FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE PATRÍCIA DA SILVA NUNES Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras como redução logística na operação X da empresa LOG. São Paulo 2.009 NUNES, Patrícia da Silva Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras como redução logística na operação X da empresa LOG. Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística na FATEC ZL para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte. Aprovado em : Banca Examinadora Prof. Arnaldo Prestes Oliveira Instituição: Faculdade de Tecnologia Da Zona Leste Julgamento: _______________ Assinatura: ________________________________ Prof. Rosana Novais Instituição: Faculdade de Tecnologia Da Zona Leste Julgamento: _______________ Assinatura: ________________________________ Prof. Paulo Cândido Pires Instituição: ETEC / ZL Julgamento: _______________ Assinatura: ________________________________ FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE PATRÍCIA DA SILVA NUNES Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras como redução logística na operação X da empresa LOG. Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte Orientador: Profº Arnaldo Prestes Oliveira São Paulo 2.009 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação da Publicação FATEC-ZL – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Nunes, Patrícia da Silva. Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras como redução logística na operação X da empresa LOG / Patrícia da Silva Nunes; orientador Arnaldo Prestes Oliveira. - São Paulo / SP, 2.009. 73f. Monografia – Centro Paula Souza, FATEC - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. 1. Custos. 2. Empilhadeira. 3. Logística. CDU 000.00: 000 AGRADECIMENTOS A Deus por me deixar livre para escolher meus caminhos e por me conduzir diante das minhas opções. Aos meus pais Glória e Antônio pelo apoio no decorrer deste período, principalmente à minha mãe pelo constante incentivo. Ao meu namorado Ricardo pelo estímulo que me deu, muitas vezes estudando junto comigo, me apoiando a continuar e concluir este trabalho. Ao professor Arnaldo Prestes Oliveira por toda atenção, compreensão e apoio durante a elaboração deste trabalho. “Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor.” Madre Tereza de Calcutá RESUMO NUNES, Patrícia da Silva, Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras como redução logística na operação X da empresa LOG. Monografia (Graduação em Tecnologia Logística com ênfase em Transportes) FATEC - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. As empresas ao dimensionarem uma operação logística têm inúmeros itens a verificar e considerar. Um desses itens que geram grande dúvida é equipar o depósito, armazém ou centro de distribuição, pois se deparam com duas opções: locar ou comprar as empilhadeiras para movimentação e armazenagem? A locação se mostra vantajosa pela flexibilidade e pelo custo imediato a ser disponibilizado em relação à aquisição, que desprende um alto valor de investimento. Porém, como uma das funções logísticas é reduzir custos, o objetivo do presente trabalho é estabelecer parâmetros para a decisão empresarial sobre a viabilidade da locação em relação à compra e vice versa. No desenvolvimento dessa pesquisa foram preparados fluxos de caixa com base nos dados da empresa LOG e uma das suas operações, buscando verificar a taxa interna de retorno por um período de cinco anos em relação à aquisição, os investimentos e as despesas necessárias com o aluguel e a aquisição e os benefícios que se pode ter com a locação e com a compra das empilhadeiras. Palavras-chave: Custos, Empilhadeiras, Logística. ABSTRACT NUNES, Patrícia da Silva, Cost analysis of acquisition or rental of forklifts and reduce logistics operation X in the company LOG. company’s. Monograph (Graduation in Technologic Logistics with enphasis in Transports) - FATEC Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. The companies sizing a logistics operation have numerous items to check. One of those items that generate big doubt is equip the deposit, warehouse or center of distribution, therefore have an encounter with two options: rent or buy the forklifts for movement and storage? The rental itself sample worthwhile by the flexibility and by the immediate cost it to be disposed regarding the acquisition, that removes a high value of investment. However, as one of the functions logistics is going to reduce costs, the objective of the present work is establish parameters for the business decision about the feasibility of the rental regarding the purchase and vice versa. In the development of that research were prepared cash flows with base in the given of the company LOG and one of his operations, seeking verify the internal rate of return by a period of five years regarding acquisition, the investments and the necessary expenses with the rent and the acquisition and the benefits that can have with the rental and with the purchase of the forklifts. Key-words: Cost, Truck-lift, Logistics. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Papel Estratégico da Logística na empresa................................................25 Figura 2: Fluxo logístico em uma típica cadeia de suprimentos.................................29 Figura 3: Composição dos Custos Logísticos............................................................34 Figura 4: Significância dos Custos Logísticos ...........................................................34 Figura 5: Custos Diretos ............................................................................................38 Figura 6: Custos Indiretos..........................................................................................39 Figura 7: Tipos de empilhadeiras elétricas ................................................................43 Figura 8: Modelo de empilhadeiras à combustão / GLP............................................44 Figura 9: Empilhadeira...............................................................................................44 Figura 10: Diagrama do fluxo de caixa residual.........................................................65 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Valores unitários para aquisição das empilhadeiras, paleteiras e periféricos...........................................................................................................56 Quadro 2: Valores para aquisição de todos os equipamentos dimensionados e periféricos...........................................................................................................56 Quadro 3: Valores unitários mensais para locação dos equipamentos dimensionados e periféricos........................................................................................................57 Quadro 4: Valores totais mensais para locação dos equipamentos dimensionados e periféricos...........................................................................................................57 Quadro 5: Depreciação de todos os equipamentos dimensionados e