UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP ESCOLA DE MINAS COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO – CECAU MONOGRAFIA DE GRADUÇÃO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Daniel Felipe Amaral - Ouro Preto – i Daniel Felipe Amaral GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para obtenção de Grau em Engenheiro de Controle e Automação. Orientador: Professor Dr. Milton Realino de Paula Ouro Preto ESCOLA DE MINAS – UFOP OUTUBRO / 2006 ii iii AGRADECIMENTOS Ao professor e orientador deste projeto, Dr. Milton Realino de Paula, pela dedicação e paciência. Ao engenheiro e amigo Luciano Rebelo pela colaboração para a realização deste trabalho. Aos amigos Joca e Corinto pelo apoio e incentivo para a execução deste projeto. iv “ ...dar conselhos ... ...conhecer a si próprio...” Tales de Mileto (624 a.C. – 546 a.C.), quando indagado sobre o que era fácil e o que era difícil de se fazer v SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ....................................................................................................... iii LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ vii LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... viii RESUMO............................................................................................................................. ix ABSTRACT...........................................................................................................................x CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................1 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................1 1.1. 1.2. 1.3. OBJETIVOS.................................................................................................................1 METODOLOGIA ADOTADA..........................................................................................2 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................................2 CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................4 2 ESTRUTURA TARIFÁRIA .............................................................................................4 2.1 ESTRUTURA TARIFÁRIA EM VIGOR .............................................................................5 2.1.1. Tarifa Azul ...........................................................................................................8 2.1.2. Tarifa Verde .........................................................................................................9 CAPÍTULO 3 ......................................................................................................................10 3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA .........................................................10 3.1 3.2 CONTROLADORES DE DEMANDA ..............................................................................12 CARGAS A SEREM MONITORADAS ............................................................................13 CAPÍTULO 4 ......................................................................................................................16 4 GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.......................................................16 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.10 TIPO DE PROGRAMA .................................................................................................17 MEIO DE TRANSMISSÃO ...........................................................................................17 MEDIDORES .............................................................................................................18 REGISTRADORES DE PULSOS ....................................................................................20 MEDIÇÃO GLOBAL DE ENERGIA ...............................................................................20 CONTROLE DE DEMANDA E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA..................................21 CONTROLE DO FATOR DE POTÊNCIA .........................................................................22 GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE MICROCOMPUTADOR ...........23 QUALIDADE DE ENERGIA .........................................................................................25 MEDIÇÃO SETORIAL DE ENERGIA.............................................................................26 CAPÍTULO 5 ......................................................................................................................29 5 SOLUÇOES DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA ...............................................29 5.1 5.2 MEDIDORES DE ENERGIA .........................................................................................29 GERENCIADORES DE ENERGIA .................................................................................30 CAPÍTULO 6 ......................................................................................................................34 6 ANÁLISE DAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA...............................................34 vi 6.1 ANÁLISE DA DEMANDA............................................................................................35 6.1.1 Tarifa Convencional ........................................................................................35 6.1.2 Faturamento com tarifas de ultrapassagem......................................................35 6.1.3 Tarifa Horo-sazonal .........................................................................................35 6.1.4 Faturamento com tarifas de ultrapassagem......................................................36 6.2 FATOR DE CARGA ....................................................................................................36 6.2.1 Cálculo do fator de carga .................................................................................37 6.3 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................38 6.4 LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ......................................................................39 CAPÍTULO 7 ......................................................................................................................41 7 ANÁLISE ECONÔMICA DAS SOBRETAXAS DE EXCEDENTE REATIVO......41 7.1 FATOR DE POTÊNCIA ≥ 0,92 E DEMANDA ATIVA ≤ À DEMANDA CONTRATADA .........41 7.2 FATOR DE POTÊNCIA ≤ 0,92 E DEMANDA ATIVA ≤ À DEMANDA CONTRATADA .........42 CAPÍTULO 8 ......................................................................................................................46 8 SIMULAÇÕES E RESULTADOS.................................................................................46 8.1 CASO 1 – DEMANDA CONTRATADA DE 40000 KW, FATOR DE POTÊNCIA NORMAL E DEMANDA INSTANTÂNEA MÁXIMA ....................................................................................46 8.2 CASO 2 – DEMANDA CONTRATADA DE 40000 KW, FATOR DE POTÊNCIA ABAIXO DA REFERÊNCIA.......................................................................................................................47 CAPÍTULO 9 ......................................................................................................................49 9 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...................................................................................49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................50 vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 2.1 – Energia elétrica aparente...............................................................................4 FIGURA 2.2 – Fator de carga................................................................................................4 FIGURA 2.3 – Fator de potência...........................................................................................5 FIGURA 2.4 – Classificação dos consumidores ...................................................................6 FIGURA 4.1 – Tomada Ótica..............................................................................................21 FIGURA 4.2 – Demanda diária de energia elétrica e fator de potência ..............................24 FIGURA 4.3 - Análise do perfil de demanda contratada ....................................................25 FIGURA 4.4 - Registro do nível de corrente segundo a segundo .......................................27 FIGURA 4.5 - Rateio do consumo de energia por centro de custo .....................................27 FIGURA 5.1 – Modelo painel do medidor CCK 4500........................................................29 FIGURA 5.2 – Modelo fundo de painel do medidor CCK 4500.........................................29 FIGURA 5.3 – Modelo medidor SAGA 2500 .....................................................................30 FIGURA 5.4 – Controlador CCK 6700 ...............................................................................31 FIGURA 5.5 – Controlador HX 6000 .................................................................................32 FIGURA 7.1 – Entrada de parâmetros.................................................................................41 FIGURA 7.2 – Resultados das sobretaxas e potência sugerida...........................................42 FIGURA 7.3 – Entrada de parâmetros.................................................................................42 FIGURA 7.4 – Resultado do cálculo das sobretaxas e potência sugerida...........................43 FIGURA 7.5 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida .........................44 FIGURA 7.6 – Entrada de parâmetros.................................................................................44 FIGURA 7.7 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida .........................44 FIGURA 7.8 – Entrada de parâmetros.................................................................................45 FIGURA 7.9 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida .........................45 FIGURA 8.1 – Interface do simulador ................................................................................46 FIGURA 8.2 – Atuação do controlador