Como elaborar um
Relatório Científico
Ursula Matte
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
PPG Genética e Biologia Molecular
PPG Saúde da Criança e do Adolescente
Por que elaborar um relatório?
Exigência da maioria das agências.
 Mas tem lá suas vantagens....

Exercitar...

A escrita científica - e o pensamento
científico!
organização das idéias
desenho dos experimentos
organização dos resultados
interpretação, conclusões
compreensão dos princípios sob investigação
Nance Nardi, 2010
O sonho de todo relatório é virar um artigo!
Itens do Relatório




Identificação
Introdução
Materiais e métodos
Resultados








Tabelas
Figuras
Discussão e Conclusões
Cronograma
Perspectivas
Bibliografia
Outras atividades desenvolvidas
Anexos
Identificação
Título do projeto
 Nome do bolsista
 Nome do orientador
 Local de execução
 Período de vigência do relatório

Introdução
Resumida – situar o leitor.
 Informações da literatura.
 Justificativa e objetivos da pesquisa.

Qual a pergunta que você está fazendo, e por que
vale a pena fazê-la?
Nance Nardi, 2010
Material e Métodos



Quais as atividades realizadas e como elas
foram feitas.
Nível de detalhamento que permita que outra
pessoa da área possa repetir o experimento ou
buscar informações sobre como fazê-lo.
Análise estatística – depende do número de
dados, justificar a ausência pelo baixo n (dados
preliminares)
Resultados
Parciais ou finais.
 Resultados obtidos pelo aluno e não pelo
projeto.
 Adequados aos objetivos.
 Tabelas e figuras – devem ser citadas no
texto e complementam (mas não repetem)
a informação.

Tabelas – numeradas sequencialmente,
com a legenda na porção superior.
 Figuras – outra numeração sequencial,
com legenda na porção inferior.
 As legendas devem ser auto-explicativas,
isto é, são compreensíveis sem o auxílio
do texto.
 Incluir análise estatística, se houver.

Tabela 1 – Legenda acima da tabela
1° Trim
2° Trim
3° Trim
4° Trim
Leste
20,4
27,4
90
20,4
Oeste
30,6
38,6
34,6
31,6
Norte
45,9
46,9
45
43,9
No primeiro trimestre a região leste
apresentou 20,4 graus, enquanto a
oeste apresentou 30,6 e a norte 45,9.
No segundo trimestre a região leste
apresentou 27,4 graus, enquanto a
oeste apresentou 38,6 e a norte 46,9
(Tabela 1, Figura 1).
Ou uma coisa ou outra!
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Leste
Oeste
Norte
1° Trim 2° Trim 3° Trim 4° Trim
Figura 1 – Legenda abaixo do gráfico
Discussão e Conclusões
O que mostram os resultados obtidos até
o momento.
 Como os resultados obtidos se comparam
aos existentes na literatura.
 Que modificações podem/devem ser feitas
no projeto original.

Cronograma
Acompanhamento do andamento do
projeto
 Atividades desenvolvidas até o momento
 Caso existam atrasos importantes no
cronograma, justificar
 Planos para as próximas etapas

Perspectivas
Ideias para a continuidade ou
desdobramentos do trabalho.
 Modificações importantes dos objetivos ou
dos métodos a serem utilizados.
 Seja coerente com o cronograma!

Bibliografia

Várias maneiras (ABNT, Vancouver,
Chicago) – escolha uma e seja fiel.

Só coloque na bibliografia o que foi citado
no texto.

Não esqueça de
referências citadas.
incluir
todas
as
Outras atividades
Colaboração em outros projetos
 Cursos realizados
 Participação em congressos
 Seminários de grupos de pesquisa

Anexos
Resumos apresentados em Congressos
 Artigos publicados ou submetidos para
publicação

Qualidades do relatório
Resumido porém completo
 Claro e objetivo
 Instrumento de avaliação

 do
projeto, do aluno, do orientador, do
programa…
Exemplo
Terapia Gênica in vitro para
Gangliosidose GM1
Identificação
Projeto PROABI – FAPERGS
 Local de realização: HCPA/UFRGS

Introdução
O que é Gangliosidose GM1
 Qual o estado da arte da terapia gênica
 Qual a importância desse estudo

