Um legado incomparável para humanidade VII “O paradoxo do cristianismo é justamente o de que a verdade eterna irrompe na história e na finitude. Neste entendimento a verdade não é um conceito, mas uma pessoa, uma vida; a verdade cria corpo, é encarnação. Este é o sentido de Jesus Cristo, a rigor o único paradoxo do Cristianismo”. Filósofo brasileiro Dr. Jonas Hoos especialista em Kierkegaard. Se os fatos referentes a Jesus Cristo são, como revela a cosmovisão cristã, uma verdade que irrompe na história, a mesma precisa deixar seu rastro na vida de homens e mulheres em determinado tempo e em certa geografia de tal forma que a historiografia, arqueologia e cultura revelem tais traços. Pelo que tudo indica a história está plena dos reflexos de Jesus. Como acentua o historiador da Universidade de Yale Jaroslav Pelikan (1923-2006) e ex-presidente da Academia americana de ciências e artes: “Independentemente do que qualquer um pode pessoalmente pensar ou acreditar nele, Jesus de Nazaré foi a figura dominante na história da cultura ocidental por quase 20 séculos. Se fosse possível, com algum tipo de super ímã, puxar para cima cada pedaço de história, com pelo menos um traço de seu nome, quanto ficaria?” Segundo Otto Borchert, o historiador e teólogo alemão com formação em Leipzig, Halle e Wittenberg, três grandes povos e civilizações tiveram uma influência transformadora em sua história ao entrar em contato com Cristo. A primeira delas foi a Grécia “com todo o seu esplendor, que manifestou a tendência, cada vez mais, de assumir os fortes coloridos do Oriente.” No mesmo período com consequências posteriores “o Império Romano, com a sua concupiscência de domínio, precisou haver-se com Ele.” Mais tarde e de maneira mais pontual, “o retrato de Jesus passou para um terceiro povo, pois naquele ínterim uma nova época se iniciara na história do mundo, e o germanismo, com todo o seu poderio, subiu ao palco” (O Jesus Histórico, 1990). A influência de Jesus é sentido no mundo ainda que não de forma tão plena como no caso citado acima. O fato permanece. É inegável o impacto que Jesus deixa onde fora recebido, ainda que só por alguns. Em se tratando do pouco tempo de vida pública de Jesus é inevitável as comparações com outros personagens: “Maomé teve vinte e dois anos para trabalhar; Buda teve quarenta e cinco anos. Jesus trabalhou pouco menos de três anos, morrendo logo depois de completar trinta anos (Lc 3.23). Não obstante a curta vida desse Homem, Ele difundiu pelos séculos influências tão estupendas, que até humanamente falando, nenhum outro homem pode ser colocado na mesma categoria com Ele. Nenhum outro personagem histórico teve influência que mesmo de longe se comparasse com a dEle” (Borchert, 1990). A pergunta levantada agora é: Será possível perceber traços de mudanças históricas a partir da pessoa de Jesus de Nazaré? Ou seria tal personagem alguém a oferecer somente um paliativo para momentos de tristeza? Um tipo de autoajuda cristã, sem nenhum impacto na vida social, política, moral e econômica de um povo? O Dr. John Ortberg, doutor em psicologia clínica pelo Fuller Theological Seminary fez uma proposta interessante aos candidatos à presidência dos Estados Unidos da América (2012): Barack Obama e Mitt Romney. Ele apresentou-as no artigo: Six Surprising Ways Jesus Changed The World (Seis maneiras surpreendentes que Jesus mudou o mundo). Segundo Ele Jesus é como um cometa muito rápido que passa sobre nosso planeta, mas deixa seu poderoso rastro por longo tempo. As áreas analisadas posteriormente serão: A vida das crianças; a educação; a compaixão; a virtude da humildade; a virtude do perdão. Por isso Paulo escreveu: “Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.17). Nele a história faz sentido. Que o Eterno nos ajude. Rev. Heliel G. Carvalho – [email protected]