Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Ano V - Número 94 12 a 25 de outubro/2009 www.puc-campinas.edu.br Fotos: Ricardo Lima Check-up Como você reage às pressões da vida moderna? Dependendo de suas respostas, você é um forte candidato a sofrer um distúrbio físico ou emocional. Ou, como dizem os especialistas, desenvolver uma doença psicossomática. Segundo o professor José Espin Neto, diretor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, se o jovem não consegue atender às exigências sociais, ele pode desenvolver doenças emocionais, como angústia e depressão, além de males físicos, como gastrites e úlceras. Outro vilão tem contribuído para Fotos: Divulgação Música para os olhos “Titãs – A Vida até parece uma festa”, “Coração Vagabundo”, “Lóki – Arnaldo Batista”, “Hebert Bem de Perto” e “Simonal – Ninguém sabe o duro que dei” são documentários que contam partes relevantes da história da música no Brasil. Página 07 Prêmio Melhores Universidades: PUC-Campinas é finalista Página 08 aumentar o número de doenças entre os jovens: os maus hábitos comportamentais, como dietas não balanceadas e o sedentarismo. A estudante Héllen Bezerra Antonio (foto), da Faculdade de Direito, encontrou a resposta em uma receita simples. “Procuro ter uma alimentação equilibrada, fazer atividades psicomentais que ajudem na saúde, além de evitar hábitos nocivos, como beber e fumar”, contou. “Cuidando da saúde desde cedo, não terei uma surpresa indesejada no futuro.” Página 05 O que é sucesso para você? No dicionário, sucesso tem a ver com bom êxito na realização de alguma coisa. Para o senso comum, sucesso se refere a alcançar a fama de modo a ser reconhecido por todos ou, ainda, ocupar posições de destaque dentro de sua profissão. Mas na prática, o conceito de sucesso é tão relativo que cabe a interpretação que cada um quiser dar. Em alguns casos, ele pode acontecer de maneira inesperada, como no caso do músico Rafael Ribeiro Medeiros de Carvalho, o Rafinha (foto), que, em 2008, venceu um famoso reality show. “É impressionante. Em todo lugar que eu vou as pessoas me conhecem. Senhoras, crianças de cinco anos sabem quem eu sou.” Página 04 O professor na era digital Três professoras da PUC-Campinas entrevistaram três especialistas em educação e novas tecnologias. Andréia Petry Sarmento, da PUC do Rio Grande do Sul; José Manuel Moran, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP); e Ruy Ferreira, da Universidade Federal do Mato Grosso, responderam às questões das docentes Geisa do Socorro Mendes (Faculdade de Educação), Tatiana Dantas de Oliveira (Faculdade de Artes Visuais) e Liselotte Christina Figueiredo (Faculdade de Letras). Página 06 02 12 a 25 de outubro/2009 Jornal da PUC-Campinas Editorial Uma reflexão para o Dia do Professor A o longo da vida sempre fomos ensinados. Nossos pais nos seguraram as mãos e nos protegeram até que pudéssemos livremente caminhar com nossos próprios pés. A escola representou um passo a mais. A maioridade nos ensinou a assumir a responsabilidade nos encontros e desencontros da vida. A consciência dos direitos e deveres nos levou à participação nos destinos da sociedade e da História. Podemos “sentir” a vida como um longo aprendizado. Que não se confunde com a escola e nem se identifica com a figura do professor, embora seja ele o arquétipo que nos habita. Os revezes e acertos históricos fazem da História a mestra da vida. Aprendemos com os que nos antecederam. Não porque tenham nos ensinado verdades prontas e/ou receituários de vida feliz. Nos bancos da antiga escola primária refizemos o percurso da humanidade na descoberta da escrita. Nos sinais gráficos, que “expressavam” quem éramos – nosso nome –, descobríamos nossa identidade mais profunda. Nas torções e retorções dos carranchos se experimentava, de forma precoce, o que o filósofo alemão Immanuel Kant definirá como o “duro retorcer da madeira humana”. Nos rudimentos de história e geografia, nas lendas e mitos que povoavam o imaginário do mundo em que vivíamos, nos jogos, que a longa tradição popular transmitia e criava, delineava-se todo um sentido de mundo. Através da escola o mundo adquiria contornos definidos em nossa consciência e esta nos habilitava a intervir nele. Era menos um aprender verdades que um situar-se no mundo. E quando veio a pedagogia de Paulo Freire ela nos ensinou que conhecê-lo, amá-lo e transformá-lo eram um só e mesmo gesto. Imagens de um mundo passado? Nostalgia? Regressivismo? Perguntas que têm razão de ser quando se aproxima o Dia do Professor. Data que Notas nos remete a imagens de um passado – que olhado criticamente – soa idílico. Hoje o professor é um profissional. Luta duramente para conquistar seu lugar no mercado de trabalho, que, como todo mercado, está sujeito à lei da oferta e da procura. O espaço “sagrado” da educação hoje é um outdoor a mais. Que promete a redenção na forma de uma posição privilegiada entre os profissionais qualificados. Parecem ter dado em nada tantas teorias pedagógicas que procuravam ultrapassar o professor, tirando-o de um quadro que idealizava o mundo da comunidade. Ao mestre deveria suceder o educador, o que desafia a descobrir o mundo e a nele intervir de forma criativa. Não mais aquele que mostrava e impunha uma verdade e um código prontos para ler a complexidade do mundo. Quando escreveu a seu amigo Rafael Alberti, o poeta espanhol perseguido pelo regime franquista, Pablo Neruda evocava o ensino como encontro: “Sabes que somente o irmão ensina./ E nessa hora não só aquilo que me ensinaste,/ mas a retidão do teu destino./ Ao chegar o