periféricos.....60 Quadro 6: Resumo da depreciação............................................................................61 Quadro 7: Despesa com manutenção estimada em cinco anos................................61 Quadro 8: Despesa com locação por cinco anos.......................................................62 Quadro 9: Resumo do fluxo líquido de caixa operacional incremental......................63 Quadro 10: Cálculo do valor contábil de todos os equipamentos..............................63 Quadro 11: Valor com a venda dos equipamentos....................................................64 Quadro 12: Custo médio do capital total investido.....................................................65 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Maneiras de Competir por Meio da Logística na Cadeia de Suprimento...31 Tabela 2: Comparação dos custos logísticos totais e seus principais componentes de diversos setores como porcentagem das receitas...................................36 Tabela 3: Formato básico para a determinação do investimento inicial.....................51 LISTA DE SIGLAS BAR Unidade de medida de pressão do Sistema Internacional (SI) BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CLM Concil of Logistics Management CO² Dióxido de carbono EUA Estados Unidos da América GLP Gás Liquefeito do Petróleo IR Imposto de Renda NCM Nomenclatura Comum do Mercosul OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte PBR Palete Brasil padronizado PVC Poli Cloreto de Vinila SA Sociedade anônima SI Sistema Internacional TIR Taxa Interna de Retorno TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo VLP Valor Presente Líquido SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13 2 LOGÍSTICA.............................................................................................................15 2.1 Histórico...............................................................................................................15 2.2 A evolução da Logística.......................................................................................17 3 LOGÍSTICA EMPRESARIAL...................................................................................22 3.1 O importante papel da Logística nas empresas e na economia moderna...........24 3.2 A função da Logística na Cadeia de Suprimentos...............................................28 3.3 Logística vista como redução de custos às empresas.........................................32 3.4 Custos Logísticos.................................................................................................33 3.4.1 Conceituação de custos....................................................................................36 3.4.2 Custos Diretos...................................................................................................37 3.4.3 Custos Indiretos.................................................................................................38 4 EMPILHADEIRAS PARA MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM....………………41 4.1 Definição sobre empilhadeiras.....……………………………………………………41 4.1.1 Características e aplicações dos modelos de Empilhadeiras...........................41 4.1.2 Vantagens e limitações dos tipos de empilhadeira...........................................45 4.2 Considerações para seleção de empilhadeiras para uma operação ou uso.......46 5 FLUXO DE CAIXA e TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO.........………………49 5.1 Fluxos de caixa e depreciação.....……………………………………………………49 5.2 Técnicas de tomada de decisão...........................................................................51 5.2.1 Valor Presente Líquido (VLP)............................................................................52 5.2.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) .........................................................................52 6 ESTUDO DE CASO................................................................................................54 6.1 Dados para apresentação de empilhadeiras na operação X da empresa LOG...54 6.1.1 Apresentação das quantidades e modelos necessários à operação X.............55 6.2. Custos com empilhadeiras..................................................................................55 6.2.1 Custo para aquisição de empilhadeiras............................................................56 6.2.2 Custo para locação de empilhadeiras...............................................................56 6.3 Vantagens com locação de empilhadeiras...........................................................57 6.4 Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras por um período de cinco anos.....................................................................................................58 6.4.1 Estimativa do fluxo de caixa inicial....................................................................59 6.4.2 Estimativa dos fluxos de caixa operacionais incrementais................................59 6.4.2.1 Depreciação dos Equipamentos do Projeto...................................................59 6.4.2.2 Despesa com manutenção.............................................................................61 6.4.2.3 Locação de todos os equipamentos...............................................................62 6.4.2.4 Fluxo líquido de caixa operacional incremental..............................................62 6.4.3 Fluxo de caixa residual......................................................................................63 6.4.3.1 Diagrama do fluxo de caixa residual..............................................................64 6.4.4 Análise econômica do projeto para aquisição de equipamentos......................65 6.4.4.1 Conclusão sobre a análise econômica do projeto..........................................66 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................69 13 1 INTRODUÇÃO Na busca de redução de custos logísticos, muitas empresas procuram uma alternativa no momento de escolher os equipamentos para movimentação e armazenagem. Porém, fica a dúvida: alugar ou comprar empilhadeiras? O presente estudo visa conceituar logística e apresentar o importante papel que a logística empresarial representa na cadeia de suprimentos, integrando as áreas e as suas funções. Será abordado um histórico referente a logística e a evolução do estudo sobre esta ciência e também sobre sua atuação no mercado empresarial. Conceituará os custos logísticos de modo sucinto, enfatizando os custos pertinentes à movimentação e armazenagem. Apresentará um esboço sobre empilhadeiras, seus tipos e modelos, bem como as características e aplicações, as vantagens e as limitações. Abordará técnicas para tomada de decisão com base em fluxos de caixa utilizados atualmente nas empresas. Serão verificados os dados de uma operação logística, denominada X em um centro de distribuição da empresa LOG1. Com estes dados serão dimensionados os modelos e as quantidades de empilhadeiras de movimentação e armazenagem necessárias e será feita a escolha do fabricante desses equipamentos, realizando uma apresentação de custos para aquisição das empilhadeiras, bem como para a locação. Assim, será então possível fazer uma análise de custos entre aquisição e locação de empilhadeiras como redução logística nesta operação. A análise de custos será realizada para um _____________ 1 Por questão de sigilo, a sigla LOG, utilizada para identificação da empresa referente ao estudo de caso é fantasia. 