GEOGRAFIA
Capítulo 14 – pág. 250 a 262
4º bimestre
6ª série – 7º ano
O mercado de trabalho no
Brasil
 Participam
do mercado
de trabalho brasileiro
cerca de 86 milhões de
pessoas, praticamente
a metade da população
total do país, estimada
em
cerca
de
172
milhões,
segundo
dados do IBGE de
2003.
Esses
milhões
de
trabalhadores constituem a
População
Economicamente
Ativa (PEA), que engloba o
conjunto da população entre
15 e 65 anos ocupada
(mesmo em atividades não
remuneradas)
e
os
desempregados que estejam
procurando colocações.
A divisão de trabalho no Brasil

O setor terciário envolve
muitas atividades
profissionais, entre elas
algumas que exigem
profissionais formados em
curso superior ou pósgraduação, como
geógrafos, engenheiros,
arquitetos e
administradores que
trabalham em empresas
prestadoras de serviços.
Esse setor também engloba
serviços domésticos e o do
pequeno comércio.
O mercado de trabalho no
Brasil, assim como ocorre
com outros aspectos
sociais e econômicos do
país, não é uniforme. Isso
ocorre pela divisão do
trabalho entre o campo e
a cidade, mas também
em virtude das diferenças
regionais. Algumas
regiões receberam mais
indústrias no passado que
outras. Além disso,
alojam a sede de
importantes empresas do
setor comercial e de
serviços atualmente, o
que ampliou o
desequilíbrio social e de
desenvolvimento no país.
Com a industrialização tardia e a
modernização
do
campo,
os
trabalhadores
perderam
seu
trabalho no campo e os pequenos
agricultores perderam suas terras,
sendo obrigados a migrar para os
centros
urbanos,
onde,
sem
qualificação, viram-se forçados a
aceitar empregos no setor terciário,
semiqualificados
ou
sem
qualificação. Isto fez com que o
setor
terciário
desses
países
crescesse muito, mas sem a
qualificação profissional encontrada
neste
setor
nos
países
desenvolvidos. Por isso, utiliza-se a
expressão
"hipertrofia"
para
caracterizá-los.
Hipertrofia no Setor
Terciário
Brasil: evolução da distribuição
setorial do PEA
As grandes diferenças regionais
A
elevada concentração de renda no Brasil é
uma das causas dos problemas sociais que o
país enfrenta.
A
distribuição
do
PEA
pelos
setores
econômicos revela desigualdades regionais no
país.
 O Nordeste é a única região com mais de um
terço da PEA no setor primário.
 A PEA do setor primário não é tão expressiva
nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, embora
elas apresentem elevada produção agrícola.
Nessas regiões, as máquinas já substituíram
grande parte da força de trabalho no campo.
A
renda média dos
trabalhadores também é
muito desigual entre as
regiões brasileiras.
O salário mínimo foi
criado
em
1940.
Inicialmente tinha um
valor para cada região.
Desde 1988, é o mesmo
em todo país. Esse
salário deveria garantir
à trabalhadora ou ao
trabalhador e a sua
família
recursos
monetários suficientes
para
satisfazer
às
necessidades
de
moradia,
alimentação,
saúde,
higiene,
transporte,
educação,
vestuário e lazer.
Brasil: distribuição setorial da
PEA em 2003, por regiões
As diferenças segundo a cor e o
sexo
As diferenças regionais
são grandes, mas há
outras também graves.
Os negros e seus
descendentes recebem
salários menores que
os brancos. O mesmo
acontece com as
mulheres, quando
comparadas aos
homens.
Pode parecer esquisito, mas
algumas pessoas não são
contratadas para trabalhar
por
serem
negras.
Isso
acontece em nosso país, onde
muita gente fala que não
existe preconceito racial.
 Uma das explicações para tais
diferenças é a discriminação
racial.
 É
importante recuperar a
história para entender a
discriminação
racial
dos
negros brasileiros. Os negros
foram trazidos ao Brasil para
trabalhar
como
escravos.
Eram vistos como seres
inferiores
e
considerados
mercadoria, propriedade de
brancos que podiam vendêlos a qualquer momento.
As diferenças segundo a cor




No século XIX, uma série de leis passou a
lhes dar liberdade. Em 1888, a Lei Áurea
tornou livre todos os escravos. Mas essa
liberdade, conquistada há mais de 100 anos,
não significou o fim da discriminação.
A população negra é mais pobre que a
branca. Como resultado, o número de jovens
negros que abandonam os estudos é maior
que o de jovens brancos, pois precisam
trabalhar para ajudar no sustento da casa.
Para quebrar esse círculo, é preciso ampliar a
todos o acesso à educação. Caso contrário, as
diferenças não diminuirão. Por isso, uma das
maiores reivindicações do movimento negro
brasileiro é a introdução da discriminação
positiva.
A discriminação positiva
A discriminação positiva é uma política pública
que busca compensar os grupos sociais que
foram discriminados, como os negros. A
compensação pode ocorrer de várias maneiras,
garantindo, por exemplo, vagas a um
determinado
número
de
negros
em
universidades públicas ou postos de trabalho
em empresas públicas e privadas.
 A população negra brasileira apresenta os
piores indicadores de qualidade de vida do
Brasil. No início do século XXI, a expectativa
de vida dos negros brasileiros era de 65 anos,
enquanto a dos brancos atingia 71 anos. 702

As diferenças segundo o sexo
As mulheres brasileiras ganham
menos que os homens, ainda que
desenvolvam a mesma função.
 Das mulheres que trabalham, a
maior parte atua no setor informal,
que não registra o trabalhador.
Assim, elas ficam sem garantias
sociais,
e
trabalhistas,
como
aposentadoria
e
férias
remuneradas. E a maioria, apesar
de trabalhar fora de casa, continua
cuidando das tarefas domésticas.
Elas fazem “bicos”, recebendo
baixos salários para complementar
a renda.