sangue à Espanha,/ defendi o patrimônio de um povo que era meu”. Mas o mesmo poeta lembrava a necessidade de ir além da verdade imposta, dos códigos elaborados para esconder a complexidade do real: ‘Execração e horror! Li romances interminavelmente bondosos/ e tantos versos sobre o Primeiro de Maio/ que agora escrevo apenas sobre o 2 desse mês. (...) Assim acontece com a beleza/ como se não quiséssemos comprá-la/ E empacotam-na a seu gosto e maneira. (...) Há que deixar que a beleza dance/ com os galãs menos recomendáveis,/ entre o dia e a noite: / não a obriguemos a tomar a pílula da verdade/ como um medicamento”. Padre Wilson Denadai Reitor da PUC-Campinas Agenda Seminários discutem educação básica e articulação entre ensino e pesquisa O Programa de Pós-Graduação em Educação e a Faculdade de Pedagogia da PUCCampinas realizam, de 19 a 21 de outubro, no Campus I da Universidade, o III Seminário sobre a Produção do Conhecimento em Educação e o IV Seminário da Faculdade de Educação sobre Formação de Professores. Os seminários têm o objetivo de socializar e refletir sobre a educação básica e promover a articulação entre o ensino e a pesquisa. O evento é aberto a alunos, professores e público externo. As inscrições devem ser feitas até o dia 12 de outubro. Outras informações e a programação completa podem ser encontradas no portal www.puc-campinas.edu.br. Apresentações do 2º PUCFEST ocorrem no Campus I da Universidade entre os dias 20 e 22 de outubro O 2º PUCFEST - Festival de Cantores e Cantoras da PUC-Campinas ocorre nos dias 20, 21 e 22 de outubro, das 17h às 19h20, na Praça de Alimentação do Campus I da Universidade. Já foram selecionados 12 semifinalistas do Festival, que se apresentam nos dias 20 e 21 de outubro. Depois, seis candidatos serão classificados para se apresentar dia 22 de outubro. De acordo com a pontuação, serão escolhidos os três vencedores. Uma comissão avaliadora formada por profissionais do CCA avaliará os candidatos em todas as fases. Além de uma gravação no programa da TV PUC-Campinas, o primeiro colocado ganhará R$ 1 mil; o segundo ganhará R$ 600; e o prêmio do terceiro será no valor de R$ 400. Palavra Livre debate parlamento e impunidade, no dia 22, no Campus I No dia 22 de outubro, a partir das 10h, no Auditório Dom Gilberto, Campus I, a Coordenadoria Geral de Atenção à Comunidade Interna (CACI) realiza mais uma edição do projeto Palavra Livre. Com o tema “Papel do parlamento: Importância democrática e impunidade”, a atividade terá a participação do deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) e do repórter especial de política do jornal Correio Braziliense, Lúcio Vaz, autor do livro “A Ética da Malandragem - No Submundo do Congresso Nacional”. O evento tem como objetivo debater a função do parlamento na democracia e como os abusos cometidos por parte de seus integrantes levam à descrença na instituição. Analisa, também, a representatividade da classe política frente ao eleitorado, além das irregularidades ocorridas dentro do parlamento. Informações: [email protected] ou (19) 3343-7216. 12/10 e-mail: [email protected]. Feriado Religioso – Nossa Senhora Aparecida. 20/10 13/10 Data-limite para envio do elenco e horários das atividades de ensino nos cursos de Graduação do 1º semestre de 2010 à PROGRAD. 15/10 Dia do Professor – Recesso acadêmico e administrativo, exceto em atividades que não podem sofrer interrupção. 19 a 22/10 19h - IV Jornada de Fisioterapia de Campinas. Auditório Monsenhor Salim, no Campus II. Informações: (19) 7809-7433 (Caio) ou pelo Errata - Diferentemente do publicado na última edição, as datas das provas de Mestrado e Doutorado são: Doutorado e Mestrado em Psicologia: Prova escrita de conhecimentos específicos 10/11/2009 (das 9h às 12h) LOCAL: Auditório da Biblioteca Exame de suficiência em língua estrangeira 10/11/2009 (das 14h às 17h) OPÇÕES: Inglês - local: Bloco B Sala B-41 Espanhol e Francês - local: Bloco B - Sala B-38 Divulgação dos resultados da 19h - Grupos de Música de Câmara – Trio Ars Musicalis. Sala 101, Campus Central. 21/10 19h - Grupos de Música de Câmara - Grupo de Música de Câmara do CCA da PUC-Campinas. Sala 101, no Campus Central. 22/10 20h30 - Grupos de Música de Câmara - Camerata da Orquestra Comunitária da Unicamp, no Campus Central. 23/10 19h - Grupos de Música de Câmara - Cantores Líricos da 1ª fase (eliminatória) 18/11/2009 Entrevistas 24 a 26/11/2009 Publicação dos resultados classificatórios 04/12/2009 Mestrado em Educação: Prova escrita de conhecimentos específicos 09/11/2009 (das 9h às 12h) Exame de suficiência em língua estrangeira 09/11/2009 (das 14h às 17h) OPÇÕES: inglês e espanhol Divulgação dos resultados da 1ª fase (eliminatória) 17/11/2009 Entrevistas ABAL- Campinas – Sala 101, no Campus Central. 20h30 - Encontro de Orquestras Orquestra Filarmônica Popular de Campinas. Auditório Dom Gilberto, no Campus I. 26/10 Início do período para realização do processo de Intenção de Matrícula dos alunos dos cursos dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu, pelo Site do Aluno. 26 a 30/10 19h às 22h35 - 35ª Puccíada. Faculdade de Educação Física, no Campus I. 29/10 Reunião do CONSUN. 