Coluna Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade Rodrigo Silva Diretor da Faculdade Fucapi [email protected] Procuram-se engenheiros e técnicos Grandes eventos serão realizados no Brasil nos próximos anos. A Copa do Mundo transformou o país em enorme um canteiro de obras. São milhares de empregos já criados e ainda muitos a serem gerados em áreas específicas. Com a demanda aquecida, aparecem os primeiros problemas de anos de falta de interesse de gerações anteriores e atuais em profissões e disciplinas relacionadas à tecnologia. Temos como exemplo a área de telecomunicações, mas essa realidade acaba se configurando nos mais diversos ramos de engenharia. No final dos anos 90, com a privatização das empresas de telefonia fixa e móvel, uma demanda repentina por profissionais foi estabelecida, o que levou uma massa de jovens e adultos a ingressarem na área. Uma década depois, as empresas mais eficientes, particularmente da iniciativa privada, em função da administração mais eficiente, diminuíram seus quadros técnicos e houve uma pequena estagnação no mercado de trabalho para profissionais da área. Rapidamente as escolas de formação deste tipo de profissional foram se esvaziando. Mas um país que quer crescer em ritmo acelerado, que se dispõe a abrir as portas para o turismo para elevar os níveis de consumo, precisa de profissionais desta área, assim como de todas as outras. Estimativas apontam que o déficit será de mais de 15 mil técnicos a partir deste ano, considerando operadoras de telefonia fixa e móvel, de infraestrutura de internet e fabricantes de equipamentos. E a carência de engenheiros de telecomunicações é estimada em 10 mil profissionais. O problema é grave, especialmente diante do aumento nos projetos de telefonia móvel de quarta geração (4G) e de expansão das redes de banda larga previstos para 2013. E a análise dos números dos principais centros de formação do país mostra que a oferta de profissionais técnicos em telecomunicações é pequena quando comparada às necessidades do setor. O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) registra por ano 1 milhão de matrículas em 50 carreiras em todo o Brasil. Em São Paulo, onde está a principal demanda por profissionais, formam-se, por ano, apenas 1 mil técnicos. Os salários iniciais variam de R$ 2,5 mil para técnicos (instaladores de cabos, operadores de redes e projetistas de infraestrutura) e R$ 4 mil para engenheiros, com ofertas de trabalho em empresas de telecomunicações (de rádio e TV, de telefonia fixa e móvel, satélite e radiofrequência) de Manaus e de toda a Região Norte. Há escolas de formação somente no Amazonas e Pará. A FUCAPI executa, desde a sua criação, uma política educacional voltada para as necessidades do mercado de trabalho, com cursos de vão desde o nível Médio Técnico à Pós-Graduação planejados para atender demandas específicas, investindo, também, na qualificação de seu corpo docente: mais da metade dos professores da FUCAPI são mestres ou doutores. Somente nos cursos Técnico Profissionalizante em Telecomunicações e Superior de Engenharia de Telecomunicações, já foram mais de 300 profissionais formados. Na FUCAPI, essa conexão com o mercado leva a altos níveis de empregabilidade, com os profissionais sendo contratados por empresas locais ainda enquanto estudantes. Hoje, é com orgulho que vemos ex-alunos nossos dos cursos de telecomunicações e de outras áreas fazerem carreira em empresas de grande porte. E o mercado continua à procura de engenheiros e técnicos.