OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO Juliana Maia 04/10/11 OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO INTRODUÇÃO • É um distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea (DMO), com deterioração da microarquitetura óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA: • A prevalência de osteoporose e incidência de fraturas variam de acordo com o sexo e a raça. • As mulheres brancas na pós-menopausa apresentam maior incidência de fraturas. • A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FISIOPATOLOGIA • Baixa massa óssea e fragilidade esquelética em adultos podem ser resultado de: - Baixo pico de massa óssea no início da idade adulta - Excesso de perda de massa óssea na vida adulta, ou ambos. PICO DE MASSA ÓSSEA: • • Cerca de 70% a 80% é geneticamente determinado. Muitos fatores não genéticos contribuem, como nutrição (ex: cálcio, fosfato, proteínas e vitamina D) e hormônios envolvidos no crescimento e puberdade. REMODELAÇÃO • Uma vez que pico de massa óssea do adulto é atingido, inicia-se o processo de remodelação óssea (o osso velho é substituído por osso novo). • A remodelação é regida pela ação de: - Osteoclastos: reabsorvem osso velho - Osteoblastos: produzem osso novo. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FISIOPATOLOGIA • O recrutamento e a atividade dessas células, dependem da participação sistêmica de hormônios e citocinas local. • Recentemente, surgiram como princ. reguladores locais da remodelação óssea: o receptor ativador do fator nuclear-kb (RANK), seu ligante RANKL, e a osteoprotegerina (OPG). • Nas mulheres, as alterações hormonais que ocorrem durante a perimenopausa e na pós-menopausa estimulam a produção de RANKL (direta e indiretamente), levando à perda óssea acelerada. • A taxa média de perda de massa óssea durante este período é cerca de 1% ao ano • Já a perda de massa óssea relacionada à idade se inicia na 6ª década de vida em homens e mulheres e procede a um ritmo mais lento, cerca de 0,5% ao ano. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FISIOPATOLOGIA • Juntamente com a perda de massa óssea devido à menopausa ou envelhecimento, há também mudanças na qualidade óssea. • Muitos fatores podem influenciar na taxa de perda óssea e no risco de fraturas, como: nutrição, vitamina D, exercícios, tabagismo e a presença de outras doenças e uso de medicamentos. VITAMINA D: • Em particular, deficiência de vitamina D (isolada ou associada à desnutrição generalizada) = quase uma epidemia em todo o mundo. • Mesmo a deficiência de vitamina D leve/moderada reduz absorção de cálcio e pode levar a aumento de reabsorção óssea mediada por PTH. • A def. vit. D também provoca diminuição da força muscular e equilíbrio, levando a um aumento do risco de queda. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO Bandeira F, Graf H, et al. Endocrinologia e Diabetes. 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FATORES DE RISCO • História familiar – Presente em 60-70% das mulheres com osteoporose • Idade • Sexo (feminino) • Peso – Baixo peso. Obesidade?? • Etnia – Caucasianos e asiáticos < pico de massa óssea que negros e hispânicos • Sedentarismo – Princ. na adolescência – contribui para baixo pico de massa óssea. • Desnutrição • Nutricionais – • • • • • • Baixa ingestão de Ca e VitD Tabagismo Etilismo Retardo puberal/hipogonadismo Menopausa Deficiência de GH/IGF-1 Imobilização – Aumenta reabsorção óssea • História pessoal de fraturas Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO • Estudos populacionais em coortes da Europa, América do Norte, Ásia e Austrália. • Avaliar risco de fraturas em homens e mulheres ≥ 50 anos. • Probabilidade fratura de colo do fêmur ou fratura osteoporótica maior em 10a. • Fratura osteoporótica maior: quadril, vertebrais clínicas, antebraço ou úmero. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FATORES DE RISCO FRAX • Usa o sexo, idade, IMC, fratura prévia, uso prolongado de glicocorticóide, artrite reumatóide (ou causas secundárias de osteoporose), tabagismo, ingestão de álcool (> 3 unidades/dia) e (opcionalmente) a densidade mineral óssea de o colo do fêmur. • FRAX com densidade mineral óssea é melhor que FRAX sem densidade mineral óssea ou densidade mineral óssea sozinha. • Não deve ser aplicado a indivíduos < 50 anos. 2010 clinical practice guidelines for the diagnosis and management of osteoporosis in Canada - CMAJ 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO • OSTEOPOROSE PRIMÁRIA – Pós-menopausa – Senil – Idiopática – Juvenil idiopática • OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO • OSTEOPOROSE PRIMÁRIA – Pós-menopausa – Senil – Idiopática Reabsorção óssea excessiva e diminuição da formação como consequência da deficiência estrogênica. – Juvenil idiopática • OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO • OSTEOPOROSE PRIMÁRIA – Pós-menopausa – Senil – Idiopática – Juvenil idiopática - Após 70 anos em ambos os sexos. - Diminuição da formação óssea (falência dos osteoblastos) e da produção renal de 1,25-OHD, além de diminuição da absorção intestinal de cálcio e elevação do PTH • OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO • OSTEOPOROSE PRIMÁRIA – Pós-menopausa – Senil – Idiopática – Juvenil idiopática - Patogenia incerta • Anormalidades na função de osteoblastos • Diminuição de IGF-1 • Deficiência estrogênica subclínica - Mulheres na pré-menopausa e homens jovens (idade média 35a). - ♀=♂. Caucasianos > outras raças. - Geralmente múltiplas fraturas - História familiar de osteoporose é comum • OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO • OSTEOPOROSE PRIMÁRIA – Pós-menopausa – Senil – Idiopática – Juvenil idiopática - Condição incomum - Ocorre na puberdade - Em geral, é autolimitada - Observa-se compressão vertebral, biconcavidade, colapsos vertebrais e fraturas metafisárias • OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA • CAUSAS SECUNDÁRIAS • Nos homens, a presença de uma causa secundária de osteoporose é mais freqüente (30% a 60%), sendo o uso de glicocorticóide, hipogonadismo e o alcoolismo, as mais prevalentes. • Nas mulheres na pós-menopausa a presença de causas secundárias é menos freqüente, embora também deva ser sempre considerada. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO FATORES DE RISCO • CAUSAS SECUNDÁRIAS ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA • GLICOCORTICÓIDE • Perda óssea associada a glicocorticóides desenvolve-se rapidamente, dentro de três a seis meses, e o risco de fratura aumenta com doses baixas como 2,5-7,5 mg/dia. • Uso a longo prazo de glicocorticóides (três meses ou mais) tem resultado em uma incidência de fraturas de 30% -50%, princ. em > 40 anos e naqueles que utilizam altas doses. 2010 clinical practice guidelines for the diagnosis and management of osteoporosis in Canada - CMAJ ________________________________________________________________________________________________________________________ 2010. OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE – GRAVIDEZ E LACTAÇÃO GRAVIDEZ E LACTAÇÃO NORMAIS: • Gravidez – associada a perda de massa óssea de +/- 5% na coluna e fêmur • Lactação – perda de 3-10% em 3-6 meses de lactação – Requerimento de cálcio para produção de leite – Deficiência estrogênica pela amenorreia associada a lactação – Aumento de PTH-rP (secretado pela gland. mamária) OSTEOPOROSE ASSOCIADA A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO • Rara. Prevalência, etiologia e patogênese desconhecidas. • Dor óssea e fraturas por fragilidade (princ. vertebrais) • Mais comum no 3º trim. da 1ª gestação ou pós-parto recente. • Geralmente há resolução sem uso de anti-reabsortivos e não recorre em gestações posteriores. Up to date 19.2 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE EM HOMENS • 1/3 de todas as fraturas de fêmur no mundo ocorrem em homens. • Mortalidade > 37,5%. • Freqüentemente associado a causas secundárias. • 40% idiopática. Osteoporosis in Men. N engl J Med,. 2008. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE EM HOMENS Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO OSTEOPOROSE EM HOMENS INVESTIGAR CAUSAS SECUNDÁRIAS Osteoporosis in Men. N engl J Med,. 2008. ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO ANAMNESE • • • • • • • • • • Sexo / Idade / Raça Co-morbidades (AR, DPOC, DM, Def. de GH, hiperpara, etc.) Hábitos de vida (álcool, tabagismo e cafeína). Exercício – sedentarismo x excesso Menarca e menopausa Medicações Dieta História familiar Dor toraco-lombar aguda ou crônica. Relato de diminuição de estatura. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • EXAME FÍSICO • Fundamentais na avaliação física de pctes com osteoporose: – estatura; – peso corporal; – hipercifose dorsal; – outras deformidades esqueléticas; – sinais físicos de doenças associadas à osteoporose. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO LABORATORIAL • Avaliação mínima para todos os pacientes: – Hemograma completo + VHS; – Bioquímida: cálcio (corrigido pela albumina), fósforo, fosfatase alcalina, transaminases, eletroforese de proteínas e creatinina plasmáticas; – Função tireoideana – Calciúria de 24 horas; – Sumário de urina. Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO LABORATORIAL • Se a história médica e os achados do exame físico sugerirem causas secundárias de perda óssea, avaliações laboratoriais adicionais podem ser necessárias: – – – – – – – – – PTH 25-hidroxivitamina D Teste de supressão com dexametasona overnight Mielograma Testosterona em homens Ferro e Ferritina (se suspeita de hemocromatose) Anticorpos antigliadina e antiendomísio e Bx de intestino delgado Bx óssea Marcadores de reabsorção óssea Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • MARCADORES DE REMODELAÇÃO ÓSSEA • • Fornecem uma avaliação dinâmica da atividade do esqueleto. Marcadores de formação: – Fosfatase alcalina – Osteocalcina – Pró-peptídeos do colágeno tipo I • Marcadores de reabsorção: – – – – – NTX (N-telopeptídeo) CTX (C-telopeptídeo) Piridinolinas Hidroxiprolina Fosfatase ácida tartaro-resistente Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • MARCADORES DE REMODELAÇÃO ÓSSEA • Não podem ser usados para diagnosticar osteoporose • Porém os níveis elevados podem prever as taxas mais rápidas de perda óssea em grupos de pacientes e ser associados com aumento de risco de fratura independente da DMO na menopausa e em mulheres idosas. • Sua aplicação na prática clínica ainda é limitada. • Utilidade: – Prever risco de fraturas – Monitoramento de tratamento (Aderência / Falha/Resposta) • Respondem rapidamente à intervenção terapêutica, e as mudanças nos marcadores têm sido associadas com a resposta óssea ao tto e ↓risco de fraturas. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • RADIOGRAFIAS • Indicado para o diagnóstico das fraturas. • Esta técnica não pode ser utilizada para diagnosticar osteoporose. – É necessária perda de 30-40% da massa óssea para que a dça seja detectada por Rx. • São úteis para o diagnóstico diferencial de outras doenças que possam acometer o osso (mieloma múltiplo, osteomalácia e metastases ósseas) Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • OSTEOPOROSE DÇA ÓSTEO-METABÓLICA → ↓ FORÇA ÓSSEA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA + QUALIDADE ÓSSEA ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DENSIDADE MINERAL ÓSSEA • Medição da DMO pela DXA é o padrão ouro para diagnóstico não invasivo de osteoporose – DXA – absorciometria por raio X com dupla energia • Grande Limitação: Não avalia a Qualidade óssea Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 Osteoporos Int (2004) 15: 779–784 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 Special report on the official positions of the Int. Society for Clinical Densitometry - Osteoporos Int (2004) 15: 779–784 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • DENSITOMETRIA ÓSSEA - Interpretação • 1. Valores absolutos – DMO em gramas de mineral por cm2 de área de osso (g/cm2) – Úteis para monitorar mudanças da DMO ao longo do tempo; • 2. T-Score (em desvios-padrão- DP). – Referência = DMO média do pico de massa óssea em adultos jovens. – Classificação bem estabelecida para ♀ na pósmenopausa. • 3. Z-Score (em desvios-padrão - DP) – Referência = DMO média esperada para indivíduos da mesma idade, etnia e sexo. – Importante: Z-Score < -2,0 DP podem sugerir causas secundárias de osteoporose. – Em crianças utiliza-se o Z-Score. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • DENSITOMETRIA ÓSSEA - Situações especiais • Homens ( >20 anos) – ♂ > 65 anos → classificação da OMS (osteoporose = T-scores < -2,5). – ♂ 50-65 anos → T-score pode ser usados (osteoporose = T-score < -2,5 + outros fatores de risco para fratura). – ♂ < 50 anos → diagnóst. não deve ser feito com base na densitometria por si só. • Mulheres pré-menopausa (20 anos até menopausa) – Deve ser utilizado Z-score, em vez de T-score. – DMO por si só não deve ser usado para definir "osteoporose". – "baixa DMO" → DMO < -2,0 DP Z-score Special report on the official positions of the Int. Society for Clinical Densitometry Osteoporos Int (2004) 15: 779–784 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • DENSITOMETRIA ÓSSEA - Situações especiais • Crianças (♂ ou ♀ < 20 anos) – Z-scores deve ser utilizado – DMO por si só não deve ser usado para definir osteoporose. – ‘’baixa densidade óssea para idade cronológica’’ → Z-score < -2,0 DP. – Locais preferidos para medição são coluna e corpo total. – O valor da DMO para predizer