14 período de cinco anos onde se busca verificar o que se constituirá em maior vantagem entre o aluguel e a compra de empilhadeiras. Para realização deste trabalho será feito um estudo de caso e também será utilizado o método de pesquisa bibliográfica. 15 2 LOGÍSTICA O estudo sobre Logística se comparado a outras ciências é muito recente, principalmente no Brasil. Atualmente vê-se inúmeras definições para o termo logística, descartando tudo o que engloba. Para Ballou (1993, p. 23) logística não tem o mesmo significado para todas as pessoas, inclusive para aquelas que estão ativamente engajadas no assunto. Ainda segundo Ballou (2001, p 19-20) a logística empresarial é considerada um campo novo da gestão integrada, mas é de vital importância nos dias atuais dentro das empresas. Bowersow (2001, p. 20) apud CLM - Council of Logistics Management a definição sobre logística no ano de 1991: Processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo de armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender as necessidades dos clientes. Tigerlog (2009) apud OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte define logística como: A ciência de planejamento e de realização da movimentação e manutenção das forças abrangendo o desenho, desenvolvimento, aquisição, estoque, movimentação, distribuição, manutenção, evacuação e disponibilização de materiais; processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo de armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender as necessidades dos clientes. 2.1 Histórico Tigerlog (2009) descreve sobre a história da logística e afirma que a 16 palavra Logística vem do grego “logistikos”, do qual o latim “logisticus” é derivado e que o significado para as duas palavras é cálculo e raciocínio no sentido matemático. Aponta ainda que a partir do século XVII a logística passou a ser utilizada nos modernos princípios: Por volta de 1.670, um conselheiro do Rei Luís XIV sugeriu a criação de uma nova estrutura de suporte para solucionar os crescentes problemas administrativos experimentados com o novo exército desenvolvido a partir do caos medieval. Foi criada a posição de “Marechal General de Logis”, cujo título se originou do verbo francês “loger”, que significar alojar. Entre seus deveres estavam a responsabilidade pelo planejamento das marchas, seleção dos campos e regulamentação do transporte e fornecimento. Também para Hara (2005, p19), logística provém do radical grego logos, que significa razão. E desse princípio etimológico pode-se entender que logística implica “a arte de calcular” ou a manipulação dos detalhes de uma operação. Para Rodrigues (2003, p.123), a primeira tentativa de definir logística foi feita pelo Barão Antoine Henri Jomini (1779-1896), general do exército francês sob o comando de Napoleão Bonaparte, como “a arte prática de movimentar exércitos”, assegurando que “a logística é tudo ou quase tudo no campo das atividades militares, exceto o combate”. O Barão Jomini era visto como principal teórico militar da primeira metade do século XIX. Ele desenvolveu o termo “logistique”, posteriormente traduzido para o inglês “logistics”, sendo que dividiu a arte da guerra em cinco: estratégia, grandes táticas, logística, engenharia e táticas menores. Para ele, logística não estava restrita a estrutura de transportes, mas ao suporte, administração, reconhecimentos e inteligência, movimentando e sustentando as forças militares (TIGERLOG, 2009). 17 Hara (2005, p. 17) afirma que a logística aplicada no campo militar designava atividades de suprimentos, estocagem, movimentação e transportes de bens como remédios, equipamentos, armamentos, uniformes e as próprias tropas. Conforme Pozo (2004, p 15), “a atividade logística militar na Segunda Guerra Mundial foi o ponto de partida para muitos conceitos logísticos utilizados atualmente”. Rodrigues (2003, p.123), refere que após a Segunda Guerra Mundial, o termo Logística abrange uma intensidade bem maior, sendo, portanto, a Guerra, fato primordial para a alavancagem da Logística no âmbito empresarial. É a partir de meados do século XX que a logística passa a ser empregada no meio empresarial. 2.2 A evolução da logística Após a Segunda Grande Guerra Mundial, na década de 50, houve grande estimulo do governo norte americano à reestruturação dos procedimentos industriais em todo o planeta. Foi alavancada a massificação da produção e no Japão e na Europa Continental vários países destruídos pela guerra iniciaram a reconstrução de suas nações, gerando emprego à mão-deobra disponível (RODRIGUES, 2005, p. 125). Para Pozo (2004, p. 17), após a segunda Guerra havia um novo cenário para a economia e principalmente no início dos anos 50 foi um forte instrumento para fomentar a logística. Os novos conceitos logísticos começavam a aflorar na mente dos administradores, oferecendo a oportunidade de melhorar os resultados das empresas. 18 Porém, ainda não se apostava no computador como ferramenta útil à indústria. Os computadores ainda eram tidos como obra da imaginação humana (NEXTG, 2009). Rodrigues (2005, p. 125) afirma que nos anos 60 as empresas se voltaram para o marketing e a distribuição, buscando poder efetivo de barganha frente ao mercado e as fontes de suprimento ao passo que se reerguiam e consolidavam. Os problemas logísticos tornam-se cada vez mais complexos com o desenvolvimento da tecnologia, exigindo maior visão sistêmica da organização e do mercado. Em meados da década de 50 e 60, essa complexidade começou a ser tratada efetivamente, por novas tecnologias (POZO, 2004, p. 19). Foi na década de 70 que a logística tomou grande importância. O mercado começou a exigir variedade de produtos e um melhor nível de serviço de modo que elevada a produtividade, era necessário um melhor gerenciamento da produção, enfatizando a racionalização dos custos, buscado preços que pudessem gerar crescentes vendas, melhorando a lucratividade. As atividades relacionadas a logística tomaram lugar dentro das organizações, vista a necessidade de criar parcerias e agregar tecnologia, tornando-se então, estratégicas (RODRIGUES, 2005, P. 125). E deste modo, nos anos 70 houve o investimento real das empresas em tecnologia (CRUZ, 2002, p. 79). Para Rodrigues (2005, p. 125) nos anos 80 houve grande revolução tecnológica e o custo com sistemas informatizados foi barateado. Isso possibilitou que as informações estivessem disponíveis em tempo hábil e que fossem precisas. O uso do computador foi estimulado e viabilizou uma rápida e 19 realista avaliação as situações que se apresentavam, diminuindo o tempo de resposta e possibilitando um aumento no sucesso