23 a 25/11/2009 Publicação dos resultados classificatórios 04/12/2009 Mestrado Profissional em Gestão de Redes de Telecomunicações: Prova escrita de conhecimentos específicos 07/11/2009 (às 8h) Exame de suficiência em língua estrangeira 07/11/2009 (às 10h30) OPÇÕES: inglês e espanhol Divulgação dos resultados da 1ª fase (eliminatória) 17/11/2009 Entrevistas 20 a 26/11/2009 Publicação dos resultados classificatórios 04/12/2009 Mestrado em Urbanismo Prova escrita de conhecimentos específicos 09/11/2009 (14h) Exame de suficiência em língua estrangeira 09/11/2009 (9h) OPÇÕES: inglês e espanhol Divulgação dos resultados da 1ª fase (eliminatória) 16/11/2009 Entrevistas 23 a 25/11/2009 Publicação dos resultados classificatórios 04/12/2009 Siga a PUC-Campinas no twitter www.twitter.com/puccampinas Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação Social - Wagner José de Mello; Editora - Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado, Ana Paula Moreira, Ciça Toledo, Du Paulino e Henderson Arsênio; Estagiários - Camila Marcusso, Carolina Medeiros e Gabriel Barbieri; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected] Jornal da PUC-Campinas 12 a 25 de outubro/2009 03 Opinião Brasil tem novo peso internacional Gilberto M. A. Rodrigues A atuação internacional do Brasil ampliou-se em vários temas e em diferentes latitudes e longitudes. A crise de Honduras na América Central é um bom exemplo de como a política externa brasileira se projeta hoje para além de nossa vizinhança imediata. O tema despertou paixões entre acadêmicos, diplomatas e políticos – contra e a favor da posição do país. Uma análise isenta deveria superar preconceitos e partidarismos e entender o papel mais amplo do Brasil nesse episódio, que é fruto de seu novo peso internacional na América Latina e Caribe, e no mundo, diante de um novo cenário internacional. Após anos se comportando feito continente-ilha, isolado e de costas para seus vizinhos, o Brasil começou a esboçar um novo papel para atuar na cooperação e integração sub-regional, regional e global. A América do Sul é o nosso espaço imediato de convivência, mas a América Central e Caribe se destacaram na agenda brasileira quando o Brasil assumiu o comando militar da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), em 2004. Alguns afirmam que, ao se envolver diretamente na crise hondurenha, o Brasil invadiu o espaço de ação diplomática de dois países chaves naquele contexto. Um olhar atento mostra que isso não corresponde à verdade do presente. No caso dos EUA, o governo do presidente Obama assumiu o mandato com enormes desafios extrarregionais – Iraque, Afeganistão, Paquistão, “A crise de Honduras aponta para a tendência em ver a política externa como política pública que merece ser discutida e criticada, tal como em outras áreas, no ambiente democrático.” Oriente Médio, Irã e Coreia do Norte – uma agenda que deixa pouco espaço para ações assertivas no hemisfério das Américas. Já o México se vê às voltas com uma inglória luta contra o narcotráfico, que desafia a própria democracia do país (o presidente Calderón chegou a afirmar no Fórum de Davos que “o México não é o Paquistão”, em reposta às especulações de que o país estava ingovernável). É nesse contexto de fragilidade dos supostos atores principais no entorno hondurenho que o Brasil amplia sua atuação internacional em prol da geração de governança política regional. Com sólida estabilidade econômica e política, o país se credencia para atuar ativa e globalmente. O que aconteceu em Honduras? Um golpe de Estado, em que o presidente foi deposto sem observância do devido processo legal, retirado manu militari do poder, de forma vexatória, expulso e feito exilado, em absurda violação do princípio democrático. Pode-se indagar: Zelaya infringiu a ordem jurídica hondurenha? Cometeu erros políticos? Sim. Mas isso tudo, embora relevante, não justifica nem legitima o golpe contra o presidente. Em razão disso, nenhum país membro da OEA reconhece o governo de facto de Roberto Micheletti e Honduras foi suspensa da organização. A crítica mais ácida que se faz ao Itamaraty nesse episódio da Embaixada Brasileira em Honduras é de que o país estaria violando o princípio da não intervenção e servindo aos interesses escusos do presidente Hugo Chávez, cujo governo apoia Manuel Zelaya. A História mostra que o Brasil já atuou diretamente para evitar golpes de Estado (no Paraguai, mais de uma vez, e na Bolívia) e para reverter golpes de Estado (na Venezuela, no golpe contra Chávez). Desde 2001, há uma Carta Democrática Interamericana, documento que respalda o retorno de Zelaya ao governo de seu país. O fato de “Mel”, como é conhecido o presidente, ter se instalado na Embaixada Brasileira, usufruindo um asilo diplomático tácito, poderá ser um facilitador da negociação, em ambiente pacífico, para normalizar as condições políticas em Honduras. Os debates sobre se o Brasil agiu certo ou errado, se isso trará boas ou más consequências para o país e os brasileiros no estrangeiro são válidos, são importantes, mas não se pode perder de vista o essencial: o Brasil tem novo peso internacional e será cada vez mais demandado para atuar em crises, prevenir e resolver conflitos, negociar, mediar e agir em nome da estabilidade política, da democracia, dos direitos humanos, da paz e da segurança internacionais. Além disso, a discussão sobre a crise de Honduras aponta para a tendência em ver a política externa como política pública que merece ser discutida e criticada, tal como em outras áreas, no ambiente democrático. As relações exteriores não são monopólio de opinião do Itamaraty nem do presidente. Mas a sociedade civil organizada, em especial os meios de comunicação e as universidades, necessita qualificar sua investigação e sua pesquisa, e ampliar sua massa crítica, para contribuir e posicionar-se à altura dos novos tempos do País. Divulgação Gilberto Marcos Antonio Rodrigues é doutor em Relações Internacionais pela PUC-SP, mestre pela