fraturas em crianças é não bem determinado. Special report on the official positions of the Int. Society for Clinical Densitometry Osteoporos Int (2004) 15: 779–784 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • DENSITOMETRIA ÓSSEA – Considerações • • Medir a DMO na coluna PA e quadril em todos os pacientes. DMO de antebraço deve ser medido se: – quadril e / ou coluna não pode ser medido ou interpretadas; – hiperparatireoidismo; – Pacientes muito obesas (acima do limite de peso para a tabela DXA). • Calcular o percentual de perda ou ganho de massa óssea. – Uma variação maior do que 3% é significativa (variação do aparelho) • Artefatos: • Zipper, botões, calcificações da Ao, elevam a DMO. • Idosos: osteófitos – medida do quadril é mais precisa. • Gordura em excesso pode falsamente elevar a DMO. • A escoliose acentuada pode reduzir falsamente a DMO. Special report on the official positions of the Int. Society for Clinical Densitometry ________________________________________________________________________________________________________________________ Osteoporos Int (2004) 15: 779–784 - OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • USG ÓSSEA • Mede a velocidade de propagação e a atenuação do som em calcâneo, estabelecendo um índice que expressa provavelmente a “resistência óssea”. • Foi idealizada há vários anos, porém sua exatidão, suas limitações, artefatos e problemas técnicos permanecem desconhecidas. • Baixo custo, fácil acesso, livre de radiação, não invasivo. • Útil em detectar população de risco. Rev. Bras. Reumatol. – Vol 42 – nº 6 – Nov/Dez 2002 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA (TCQ) • Mede a DMO volumétrica (DMOv) em mg/cm3, utilizando um software especial em uma máquina padrão de tomografia. • É capaz de distinguir o compartimento ósseo cortical e o trabecular e pode medir a DMO, geralmente na coluna e em alguns equipamentos no quadril. • A acurácia e aprecisão não são tão boas quanto a DXA • Pode ser utilizada para monitorar DMO da coluna em pctes com alterações estruturais dos elementos posteriores da coluna (ex: osteoartrite) • Usada princ. em pesquisas clínicas para avaliar a estrutura e o tamanho ósseo, além de mudanças nos compartimentos corticais e trabeculares que ocorrem com as mais diversas terapias medicamentosas e/ou dças do metabolismo ósseo. Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • QUALIDADE ÓSSEA • Apesar da indiscutível importância da densitometria óssea no diagnóstico de osteoporose, sua avaliação isolada é insuficiente para acessar o risco de fratura e eficácia do tto. • O conceito de qualidade óssea vem sendo amplamente utilizado para justificar a ocorrência de eventos clínicos não explicados pela avaliação da densidade óssea • Qualidade óssea compreende a composição e a estrutura óssea, que contribuem para a sua força, independente de sua densidade. • A qualidade óssea é responsável por 20-40% da resistência óssea. • Vários fatores interagem para compor a qualidade óssea: • Turnover ósseo; Geometria; Microarquitetura; Mineralização; Componente da matriz óssea e mineral; Microagressões. Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • QUALIDADE ÓSSEA • No indivíduo com osteoporose, existe um nº aumentado de unidades ativas e mais osso é reabsorvido do que formado. • Isso provoca a perda da qualidade da arquitetura trabecular óssea com consequente perda de resistência e da qualidade óssea. • O elevado turnover ósseo aumenta o risco de fraturas, independentemente de mudanças na densidade óssea, pois modifica diretamente a qualidade óssea. Bandeira et al. Endocrinologia e Diabetes,Cap 35 ,2ª Edição 2009 ________________________________________________________________________________________________________________________ OSTEOPOROSE: CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO • ANÁLISE DA QUALIDADE ÓSSEA • Não invasivo: - Tomografia periférica computadorizada - Tomografia periférica computadorizada de alta resolução – Avaliam microarquitetura do osso trabecular e cortical do rádio e tíbia – Imagem em 3D e de alta resolução • Invasivo: Bx óssea → Microtomografia computadorizada → Histomorfometria – Bx de crista ilíaca em osso calcificado marcada com tetraciclina – Só em casos particulares quando a osteoporose é diagnosticada sem causas aparentes, ou quando não há resposta terapêutica São pouco disponíveis e de alto custo ________________________________________________________________________________________________________________________ FIM