com a geração de histórico...................................47 viii LISTA DE TABELAS TABELA 4.1 – Controle de demanda .................................................................................22 TABELA 4.2 – Controle do fator de potência.....................................................................23 TABELA 5.1 – Estrutura tarifária para grupo A .................................................................34 TABELA 8.1 – Resultado das simulações...........................................................................48 ix RESUMO Este projeto tem como objetivo estudar o gerenciamento da energia elétrica, demonstrando porque este procedimento vem se tornando uma necessidade para as empresas interessadas em reduzir custos. São enfocados neste projeto as principais características dos sistemas tarifários, importantes para a análise das contas de energia. Aborda-se também os principais aspectos que devem ser considerados na avaliação de sistemas de gerenciamento. Os principais pontos de preocupação por parte das diversas unidades consumidoras, e que ocasionam a procura pelo estudo aqui descrito são: o aumento das multas e ajustes de tarifas cobrados pelas concessionárias, necessidade de aumento da produtividade através da diminuição de interrupções e acréscimo da vida útil dos equipamentos instalados nas subestações. Realiza-se uma análise das sobretaxas baseada na cobrança pelo excedente reativo gerado pelas instalações elétricas devido ao baixo fator de potência. Finalmente é proposta uma solução para que não se pague por este excedente de reativo através da simulação da atuação de um controlador, utilizando um software desenvolvido em linguagem de programação Delphi. Palavras Chaves: Gerenciamento, fator de potência, reativo, controlado x ABSTRACT This project has as objective to study the management of the electric energy, demonstrating the reason for this procedure becoming a necessity for the companies that are interested in reducing costs. In this project are focused the main characteristics of the taxes systems, important for the analysis of the energy accounts. One also approaches the main aspects that must be considered in the evaluation of management systems. The main points that concern the multiple units consumers, and cause the research for described study are: the increase of the fines and adjustments of taxes charged by the energy supplier companies, necessity of the productivity increase through the reduction of interruptions and addition of the equipments useful life installed in the substation. An analysis of the over-percentages based in the collection for the reactive excess generated by the electric installations due to the low power factor. Finally, a solution is proposed for the purpose to not pay for this reagent excess through the simulation of a controller performance, using a software developed in programming language known as Delphi. Keys words: Management, factor of power, reactive, controlled. 1 CAPÍTULO 1 1 INTRODUÇÃO Assuntos referentes à redução de consumo de energia no país sempre foram objetos de pesquisas e nos últimos anos a energia tornou-se um fator preocupante pela maioria da população. A conscientização da população brasileira a respeito da necessidade de reduzir o consumo de energia elétrica proveniente de usinas hidrelétricas foi adquirida emergencialmente no ano de 2001, quando a escassez de recursos hídricos aliada com a falta de investimentos nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia proporcionaram o que há tempos havia sido alertado porém nunca esperado pela maioria da população: a falta de energia elétrica no Brasil. Além da necessidade de se adquirir novos hábitos que reduzissem o consumo de energia, houve um interesse em adquirir tecnologias que auxiliassem ainda mais essa redução. E não apenas o interesse dos consumidores brasileiros em reduzir desperdícios no consumo aumentou a procura por produtos eficientemente energéticos, o resultado financeiro obtido com a implantação de medidas de redução do consumo de energia aumentou ainda mais essa procura. A área de automação encontrou, portanto, possibilidades de se desenvolver ainda mais. Este projeto consiste em reunir alguns conceitos relacionados aos sistemas de gerenciamento e controle de energia elétrica atualmente no mercado e que contribuam com a redução do consumo. 1.1. Objetivos Realizar um estudo à respeito do gerenciamento de energia, apresentando as vantagens de um sistema de controle do consumo da energia. Pretende-se também demonstrar as principais razões para se fazer o gerenciamento de energia. Demonstrar através de uma análise das contas de energia elétrica que o pagamento de sobretaxas pelo excesso de geração de reativos pode ser uma oportunidade de negócios. Finalmente 2 pretende-se propor um sistema o qual simule, através de um controlador inteligente, o não pagamento de multa pelo excesso de demanda de potência reativa. 1.2. Metodologia adotada Para alcançar os objetivos, ditos anteriormente, faz-se inicialmente uma abordagem teórica dos principais tópicos que devem ser considerados para a implantação de um sistema de gerenciamento de energia o qual pode auxiliar no controle do consumo de energia. Com o auxílio de um software desenvolvido em Visual Basic, procura-se fazer á análise econômica proposta. Finalmente, através de um simulador, desenvolvido em Delphi, demonstra-se como pode-se ser feito o controle da demanda de potência reativa de modo a minimizar a sobretaxa pelo excesso da mesma. 1.3. Estrutura do trabalho No capítulo 1 apresenta-se uma introdução ao tema do trabalho, além disso descreve-se os objetivos e a metodologia a dotada para a composição desta monografia. No capítulo 2 são definidos alguns conceitos relacionados à tarifação de energia elétrica. No capítulo 3 apresenta-se uma abordagem a respeito dos controladores de consumo de energia e como é melhor maneira de se eleger as cargas a serem controladas para que consiga minimizar o desperdício de energia elétrica. O capítulo 4 descreve sobre o gerenciamento de energia elétrica, o qual pode auxiliar no controle e consumo de energia. São descritos os equipamentos necessários para tal controle e respectivos princípios de funcionamento. No capítulo 5 apresenta – se algumas soluções disponíveis para o gerenciamento da energia elétrica. O capítulo 6 descreve aspectos fundamentais na análise das contas de energia além da implicação desta análise na redução de despesas com eletricidade. 3 O capítulo 7 trata das sobretaxas pelo excesso de energia e demanda de potência reativas. Neste capítulo chama-se a atenção para oportunidade de negócios que surge devido à cobrança destas multas. No capítulo 8 através da simulação da atuação de um controlador é a proposta uma solução, para que de maneira racional e segura, não se pague pelo excesso de demanda de potência de reativa. 4 CAPÍTULO 2 2 ESTRUTURA TARIFÁRIA Antes de se apresentar a estrutura tarifária em vigor atualmente conceitua-se alguns termos que serão fundamentais para o entendimento do presente trabalho. a) Energia elétrica ativa: é o uso da potência durante qualquer intervalo de tempo, sua unidade usual é o quilowatts-hora (kWh). Uma outra definição é “energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia”. b) Energia elétrica reativa: é a energia que circula continuamente entre os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt-hora (kVARh). Na Figura 2.1 representa-se a energia elétrica ativa, como uma componente que realiza trabalho útil, e a energia reativa que é a componente da energia aparente que deve ser minimizada. FIGURA 2.1 – Energia elétrica aparente FONTE: FENGPUCRS, 2006 c) Fator de carga: é um índice que permite verificar o quanto que a energia elétrica é utilizada de forma racional. É a razão entre a demanda média, durante um determinado intervalo de tempo, e a demanda máxima registrada no mesmo período. A Figura 2.1 permite entender melhor esta relação. FIGURA 2.2 – Fator de carga FONTE: ELETROPAULO, 2006 5 d) Fator de potência: o fator de potência é a razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo período especificado. Para melhor compreender a ocorrência de energia reativa em um sistema, visualize a Figura 2.2, onde um vagão é tracionado para se deslocar sobre trilhos por ações de uma força em direção a diferente a do deslocamento. FIGURA 2.3 – Fator de potência FONTE: ELETROPAULO, 2006 O esforço de tração representa a potência aparente do sistema (KVA). A componente de força paralela aos trilhos é a que realiza trabalho útil representando a potência ativa do sistema. A componente perpendicular a esta última não realiza trabalho, causando um aumento da potência aparente para se obter a mesma potência ativa que seria necessário à locomoção do vagão caso a força de tração fosse aplicada no mesmo sentido e direção dos trilhos aos trilhos. Esta representa a potência reativa. Em suma a relação entre a potência ativa e a potência aparente é denominada fator de potência. 