University for Peace (ONU/Costa Rica), especialista pela Universidade de Uppsala (Suécia), professor e pesquisador do Mestrado em Direito Internacional da Universidade Católica de Santos e do Curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina. Autor de O que são relações internacionais (2ª. ed. atualizada, S. Paulo: Brasiliense, 2009). E-mail: [email protected] Fotos: Ricardo Lima Galeria QUAL É A SUA OPINIÃO SOBRE A POSIÇÃO DO BRASIL EM RELAÇÃO À CRISE DE HONDURAS? “O Brasil está se posicionando mal ao se colocar a favor de uma questão política que não se sabe com clareza o que é. Nosso governo deveria evitar esse posicionamento.” “O Brasil não deveria interferir. Em minha opinião, o Brasil está se metendo onde não devia.” Sônia Borghi – Funcionária SBI Campus II “O presidente deposto não deveria sair do país. Deve ter algo por trás disso, algum interesse político, inclusive do Brasil, que não está claro para a população.” Thiago Cerra de Oliveira – Aluno do 4º ano da Faculdade de Medicina “A posição do Brasil é complexa. Eu concordo, mas acho que há interesses políticos ocultos. Existem vários lados a serem analisados para julgar se a posição do Brasil é boa ou ruim.” “Acho uma boa, porque o Brasil se posicionou como um líder, posição que é tomada, normalmente, pelos Estados Unidos.” Renata Brambila – Aluna do 3º ano da Faculdade de Medicina José Alves Correia – Funcionário do Laboratório de Fisiologia “O Brasil tem que ser cuidadoso ao se posicionar perante essas questões políticas delicadas, já que esses fatos podem ser influentes durante negociações futuras com países como os Estados Unidos.” Carmem Helena Vieira Madrilis – Aluna do 4º ano da Faculdade de Jornalismo Fábio Bruno de Carvalho – Professor da Faculdade de Terapia Ocupacional “Acho que está certo, pois o Brasil tem experiência no assunto. O problema é a falta de ajuda de outros países. Nós deveríamos buscar apoio.” Gabriel Rodrigues Couto – Aluno do 4º ano da Faculdade de Engenharia de Computação “O Brasil viu a possibilidade de ter seu nome mais elevado entre os países emergentes. Quem não conhecia o país, hoje vê com bons olhos a forma com que o Brasil está lidando com a situação.” Leida Cristina Oliveira Alves Aluna do 4º ano da Faculdade de Ciências Econômicas “Com a omissão dos EUA, o Brasil se posiciona como líder e chama para si a responsabilidade de mediar a situação hondurenha. Isso pode fazer com que o Brasil tenha seu nome fortificado no continente americano.” Valdenir da Silva Pontes - Integrador Acadêmico de Estágios – CEA Imagem Fotos: Ricardo Lima COORDENADORIA JURÍDICA - Desde o dia 9 de outubro, o novo órgão denominado Coordenadoria Jurídica passou a atender, simultaneamente, a PUC-Campinas, a Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI) e o Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP). A inauguração do novo espaço contou com a participação do reitor, padre Wilson Denadai, da vice-reitora, Angela de Mendonça Engelbrecht, do vicepresidente da SCEI, Sebastião Carlos Biasi, do superintendente do HMCP, Antônio Celso de Moraes, do responsável pela Coordenadoria Jurídica, André Nicolau Heinemann Filho, dos pró-reitores e dos membros da comunidade interna. Durante a inauguração, o arcebispo metropolitano de Campinas, grão-chanceler da PUC-Campinas e presidente da SCEI, Dom Bruno Gamberini, abençoou as novas instalações. “A mudança pretende reforçar a integração e harmonia da condução jurídica das três instituições”, explicou Heinemann Filho. A Coordenadoria Jurídica passa a atender as áreas Civil Educacional, Trabalhista, Tributário e Administrativo, Contratos e Cobrança Judicial. PARA nós, a SOLUÇÃO “P em HONDURAS é fácil: se AS partes envolvidas NO GOLPE deixarem O poder e restituírem O presidente ZELAYA, então, AS ELEIÇÕES seriam realizadas em NOVEMBRO e TERÍAMOS resolvido O problema.” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Jornal da PUC-Campinas 04 12 a 25 de outubro/2009 Comportamento Ter sucesso é... No dicionário, sucesso tem a ver com bom êxito na realização de alguma coisa; para o senso comum, sucesso se refere a alcançar a fama de modo a ser reconhecido por todos; mas, na prática, o conceito é relativo Fotos: Ricardo Lima Du Paulino [email protected] A rotina de Ana Carolina Portugal, exaluna da PUC-Campinas, começa, geralmente, às seis da manhã e não tem hora para acabar. Durante o dia ela compra, vende, contrata funcionários, faz entregas, cuida das finanças, atende ao telefone, faz arranjos florais. Ufa! E se alguém pergunta: Está cansada, Carol? “Cansada não. Realizada”, responde. Há cinco anos, ela resolveu encarar o desafio de gerir o próprio negócio. Mais que uma posição estável, ela trocou a segurança de ter um salário garantido no fim do mês pela incerteza de administrar uma floricultura. O motivo? O desejo de se sentir realizada, feliz com o trabalho desempenhado. “Trabalhando numa empresa eu sentia falta de algo mais, de poder criar, experimentar e me sentir útil.” Essa é a definição de sucesso para Ana Carolina. Na visão do acrobata Rafael Antonio do Nascimento Ferreira, da Universidade Livre do Circo (Unicirco), sucesso é relativo à realização de sonhos e o dele é integrar o elenco do Cirque Du Soleil. Pode até parecer um sonho alto demais para um rapaz que depende de uma cadeira de rodas para se locomover. Mas para quem encanta o público de todo o Brasil com acrobacias feitas apenas com o auxílio dos braços e mãos, chegar ao Cirque Du Soleil é apenas mais um passo rumo ao topo da sua profissão. “Sucesso profissional para mim é viajar o mundo. Trabalhar