empresarial. Rodrigues afirma ainda quanto à década de 80: O campo era fértil para as soluções logísticas, de forma a reverter as ameaças geradas pelo inevitável aumento da complexidade operacional. A adoção de sofisticadas abordagens do gerenciamento logístico passou a representar o ponto-chave na sustentação das estratégias mercadológicas inovadoras invadiam o mercado. O processo decisório tornava-se mais ágil, os ciclos operacionais mais curtos e as adaptações ao sistema menos traumáticas. O monitoramento permanente do processo logístico e a análise sistemática dos indicadores de custos e serviços a clientes possibilitavam maior flexibilidade às operações, capitalizando todos os esforços em oportunidades mais lucrativas. Havia agora uma preocupação em integrar todas as áreas da empresa em torno de uma finalidade comum, buscando uma posição distinta no mercado, através de uma estrutura de armazenagem e distribuição eficiente e que possibilitasse reduzir custos, otimizar tempo e espaço, sendo o alvo aumentar a satisfação do cliente (FARIA e COSTA, 2007, p.19). Ainda nos anos 80, foi notada pelas empresas que a tecnologia de informação poderia ser uma importante e decisiva ferramenta para as organizações, contribuindo para o aumento da competitividade (NEXTG, 2007). Já nos anos 90 as indústrias e o comércio começam considerar todo o mercado mundial como fornecedores e clientes, onde os atacadistas diminuem seus estoques e aumentam o giro das mercadorias. Tudo isso em decorrência do processo de globalização da economia mundial e o acirrado ambiente competitivo, que foi estimulado pelos avanços nas telecomunicações (RODRIGUES, 2005, p. 126). Para Ching (2001, p. 27) logística aparece como uma ferramenta preciosa para medir os reflexos de um bom planejamento na distribuição de mercadorias em aspectos externos, como consumidores e fornecedores e 20 também em aspectos internos, como fluxo de materiais e armazenamento físico de matéria-prima e produtos acabados. Deste modo, com a aplicação da logística integrada, Ching acredita na redução de custos e no aumento da competitividade diante dos concorrentes no atual mercado globalizado, onde o fator como redução de custos é essencial para continuidade das empresas. Para Fleury (2000, p. 27), os conjuntos de mudanças econômicas e tecnológicas é o que têm permitido que a logística seja vista como uma das ferramentas gerenciais mais modernas no cenário atual. E esta afirmação foi feita no ano 2000. “A rede logística é formada por fornecedores, depósitos, centros de distribuição e pontos de varejo como também por matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados que fluem entre as instalações” (SIMCHI-LEVI, KAMINSKY e SIMCHI-LEVI, 2003, p.41). Para Faria e Costa (2007, p. 19) o momento atual iniciado na década de 80, caracterizou a logística pela importância dada à integração externa, entre os diferentes elos que interliga a cadeia de suprimentos, destacando o desenvolvimento dos sistemas de informação. Devido às mudanças de tecnologia, de mercado e da concorrência, que são mudanças internas e externas, o ambiente logístico evolui constantemente e para desenvolver e focalizar a estratégia das empresas é necessário utilizar metodologias de planejamento (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2006, p. 390). Conforme Rodrigues (2005, p. 126) com a evolução decorrente das últimas décadas, a logística se mostra ligada diretamente com a qualidade, havendo obrigação então, para se obter sucesso nas estratégias logísticas, o 21 planejamento, visando o atendimento contínuo das necessidades dos clientes, tanto no âmbito da produção de bens como na prestação de serviços. 22 3 LOGÍSTICA EMPRESARIAL A Logística empresarial tem ganhado espaço nas empresas, está em fase de expansão e tem sido vista como um diferencial quando bem aplicada. O tempo da logística empresarial está chegando e uma nova ordem das coisas está começando (BALLOU, 1993, p. 38). A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto e aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável (Id, 1995, p. 24). Neste âmbito, Hara (2005, p. 18) afirma que o escopo da logística pode ser a gestão de materiais e mercadorias em repouso e também em movimento, apresentando a missão da logística como sendo de dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas fornecendo ao mesmo tempo uma maior contribuição de valores às empresas. Segundo Viana (2002, p. 45) logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos de forma racionalizada, tendo planejamento, coordenação e execução de todo o processo visando à redução de custos e o aumento da competitividade. Para Ching (2001, p. 55) a integração das áreas e processos da empresa é o conceito básico da logística a fim de se obter melhor desempenho que seus concorrentes nas áreas de suprimento, produção e distribuição, por exemplo. Ballou (1993, p. 38) pondera ainda que a administração, adequada as 23 atividades chave da logística: transportes, manutenção de estoques, processamento de pedidos e as várias atividades de apoio adicionais podem prover o cliente com níveis de serviço desejados. Isto ocorrendo, a logística empresarial atinge seu objetivo, providenciando bens e serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível. Para Viana (2002, p. 45) não somente deve ser estimulado o conhecimento pleno dos processos, integrando as áreas, mas o desenvolvimento de novos modelos sob o ponto de visa logístico, buscando uma moderna e apropriada administração sempre estudando o impacto que o que é novo gera. Salienta ainda, que os processos e modelos logísticos devem apresentar um sistema que facilite a comunicação e relação entre clientes e fornecedores (Id., 2002, 45). Martins e Gasparin (2005, p. 25) citam que é a logística que deve garantir o atendimento das necessidades do cliente final, bem como criar necessidades nos clientes potenciais. Quando o cliente quiser o produto, caberá a logística dispor o produto ao menor tempo possível, com a melhor qualidade e quando se tratar de um produto idêntico, além de apresentar disponibilidade e valor agregado deverá ter também menor preço que o concorrente. A logística empresarial busca como parte dos objetivos gerais da companhia alcançar processos da cadeia de suprimentos que venham a conduzir a empresa para objetivos globais. A meta então, é desenvolver atividades logísticas que resultem no máximo de retorno possível do investimento no menor prazo. Essa meta tem duas dimensões segundo Ballou 24 (2006, p. 43): o impacto do projeto do sistema logístico em termos de contribuição de rendimentos e o custo operacional e as necessidades de capital desse projeto. 