2.1 Estrutura tarifária em vigor Para um melhor entendimento quanto aos passos para a implantação de um sistema de gerenciamento de energia elétrica, apresentamos a seguir os conceitos relacionados à estrutura tarifária do consumo de energia elétrica atualmente em vigor no Brasil. De acordo com a tensão de fornecimento os consumidores são divididos em: 6 a) Consumidores do grupo A (Alta Tensão): Consiste dos consumidores ligados em tensões iguais ou superiores a 2,3KV, subdivididos em: • Subgrupo A1: 230KV ou mais • Subgrupo A2: 88KV a 138KV • Subgrupo A3: 69KV • Subgrupo A3a: 30KV a 44KV • Subgrupo A4: 2,3KV a 25KV • Subgrupo AS: Subterrâneo (Redes elétricas subterrâneas) b) Consumidores do grupo B (Baixa Tensão): Consiste dos consumidores ligados em tensão inferior a 2,3KV (110V, 220V e 440V), subdivididos em: • Subgrupo B1: Residencial e Residencial de Baixa Renda • Subgrupo B2: Rural, Cooperativa de Eletrificação Rural e Serviço Público de Irrigação • Subgrupo B3: Demais Classes • Subgrupo B4: Iluminação Pública A Figura 2.3 permite a visualização da classificação dos consumidores de acordo com as respectivas tensões de recebimento. FIGURA 2.4 – Classificação dos consumidores FONTE: CCK, 2006 7 Este trabalho é direcionado para os consumidores do Grupo A, que estão sujeitos a modalidades tarifárias horo-sazonal. Esta modalidade tarifária caracteriza-se pela aplicação de tarifas diferenciadas considerando consumo de energia elétrica e demanda de potência de acordo com o horário de utilização e dos períodos do ano. Esta modalidade compreende as tarifas convencional, verde e azul. As tarifas verde e azul contemplam a utilização dos conceitos apresentados a seguir: a) Horário de ponta: corresponde ao intervalo de 3 (três) horas diárias consecutivas, definido pela concessionária, de segunda à sexta feira. b) Horário fora de ponta: corresponde às horas complementares ao horário de ponta, acrescido do total de horas dos sábados e domingos e feriados nacionais. Este horário está dividido entre o período indutivo, quando o consumidor de energia não pode ter o fator de potência capacitivo e período capacitivo, quando o consumidor não pode ter o fator de potência indutivo. c) Demanda medida: é a média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado. Assim, esta potência média, expressa em quilowatts (kW), pode ser calculada dividindo-se a energia elétrica absorvida pela carga, num determinado intervalo de tempo, por este intervalo de tempo. Os medidores instalados no Brasil operam com intervalo de tempo igual à 15 minutos. d) Demanda contratada: é valor de demanda a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela concessionária, continuamente, sendo o valor e período de vigência estabelecido em contrato. Este valor, que é contratado pelo consumidor, deverá ser pago à concessionária, independentemente de sua utilização. e) Tolerância da Demanda Medida: trata-se de um porcentual sobre a demanda contratada que varia de acordo com o a tensão de fornecimento. Uma vez superado este valor, o consumidor paga a tarifa de ultrapassagem em toda a parcela que exceder a demanda contratada. 8 f) Período Seco: compreende o intervalo de 7 meses consecutivos, correspondentes aos fornecimentos determinados pelas leituras dos meses de Maio a Novembro de cada ano. g) Período Úmido: compreende o intervalo de 5 meses consecutivos, correspondente aos fornecimentos determinados pelas leituras dos meses de Dezembro de um ano a Abril do ano seguinte. 2.1.1. Tarifa Azul Esta modalidade tarifária tem aplicação compulsória para as unidades consumidoras atendidas em tensão igual ou superior a 69KV (A1, A2 e A3), sendo opcional para demais consumidores. Exige um contrato específico entre a distribuidora de energia e o consumidor onde, destacam-se as seguintes cláusulas: • Dois valores de demanda contratada (KW), um para o segmento de ponta e o outro para o segmento fora de ponta; • Para cada posto horário, é aplicado uma tarifa diferente, sendo a tarifa de ponta da ordem de 3 vezes o valor da tarifa fora de ponta; • Dentro do período de faturamento, a demanda faturável será o maior dentre a demanda contratada e a demanda medida em cada posto horário; • São aplicadas tarifas diferentes para o período de ponta e fora de ponta em caso de ultrapassagem da demanda contratada; • Embora não seja explícita, a Resolução 456 da ANEEL permite que sejam contratados dois valores diferentes de demanda, um para o período seco e outro para o período úmido; Para o consumo de energia (kWh), existem tarifas com preços diferentes para os períodos de: • Período de ponta úmida (PU) • Período fora de ponta úmida (FPU) • Período de ponta seca (PS) • Período fora de ponta seca (FPS) 9 2.1.2. Tarifa Verde Esta modalidade tarifária só pode ser aplicada a unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 69KV (A3a, A4 e AS), sendo necessário um contrato específico, com as seguintes características: • Um único valor de demanda contratada (KW), independente do posto horário (ponta ou fora de ponta), sendo aplicada uma única tarifa para esta demanda; • Dentro do período de faturamento, a demanda faturável será o maior valor dentre a demanda contratada e a demanda medida; • Um único valor de tarifa para o caso de ultrapassagem de demanda; • Embora não seja explícita, a Resolução 456 da ANEEL permite que sejam contratados dois valores diferentes de demanda, um para o período seco e outro para o período úmido; • Para o consumo de energia (kWh), existem tarifas com preços diferentes para os períodos de: • Período de ponta úmida (PU) • Período fora de ponta úmida (FPU) • Período ponta seca (PS) • Período fora de ponta seca (FPS) É importante considerar que será aplicada de maneira compulsória a estrutura tarifária horo-sazonal, com aplicação da Tarifa Azul ou Verde se houver opção do consumidor, para as unidades consumidoras atendidas pelo sistema elétrico interligado e com tensão de fornecimento inferior a 69 kV, quando a unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional houver apresentado, nos últimos 11 (onze) ciclos de faturamento, 3 (três) registros consecutivos ou 6 (seis) alternados de demandas medidas iguais ou superiores a 300kW. 10 CAPÍTULO 3 3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA A desinformação ainda prevalece, principalmente, nas empresas consideradas pequenas – “entre aspas”. Segundo o engenheiro Maurício Suppa, muitas indústrias não sabem sequer ler a sua conta, o quanto é gasto, o quanto pode se economizar. Com relação aos detalhes da conta de energia, o consumidor deve procurar a própria concessionária que lhe dará todas as informações necessárias, lembrando que para estes consumidores a fatura é binômia, constando consumo (kWh) e demanda (kW). Uma vez que a demanda de seus principais clientes não seja ultrapassada, a concessionária também não terá que aumentar sua própria demanda. Trata-se de um benefício de mão dupla: de um lado a concessionária quer vender o máximo do que gera ou compra, e de outro o consumidor quer aproveitar ao máximo daquilo que paga. (CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO, 2001). Existe uma demanda mínima que é paga mesmo não fazendo uso. Uma vez acertado isso entre a concessionária e seus principais clientes, esta terá o Fator de Carga ótimo também. Não é só uma questão do ponto de vista do consumidor final, mas sim de quem está fornecendo para ele. Suppa garante que um controlador de demanda é realmente útil para consumidores que devem ou possam opcionalmente ser enquadrados na Tarifa HoroSazonal (THS). A opção para quem não é obrigado pela legislação se torna interessante quando a unidade consumidora pode controlar, ou seja, deslocar o consumo e/ou demanda no horário de ponta, se beneficiando das tarifas mais baixas no horário fora de ponta, sugere Suppa. Caso contrário a tarifa deverá ser convencional mesmo a tarifa de consumo sendo maior que a tarifa de consumo fora de ponta na THS (CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO, 2001). A existência de multas por ultrapassagem da demanda contratada, bem como o fator de carga, deve ser verificada por empresas já tarifadas na modalidade THS. Neste caso, os consumidores podem contar com uma solução simples e barata: o controlador de demanda. Mesmo não havendo multas a unidade consumidora pode estar operando com um baixo fator de carga, o que significa estar pagando por uma energia não utilizada. Neste caso o uso de um controlador de demanda também seria justificado, 11 pois com esta ferramenta a unidade consumidora poderia diminuir os valores contratados junto à concessionária sem riscos de multa. Um primeiro passo seria verificar se as demandas contratadas não foram subestimadas nem superestimadas. Muitos consumidores sujeitos, constantemente, a faturas elevadas por ultrapassagem dos valores contratados recorrem a uma atitude de certa forma confortável que seria a elevação do valor contratado de demanda, principalmente no período de ponta. Isso pode de certa forma evitar as multas por ultrapassagem, mas não incorrerá numa diminuição dos custos, uma vez que estes consumidores continuarão pagando por aquele valor mínimo de contrato, agora majorado. A forma correta de se verificar se as demandas contratadas estão dentro da realidade é através de representação gráfica dos perfis diários das demandas, pois a partir destes poderão ser identificados os períodos críticos, permitindo primeiro um rearranjo das cargas indutivas e com isto, sendo necessário realizar um novo contrato de demanda. Outra ferramenta a ser utilizada para análise dos valores contratados é a simulação e cálculo da demanda ideal. Ao se estabelecer os valores de contrato mais adequados para as demandas, entra em cena o controlador de demanda. Trata-se de um equipamento eletrônico – um PC ou um CLP – que tem como objetivo principal manter a demanda do consumidor o mais próximo possível dos valores contratados, mas evitando qualquer tipo de ultrapassagem em relação aos mesmos. Com isto o consumidor paga apenas pela demanda que é usada, sem desperdício. O princípio é a medição, sendo que esta informação deverá vir do medidor instalado pela concessionária. Lá estão os sinais de controle, além das variáveis a serem controladas, liberados através da solicitação padrão junto à concessionária. Baseando nestas informações, o equipamento toma decisões de quando atuar sobre as cargas passíveis de serem controladas dentro de cada período de integração. Atualmente os contratos para fornecimento de energia firme possuem duração de no mínimo 1 ano, podendo ser realizados contratos para energia temporária a curto prazo para consumidores com elevada demanda contratada. Caso não haja tendência de ultrapassagem de demanda, o controlador não atuará. Mas caso contrário ele poderá atuar e, quando a demanda diminuir, ele terá que repor (liberar para uso) de forma automática as cargas antes retiradas. O custo de 12 instalação de um controlador de demanda irá depender do segmento de atuação da unidade consumidora e do porte da instalação. Deve-se também calcular a relação custo/benefício obtendo-se o pay-back do investimento a ser realizado, o qual pode variar de 1 mês a 1 ano, segundo Suppa(CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO, 2001). Além do custo do controlador de demanda, nesse cálculo deverá ser levado em consideração o custo de instalação elétrica, com a passagem de cabos para os quadros de comandos de cargas, comunicação, medição, entre outros. 