em outros países. E para que eu seja bem-sucedido falta o Cirque Du Soleil e eu estou me preparando para a audição”, contou o artista, que encantou a plateia em apresentação realizada no III Festival de Arte Inclusiva Albertina Brasil, na PUC-Campinas. No dicionário, sucesso tem a ver com bom êxito na realização de alguma coisa. Para o senso comum, sucesso se refere a alcançar a fama de modo a ser reconhecido por todos, ou ainda ocupar posições de destaque dentro de sua profissão. Mas na prática, o conceito de sucesso é tão relativo que cabe a interpretação que cada um quiser dar. Para quem trabalha muito, sucesso pode ser ter tempo para se divertir. Para um universitário, sucesso pode estar relacionado a uma boa colocação profissional. Na visão de um garoto, sucesso, de repente, é se tornar um jogador de futebol ou até mesmo um médico. Em alguns casos, ele pode acontecer de No sentido horário, o músico Rafinha; o acrobata Rafael Ferreira, da Unicirco; e a microempresária Ana Carolina Portugal maneiras inesperadas, como no caso do músico Rafael Ribeiro Medeiros de Carvalho. O nome completo não diz muito sobre ele, mas é só falar Rafinha, que milhões de pessoas irão se lembrar que ele é o vencedor do ano de 2008 da versão brasileira de um reality show famoso em todo o mundo. “É impressionante. Em todo lugar que eu vou as pessoas me conhecem. Senhoras, crianças de cinco anos sabem quem eu sou”, admirou-se. O engraçado na história do Rafinha é que ele passou pelo menos sete anos batalhando para que a Mipt Rock, a sua banda, tivesse reconhecimento no cenário musical. “Eu pulava muro em show, entrava nos camarins das bandas para entregar nosso CD, estava sempre arrumando maneiras de PROGRAMA: O Assunto É “Sucesso” Na TV PUC-Campinas (canal 10 da NET): > Terça-feira (13/10) – 14h (20/10) – 14h30 > Quarta-feira (14/10) – 19h (21/10) – 19h30 > Sexta-feira (16/10) – 0h (23/10) – 00h30 > Sábado (17/10) – 19h (24/10) – 19h30 > Domingo (18/10) – 13h (25/10) – 13h30 > No Youtube www.youtube.com. br/tvpuccampinas tirar foto com alguém famoso para colocar no nosso site, tocava em troca de lanche”, contou. E, apesar de todo esse esforço, Rafinha não precisou cantar uma música sequer para se tornar conhecido e conquistar a simpatia dos milhões de brasileiros que votaram nele no final do reality show. Passados quase dois anos da sua participação no programa, a qual ele garante que não teve o objetivo de divulgar sua banda, o músico está empenhado numa turnê de divulgação do seu trabalho. Perguntado se o sucesso conquistado no reality show ajuda nessa divulgação, ele responde que ao mesmo tempo em que colabora, a fama repentina prejudica, já que as pessoas podem pensar que ele está apenas se aproveitando da vitória no programa para se lançar músico. “A gente não queria gravar qualquer coisa e pôr para vender. Nossa intenção nunca foi essa. A banda está se empenhando para desenvolver um trabalho bom. Para ter sucesso, principalmente em música, é preciso ter talento, saber fazer música, ter estrada e correr atrás”, decretou. Para a microempresária Ana Carolina, sucesso é se sentir bem com o trabalho desempenhado. O acrobata Ferreira acredita que sucesso é alcançar o topo na profissão. Já o músico Rafinha diz que o êxito é muito mais gostoso quando você batalha por ele. O ponto em comum entre os três está em relacionar o sucesso com a área profissional. E assim faz a maioria das pessoas. De acordo com a professora Fátima Rosely Schette, da Faculdade de Psicologia, isso acontece porque as pessoas têm a necessidade sentir que seu potencial está sendo plenamente aproveitado. Mas ela adverte que para que a pessoa se sinta bem-sucedida é necessário que seus talentos sejam reconhecidos pelos seus pares. “Está relacionado com o status social. A pessoa quer ter um lugar na sociedade, ser visível. Sucesso envolve sempre um reconhecimento”, constatou. Jornal da PUC-Campinas 12 a 25 de outubro/2009 05 Saúde Ameaças veladas Fotos: Ricardo Lima Especialistas alertam para a necessidade de mudanças de hábitos, também entre os jovens, frente às pressões sociais, típicas do mundo moderno Ciça Toledo [email protected] Como você reage às mudanças sociais, econômicas, morais e tecnológicas da vida moderna? Está preparado para lidar com as pressões do ambiente de trabalho? Consegue administrar de forma equilibrada seu tempo? Dependendo de suas respostas, você é um forte candidato a sofrer um distúrbio físico ou emocional. Ou, como dizem os especialistas da área da saúde, desenvolver uma doença psicossomática. Além das pressões sociais, um outro vilão tem contribuído para aumentar o número de doenças entre os jovens: os maus hábitos comportamentais. À frente da diretoria da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e com uma longa experiência em consultório, o professor José Espin Neto tem observado, nos últimos anos, hábitos entre os jovens que comprometem diretamente a saúde física e mental. Dietas desbalanceadas e a falta de atividade física, em sua opinião, são vilões que interferem na qualidade da saúde dos jovens. “Mas há fatores que resultam da pressão social do momento, como a exigência para que o jovem seja sempre um vencedor”, explicou. Para Spin, a sociedade brasileira importa modelos estrangeiros que não se encaixam com a sua realidade. “Dessa forma, o jovem se sente cobrado de forma abusiva: ou ele é um super-homem ou não é nada”, completou. Segundo o professor, se o jovem não consegue atender a essa e outras exigências sociais, ele pode desenvolver doenças emocionais, como angústia e depressão, além