Diferenças segundo sexo



Existem profissões consideradas basicamente femininas. Em
cada 10 pessoas que exercem as funções de costureiro,
enfermeiro, professor do ensino fundamental, recepcionista e
secretário, 8 são mulheres. Nos últimos anos, as mulheres
têm também sido empregadas na indústria eletrônica. Elas
atuam, por exemplo, na montagem de equipamentos
eletrônicos.
Raramente uma mulher ocupa um posto de chefia no Brasil.
De cada 10 cargos de presidentes e diretores de empresas,
apenas 1 é ocupado por mulher.
Por causa de seus problemas específicos, as mulheres vêm
exigindo mudanças nas relações de trabalho. As conquistas
têm sido lentas, mas já resultaram, por exemplo, na
instalação de creches nas empresas e em licenças para
amamentar. Mas elas querem mais. Principalmente as que
conseguiram romper os preconceitos e ocupam posições de
destaque, que exigem ganhar o mesmo salário pago aos
homens. 702
A organização sindical


Outro fator que contribui para
a desigualdade dos salários no
país é a organização dos
trabalhadores. No Sul e no
Sudeste,
sindicatos
de
trabalhadores
conseguiram
vitórias importantes a partir
do final da década de 1970
A
organização
dos
trabalhadores
brasileiros
avançou a ponto de surgirem
centrais sindicais, que são
organizações máximas que os
trabalhadores podem alcançar
dentro de um país. Ela reúne
sindicatos e federações de
todo país, independentemente
da
categoria
que
representem.
O trabalho infantil no Brasil

O trabalho infantil é proibido
no Brasil. A Constituição de
1988 estabeleceu em seu
artigo 7º que até os 14 anos
de idade ninguém pode
trabalhar. O Estatuto da
Criança e do Adolescente,
promulgado
em
1990,
dispõe que, entre os 14 e
16 anos, o adolescente só
pode
ser
admitido
na
condição de aprendiz de
determinado ofício, e desde
que não seja submetido a
trabalhos pesados ou a
jornadas noturnas.
O
trabalho infantil vem sendo combatido
pelo governo federal por meio de um
programa de fornecimento de bolsas de
estudo em dinheiro para famílias carentes
que mantiverem seus filhos na escola. Por
causa desse programa, implementado em
1996, a situação melhorou, principalmente
nas zonas rurais.
 Empresários também estão se mobilizando
contra o trabalho infantil. A Fundação
Abrinq pelos Direitos da Criança tem
desenvolvido programas para denunciar os
problemas
do
trabalho
infantil
em
empresas e junto aos pais. 703
GEOGRAFIA - CORREÇÃO PG 262
PASSANDO A LIMPO - 4ºBIMESTRE


1. PEA é a População Economicamente Ativa,
ou seja, a parcela da população de um país
entre 15 e 65 anos ocupada. Também faz
parte da PEA os desempregados que estejam
procurando colocações.
2. Os empregos do setor terciário, que
engloba o comércio e os serviços,
representam 58,8% da PEA no Brasil. As
atividades do setor secundário e do setor
primário representam 20,6% cada um. Estes
dados demonstram que a economia brasileira
é tipicamente urbana e industrial.
 3.
Esse desequilíbrio está
relacionado com a diferença de
distribuição setorial da PEA por
regiões do país. Nas regiões
com maior porcentagem da PEA
no setor primário, a renda dos
trabalhadores é menor.
 4. Resposta Pessoal
 5. Trata-se de uma política
pública que busca compensar
os grupos sociais que foram
discriminados, como negros.
6. A garantia de vagas a um
determinado número de negros
em universidades públicas ou
postos de trabalho.
7. As mulheres também são
discriminadas no mercado de
trabalho. Além disso, a maior
parte das mulheres que trabalha
atua no setor informal, que não
registra o trabalhador, sendo
mal remuneradas.
 8.
Os atuais sindicatos surgiram
da resistência de categorias de
trabalhadores ao Regime Militar e
da luta pela democratização do
país.
 9. O trabalho de crianças é
aproveitado
para
as
mais
diferentes funções: na lavoura
(colheita
da
cana,
laranja,
tomate, fumo, algodão e café),
em carvoarias, em olarias, em
mineradoras. O trabalho precoce
prejudica o desenvolvimento da
criança, que abandona a escola e
não tem tempo de brincar.
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OS BRASILEIROS E O MUNDO DO TRABALHO - 7%BAano