3.1 Controladores de demanda Os controladores existentes no mercado possuem as mesmas finalidades básica de impedir que o usuário ultrapasse a demanda contratada ou até mesmo reduzir a sua demanda e podem ser divididos em dois grupos: • Convencionais • Inteligentes Um controlador de demanda convencional poderá atuar de forma prematura ou intermitente dentro do intervalo de integração, pois utiliza medição por média móvel e controle por níveis (on/off) ou, ainda, por controle de projeção simples. Um controlador de demanda inteligente posterga ao máximo sua atuação dando oportunidade para a demanda cair naturalmente, pois se baseia num método de medição preditivo mais elaborado. O consumidor de energia elétrica deseja um automatismo que não apenas evite multas por ultrapassagem de demanda, mas que proporcione um controle justo, ou seja corte e reposição de cargas no tempo certo, possibilitando a diminuição da demanda contratada sem traumas na produção. Controladores de demanda que controlam por níveis são limitados na transição de fora de ponta para ponta, e vice-versa, prejudicando o consumidor. A maioria dos controladores de demanda em todo mundo atua sobre os equipamentos enxergando-os como cargas elétricas apenas, quando deveriam “enxergar” as restrições de processo ou operacionais atreladas a estes equipamentos, escolhendo aqueles que estiverem mais aptos a serem atuados e ainda evitando a ultrapassagem da demanda. Este é o caso de um controlador de demanda dito inteligente 13 em comparação ao controlador de demanda dito convencional que só enxerga a parte elétrica. “Se nada for desta forma é compreensível que o consumidor mantenha o controle de sua demanda em manual”, sustenta o diretor da Gestal (CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO, 2001). Um controlador de demanda denominado adaptativo é aquele que justamente se adapta às condições do processo. Através de um conceito de inteligência, antes de atuar sobre determinado equipamento, vai analisar se as atuais condições do processo são pertinentes, caso negativo, repete o processo em outra carga/equipamento e, assim, sucessivamente. Ou seja, pode estabelecer as prioridades dinamicamente, enquanto que nos convencionais as prioridades são fixas – atua na carga independentemente do seu estado, penalizando sempre aquele determinado equipamento. Conclui-se, portanto, que um controlador de demanda não deve retirar cargas de forma prematura ou irresponsável e sim esperar o momento certo para agir, mantendo o suprimento de energia o mais próximo possível do exigido pelo processo produtivo. 3.2 Cargas a serem monitoradas As cargas serem controladas dependerão principalmente de dois fatores: • Segmento de atuação da unidade consumidora • Restrições operacionais de cada equipamento O segmento de atuação da unidade consumidora determina o modo de produção e os tipos de equipamentos ou cargas envolvidos. Produção em batelada possui mais cargas candidatas para controle enquanto que produção contínua já dificulta esta escolha. As cargas de utilidades, que são aquelas que menos interferem no processo devem ser retiradas primeiramente. Caso as mesmas não sejam suficientes deve-se partir para os equipamentos de processo, respeitando as restrições operacionais ou o próprio processo, o que somente é possível com controladores de demanda “inteligentes”. Buscar informações em empresas de mesma atividade que já possuam um controlador de demanda pode ser um caminho interessante. Outra opção são as 14 empresas de consultorias especializadas na área. Uma maneira interessante de se selecionar as cargas a serem retiradas consiste em obter a chamada demanda máxima na prática que seria a potência total instalada na unidade multiplicada pelo chamado fator de demanda que varia conforme a atividade da empresa, entre 0,3 e 0,6. Isto reflete a simultaneidade de cargas ligadas. A mínima carga de controle será, portanto, esta demanda menos o valor demanda de controle a qual deverá ser igual ou menor que a demanda de contrato mais a tolerância. Sem esquecer que existe uma demanda fixa mínima para manter a instalação além das cargas críticas que dificilmente poderão ser atuadas. A princípio não existem cargas não controláveis, pois existirá sempre um período no qual ela poderá ser atuada sem prejuízo ou do processo ou de si própria. Cabe ao controlador de demanda ser capaz de detectar este período, e atuar quando necessário. Os fornecedores de controladores podem ser divididos em duas categorias: num grupo as empresas especializadas em ferramentas para controle e qualidade de energia e, no outro, as de soluções globais de automação industrial e controle de processos. O que justifica a adoção de sistemas automatizados continua sendo o retorno proporcionado pelos mesmos no “chão de fábrica/prédio”, onde encontram as reais oportunidades de economia, sem perda de produtividade ou conforto. É importante lembrar também que para monitorar a energia é preciso ter a Curva de Carga. A partir daí é que se dimensionam as reais necessidades. Essa Curva registra o uso da energia para determinar o fator de carga e identificar os picos de demanda. O gerenciamento da energia inclui a monitoração do consumo e da qualidade da energia elétrica, registrando e estabelecendo tendências que permitem alarmes e providências quanto a geração de harmônicas, fator de potência e quaisquer outros eventos no sistema de distribuição. No caso das variações de tensão, um bom monitoramento pode evitar danos nos equipamentos da empresa, quando elas acontecem dentro da planta, mas também evitar um colapso na distribuição local, no caso de variações externas. Automação do sistema de monitoramento é importante também quando é necessário o chaveamento de forma sincronizada por área. O controle do sistema de potência deve garantir a qualidade da energia e a eficiência do sistema elétrico através 15 de geradores, ajuste dos taps de transformadores, seletividade de cargas, bancos de capacitores e filtros de harmônicas. 16 CAPÍTULO 4 4 GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA O interesse pelo gerenciamento de energia é incentivado por basicamente dois motivos: a possibilidade de redução dos gastos com energia elétrica e a monitoração sistemática da qualidade da energia que a unidade consumidora monitorada recebe. A atração pela diminuição dos gastos com energia elétrica é resultado da supervisão em tempo real do fluxo de energia da unidade consumidora. Com os dados reais sobre o perfil de consumo da unidade ao longo de um período determinado, é possível controlar o consumo, demanda e fator de potência, afim de evitar o pagamento de multas, minimizar desperdícios e avaliar com que eficiência a energia elétrica está sendo usada. Além disso, com o propósito de assegurar o pleno e bom desempenho de equipamentos instalados na unidade, parâmetros de qualidade de energia são supervisionados, de forma que nenhum equipamento sofra danos devido a irregularidade desses parâmetros (ENGECOMP, 2006). Outro fator que tem incentivado o gerenciamento de energia foi a crise do setor elétrico pela qual o pais atravessou no ano de 2001. Mesmo que essa crise tenha sido superada, ela teve como efeito colateral a conscientização dos consumidores de que energia é um bem valioso e que é preciso dispensar considerável atenção sobre a mesma. Os sistemas de monitoração devem atender a certos requisitos, tais como: serem baseados em uma plataforma robusta e avançada, permitirem a integração de protocolos, tecnologias e dispositivos. É importante mencionar que nem todos os consumidores possuem sistema de monitoração adequado. A falta de conhecimento dos parâmetros monitorados e dos efeitos causados pelos desvios dos atributos da qualidade da energia elétrica é conseqüência da relação custo/benefício já que o investimento para a implantação de um sistema de multimedição digital é elevado. 17 Os sinais básicos que são monitorados em uma rede elétrica são tensão e corrente. A aquisição desses sinais é feita através de transdutores de tensão e corrente, empregando-se transformadores de potencial ou de corrente. Alguns aspectos são importantes para avaliar sistemas de gerenciamento, tais como: • tipo do programa, se ele é proprietário ou aberto; • meio físico que os dados vão tramitar; • tipo de comunicação, capacidade de memória, etc. 4.1 Tipo de programa Quanto ao programa específico do sistema de monitoração e gerenciamento de energia elétrica, de um modo geral, em cada sistema os equipamentos do fabricante vêm acompanhados do programa específico do próprio fabricante. Caso seja um programa “proprietário” (não aberto) o consumidor fica pessoalmente impossibilitado de adaptar o referido programa às suas necessidades. Isto só será realizado pela contratação do próprio fabricante e limitado às condições que este definir ao consumidor. No entanto, para o programa aberto, uma flexibilidade nas configurações para diversas aplicações e a presença de características que permitam a adição ou redução de funções e de capacidade de processamento, de acordo com as necessidades da aplicação oferecem ao usuário a liberdade de desenvolver seu programa específico ou modificar o do fabricante (MARTE, 1995). 4.2 Meio de transmissão Existem duas formas de transmissão de dados: através de canal telefônico, via modem, e através de fibra ótica ou par metálico. A primeira forma é indicada para locais afastados em longas distâncias do ponto de recepção. A segunda forma é recomendada para locais afastados em longas distâncias do ponto de recepção. A segunda forma é recomendada para locais próximos, de até aproximadamente 1.500 metros, com possibilidade de passagem de cabos. No entanto, a transmissão em fibra ótica para longas distâncias oferece vantagens como a eliminação de surtos de tensão e induções na linha de transmissão. 