de males físicos, como gastrites e úlceras. A psicóloga Marilda Lipp, professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas e coordenadora do Laboratório de Stress da Universidade, concorda com o colega. Há anos, ela e sua equipe de pesquisadores estudam e tentam entender os efeitos do stress na vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos. “Sendo o Brasil um país em desenvolvimento, em que as mudanças ocorrem com uma rapidez muito grande, é de se prever que o nível de stress do brasileiro seja significativo”, analisou. Para ela, tanto o adolescente como o jovem adulto são suscetíveis e influenciáveis às estimulações externas. “Conhecer como o stress se manifesta nesse grupo é fundamental para uma futura elaboração de métodos eficazes de seu manejo. Além disso, devido ao fato de que o stress se manifesta tanto no psicológico como no físico, nem sempre é fácil o diagnóstico diferencial com patologias físicas e mentais”, completou. Mas como conviver com o stress, que é uma reação natural do organismo frente a qualquer evento – positivo ou negativo – que altere a vida do indivíduo? A estudante Héllen Acima, Héllen Bezerra Antonio, da Faculdade de Direito; ao lado, o diretor da Faculdade de Medicina, José Espin Neto Bezerra Antonio, da Faculdade de Direito, encontrou a resposta em uma receita simples. “Procuro ter uma alimentação equilibrada, fazer atividades psicomentais que ajudem na saúde, além de evitar hábitos nocivos, como beber e fumar”, contou. Ela tenta seguir à ris- Rodrigo Ferreira, formado pela Faculdade de Turismo: “Já fui mais preocupado com a saúde” ca uma rotina que prevê, entre outras práticas, a ida ao médico pelo menos uma vez ao ano. Ela disse acreditar que o jovem deveria preocupar-se com a saúde desde cedo para, no futuro, se prevenir de problemas prejudiciais à saúde. “Cuidando da saúde desde cedo, não terei uma surpresa indesejada no futuro.” Cuidados com a saúde fazem parte da vida do estudante Daniel Campos antes mesmo de passar no vestibular para o curso de Engenharia de Computação. “Desde pequeno sempre me preocupei com a alimentação e pratiquei esporte, pois acredito que dessa forma estarei me prevenindo de doenças”, contou. Embora não seja um frequentador assíduo de consultórios médicos, Campos não descuida da saúde. “O fato de minha namorada ser médica também me incentiva a ter hábitos saudáveis com relação à minha saúde”, disse. Já Rodrigo Ferreira, formado pela Faculdade de Turismo, admite viver uma fase mais relaxada em relação à sua saúde. “Já fui mais preocupado com ela, mas hoje não tenho nem plano de saúde”, admitiu. Ele atribuiu seu desleixo à sua personalidade. “Sou meio desligado dessas coisas e sei que estou errado. Fumo há dez anos e tenho sinusite; quando tenho as crises, me medico em casa mesmo”, contou. Na opinião de Ferreira, as mulheres são mais preocupadas que os homens no quesito saúde. “Minha namorada pega um pouco no meu pé por causa desse meu jeito desligado e isso também acontece com meus amigos, que não são muito preocupados com a saúde”, revelou. (Colaboraram Carolina Medeiros e Gabriel Barbieri) Jornal da PUC-Campinas 06 12 a 25 de outubro/2009 Entrevista O professor e as novas tecnologias Quando os docentes entram em uma sala de aula, de crianças ou universitários, encontram um importante desafio: ensinar gerações das quais as novas tecnologias já estão naturalmente incorporadas em seu cotidiano. Com a chegada do Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, o Jornal da PUC-Campinas convidou três docentes da Universidade para entrevistar três estudiosos em tecnologia educacional: Andréia Petry Sarmento, da PUC do Rio Grande do Sul; José Manuel Moran, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP); e Ruy Ferreira, da Universidade Federal do Mato Grosso. Abaixo, confira trechos da entrevista. Q Fotos: Ricardo Lima Da Redação [email protected] lizar esse meio. Atualmente, existem muitas teorias comprovadas da importância do uso das TICs, e, além disso, é preciso que haja consciência por parte dos educadores de que estamos recebendo uma geração de crianças que nasceram e estão crescendo em um mundo de comunicação instantânea, rápida, e que, portanto, processam enormes quantidades de informação por meio de várias e diferentes TICs. E essa informação não pode ser ignorada. Geisa Mendes (Faculdade de Educação) Considerando os desafios impostos pelo século XXI, principalmente com a disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), como conceber e promover a formação do professor para a docência no ensino superior? Ruy Ferreira - Criar uma disciplina específica na formação (inicial ou continuada) do professor é reduzir demais o potencial das tecnologias digitais emergentes em qualquer campo. O emprego maciço e cotidiano das TIC nas atividades pedagógicas dos cursos de pós-graduação, por parte do formador em interação com o formando, oferece ao aprendiz a vivência do emprego das TIC no dia a dia de sua formação e posteriormente em sua própria prática pedagógica. José Manuel Moran - A formação do professor pode ser feita experimentando as novas possibilidades de aprendizagem que as tecnologias atuais nos permitem: aprender na sala de aula e em outros espaços e em tempos diferentes. Precisamos conectar as salas de aula em rede, para ampliar as possibilidades de pesquisa, interação e colaboração. As tecnologias permitem que o foco da escola não seja transmitir prioritariamente informações, mas orientar processos flexíveis e significativos de aprendizagem. As Faculdades de Educação precisam passar