“A Gangliosidose GM1 é uma doença lisossômica de
depósito herdada de modo autossômico recessivo. A
enzima deficiente é a -galactosidase ácida. (...) Até o
presente momento, não há um tratamento efetivo para a
Gangliosidose GM1, nem para as outras doenças
lisossômicas com envolvimento do SNC. (...) Diversos
estudos in vitro e em animais tem demonstrado a
potencialidade da terapia gênica para o tratamento de
doenças lisossômicas de depósito.”
Material e métodos
Como a terapia gênica será realizada
 Quais as atividades do aluno de IC no
âmbito do projeto

“Inicialmente o cDNA da b-Gal fornecido pela dra. A.
d’Azzo, de Memphis, EUA, foi clonado no vetor de
expressão pSCTOP utilizando a enzima de restrição SacI.
A verificação da inserção correta do transgene no vetor foi
realizado utilizando a enzima HaeIII. (...) Este vetor foi
utilizado para transfecção de fibroblastos de pacientes em
cultura utilizando do kit comercial LipofectAMINE Plus,
segundo as instruções do fabricante. (...) Células de
indivíduos sem Gangliosidose GM1 foram utilizadas como
controles para detecção dos padrões normais.”
Resultados


Fibroblastos de quantos pacientes foram
tratados e qual o impacto do tratamento na
atividade enzimática.
Apenas os resultados obtidos, sem
comentários sobre o seu significado.
“Nas células mantidas em cultivo sem seleção, observouse um aumento da atividade enzimática após 48h nos
grupos tratados com pSCTOP-Gal e pREP9-Gal.
Entretanto, após 7 dias os valores haviam diminuído,
demonstrando uma tendência de retorno a níveis
semelhantes aos de fibroblastos não tratados (figura 1).
Uma vez que foram analisados apenas dois pacientes em
cada grupo, não foi feita análise estatística, por se tratar
de dados preliminares.”
Atividade Enzimática
(nmoles/h/mg prot.)
600
500
502,9
486,18
400
396,3
464
204,3
300
200
100
pSCTOP B-gal
pREP9 B-gal
69,86
105,4
69,86
0
1dd
2dd
7dd
Tempo (dias)
Figura 1 – Comparação dos níveis de atividade enzimática
obtidos após transfecção transitória de fibroblastos com os
vetores pREP9-Gal e pSCTOP-Gal em relação aos valores
em fibroblastos de indivíduos com GM1 não tratados.
GM1
Discussão e Conclusões
Agora sim, os comentários.
 Qual plasmídeo possui maior nível de
expressão da enzima (e porque)
 Qual plasmídeo é mais estável
 Quais os próximos experimentos que
devem ser feitos

“O vetor pSCTOP-βGal está sob controle do promotor de
citomegalovirus (CMV), o qual apresenta máxima
atividade em condições basais e foi utilizado em vários
protocolos de terapia gênica (Senna-Esteves et al.,
2000). O vetor pREP9-βGal, por outo lado, está sob
controle do promotor do vírus do Sarcoma de Rous
(RSV), o qual não é tão bem caracterizado quanto o
CMV mas parece ter menos eficiência na expressão de
proteínas heterólogas.”
Cronograma
Etapa
Construção do plasmídeo
pREP-bGal
Construção do plasmídeo
pSCTOP-bGal
Comparação dos
plasmídeos – 7 dias
Comparação dos
plasmídeos – 30 e 90 dias
2002/1
2002/2
2003/1
2003/2





Perspectivas

O aumento obtido indica que estamos no
caminho certo.... ou não.
“Ainda que tenha sido possível realizar experimentos preliminares
que demonstram a correção do defeito bioquímico pela adição do
cDNA da -Gal, não foi possível estabelecer uma condição
adequada de transferência gênica que permita manter os níveis de
expressão gênica. Novas estratégias devem ser previstas para que
as células possam ser mantidas por 30 e 90 dias expressando o
transgene.”
Alguns conselhos…




Prepare o relatório com antecedência,
aproveite o tempo para analisar os dados e
discutir com os colegas
Revise o português e a digitação = LEIA
Mostre para o orientador
Aceite críticas e sugestões
Os cientistas
escrevem muito
Nance Nardi, 2010
Muitos cientistas são
mal compreendidos
porque não sabem
transmitir as suas
idéias.
Download

Arquivo