18 Quando a fibra ótica é utilizada para a transmissão de sinais, são necessários módulos conversores metal/fibra e fibra/metal para a reconversão. Para pontos de pequenas distâncias e dentro dos prédios, a transmissão de dados pode ser feita em par trançado metálico. Para pontos externos e de grandes distâncias a transmissão de dados conveniente é em fibra ótica e em seqüência, o acesso à rede ethernet. Um dos modos de transmissão de dados é o Serial, que é o modo mais comum de transmissão, no qual os bits informação são enviados sequencialmente em um único canal de dados. Dentre esses modos existem a RS – 232 e RS – 485. Dentre as configurações existem possibilidades de serem formadas com várias conversões e reconversões entre RS – 232 e RS – 485, fio metálico e fibra, fibra e RS -232 ou RS – 485 e de RS – 485 e ethernet, porém, quanto mais conversões, maiores serão os custos do sistema bem como mais vulnerável a falhas. A RS – 232 é limitada quanto à distância e não forma rede com componentes interligado. Elas são recomendadas para distâncias curtas. É a interface mais comumente utilizada, sendo ideal para a faixa de transmissão de dados de 0 a 20 kbps e 15,2 m. Já a RS – 485 pode ser utilizada em aplicações multiponto, em que um computador central controla muitos dispositivos diferentes, ligados entre si formando uma rede. As transmissões podem ir a longas distâncias e altas velocidades. Essa rede possibilita a conexão dos equipamentos da rede, observando o limite total do circuito entre eles de 1200 metros, o que pode inviabilizar sua formação em caso de pontos de monitoração muito distantes entre si. Outra forma de transmissão de dados é por canal telefônico, utilizando para tanto o Modem (Modulator – Demodulator) que é um dispositivo usado para dados serias digitais de um terminal de transmissão para sinais analógicos para transmissão em canal telefônico, ou para converter o sinal analógico transmitido a um sinal digital para ser recebido por um terminal receptor (ALMEIDA, 2002). 4.3 Medidores Os consumidores de energia são divididos em várias categorias em função do nível de tensão através do qual são alimentados, do seu perfil de consumo e da natureza da atividade desenvolvida na instalação. Nos consumidores enquadrados na tarifação horo-sazonal, as concessionárias utilizam medidores eletrônicos com saídas 19 para o usuário (consumidor). Nos demais consumidores, os sistemas de medição das concessionárias não possuem qualquer interface para o consumidor. Esta é uma das razões, dentre outras, que faz com que a grande maioria dos casos de controle de demanda seja de consumidores enquadrados nesta modalidade tarifária. Nestes casos, as informações de consumo ativo e reativo, assim como posto tarifário e sincronismo do intervalo de integração são fornecidas por medidores ou registradores das próprias concessionárias de energia. Estes medidores são padronizados por norma NBR 14522: 2000 e fornecem as seguintes informações, através de sua saída serial: 1. Número de segundos até o fim do intervalo de demanda ativa atual; 2. Indicador de reposição de demanda (fechamento de fatura); 3. Fim de intervalo de consumo reativo (a cada 1 hora); 4. Indicador de tarifação capacitiva (das 0 as 6 da manhã) 5. Indicador de tarifação indutiva; 6. Segmento horo-sazonal (ponta, fora de ponta ou reservado); 7. Indicador do tipo de tarifa (azul, verde, etc); 8. Indicador de tarifa reativa 9. Número de pulsos da energia ativa desde o início do intervalo atual; 10. Número de pulsos da energia reativa desde o início do intervalo atual. Os dados disponibilizados pelo medidor da sua saída serial para o usuário são captados por um registrado de pulso, um coletor de dados que trabalha em protocolo Modbus. A capacidade de memória do medidor tem influência decisiva para o sistema implantado. Embora custem mais caro, os sistemas baseados em equipamentos com capacidade de armazenamento levam nítida vantagem, pois estão imunes aos problemas de perda de comunicação. Nesse sentido, uma boa alternativa é usar para as monitorações internas, chamadas “medições setoriais,” os medidores do mesmo tipo dos medidores da concessionária, que possuem memória, utilizando sua saída RS – 485 ou RS – 232. Como os medidores eletrônicos têm saídas, RS – 485 ou RS – 232 e pulsos seriais conforme padrão ABNT, todas em fio metálico, para transmissão de dados em fibra ótica com a utilização desses medidores há necessidade de conversão de fio metálico para fibra. 20 4.4 Registradores de pulsos A cada segundo o medidor eletrônico faz a computação dos dados que são elaborados conforme a norma NBR 14522: 2000 e, em seguida, com a solicitação do registrador de pulsos, ocorre o descarregamento dos dados. O registrador de pulsos guarda as informações no padrão ABNT, não executando nenhum tratamento de dados. Independentemente do modelo e do fabricante, o registrador de pulsos é compatível com todos os medidores de energia utilizados por qualquer concessionária do país, uma vez que todos os medidores seguem a mesma norma ABNT. O registrador de pulsos do consumidor foi projetado para ser instalado ao lado do medidor de energia elétrica da concessionária, de forma a ser alimentado pelo mesmo barramento, permitindo assim o registro das interrupções no fornecimento de energia da concessionária. Porém, conforme a necessidade, é possível instalar o registrador de pulsos remotamente ao ponto da medição da concessionária, uma vez que em ambientes livres de interferências eletromagnéticas podem ser utilizados cabos com centenas de metros para conectar a entrada do equipamento à tomada óptica do medidor da concessionária. No entanto, nessa topologia, o registrador de pulsos é alimentado por um ramal secundário que pode sofrer um desligamento sem necessariamente haver uma interrupção no fornecimento da concessionária. Nesse caso, além da perda das medições durante o período de desligamento, os registros de interrupção não seriam validos. Além da saída serial conforme a norma ABNT, alguns medidores são fabricados com possibilidades de medição com saídas em RS -232 ou RS – 485 e, opcionalmente, podem ser utilizados pelos consumidores em medições internas Poucos fabricantes fornecem medidores eletrônicos, com saídas em ethernet, além de RS -232 e RS – 485, o que torna o medidor com preço bem mais elevado. 4.5 Medição global de energia Para os consumidores que estamos tratando, as distribuidoras de energia utilizam um medidor de energia denominado medidor THS, específico para a modalidade tarifária horo-sazonal. Uma das características deste medidor é possuir uma saída denominada saída do usuário, que é uma saída serial de dados, onde são disponibilizadas as 21 informações de consumo de energia ativa e reativa para o intervalo de 15 minutos corrente (tempo de medição utilizado para faturamento) separado por posto horário (ponta e fora de ponta indutivo e fora de ponta capacitivo). É nesta saída onde, através do isolador ótico (também chamado de tomada ótica), visualizado pela Figura 4.1, pode ser conectado o Gerenciador de Energia com funções armazenamento de dados e controle, como veremos adiante. FIGURA 4.1 – Tomada Ótica FONTE: CCK, 2006 4.6 Controle de demanda e consumo de energia elétrica O Gerenciador de energia dispõe de meios automáticos de controle para intervir, quando da tendência de inadequações dos valores de demanda e de fator de potência, mantendo-os nos limites fixados nos contratos firmados com as concessionárias de energia. O controle de demanda realizado pelo Gerenciador de Energia geralmente é um sistema de controle a malha fechada com grau de histerese definido pelo usuário. Além da saída do usuário do medidor de energia da concessionária, também deverão estar conectadas ao Gerenciador de Energia, cargas previamente selecionadas e que possam ser comutadas (ligadas/desligadas). A partir de informações disponibilizadas na saída do usuário do medidor de energia o Gerenciador de Energia estará, através de algoritmos apropriados, projetando a demanda de energia elétrica para o final dos do intervalo dos 15 minutos e realizando as ações de controle conforme a Tabela 4.1. 22 TABELA 4.1 – Controle de demanda Resultado do algoritmo Ultrapassagem da demanda contratada Nível normal de utilização de demanda contratada Mal aproveitamento da demanda contratada Ação do Gerenciador de Energia Desligamento de cargas Repouso Religamento de cargas FONTE: CCK, 2006 A esta operação de desligamento/religamento de cargas chamamos de modulação e tem como objetivo utilizar o máximo da demanda contratada pelo consumidor junto a distribuidora de energia. Deve-se observar que todas as operações de modulações de carga ocorrem dentro de uma janela de tempo de 15 minutos, que é o período de tempo utilizado pela distribuidora de energia para o faturamento. Em um mês, ocorrem quase 3000 intervalos de 15 minutos e em nenhum destes intervalos, poderá haver ultrapassagem da demanda contratada pois, para faturamento, será cobrado o maior valor verificado em todos os intervalos de 15 minutos do mês, tanto para o posto horário de ponta como para o posto horário fora de ponta. 