3.1 O importante papel da Logística nas empresas e na economia moderna Atualmente o ambiente empresarial é acelerado e de constantes mudanças, em razão de diversos fatores, entre eles, o avanço da tecnologia e alterações na economia, exigindo que as empresas se adaptem constantemente, colocando a prova o desempenho e procurando sempre superar uma nova ordem das coisas - nova visão empresarial (CHING, 2001, p. 28). A logística é importante, pois trata da criação de valor – valor para os clientes e fornecedores da empresa e valor para todos aqueles que têm nela interesse direto. O valor da logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar (BALLOU, 2006, p. 33). Novaes (2001, P. 35) afirma que a logística envolve elementos humanos, materiais, tecnológicos e de informação que implica na redução de custos e deve agregar valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação a toda cadeia produtiva. Ballou (2001, p. 25) apresenta que produtos e serviços não têm valores, a menos que estejam sob a posse do cliente, quando (tempo) e onde (lugar) eles desejam consumi-los, ou seja, a grande função da logística é criar disponibilidade, valor de tempo e lugar. Segundo Novaes (2001, p. 14), o papel atual da logística na empresa é criar uma vantagem competitiva, completar o esforço do setor de marketing, 25 garantindo um nível aceitável de serviço. E neste mesmo sentido, Viana (2002, p. 45) enfatiza que diante das constantes mudanças no cenário econômico, a logística passa a existir como ferramenta fundamental a ser utilizada para produzir vantagens que sejam competitivas. A seguir a figura 1 que representa o papel estratégico de logística na empresas. O PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA NA EMPRESA FUNÇÕES REGULADORAS DO CICLO LOGÍSTICO DISTRIBUIÇÃO FÍSICA + SUPRIMENTOS COMPOSTO LOGÍSTICO ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS PLANEJAMENTO DE ESTOQUES + MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS TRANSPORTES Figura 1: Papel Estratégico da Logística na empresa Fonte: Viana, 2002, p. 45 Dias (1993, p. 13) aponta seis principais razões para o crescente interesse das empresas brasileiras pela administração logística: 1. rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços de transporte e armazenagem; 2. desenvolvimento de técnicas matemáticas e do equipamento de computação capazes de tratar eficientemente a massa dos dados normalmente necessária para a análise e um programa logístico; 3. complexidade crescente da administração de matérias e da distribuição física, tornando necessários sistemas mais complexos; 4. disponibilidade de maior gama de serviços logísticos; 5. mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens de consumo; 6. tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades de administração dos estoques para os fabricantes. 26 A valorização do setor logístico pelas empresas brasileiras é crescente, mas há algumas limitações a serem suplantadas, como por exemplo, a divisão das empresas por departamentos, a concentração de esforços nas funções financeiras, mapas digitalizados, pseudo-soluções, à informática e ao tratamento da informação, parcerias entre as empresas, sistemas de custos, dentre outros (NOVAES, 2001, p. 54-57). Para situar a logística em um nível mais elevado de importância para grande parte das empresas alguns fatores de força econômica foram cruciais: crescente desregularização dos negócios, a proliferação dos acordos de livre comércio, a crescente concorrência externa, a incrementada globalização das indústrias e as novas e aperfeiçoadas necessidades de desempenho logístico rápido preciso (BALLOU, 2006, p. 45). Dornier et al. (2000, p. 43) destaca que os ambientes de negócios estão em constante mudança e criam a necessidade de modificações significativas nos sistemas logísticos, sendo essas mudanças influenciadas pelo mercado, pela concorrência, pela evolução tecnológica e por regulamentações governamentais diversas. Compartilham deste mesmo pensamento Hitt, Ireland e Hoskisson (2005, p. 50) afirmando que as empresas obtêm as informações que necessitam através de um entendimento integrado dos ambientes externo e interno, entender o presente e prever o futuro. Para Ballou (1993, p. 19) a logística tem importância global na economia, onde sistemas logísticos eficientes e utilizados criam bases para o comércio e para a manutenção de um alto padrão de vida para uma nação. Novaes (2001, p. 349) aponta que as empresas deste tempo de 27 economia globalizada adotam atitudes defensivas ou pró-ativas em relação ao ambiente externo, pois aprendem a conviver com as incertezas do mercado, relacionadas ao produto o serviço, sendo decorrentes da evolução tecnológica ou geradas pelo ambiente econômico-financeiro. A logística está gerando um ambiente competitivo e só sobreviverá quem seguir a regra dos outros, integrando os processos e se atualizando quanto as novas tecnologias (CHING, 2001, p. 28). Uma boa gestão da cadeia de suprimentos e a consideração da Logística como fator importante a ser trabalhado nas empresas pode gerar vendas, e não apenas reduzir gastos, como enfatiza Ballou (2006, p. 36): As empresas gastam tempo buscando maneiras de diferenciar suas ofertas de produtos em relação à concorrência. Quando a administração reconhece que a logística afeta uma significativa parcela dos custos das empresas e que o resultado as decisões tomadas quanto aos processos da cadeia de suprimentos proporciona diferentes níveis de serviços aos clientes, atinge uma condição de penetrar de maneira eficaz em novos mercados de aumentar sua fatia do mercado e de aumentar os lucros. Ballou (2006, p. 45) acredita que o crescimento observado no setor de serviços e as questões ambientais aliados a tecnologia da informação são novas oportunidades para o gerenciamento logístico e possibilitarão o suporte à natureza vital da logística no futuro. Buscando uma conceituação mais definida e abrangente, a administração de materiais está mudando o enfoque tradicional “produza, estoque, venda” para um atual e moderno conceito que compreende “definição de mercado, planejamento do produto, apoio logístico” (DIAS, 1993, p. 11). Para Dias (1993, p. 17) a logística permite reduzir as imperfeições e é essencial que as empresas entendam o seu papel e a sua importância. 28 3.2 A função da logística na cadeia de suprimentos É função da logística aprimorar a cadeia de suprimentos, pois, a logística controla os valores de tempo e de lugar nos produtos e quanto aos serviços, por meio, sobretudo, dos transportes, dos fluxos de informação e dos estoques (BALLOU, 2006, p. 38). Para Faria (2003, p. 2) a função da logística está em gerenciar o fluxo dos itens, as informações, o dinheiro, as idéias, sendo possível através da coordenação dos processos da cadeia de suprimentos e também através da utilidade de lugar, tempo e forma. Chopra e Meindel (2003, p. 3-4) asseguram que uma cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento do pedido de um cliente, observando ser o cliente o componente essencial da cadeia. Nesta mesma linha, Ballou (2006, p. 28) aponta que a cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e a transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Para ele, os materiais e as informações fluem tanto para baixo quanto para cima na cadeia de suprimentos. A integração das atividades acima citadas, mediante uma relação aperfeiçoada na cadeia de suprimentos, objetivando conquistar vantagens competitiva sustentáveis é função do gerenciamento da cadeia de suprimentos (Id., 2006, p. 28). O escopo da cadeia de suprimentos pode ser entendido conforme sugerido por Hara (2005, p. 20) na Figura 2. 