da crítica preconceituosa e integrar as competências digitais na organização dos processos de ensino e aprendizagem, com currículos semipresenciais e metodologias mais ativas e colaborativas. Liselotte Christina Figueiredo (Faculdade de No dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor José Manuel Moran - O professor demora em torno de dois anos – numa pesquisa na França – para dominar as tecnologias e poder utilizá-las no seu planejamento e avaliação. Há um longo caminho de aprendizagem como usuário e depois como educador. O importante é começar com recursos simples – um blog, por exemplo – e ir tornando mais complexas as atividades, aos poucos, para que se sinta seguro de que faz sentido o que está se propondo. Não basta só ser moderninho, o importante é que o aluno aprenda cada vez mais. O blog, por exemplo, é um tipo de página interativa que pode ser muito útil na educação. Andréia Petry Sarmento - Com tantos recursos e meios de comunicação, devemos, como educadores, ter um “olhar aberto”, examinar e utilizá-los como recursos metodológicos, como meios que podem auxiliar na aprendizagem de nossos alunos. Nesse sentido, é importante ressaltar a importância das TIC nos cursos de formação, bem como sua utilização como recurso educativo que deve estar integrado aos projetos pedagógicos desenvolvidos nesses contextos, e como ferramenta para auxiliar o professor e levar o aluno a construir seu conhecimento de forma interativa. Tatiana Dantas de Oliveira (Faculdade de Artes Visuais) - Esse processo de interação mediada por computadores pode prejudicar o processo de desenvolvimento cognitivo da criança ou acredita que é o contrário? Por quê? Ruy Ferreira - Creio ser o contrário. A utilização de instrumentos e a interação mediada são fatores importantes no desenvolvimento cognitivo da criança. O computador é só uma ferramenta a mais no arsenal de pais e educadores nesse processo. Não devemos demonizá-lo, nem endeusá-lo. José Manuel Moran - As crianças aprendem de forma mais intuitiva e rápida com as tecnologias digi- Letras) - De que forma o professor poderá organizar e avaliar as atividades que utilizam esse recurso? Ruy Ferreira - O planejamento de ensino é o momento mágico para isso. É no planejamento que o professor decide se um certo conteúdo curricular pode ou não ser levado ao aluno em meios digitais. Dependendo do conteúdo e do meio digital escolhido, a organização didática acontece. Claro que o emprego de sofisticados meios digitais (TV digital interativa, por exemplo) exige o trabalho em equipe multidisciplinar. Mas, o professor, formado imerso em cultura digital, não terá problema de transpor o conteúdo para um meio digital mais simples. Quanto ao processo de avaliação, acredito que nenhum software pode substituir o professor nesse aspecto. Chamei o planejamento, a ação e a avaliação de Interatividade educativa em meio digital em minha tese de doutoramento. tais. Desenvolvem uma rapidez de resposta invejável para nós adultos, mas pagam o preço da superficialidade, do navegar nos hiperlinks sem aprofundar-se muito, de saber um pouco de tudo e pouco com consistência. Nosso papel é ajudar a ir além das aparências, a que não se contentem com o deslumbramento da hiper navegação e que reflexionem mais, mergulhem mais em menos telas de forma mais rica e contextualizada. Andréia Petry Sarmento - Prejudicar? De forma alguma. O que ainda percebo, e lamento muito é a resistência que ainda encontramos nas escolas, por parte dos docentes, em uti- Andréia Petry Sarmento - Essa é uma pergunta muito ampla. Penso que em um primeiro momento tem de haver uma mudança na forma do educador pensar sua prática educativa frente a seus alunos. É preciso conhecer sua turma e os meios (recursos) que irá utilizar e, então, adequar seu planejamento conforme as necessidades e conhecimentos do grupo. A partir dessas informações, o professor poderá começar a ter condições de avaliar os recursos que pode utilizar e, assim, organizar as atividades adequadas. É um conjunto complexo e complementar de critérios a serem levados em conta. Leia a entrevista na íntegra no www.puc-campinas.edu.br Jornal da PUC-Campinas 12 a 25 de outubro/2009 07 Contar a vida de uma artista e de sua obra, mas, também, retratar a história da música no país. Essa é a proposta de cinco documentários que foram lançados neste ano. Os vídeos retratam o rock dos anos 60, com Arnaldo Baptista, o som popular de Wilson Simonal, e as décadas de 80 e 90 com o som dos Paralamas do Sucesso e Titãs, além da música contemporânea de Caetano Veloso. Ana Paula Moreira [email protected] a r a os p a h l c i o s os ú M er h c en Fotos: Divulgação “Titãs – A vida até parece uma festa” > Direção de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves O documentário traz imagens desde 1984, quando o músico Branco Mello começou filmar o dia a dia da banda. Durante duas décadas, o músico registrou viagens, shows, ensaios e gravações em estúdios. Como resultado, o documentário retrata mais de 20 anos de carreira de uma das principais bandas do rock brasileiro. Além das imagens feitas pelo grupo, o vídeo traz participações nos principais programas de auditório da televisão brasileira. No vídeo é possível ver os primeiros sucessos da banda, como “Sonífera Ilha”, a gravação do Acústico dos Titãs, as viagens em turnê pelo Brasil e a morte do guitarrista Marcelo Fromer, em 2001. O vídeo foi o ganhador do Vídeo Music Brasil (VMB) 2009, da MTV, na categoria melhor documentário. "Coração Vagabundo" > Direção de Fernando Grostein Andrade Com imagens feitas em