4.7 Controle do fator de potência Esta função possui mais de uma forma de implantação: • Por meio de controladores de fator de potência discreto (CFP), instalados em pontos estratégicos da instalação elétrica; • Através do Gerenciador de Energia; • Conjunta. Trataremos no presente trabalho do controle realizado de forma análoga a operação do controle de demanda, sendo que todos os acionamentos são realizados sobre cargas reativas, mais comumente, sobre banco de capacitores. Da mesma forma que no controle de demanda, o gerenciador de energia, a partir das informações obtidas junto á saída do usuário do medidor global de energia, estará calculando o fator de potência global da instalação elétrica e, com base nestes cálculos estará tomando as seguintes ações de acordo com a Tabela 4.2: 23 TABELA 4.2 – Controle do fator de potência Resultado do algoritmo Fator de potência abaixo do valor permitido Fator de potência normal Fator de potência acima do valor permitido Ação do Gerenciador de Energia Ligamento do banco de capacitores Repouso Desligamento do banco de capacitores FONTE:CCK, 2006 Para o fator de potência, a distribuidora estará observando que, entre as 6:00 horas e 24:00 horas (posto horário indutivo fora de ponta e indutivo ponta), média horária do fator de potência não poderá ser inferior a 0,92 indutivo enquanto que, no período entre 0:00 horas e 6:00 horas (posto horário capacitivo fora de ponta), a média horária do fator de potência não poderá ser superior a 0,92 capacitivo. Em caso de não cumprimento destas faixas, o consumidor será penalizado com multas de fator de potência. O sucesso do controle do fator de potência depende basicamente de: • Utilização necessária de kVAr’s necessários para a correção do fator de potência, divididos em diversos estágios de bancos de capacitores; • Dimensionamento correto dos diversos estágios destes bancos de capacitores para, quando ocorrem acionamentos, não ocorrem variações bruscas no valor do fator de potência, o que poderá ocasionar um número de acionamentos elevado nos bancos de capacitores; 4.8 Gerenciamento de energia elétrica através de microcomputador Os softwares de gerenciamento de energia são elaborados de forma a emitir uma gama de relatórios e gráficos analíticos de utilização de energia elétrica, que permitirão ao usuário uma visão geral do uso da energia elétrica. Como exemplo de algumas funções destes softwares podemos citar: • Emissão de contas de energia para a contabilidade; • Previsão de gastos com energia para os controladores; • Gráficos analíticos tais como demanda, fator de potência entre outros de interesse da Engenharia. 24 Uma função de grande utilidade encontrada em alguns destes softwares é a criação de um banco de dados de utilização de energia elétrica que permitirá ao seu usuário, por exemplo, uma análise do contrato de fornecimento de energia com otimização da demanda através do estudo do perfil registrado como o que está ilustrado na Figuras 4.2. e 4.3. FIGURA 1.2 – Demanda diária de energia elétrica e fator de potência FONTE: CCK, 2006 Tendo por objetivo às reais necessidades da unidade consumidora, estas informações são analisadas de maneira a eliminar as ocorrências de ultrapassagens e ociosidades, considerando-se grandezas como: • Demanda Contratada • Demanda Medida • Demanda Faturada 25 FIGURA 4.3 - Análise do perfil de demanda contratada FONTE: CCK, 2006 Ainda com base nos históricos estes softwares podem simular eventos futuros tais como impactos no consumo de energia e demanda ocasionados por ampliações como por exemplo instalações de novos equipamentos e desativações permitindo ainda ao usuário tomar medidas corretivas, tais como a correção do fator de potência. 4.9 Qualidade de energia Energia elétrica é um produto fornecido pelas distribuidoras de energia elétrica e sua qualidade é verificada através dos seguintes parâmetros: • Continuidade de fornecimento, isto é, baixo índice de interrupções, atualmente medidos pelos índices DIC e FIC da ANEEL de acordo com a resolução N° 456 de 29 de novembro de 2000; • Níveis de tensão, isto é, baixo índice de: afundamentos (SAGS), elevações (SWELLs) e transientes (perturbações), também regulamentados pela resolução da ANEEL N° 456; • Níveis de freqüência: as variações ocorrem quando há sobrecarga no sistema elétrico; 26 • Níveis de distorção harmônica de tensão (THD U), isto é, baixo índice de harmônicos, em ordens e percentuais, compatíveis com o funcionamento normal de máquinas e equipamentos elétricos e eletrônicos. Em caso de danos nos equipamentos e máquinas elétricas causadas por inadequação nestes parâmetros, o consumidor, desde que munido de elementos probatórios, poderá interpelar judicialmente a concessionária de energia elétrica, através da caracterização da responsabilidade objetiva por parte da mesma como causadora dos danos ocorridos em razão de ineficiência no fornecimento de energia elétrica, sendo a distribuidora, nesses casos, obrigada a ressarcir prejuízos os comprovados. 4.10 Medição setorial de energia Medição de energia é uma das principais ferramentas do Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica e uma das chaves do sucesso na implantação do plano de eficiência energética através da verificação de índices energéticos. As medições setoriais através dos transdutores possibilitam a obtenção da relação kWh/unidade de produção onde a otimização deste índice poderá implicar muitas vezes em uma eficientização também, no processo produtivo, permitindo um acompanhamento total das ações a serem implementadas, e ainda adoções de medidas corretivas tais como: • Dimensionamento de motores (a potência de acordo com a operação); • Dimensionamento de transformadores e cabos elétricos; Em alguns pontos chaves da instalação (ex: transformadores, motores muito grandes, etc) podem ser implantadas medições de energia não só quantitativas (kWh), como também qualitativas, onde outros parâmetros elétricos tais como variações de tensão, corrente de partida de um motor, nível de harmônicas, etc, devem ser conhecidas para garantir o correto funcionamento de determinados equipamentos. Na Figura 4.4 apresenta-se o registro do nível de corrente por fase a cada segundo. 27 FIGURA 4.4 - Registro do nível de corrente segundo a segundo FONTE: CCK, 2006 As medições setoriais, permitem ainda a obtenção de chave de rateio de consumo, atribuindo a parcela correta de consumo de energia para cada centro de custo, como ilustrado na Figura 4.5, permitindo ainda que estes dados venham a ser utilizados em outras áreas como: • Controle da mão-de-obra; • Integração com Sistema ABC; FIGURA 4.5 - Rateio do consumo de energia por centro de custo FONTE: CCK, 2006 28 A conectividade do Sistema de Gerenciamento de Energia permite ainda que as informações registradas venham a ser compartilhadas com outros sistemas. 29 CAPÍTULO 5 5 SOLUÇOES DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA 5.1 Medidores de energia Nas Figuras 5.1 e 5.2 apresenta-se um medidor de energia fornecido pela CCK, já integrado com: • Relógio calendário; • Memória de massa; • Funções de análise de qualidade de energia; • Controle de demanda e controle de fator de potência. Este medidor é utilizado para medição de energia elétrica em sistemas monofásicos, bifásicos ou trifásicos, com conexão direta a sinais de tensão. FIGURA 5.1 – Modelo painel do medidor CCK 4500 FONTE: CCK, 2006 FIGURA 5.2 – Modelo fundo de painel do medidor CCK 4500 FONTE: CCK, 2006 30 Na Figura 5.3 apresenta-se um medidor de energia, modelo SAGA 2500, fabricado pela ESB no Brasil. FIGURA 5.3 – Modelo medidor SAGA 2500 FONTE: ENGECOMP, 2006 Este medidor comunica com os controladores Engecomp através de redes RS-485 (protocolo Modbus RTU) e fornece dados relativos a: • Leitura das principais grandezas elétricas: tensões, correntes, potências ativas, potências reativas, potências aparentes, fator de potência, freqüência, energias ativa e reativa, etc; • Display alfa-numérico para leitura das variáveis e diagnóstico de comunicação; • Classe de exatidão: 1%; • Saída Serial padrão RS-485 Outros fabricantes e ou representantes (ABB, GE, SISTRON) também fornecem medidores de energia elétrica. 5.2 Gerenciadores de energia São equipamentos utilizados para controle de demanda, consumo de energia elétrica e fator de potência. Na Figura 5.4 apresenta-se um controlador modelo CCK 6700, que possui as seguintes características técnicas: • 2 entradas para medidores de energia, do tipo normalmente utilizados pelas concessionárias de energia elétrica, que disponham de saída serial de sinal (SAGA, ELO, NANSEN, etc); 31 • 8 entradas de pulsos que podem ser utilizadas para receber pulsos proporcionais ao consumo de energia elétrica, vazão, pressão, temperatura, etc; • 8 relés incorporados a unidade, com possibilidade de expansão para 128, que podem ser utilizados para o controle de demanda, controle de fator de potência, programação horária e acionamentos manuais; • Teclado e display que permitem a programação (partida do equipamento) e visualização local de parâmetros; • 32 campos de memória de massa; • 1 saída serial RS 485 para comunicação com o microcomputador (porta de operação); • 1 saída serial RS 485 para comunicação com os módulos de acionamento CCK 512 (porta de controle); • 1 saída serial RS 485 para comunicação com instrumentos de medição Modbus RTU (Porta de medição); • 1 porta ETHERNET 10 Mbits/Seg ( Módulo GW opcional); • Alimentação de 80 ~ 240 VAC/125 VCC com seleção automática de voltagem; • Consumo: 100 VA; • Temperatura de operação: 0 a 50° C. FIGURA 5.4 – Controlador CCK 6700 FONTE: CCK, 2006 Na Figura 5.5 apresenta-se um controlador modelo HX 6000, fornecido pela ENGECOMP. 32 FIGURA 5.5 – Controlador HX 6000 FONTE: ENGECOMP, 2006 Este controlador é concebido para uso em pequenas empresas (demanda entre 50 e 300kW) na sua versão básica, e para uso em médias e grandes empresas (demanda acima de 300 kW) na sua versão completa. As características principais do controlador HX 6000 são: • Interface para medição da concessionária (medidores SAGA, ELO, Spectrum, MEL, MEP, REP, etc.) • Atuação sobre 64 saídas independentes para controle de cargas, capacitores e alarmes (através de 8 módulos de saídas em rede RS – 485 e usando protocolo Modbus) • Conexão a até 32 medições setoriais usando medidores eletrônicos • Simulação de até 14 pontos de medição virtuais ( soma/subtração de medições) • Comunicação com software de programação, monitoração e gerenciamento através de porta serial RS232/485 (protocolo Mobdbus RTU) ou Ethernet (protocolo Modbus TCP) • Completo gerenciamento via WEB • Acesso controlado através de cadastro de usuários e senhas. Outros fabricantes e/ou representantes: • ABB • Engecomp • General Eletric • Heading 33 • Inepar • Power Measurement • Schneider Eletric • Servic Control • Sistron 34 CAPÍTULO 6 6 ANÁLISE DAS CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA A análise das contas de fornecimento permite avaliar as condições gerais de utilização de energia elétrica pela unidade consumidora, apresentando indicadores para a racionalização do seu uso. Além disso, o resultado da análise permite que o contrato de fornecimento com a concessionária torne-se adequado às necessidades da empresa consumidora, podendo implicar em redução de despesas com eletricidade(ELETROPAULO, 