29 Matéria-prima Lojas Transporte Distribuição Suprimento Fabricação e Armazenagem Consumidor Figura 2: Fluxo logístico em uma típica cadeia de suprimentos Fonte: Adaptado de Hara, 2005, p. 20 Para Dornier (2000, p. 39) o processo logístico abrange todas as áreas funcionais, criando importantes interfaces dentro da organização. Segundo Ballou (2006, p. 29) a cadeia de suprimentos trata-se do conjunto de atividades funcionais, por exemplo, transporte e controle de estoques, que se repetirão inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual as matérias-primas se transformam em produtos acabados, onde será criado valor ao consumidor. O sistema logístico é entendido como complexo e para implantar melhorias na estrutura industrial é preciso dinamizar o sistema logístico que compreende “o suprimento de materiais e componentes, a movimentação e o controle de produtos e o apoio ao esforço de vendas dos produtos finais, até a colocação do produto acabado no consumidor”. (DIAS, 1993, p.11). Uma cadeia de suprimento vai desde o produto primário, como por exemplo, a bauxita, até o produto final, uma lata de refrigerante, sendo que o 30 foco do gerenciamento da cadeia de suprimentos é ajustar os membros da cadeia, agregando valor ao cliente final, com o menor custo para a cadeia de suprimentos como um todo (HARRISON e HOEK, 2003, p. 27). As atividades exercidas no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos pode variar de organização para organização conforme referência de Ballou (2006, p. 29): As atividades a serem gerenciadas que compõem a logística empresarial variam de acordo com as empresas, dependendo, entre outros fatores, da estrutura organizacional, das diferentes conceituações dos respectivos gerentes sobre o que constitui a cadeia de suprimentos nesse negócio e da importância das atividades específicas para as suas operações. A logística apóia a competitividade da cadeia de suprimento como um todo, por cinco modos: qualidade, velocidade, tempestividade, flexibilidade e custo, conforme demonstrado na Tabela 1 (HARRISON e HOEK, 2003, p.38). 31 Tabela 1: Maneiras de Competir por Meio da Logística na Cadeia de Suprimento É o aspecto mais visível da cadeia de suprimento; Ajuda a reduzir custos e eliminar erros; O compromisso com um produto com zero defeito deve ser absoluto; QUALIDADE Defeitos e entregas atrasadas são sintomas de problemas de qualidade nos processos na cadeia de suprimento; Falhas influenciam fidelidade do cliente. Rapidez; VELOCIDADE negativamente na Quanto menor o tempo de espera para receber o produto ou serviço melhor para a empresa e para o cliente. Agir na hora certa; TEMPESTIVIDADE É importante o cumprimento de promessas pela empresa para com o cliente; O não cumprimento de prazos é muito prejudicial afetando na fidelidade do cliente. Na rapidez que um produto pode ser lançado; Na variedade de produtos; FLEXIBILIDADE CUSTO No tempo de lançamento de novos produtos; No volume de demanda; Entrega de produtos. Baixos custos sempre criam vantagens no mercado. Fonte: Harrison e Hoek, 2003, p.38-42. Para Ballou (2006 p. 39), os conceitos de logística e de cadeia de suprimentos aprendidos e aprimorados no transcorrer dos anos, principalmente dos últimos, poderão ser utilizados em setores como as indústrias de serviços, 32 forças armadas e também na administração ambiental, além dos setores que já fazem uso hoje da aplicação e integração que a logística permite na cadeia de suprimentos como um todo. 3.3 Logística vista como redução de custos às empresas Para a grande maioria, a logística é vista apenas como um fator de redução de custos às empresas. Ballou (2006, p. 36) discorda, afirmando que uma boa gestão logística da cadeia de suprimentos pode não somente reduzir custos, mas ampliar e gerar vendas. Segundo Pozo (2004, p.28) a base da vantagem por intermédio da logística competitiva, encontra-se na capacidade da organização em diferenciar-se dos concorrentes perante a visão do cliente e também pela habilidade em operar a baixo custo – reduzindo-o, gerando a satisfação do cliente e o aumento de retorno ao negócio. Christopher (1997, p. 2) afirma que o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva, pois, logística é o processo que permite estrategicamente gerenciar a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, inclusive, peças e produtos acabados por interferência de seus canais de marketing, objetivando maximizar a lucratividade presente e futura, por intermédio do atendimento dos pedidos a baixo custo. Atualmente a logística apresenta um escopo dinâmico e muito mais global, atingindo funções pertinentes à gestão de materiais, podendo considerar a aquisição, manuseio, transporte, distribuição e o controle eficaz dos bens disponíveis, apresentando como principais objetivos: redução dos custos 33 globais; altos giros de estoques; continuidade do fornecimento; obtenção do nível de qualidade desejado; rapidez nas entregas; registros de controles e transmissão de dados instantâneos e confiáveis (RODRIGUES, 2005, p.124125). Moura (2004, p. 37) afirma que para a grande maioria, logística em uma definição ampliada é obter os produtos certos, no lugar certo, no momento certo e ao menor custo. Assegura ainda que uma das principais funções da logística é explorar alternativas para minimizar os custos e maximizar a lucratividade da empresa. No atual cenário, aponta que há um novo relacionamento entre finanças e logística que transmite um enorme potencial para diminuir custos e racionalizar a cadeia de suprimentos (Id., 2004, p. 41). Para Dias (1993, p. 11) os administradores de um modo geral estão reconhecendo que devem coordenar as áreas de suprimentos, produção, embalagem, transporte, comercialização e finanças com uma visão de controle global dessas atividades, como em uma cadeia, pois, assim será possível apoiar cada etapa da cadeia/ sistema com o máximo de eficiência e o mínimo de capital investido. Em tempos remotos, generais e marechais compreenderam o papel crítico da logística para o sucesso de uma operação e, estranhamente, foi em um passado bem recente que as organizações empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na obtenção de vantagem competitiva (CHRISTOPHER, 1997, p. 1 e 2). 