Boletim 826/2015 – Ano VII – 04/09/2015
Mais categorias aceitam parcelar reajuste salarial
Com a inflação e o desemprego em alta, cresce a tendência de negociar reajustes
parcelados nas campanhas salarias deste ano.
O parcelamento já ocorreu em acordos firmados por 12 categorias profissionais de oito
Estados, com data-base entre março e maio, segundo dados do Dieese.
Entre os que negociaram reajuste parcelado estão os metalúrgicos de GO, MG e RS; os
operários da construção, mármore e granito do RJ; empregados do setor plástico de SC;
professores de SP e do PA, e eletricitários e empregados de usinas e empresas do setor do
álcool de SP.
De um total de 67 acordos realizados com usinas ou empresas do álcool, por exemplo, 27%
(ou 18 acordos) foram fechados com INPC pago em duas vezes -em maio e novembro. Há
ainda 20 negociações em andamento ou esperando decisão da Justiça e outras 29 foram
fechadas com reajuste pago em uma única vez. A maior parte deles prevê correção de
8,34%, que corresponde a inflação medida pelo INPC no acumulado de maio de 2014 a abril
de 2015.
"O que se busca, quando ocorre o parcelamento dos reajustes, é negociar uma correção
maior para outros benefícios ou para a participação nos lucros para compensar o
fracionamento. Mas, para o trabalhador, ainda é melhor receber o reajuste parcelado do que
uma correção inferior à inflação", diz Edson Dias Bicalho, secretário-geral da Fequimfar,
federação estadual dos químicos.
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PARCELAMENTO
Nos dados do Dieese deste ano, o percentual de negociações com reajuste parcelado
passou para 6%. No ano passado, foram 4,3% e em 2008 representaram apenas 2,6% da
amostra com 302 negociações feitas pelas mesmas categorias em todos esses anos.
"Em momentos de adversidade para o emprego, cresce o número de acordos com a inflação
paga de forma parcelada, com escalonamento por faixa salarial [correção integral do INPC
até um limite salarial e acima dessa faixa um valor fixo, geralmente inferior à inflação] e
pagamento de abonos", diz José Silvestre de Oliveira, coordenador do Dieese.
Cálculo do departamento mostra que, no caso de um salário de R$ 1.000 e um reajuste
único de 8,34%, por exemplo, o trabalhador receberá R$ 13.000,80 em um período de 12
meses.
Com o reajuste parcelado de 4,34% em maio e 3,834% em novembro, receberá R$
12.800,80 em 12 meses. Nesse caso, a perda nominal (sem correção da inflação) será de
R$ 200 ou de 1,54% no período.
A tendência de negociar reajustes parcelados ou reposições inferiores à inflação tem sido
usada também para a manutenção de empregos, dizem sindicalistas e analistas de mercado
de trabalho.
Na Mercedes-Benz, de São Bernardo do Campo, por exemplo, em troca do cancelamento
de 1.500 demissões, o acordo feito com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC -e aprovado
pelos trabalhadores- prevê redução de 20% da jornada de trabalho, com redução de 10%
dos salários.
Além disso o acordo prevê, o congelamento da tabela salarial até dezembro de 2016 e
metade do reajuste salarial previamente negociado para 2016. Será incorporado em maio,
aos salários 50% do INPC, e a outra metade será paga em forma de abono, em duas
parcelas, no valor total de R$ 3.000.
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CENÁRIO DESFAVORÁVEL
Oito em cada dez sindicatos admitem estar mais pessimistas e qualificam o cenário atual de
demissões como desfavorável às negociações.
Os dados constam de pesquisa feita em julho pela Força Sindical com 235 sindicatos
associados, que reúnem 23% do total de trabalhadores que a central informa representar.
São entidades de todo o país e que representam trabalhadores de sete setores.
"A ideia é, a partir da pesquisa, criar um índice de percepção dos sindicalistas, como já
existe entre os consumidores e os empresários. Inicialmente o indicador deve ser bimestral
e no futuro passará a ser mensal", diz Miguel Torres, presidente da central.
MAPA DE DESEMPREGO
Para mostrar de forma mais simples ao trabalhador os efeitos da recessão e intensificar a
ação sindical, a central vai lançar em seu site o mapa do desemprego, com dados oficiais
do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.
A ideia é estimular, entre os sindicalistas, o debate sobre políticas locais e públicas para
evitar mais demissões.
A entidade instalará um telão em frente à sede do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo,
no bairro da Liberdade, para permitir que os trabalhadores possam interagir com os dados.
(Fonte: Folha de SP dia 04-09-2015).
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Petroleiros iniciam greve por tempo indeterminado na 6ª
Objetivo é pressionar Petrobras a rever processo de venda de ativos, que visa enfrentar
crise financeira
Empresa diz estar aberta ao diálogo; paralisações anteriores da categoria não causaram
problema ao abastecimento do país
A partir de sexta (4), a Petrobras terá um novo problema para resolver: seus funcionários
vão parar. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) informou nesta terça (1º) que protocolou
na empresa comunicado oficial de greve por tempo indeterminado.
A greve foi aprovada pela federação –que é ligada à CUT e representa 12 sindicatos de
funcionários da Petrobras– para pressionar a empresa a rever o processo de venda de ativos
para enfrentar a crise financeira.
A Petrobras tem 86 mil empregados diretos e enfrenta sua pior crise, desde que a Operação
Lava Jato revelou o rombo causado por sucessivos desvios e derrubou a confiança dos
investidores.
De acordo com o coordenador da FUP, José Maria Rangel, a estratégia da greve será
definida em reunião na própria sexta. Entre as ações em estudo pela federação, está a
paralisação de atividades em plataformas de petróleo e em refinarias. "A ideia de uma greve
é imputar algum prejuízo ao capital."
A Petrobras disse que agendou reunião com os representantes da federação para esta
quinta (3) para tratar do processo de negociação do acordo coletivo de 2015. Disse ainda
que está aberta ao diálogo.
Nas paralisações anteriores da categoria, não houve problemas de abastecimento. A
Petrobras tem conseguido responder com planos de contingência para manter as atividades
de exploração e refino. Nesses planos, a empresa costuma realocar funcionários para áreas
sensíveis.
A mais recente grande greve de petroleiros com impacto, de fato, na economia foi realizada
em 1993 e motivada pela expectativa de privatização da companhia.
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O novo plano de negócios da estatal prevê a venda de um total de US$ 15,1 bilhões em
ativos até o fim de 2016. A estratégia de capitalização inclui a venda de participações em
campos de petróleo, gasodutos, distribuidoras de gás e na BR Distribuidora.
O objetivo da Petrobras é reduzir sua dívida –de US$ 120 bilhões– e gerar caixa para
investimentos.
(Fonte: Folha de SP dia 04-09-2015).
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Justiça libera pagamento a empregados da falida Vasp
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(Fonte: Valor econômico dia 04-09-2015).
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Depois da Mercedes, Volkswagen começa a negociar PPE no
ABC
(Fonte: Valor econômico dia 04-09-2015).
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(Fonte: Diário de SP dia 04-09-2015).
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(Fonte: Diário de SP dia 04-09-2015).
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Informe Desin 826 Ano VII - 04-09-2015