2006). Antes de iniciar a análise propriamente dita, é importante verificar a tensão de fornecimento e o tipo de tarifa na qual o consumidor está enquadrado de acordo com a legislação vigente (Resolução 456 de 29 de novembro de 2000). Quando o consumidor é atendido em tensão inferior a 2300V, é classificado como sendo do “Grupo B” (baixa tensão), se a tensão de fornecimento for maior ou igual a 23000V, será um consumidor do “Grupo A” (alta tensão). Neste trabalho analisa-se somente as contas dos consumidores do Grupo A, pois para os consumidores atendidos em baixa tensão (Grupo B), esta análise resume-se a um acompanhamento mensal do consumo de energia elétrica. As contas dos consumidores do Grupo A são faturadas pelas estruturas tarifárias convencional, horo-sazonal azul ou horo-sazonal verde e são classificados em subgrupos de acordo com a tensão de fornecimento e demanda de potência verificada por medição, conforme a Tabela 5.1. TABELA 5.1 – Estrutura tarifária para grupo A Subgrupos de Faturamento Estrutura Tarifária Convencional A1 (230Kv ou superior) Não aplicável A2 (88kV a 138kV) Não aplicável A3 (69kV) Não aplicável A3a (30kV A 44kV) A4(2,3 a 2,5 kV) AS (subterrâneo) Opcional para demanda menor que 300 kW FONTE: ANEEL, 2006 Estrutura Tarifária Horo-Sazonal Verde Não aplicável Não aplicável Não aplicável Opcional Azul Compulsória Compulsória Compulsória Opcional 35 6.1 Análise da demanda 6.1.1 Tarifa Convencional Com relação à demanda, a legislação vigente estabelece que seja considerado para efeito de faturamento o maior valor dentre os definidos a seguir: • Demanda verificada por medição (demanda registrada); • Demanda fixada em contrato de fornecimento. O contrato de fornecimento estará adequado à unidade consumidora quando o valor de demanda faturada for igual ou próximo ao valor da demanda registrada. 6.1.2 Faturamento com tarifas de ultrapassagem A tolerância de ultrapassagem nesta modalidade tarifária é de 10%, ou seja, havendo ultrapassagem da demanda contratada em até 10%não é cobrada multa por ultrapassagem e será cobrada a demanda registrada somente. Quando a demanda registrada exceder em mais de 10% a demanda contratada, o faturamento, será feito pela demanda registrada, com acréscimo de uma tarifa de ultrapassagem sobre a demanda excedente à contratada. Caso o valor da demanda faturada for sistematicamente superior à demanda registrada, ou seja, sempre igual demanda contratada, deve-se analisar a possibilidade de ajuste no contrato recorrendo em primeira instância à concessionária solicitando um auxílio para a normalização desta situação. 6.1.3 Tarifa Horo-sazonal A legislação vigente prevê que, assim como na tarifa convencional, seja considerado para efeito de faturamento os maiores valores de demanda por segemento horário, conforme segue: • Quando a demanda registrada for inferior à demanda contratada o faturamento será feito pela demanda contratada em cada segmento horário. 36 • Quando a demanda registrada for superior à demanda contratada o faturamento será feito pela demanda registrada em cada segmento horário. 6.1.4 • Faturamento com tarifas de ultrapassagem Para as unidades consumidoras atendidas em tensão igual ou superior a 69 kV, quando a demanda registrada exceder em mais de 5% a demanda contratada. • Para as unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 69 kV, quando a demanda registrada exceder em mais de 10% a demanda contratada. Quando as demandas faturadas nos segmentos horo-sazonais forem iguais aos valores das demandas registradas, a unidade consumidora estará com os montantes contratados adequados. 6.2 Fator de carga O fator de carga é um índice que reflete o regime de funcionamento de uma da instalação. Um fator de carga elevado, próximo à unidade, indica que as cargas elétricas foram bem distribuídas ao longo do tempo. Por outro lado, um fator de carga baixo indica que houve concentração de consumo de energia elétrica em um curto período de tempo, causando uma demanda elevada. Deve-se ter em mente, entretanto, que dependendo da característica de funcionamento da unidade consumidora, existirá sempre um limite superior para o fator de carga, seja pela característica própria dos equipamentos ou processos, como também pelo período de funcionamento. Para melhorar o fator de carga, deve-se adotar um sistema de gerenciamento do uso da energia procurando-se deslocar cargas que contribuem para formação de picos, para os horários de menor demanda de potência (vales). Nas tarifas convencional e horo-sazonal verde o fator de carga é único, já que existe somente um único registro de demanda de energia, enquanto que para a tarifa horo-sazonal azul haverá dois fatores de carga, um para o horário da ponta e outro para fora de ponta. 37 A análise do fator de carga além de mostrar se a energia está sendo utilizada de modo racional, leva a uma conclusão importante para definir o tipo de tarifa mais adequada para a instalação. Um fator de carga elevado no horário de ponta indica que a tarifa horo-sazonal azul poderá ser mais adequada quando comparada à tarifa horo-sazonal verde, justificando uma análise mais pormenorizada. 6.2.1 Cálculo do fator de carga a) Tarifa Azul Fator de carga na ponta FC P = kWh p kW p × 66 (6.1) onde, FCP é o fator de carga na ponta, kWhP é o consumo registrado na ponta, kWP é a demanda na ponta e 66 corresponde ao número de horas de ponta de um mês médio. Fator de carga fora de ponta FC FP = kWhFP kW FP × 664 (6.2) . onde, FCFP é o fator de carga fora de ponta, kWhFP é o consumo registrado fora de ponta, kWFP é a demanda registrada fora de ponta e 664 corresponde ao número de horas fora de ponta de um mês médio. b) Tarifa Verde FC = kWh P + kWh FP kW × 730 (6.3) 38 onde, FC é o fator de carga, kW é a demanda registrada, kWhFP é o consumo registrado fora de ponta, kWhP é o consumo registrado na ponta e 730 corresponde ao número de horas mês médio. c) Tarifa Convencional FC = kWh kW × 730 (6.4) . onde, FC é o fator de carga, kW é a demanda registrada, kWh é o consumo registrado no mês e 730 corresponde ao número de horas mês médio. É importante observar que se pode trabalhar ainda com dois tipos de fatores de carga no tocante à demanda adotada para cálculo. Adotando-se a demanda faturada para o cálculo obtém-se o fator de carga de faturamento, apropriado para o cálculo do preço médio da energia elétrica. Por outro lado pode-se adotar a demanda registrada para o cálculo, neste caso o fator de carga refletirá com mais exatidão o perfil de utilização de energia da unidade consumidora. 6.3 Fator de potência O fator de potência reflete a proporção entre a energia ativa e reativa, numa instalação elétrica. Durante seis horas consecutivas, compreendidas entre 23h30 e 6h30, definidas a critério da concessionária, o excedente de energia reativa capacitiva será passível de cobrança, enquanto no horário complementar a estas horas o consumidor pagará pela energia reativa indutiva excedente. Para não pagar por este excedente, a unidade consumidora deve manter o fator de potência durante todo o tempo em 0,92 no mínimo, indutivo ou capacitivo de acordo com o período do dia. O faturamento da energia e demanda reativa excedente, quando o fator de potência verificado na unidade consumidora for inferior a 0,92 é realizado de acordo com a legislação do fator de potência prevista de acordo com a ANEEL na resolução 456. 39 6.4 Legislação do fator de potência De acordo com a resolução número 456, de 29 de novembro de 2000 é estabelecido no artigo 64 que o fator de potência de referência “fr”, indutivo ou capacitivo terá como limite mínimo permitido, para as instalações elétricas das unidades consumidoras, o valor de fr = 0,92. Além disso no artigo 65 tem-se que para cada unidade consumidora faturada na estrutura tarifária horo-sazonal ou na estrutura tarifária convencional com medição apropriada, o faturamento correspondente ao consumo de energia elétrica e à demanda de potência reativas excedentes, será calculado de acordo com as seguintes fórmulas: n ⎡ ⎞⎤ ⎛ fr FER( p ) = ∑ ⎢CAt ⎜⎜ − 1⎟⎟⎥ × TCA( p ) t =1 ⎣ ⎠⎦ ⎝ ft (6.5) onde, FER(p) é o valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente ao consumo de energia reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período de faturamento, CAt é o consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante o período de faturamento, fr é o fator de potência de referência igual a 0,92, ft é o fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t”de 1 (uma) hora, durante o período de faturamento, observadas as definições dispostas nas alíneas “a” e “b”, do § 1º deste artigo e TCA(p) corresponde a tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”; ⎡ n ⎛ ⎤ fr ⎞ FDR( p ) = ⎢ MAX ⎜⎜ DAt × ⎟⎟ − DF ( p)⎥ × TDA( p) t =1 ft ⎠ ⎝ ⎣ ⎦ (6.6) onde, FDR(p) é o valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente à demanda de potência reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr” no período de faturamento, DAt é a demanda medida no intervalo de integralização de 1 (uma) hora “t”, durante o período de faturamento, DF(p) é a demanda faturável em cada posto horário “p” no período de faturamento, TDA(p) é a tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento em cada posto horário 40 “p”, MAX corresponde a função que identifica o valor máximo da fórmula, dentro dos parênteses correspondentes, em cada posto horário “p”, t indica intervalo de 1 (uma) hora, no período de faturamento, p indica posto horário, ponta ou fora de ponta, para as tarifas horo-sazonais ou período de faturamento para a tarifa convencional; e n indica o número de intervalos de integralização “t”, por posto horário “p”, no período de faturamento. Deve-se observar nas equações (6.5) e (6.6) i) FER(p) e FDR(p) serão considerados: a) durante o período o período de 6 horas consecutivas, compreendido, a critério da concessionária, entre 23h e 30min e 06h e 30min, apenas os fatores de potência “ft” inferiores a 0,92 capacitivo, verificados em cada intervalo de 1(uma) hora “t”. b) durante o período diário complementar ao definido na alínea anterior, apenas os fatores de potência “ft” inferiores a 0,92 indutivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”. ii) O período de 6 (seis) horas definidos na alínea “a”do parágrafo anterior deverá ser informado pela concessionária aos respectivos consumidores com antecedência mínima 1 (um) ciclo completo de faturamento. 