3.4 Custos logísticos 34 A freqüência com que o sistema logístico necessita ser replanejado pode ser determinada pelos custos logísticos a que a empresa se mostra em relação ao suprimento físico e a distribuição física (BALLOU, 2006, p. 56). Viana (2002, p. 47) demonstra o significado dos custos logísticos conforme as Figuras 3 e 4: MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM + ESTOQUE + TRANSPORTE Figura 3: Composição dos Custos Logísticos Fonte: Viana, 2002, p. 47 CUSTO INDUSTRIAL BÁSICO = 70% CUSTOS LOGÍSTICOS = 30% Figura 4: Significância dos Custos Logísticos Fonte: Viana, 2002, p. 47 A tratativa do custo é o que se espera da logística, a sua mensuração e seu controle. O objetivo da gestão da cadeia de suprimentos é ser eficiente e eficaz em relação aos custos no decorrer de todo o sistema. Os custos com transporte, com a distribuição aos estoques de matérias-primas, de estoque em processo e de produtos acabados devem ser minimizados (SIMCHI-LEVI, KAMINSKY E SIMCHI-LEVI, 2003, p. 28). Ballou (2006, p. 56) compreende que mesmo com os custos logísticos elevados, os menores aperfeiçoamentos proporcionados por um replanejamento constante podem representar substanciais reduções de custo. Para Christopher (1997, p. 10) “a missão do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis 35 desejáveis dos serviços e a qualidade ao custo mais baixo possível”. E deste modo caracteriza-se o importante papel do planejamento logístico perante os seus custos. Nesta mesma acepção Simchi-Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2003, p. 41) afirmam que por meio da integração da cadeia de suprimentos é que a empresa pode reduzir custos e aperfeiçoar os níveis de serviço. Para Rodrigues (2005, p. 135) os parâmetros que sustentam a eficácia da logística podem ser divididos em dois tipos: quantitativos – custo e tempo e qualitativo – qualidade. A proposta da logística é apoiar tecnicamente as decisões da empresa quanto ao equilíbrio entre os custos totais envolvidos, que conduzem a melhoria da produtividade e ao aumento da lucratividade, buscando por modo de uma abordagem sistêmica, a redução de custos. Rodrigues destaca ainda que os parâmetros abordados permitem: Eficiência dos fluxos de armazenagem, movimentação e distribuição; competência dos meios de transporte; identificação do ponto de equilíbrio entre os custos totais envolvidos; confiabilidade e velocidade das informações; qualidade dos serviços resultantes. De um modo geral, as empresas apresentam grande variação em seus custos logísticos e principalmente no sistema administrativo. O resultado de diversas pesquisas elaboradas nos EUA será apresentado na Tabela 2 como comparativo dos custos logísticos totais e a sua ampla variação de custo de indústria para indústria (POZO, 2004, p. 18). 36 Tabela 2 - Comparação dos custos logísticos totais e seus principais componentes de diversos setores como porcentagem das receitas. Indústrias Armazenagem Movimentação Processamento Distribuição Total Alimentícia 14,5 1,5 2,0 16,0 34,0 Bens Duráveis 16,0 2,0 0,5 5,5 24,0 Eletrônica 6,0 1,0 1,5 2,5 11,0 Farmacêutica 4,0 1,0 1,0 2,0 8,0 Metalúrgica Máquinas e equipamentos 14,0 3,0 1,5 9,5 28,0 4,5 1,0 0,5 4,5 10,5 Química 6,5 2,5 0,5 11,5 21,0 Papel 6,0 2,0 0,5 10,5 19,0 Têxtil 8,0 1,5 1,5 5,5 16,5 Fonte: Pozo, 2004, p.18. Para Simchi-Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2003, p. 29) é somente através da integração da cadeia de suprimentos que as empresas podem reduzir os custos e aperfeiçoar os níveis de serviço. 3.4.1 Conceituação de custos Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 3) o custo é composto pela soma dos insumos, que pode ser considerado: mão-de-obra, energia, materiais diversos, equipamentos, instalações físicas, etc. que são necessários para realizar um serviço ou uma operação, sendo avaliados monetariamente. Afirmam ainda que dependendo do modo como é calculado e a sua composição, será possível definir diversos tipos de custos, que são importantes para a solução de problemas logísticos. Segundo Sink e Tuttle (1993, p. 67) nas estratégias competitivas de uma empresa, os custos são elementos essenciais a serem considerados. Há diversos tipos de custos, sendo a medida de custo de difícil mensuração se comparada à medida de tempo, pois a combinação dos diferentes tipos de custos pode apresentar problemas complexos (TAYLOR, 37 2005, p. 177). A contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos, baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte (planilhas, rateios, cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de produtos, mercadorias e serviços (MAPH, 2009). Faria e Costa (2007, p. 69) conceitua custos e exemplifica: Custos são gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos no processe produtivo. Poderíamos considerar como custo a depreciação das empilhadeiras (ativos logísticos) assim com a mãode-obra do pessoal envolvido na função de armazenagem da matériaprima. 3.4.2 Custos diretos Para Maph (2009), os custos diretos formam todos aqueles elementos de custo individuais relacionados ao produto ou serviço e que se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma correlação proporcional. Os custos diretos são então, aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Os custos diretos são os custos atribuídos diretamente à fabricação de produtos acabados. Os custos diretos incluem custo de matérias-primas juntamente com o custo dos processos necessários para a aquisição desses materiais, a transformação dos mesmos em produtos acabados e a entrega aos clientes. Poucos sistemas contábeis oferecem as informações necessárias para se medir o custo direto, o que torna difícil a medição desses custos com precisão. Será demonstrado na figura 5 o custo direto (TAYLOR, 2005, p. 177 e 38 178). Compra Armazenagem Armazenagem +$ +$ Entrega +$ +$ Produtos no momento da entrega Custo de matériasprimas +$ Recebimento +$ Produção +$ Embalagem Figura 5: Custos diretos. Fonte: Taylor, 2005, p. 178 Alvarenga e Novaes (2000, p. 4) exemplificam como custo direto os motoristas de veículos de distribuição, o combustível gasto, o custo do capital dos caminhões, dentre outros como itens alocáveis diretamente à produção do setor logístico. 3.4.3 Custos Indiretos Os custos indiretos são os que não podem ser atribuídos a uma atividade específica e/ou serviço e nem a um produto, pois estão ligados ao gerenciamento geral da empresa. Entende-se que os custos indiretos são mais fáceis de medir, visto que correspondem às grandes categorias do sistema contábil conforme demonstrado na figura 6 (TAYLOR, 2005, p. 178). 39 Custo de matériasprimas Produtos no momento da entrega Equipamentos Instalações Áreas Empilhadeira Ajustador Caminhão Armazém Fábrica CD Engenharia Contabilidade Marketing Figura 6: Custos indiretos. Fonte: Taylor, 2005, p. 178 Para Taylor (2005, p. 178), os custos de compra e manutenção de equipamentos utilizados na fabricação dos produtos, os custos de construção e operação de instalações onde ficam alocados esses equipamentos e os custos com o gerenciamento de todos os setores de suporte fundamentais em uma empresa de manufatura são considerados custos indiretos. Custos esses, difíceis de compor no valor do produto acabado. Conforme explicam Alvarenga e Novaes (2000, p. 4), as áreas de contabilidade, de vendas, de recursos humanos estão relacionadas na organização como um todo, sendo, portanto, custos englobados em custos indiretos. Os custos indiretos são custos que não podem ser atribuídos (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, serviço, centro de custo, área ou departamento. É preciso taxas / critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. E há outros tipos de custos considerados indiretos: os custos que dizem respeito à existência do setor fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de 40 equipamentos, etc. (MAPH, 2009). Neste mesmo âmbito, Faria e Costa (2007, p.71) afirmam que os custos diretos são os que não se podem apropriar diretamente a um objeto no momento da ocorrência, por não ter relação direta. 