ESTUDO DE EQUIVALÊNCIA ENTRE GM1 BOVINO E GM1 PORCINO - III: AVALIAÇÃO RELACIONADA À TOXICIDADE E ATIVIDADE BIOLÓGICA CIRO FERREIRA DA SILVA*, PEDRO GONÇALVES DE OLIVEIRA**, *** * Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento - Instituto de Ciência Biológicas - USP ***Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz O monossialogangliosídeo (GM1) é uma molécula que apresenta, entre outras atividades, o estímulo ao crescimento e proteção contra degeneração neuronal retrógrada e anterógrada. Considerando que estudos realizados utilizando técnicas cromatográficas e espectrométricas demonstraram a equivalência molecular entre GM1 bovino e GM1 porcino, o presente trabalho descreve a avaliação comparativa da atividade biológica e de aspectos toxicológicos relacionados ao uso de GM1 de origem bovina e porcina. Para tanto, dezoito camundongos machos com aproximadamente 8 semanas de idade foram anestesiados com 0,02 mL de Avertin por grama de peso corpóreo. O nervo ciático esquerdo foi exposto e secionado na porção média da coxa e seus cotos (proximal e distal) foram introduzidos no interior de um tubo de polietileno com 0,76 mm de diâmetro interno. Os animais foram divididos em 3 grupos, recebendo injeções i.p. diárias de 30mg/kg de GM1 porcino (pGM1) ou GM1 bovino (bGM1), ou ainda, solução salina com tampão fosfato, utilizada como controle. Analisouse o efeito das amostras no reparo dos nervos secionados. A avaliação da toxicidade ocorreu através de ensaios de toxicidade aguda, toxicidade em 48 horas, toxicidade sub-crônica, toxicidade crônica, compatibilidade subcutânea e compatibilidade intramuscular. Esses testes foram realizados de acordo com as diretrizes da Farmacopéia Americana 28ª edição. Não foi verificada diferença estatisticamente significante no número de axônio mielínicos regenerados e presentes nos animais injetados com pGM1 e bGM1. Todavia, em ambos os casos a regeneração foi significativamente superior àquela verificada com a utilização da solução salina tamponada (p < 0,05). Os ensaios de segurança não demonstraram diferenças significativas relacionadas à exposição ao GM1 proveniente dessas fontes. Esses resultados indicam equivalência biológica entre o insumos obtido de cérebros bovinos e aquele proveniente de cérebros porcinos.