Nova York, São Paulo e Tóquio, durante o lançamento do álbum de Caetano Veloso "A Foreign Sound", o primeiro em inglês, o documentário "Coração Vagabundo" mostra a relação do músico com o mundo e com sua obra. A produção também traz depoimentos de artistas internacionais como David Byrne e Pedro Almodóvar, que falam da importância da obra de Veloso. Com o formato “uma câmera na mão”, o diretor registrou momentos íntimos de Caetano Veloso e reflexões sobre sua vida e carreira. “Lóki – Arnaldo Baptista” > Direção de Paulo Henrique Fontenelle Conhecer a fundo a obra, mas, também, a vida de Arnaldo Baptista, um dos fundadores dos Mutantes nos anos 60, é proposta do documentário “Lóki”. O vídeo aborda desde a infância do músico, a importância musical dos Mutantes, o relacionamento com a cantora Rita Lee e até a depressão após o fim do grupo. Também é possível ver imagens raras de apresentações dos Mutantes e shows recentes (com Zélia Duncan nos vocais), quando voltaram em 2006. Ainda é possível ver imagens de Baptista em sua casa em Juiz de Fora, onde dedica a maior parte do seu tempo à pintura. O filme está disponível na programação do Canal Brasil. “Herbert Bem de Perto” > Direção de Roberto Berliner e Pedro Bronz Conta a trajetória musical e a vida de Herbert Vianna, vocalista dos Paralamas do Sucesso. O filme traz os bastidores de filmagens de videoclipes, participações em programas de TV e apresentações. O formato do documentário é feito com o músico assistindo às imagens e comentando o período ou a situação. Há, ainda, depoimentos de familiares, músicos e amigos. Segundo Pedro Bronz, um dos diretores, o formato do vídeo tem como proposta fazer o músico relembrar, rever momentos de sua carreira e da vida. “Mostra a carreira do Herbert e dos Paralamas de maneira visceral, a amizade de anos do grupo e a vida. O Herbert é um cancioneiro da música brasileira que nos emociona com sua história”, explicou o diretor. “Simonal – Ninguém sabe o duro que dei” > Direção de Calvito Leal, Micael Langer e Cláudio Manoel O documentário retrata o sucesso de Wilson Simonal durante a década de 60 e o ostracismo a partir dos anos 70, quando foi acusado de ser informante do regime militar brasileiro. A história do músico é contada a partir de depoimentos de familiares, artistas da época e das manchetes dos jornais daquele período. Um dos momentos mais importantes é o depoimento do contador Raphael Viviani, que, durante a ditadura, acusou Simonal de tê-lo espancado. Para o filho do músico, o cantor e produtor Wilson Simoninha, o vídeo tem a função de contar a história de Simonal, mas, também, revelar o artista para a nova geração. “Meu pai foi um artista que renovou a nossa música, que tinha a capacidade de produzir um som sofisticado, mas ao mesmo tempo era popular”, afirmou o músico ao Jornal da PUC-Campinas. Segundo Simoninha, o documentário é fundamental para quem quer conhecer a história do artista. “A história é contada da maneira mais clara possível e mostra como ele foi usado como bode expiratório para alguns fatos. É a chance de o público assistir e tirar suas conclusões dos fatos”, disse. 12 a 25 de outubro/2009 08 Jornal da PUC-Campinas Guia do Estudante PUC-Campinas é finalista do Prêmio Melhores Universidades 2009 Dez cursos da Instituição concorrem na categoria Saúde; premiação ocorre no dia 27 de outubro, em São Paulo Fotos: Ricardo Lima Adriana Furtado [email protected] D Dez cursos da PUCCampinas são finalistas da 5ª edição do Prêmio Melhores Universidades 2009, realizado pelo Guia do Estudante e Banco Real. As faculdades de Educação Física, Enfermagem, Ciências Farmacêuticas, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Terapia Ocupacional concorrem ao prêmio na categoria Saúde. A premiação ocorre no dia 27 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. O prêmio consagra as melhores Instituições de Ensino Superior de todo o Brasil e seus respectivos cursos, além de servir como referência para os vestibulandos no momento de escolha das faculdades. “Mais uma vez, destaca-se a qualidade de nossos cursos de graduação, em especial os da área da Saúde, na avaliação feita pelo Guia Atividades da Medicina, Fisioterapia e Odontologia, que compõem o grupo de faculdades que concorrem ao Prêmio Melhores Universidades em 2009”, disse o pró-reitor de Graduação da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior. Este ano, além da indicação para premiação, dos 42 cursos de graduação da PUC-Campinas, 31 foram classificados, pelo Guia do Estudante, com 3, 4 e 5 estrelas. Apenas as licenciaturas não foram avaliadas, pelo fato de o Guia não incluir esses cursos na relação de avaliados. Essas estrelas são fruto de uma avaliação dos cursos superiores efetuada pelo Guia do Estudante e publicada na edição Melhores Universidades. Neste ano, a equipe do Guia do Estudante coordenou a avaliação de 9.371 cursos de 1.332 Instituições de Ensino Superior de todo o Brasil. Eventos Em setembro, uma série de eventos movimentaram alunos e professores da PUC-Campinas. No dia 23, a Universidade realizou a 2ª Mostra de Profissões; o final de semana dos dias 26 e 27 foi marcado pela 26ª Corrida Integração, da qual a Instituição foi uma das patrocinadoras; também no dia 26, a PUC-Campinas participou da Feira de Profissões ObjetivoSorocaba. Já no dia 28, teve início a Semana Acadêmica, que reuniu atividades de ensino, pesquisa e extensão. SEMANA ACADÊMICA 2009 Fotos: Ricardo Lima Fotos: Seiji Hiraide 26ª CORRIDA INTEGRAÇÃO Fotos: Ricardo Lima 2ª MOSTRA DE PROFISSÕES Divulgação FEIRA DE PROFISSÕES - SOROCABA