus Cirurgia de lesões em troncos: *Gomose (Phytophthora sp) *Rubelose (Corticium salmonicolor); *Seca da Mangueira (Ceratocystis fimbriata); Regulação: possibilita o controle de doenças bióticas e abióticas (Prevenção doença pela alteração dos fatores do ambiente) Eficiência? - Depende do grau de influência de um determinado fator ambiente no desencadeamento do processo patológico e/ou epidemiológico. Depende da possibilidade de controle deste fator. Exercida através: - Escolha de área geográfica - Local e época de plantio - Profundidade de semeadura - Variedades precoces - Adequação das condições de solo - Controle de temperatura e umidade - Equilíbrio da nutrição mineral - Emprego de práticas culturais. Pimentão e tomate x Podridão estilar Condição favorável: Deficiência cálcio/ Excesso N Controle: calagem / aplicação foliar Ca e adubação e irrigação equilibrada FRUTOS X PODRIDÕES Condição favorável: Temperatura alta Controle: refrigeração Patógenos: Penicillium, Botrytis, Rhizopus Exemplos: - damping-off: controle da água de irrigação; - podridão cinzenta do caule (Macrophomina phaseolina Goid) : suprimento adequado de água; - sarna da batatinha: reduzir o pH do solo; - hérnia das crucíferas: elevar o pH do solo; - Subsolagem: controle de Fusarium em feijoeiro. Evasão: - Visa a prevenção de doenças através de táticas de fuga dirigidas contra o patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença. Principais medidas evasivas: escolha de áreas geográficas; escolha do local de plantio; modificações de práticas culturais. EX: Áreas Geográficas * Mamão sem mosaico - Pará * Seringueira sem (mal-das-folhas da seringueira (Microciclus ulei)) – Sul da Bahia * Frutas de alta qualidade no Nordeste * Sementes de alta qualidade Época de Plantio * Tomateiro x Vírus de vira-cabeça fevereiro – Campinas-SP) *Profundidade de Plantio (Outubro a Tais medidas levam em conta: ausência ou presença do patógeno; quantidade relativa de inóculo; condições ambientais. . Proteção Exclusão Infecção Disseminação Imunização Colonização Ciclo Secundário Erradicação Sobrevivência Reprodução Hopedeiro doente Ciclo Primário Ciclo das relações patógeno-hospedeiro .