41 CAPÍTULO 7 7 ANÁLISE ECONÔMICA DAS SOBRETAXAS DE EXCEDENTE REATIVO Analisando-se as expressões utilizadas para se efetuar o cálculo de excedente reativo podemos obter uma relação entre o faturamento do consumo de energia reativa (FER) e o consumo da demanda de potência reativa (FDR), desenvolvido no capítulo 5. Está claro que ambas sobretaxas acontecem quando o fator de potência medido encontra-se abaixo de 0,92 o que gera o excesso de reativo além daquele permitido pela concessionária. Estando o fator de potência medido abaixo de 0,92 deve-se tomar as medidas cabíveis para que o mesmo retorne ao limite permitido, no entanto se isso não é possível por motivos técnicos, indiscutivelmente paga-se pelo excesso do consumo de energia reativa. Porém pode-se por meio da redução da potência ativa tornar menos onerosa a sobretaxa por excesso de consumo de demanda de potência reativa (FDR). Surge então a oportunidade de tornar até mesmo vantajoso, economicamente, o pagamento deste excedente de reativo, visto que alterações contratuais entre concessionária e consumidor em determinados casos são demoradas além de realmente não compensarem. Apresenta-se a seguir algumas situações que podem ocorrer na prática e em seguida fazer alguns comentários de cada uma delas. 7.1 Fator de Potência ≥ 0,92 e Demanda Ativa ≤ à Demanda Contratada A tela mostrada na Figura 7.1 ilustra esta situação: FIGURA 7.1 – Entrada de parâmetros 42 Neste caso observa-se um fator de potência igual a 0,92 e a demanda medida em seu limite máximo. Nesta situação estamos trabalhando dentro dos padrões estabelecidos de fator de potência e demanda ativa de acordo com o contrato entre a concessionária e o consumidor de energia elétrica. Deste modo temos uma situação considerada normal, conforme ilustrado na Figura 7.2. FIGURA 7.2 – Resultados das sobretaxas e potência sugerida Observa-se então que trabalhando com os parâmetros em seus estados normais não teremos a cobrança de sobretaxas por excedente de reativo. 7.2 Fator de Potência ≤ 0,92 e Demanda Ativa ≤ à Demanda Contratada Na Figura 7.3 apresenta-se um exemplo desta condição operacional. FIGURA 7.3 – Entrada de parâmetros 43 Neste caso, ao trabalharmos com um fator de potência abaixo do recomendado, produz-se um excesso de energia reativa e mesmo estando com a demanda medida em conformidade com o preestabelecido em contrato com a concessionária de energia elétrica, surgem as penalizações devido ao baixo fator de potência. Na Figura 7.4 contempla-se a análise desta situação, com uma multa total a ser paga no valor de R$11.230,07 por hora. FIGURA 7.4 – Resultado do cálculo das sobretaxas e potência sugerida Portanto torna-se muito oneroso trabalhar com estes padrões de fator de potência e demanda ativa, igual ao valor contratado. Supondo-se que todas as medidas para se elevarem o fator de potência tenham sido esgotadas, a alternativa será reduzir a demanda ativa. Surge então a oportunidade de negócios através da redução da potência ativa de acordo com o fator de potência medido. Reduzindo-se, por exemplo, a potência ativa para 33000kW e mantendose o fator de potência em 0,85 para uma demanda contratada de 35000kW obtemos uma redução expressiva no valor do FDR, conforme resultado apresentado na Figura 7.5, onde se observa um total a pagar no valor de R$2.929,81. Esta é uma alternativa interessante porque permite reduzir o valor a pagar sem comprometer muito a produção. 44 FIGURA 7.5 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida Finalmente simula-se uma situação em que se faz a opção por não pagar pelo excesso de demanda de potência reativa (FDR), o que proporciona uma perda mais acentuada da produção, porém de maneira “planejada”. Nas Figuras 7.6 e 7.7 ilustramse estes exemplos. FIGURA 7.6 – Entrada de parâmetros FIGURA 7.7 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida 45 Para esta situação tem-se que para um fator de potência igual a 0,90 e uma demanda contratada de 35000kW a potência ativa ideal recomendada é de 34239,13kW, trabalhando-se então neste nível de potência ativa consegue-se isentar do pagamento de FDR. Nas Figuras 7.8 e 7.9 mostram-se que o valor a pagar é decorrente apenas do fator de potência inferior a 0.92. FIGURA 7.8 – Entrada de parâmetros FIGURA 7.9 – Resultados do cálculo das sobretaxas e potência sugerida 46 CAPÍTULO 8 8 SIMULAÇÕES E RESULTADOS Apresenta-se o resultado da simulação da atuação de um controlador. O software foi desenvolvido em linguagem programação Delphi e simula situações em que se tem um fator de potência medido abaixo da referência (0,92), com o objetivo de não ser sobretaxado pelo excesso de demanda de potência reativa. O controlador reduz a potência ativa instantânea de modo a anular a multa por FDR. Foi incluído neste software a geração de um histórico com a geração de alguns dados que podem ser posteriormente analisados pela Engenharia da empresa a fim de se chegar às causas da queda do fator de potência e consequentemente tomar medidas preventivas adequadas. 8.1 Caso 1 – Demanda contratada de 40000 kW, fator de potência normal e demanda instantânea máxima Percebe-se por meio da interface do simulador, apresentada na Figura 8.1 que estamos em uma situação normal, com o fator de potência maior ou igual o valor de referência (≥ 0,92) e, portanto o controlador permanece em “repouso”. Este fato pode ser constatado verificando-se no lado esquerdo da Figura 8.1 que nenhuma ação foi tomada pelo controlador visto que todos os parâmetros a serem controladas se encontram em níveis normais e consequentemente tem-se um valor de multa instantânea igual a zero. FIGURA 8.1 – Interface do simulador 47 8.2 Caso 2 – Demanda contratada de 40000 kW, fator de potência abaixo da referência Nesta situação, ocorre a incidência de uma multa pelo excesso de demanda de potência reativa devido ao baixo fator de potência. Entretanto depois da atuação do controlador o valor total desta multa é reduzido com o redimensionamento da demanda de potência ativa (demanda instantânea), de acordo com as prioridades préestabelecidas de cargas a serem retiradas. Na Figura 8.2 apresenta-se a atuação do controlador, bem como apresenta a geração de um histórico constando data, hora, e porcentagem da multa a ser paga e a redução da demanda ativa. FIGURA 8.2 – Atuação do controlador com a geração de histórico Constata-se por meio da Figura 8.2 que ao final da ação do controlador, a demanda instantânea foi ajustada para 38000kW a qual se adequa ao fator de potência medido(0,88). O histórico gerado registra a redução da demanda instantânea juntamente com a redução da multa, que é anulada quando se trabalha com a demanda instantânea igual a 38000kW. A Tabela 8.1 apresenta o resultado de algumas simulações. Por meio desta tabela pode-se perceber que o valor da sobretaxa está diretamente associado ao valor do fator de potência instantâneo, de modo que quanto mais abaixo do valor do fator de potência de referência mais alta será a sobretaxa. Sendo assim justifica-se mais uma vez a aplicação do software aqui proposto, o qual busca a redução da demanda instantânea de modo a se reduzir o percentual da sobretaxa. 48 TABELA 8.1 – Resultado das simulações Simulações Demanda Contratada Fator de Potência de Referência Fator de Potência Instantâneo Demanda Corrigida 1 40.000 0.92 0.95 40.000 Sobretaxa sem Atuação do Controlador 0 2 40.000 0.92 0.88 38.000 4,55% 3 40.000 0.92 0.85 36.800 8,24% 4 40.000 0.92 0.80 34.400 15,00% 5 40.000 0.92 0.75 32.400 22,67% 49 CAPÍTULO 9 9 CONCLUSÕES E SUGESTÕES Neste trabalho foi realizada uma análise do sistema tarifário, regulamentado pela resolução 456 de 29 de novembro de 2000, publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Este trabalho comprovou a importância dos sistemas de gerenciamento de energia elétrica para as empresas. Os investimentos necessários para a implantação dos sistemas de gerenciamento são facilmente justificados e são decorrentes da economia de energia, associada à melhoria contínua do processo produtivo. Desta forma o gerenciamento da energia elétrica, é fundamental para as empresas eletro intensivas. Um importante passo para a racionalização do uso de energia é a análise das contas, considerando o sistema tarifário previsto na legislação vigente. Com relação às diversas imposições por parte das concessionárias destaca-se as sobretaxas pelo excesso de reativos e por isso a necessidade de se manter o fator de potência e a demanda de potência reativa em seus limites estabelecidos. A cobrança de sobretaxas pode ser administrada como uma oportunidade de negócios, por meio de uma análise considerando o valor da produção e o valor das sobretaxas a serem pagas. A possibilidade da redução da demanda ativa, fazendo-se uma seleção adequada das cargas a serem retiradas, permite que se trabalhe em níveis de fator de potência abaixo do permitido de modo a não ser multado pelo excesso de demanda reativa, o que torna fundamental a utilização de controladores inteligentes. Sugere-se que os futuros trabalhos contemplem a implementação de melhorias no software atual, incluindo novas rotinas de simulação. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, J. C. O.; OLIVEIRA, M. A. G. Sistema de Gerenciamento do Consumo e da Qualidade de Energia Elétrica. Brasília, 2002. 6 p. XV Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica – SENDI 2002. ANEEL. Disponível em: < http:// www.aneel.gov.br>. Acesso em 15 de junho. 2006. CONTROLE E INSTRUMENTAÇÃO – ABRIL 2001. ELETROPAULO. Disponível em: < http://www.eletropaulo.com.br >. Acesso em 16 de setembro. 2006. ENGECOMP Tecnologia em Automação e Controle Ltda. Disponível em < http://engecomp.com.br >. Acesso15 de setembro. 2006. HORTA, L.A. et al. Conservação de Energia: Eficiência Energética de Instalações e Equipamentos. 2ª. ed. Itajubá: Editora da EFEI, 2001. MARTE, C.L. Automação Predial 1ª ed. Carthago e Forte, 1995, 120 p.