41 4 EMPILHADEIRAS PARA MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM 4.1 Definição sobre empilhadeiras As definições que serão apresentadas se complementam. Empilhadeiras são veículos autopropelidos (com propulsão própria), com pelo menos três rodas, que elevam, transportam e posicionam cargas unitizadas (MOURA, 2004, p. 31). Conforme Dias (1993, p. 228), uma empilhadeira é um carro de elevação por garfos, motorizado e que pode operar a média distância. Empilhadeira é um veículo autopropulsor com três rodas, projetado para levantar, transportar e posicionar materiais (SEGURANÇA E TRABALHO, 2009). Francischini e Gurgel (2004, p. 227) consideram que a empilhadeira e a paleteira permitem uma programação aleatória quanto ao roteiro e deve ser utilizada em distância curtas e freqüentes. Sendo em ambiente fabril interno é indicado o uso de empilhadeira elétrica e no caso de ambiente externo, equipamentos movidos a GLP - Gás Liquefeito do Petróleo ou diesel. Afirmam ainda que se o acionamento desejado é manual, seria então, uma paleteira e quando se tratar de acionamento motorizado trata-se de empilhadeiras. Porém, existem paleteiras hidráulicas que são manuais e também paleteiras elétricas (RETRAK, 2009). 4.1.1 Características e aplicações dos modelos de Empilhadeiras 42 Diversos são os tipos e modelos de empilhadeiras existentes. Devido a isso, há diversidade e pontos de vista diferentes entre autores quanto a classificação. Será abordada neste capítulo a classificação mais abrangente. Para Tigerlog (2009) há diversos tipos de empilhadeiras, tendo características e aplicações distintas. Dispõe as empilhadeiras em cinco grandes classes. As classes são I, II, III, IV, V e serão definidas a seguir. A classe I corresponde às empilhadeiras elétricas contrabalançadas ou de contrapeso com operador sentado a bordo. São indicadas para aplicações para alta capacidade de carga e baixa altura de elevação até 5 metros e operações internas com piso de concreto em boas condições. Na Classe II, estão as máquinas retráteis ou pantográficas utilizadas em armazenagens verticais em alturas elevadas até 13 metros. Neste caso, a maximização vertical é excelente. Há aplicações em câmaras frigoríficas com temperaturas negativas até -40ºC. Dentro desta classe, está a empilhadeira trilateral que atinge alturas de armazenagens até 15 metros. Na Classe III, estão as empilhadeiras elétricas para transporte horizontal, geralmente com alturas de elevações baixas até cinco metros. Uma de suas aplicações está no armazenamento de tubos de PVC que atingem até cinco metros de comprimento. Neste grupo também estão as paleteiras elétricas, amplamente utilizadas em operações onde as distâncias horizontais são maiores. Devido ao valor de aquisição relativamente barato são utilizadas onde a velocidade de translação e a economia são aplicáveis. Quando dispostas com torre de elevação, atendem operações de armazenagem vertical baixas até de seis metros e o espaço para movimentação horizontal é reduzido. Ainda sobre as paleteiras com torre são utilizadas em corredores reduzidos 43 onde a velocidade de movimentação é baixa. Também são utilizadas em câmaras frigoríficas com temperaturas negativas -40ºC. Na Classe IV, estão as empilhadeiras com motor a combustão ou explosão com pneus cushion, maciços ou superelásticos. Geralmente, são empilhadeiras que não são fabricadas no Brasil, entretanto, são amplamente utilizadas devido ao valor de compra ser atrativo. Nos Estados Unidos e na Europa há leis restringindo a utilização somente em áreas externas devido ISO 14000 e ISO 14001. A proibição da utilização interna é atribuída por fatores de saúde para que os usuários não sejam intoxicados pelo monóxido de carbono (CO²) devido a queima do combustível (gasolina, diesel ou GLP). Classe V, similar à classe IV com a diferença do tipo de pneu que é pneumático ou com ar comprimido com pressão de 5 a 12 BAR. Na figura 7 estão demonstrados três tipos de empilhadeiras elétricas: empilhadeira patolada, empilhadeira retrátil e empilhadeira frontal de contrapeso: TIPOS DE EMPILHADEIRAS ELÉTRICAS Patolada Retrátil Frontal Figura 7: Tipos de empilhadeiras elétricas Fonte: Adaptado de Retrak, 2009. A figura 8 trata-se de um modelo de empilhadeira tipo à combustão GLP: 44 GLP Figura 8: Modelo de empilhadeiras à combustão / GLP Fonte: Adaptado de Retrak, 2009. Francischini e Gurgel (2004, p. 228) apresentam as características de uma empilhadeira de modo bem abrangente conforme figura 9 a seguir: Roteiro Frequência Distância Aleatório Intermitente Curta Ambiente Interno Externo Direção Horizontal e vertical Acionamento Elétrico ou GLP Gasolina ou diesel Figura 9: Empilhadeira. Fonte: Francischini e Gurgel, 2004, p. 228 As diversas características que devem ter uma empilhadeira quanto às exigências do material a ser transportado e armazenado faz com que haja inúmeros os modelos de empilhadeiras (DIAS, 1993, p. 226). Moura (2004, p. 31) apresenta os modelos de empilhadeiras quanto a característica - acionamento - do seguinte modo: manual, elétrico, GLP, gasolina e diesel, que são todos os existentes atualmente. O modelo manual é utilizado para movimentação e transporte onde a capacidade exigida, a velocidade e o raio de ação sejam pequenos, inclusive exige um piso regular para operar. As empilhadeiras elétricas são compactas, parte do contrapeso é a própria bateria. De modo geral é boa para manobra, tem um menor custo de manutenção em comparação a outros modelos equivalentes. Deve ser utilizada onde o piso seja regular e onde seja necessário evitar ruído, poluição e 45 aquecimento sendo comumente usada em ambientes fechados. Já o modelo GLP tem uma gama de capacidade e aplicações bem amplas. O modelo à gasolina tem aplicação diversa, boa capacidade e opera em condições díspares. Já o modelo à diesel é utilizado em operações mais rústicas e com maior carga. São utilizadas normalmente em ambiente externo devido ao elevado nível de ruído. Moura (2004, p. 32) descreve empilhadeiras quanto ao uso e aplicação: As empilhadeiras são indicadas para movimentação em fluxo intermitente, de materiais diversos e em percursos variáveis. As empilhadeiras podem ser utilizadas nas mais variadas situações: em linhas de produção (alimentação de máquinas, movimentação de peças em processo, produtos acabados ou matéria-prima) e na armazenagem (carga e descarga, colocação em estoque, separação de itens para expedição). Assim, podem ser utilizadas para movimentação de paletes, bobinas, fardos, sacarias, tubos ou toras, tambores, peças volumosas, materiais quentes ou corrosivos, caçambas, contentores, containeres, etc. Suas condições de uso também variam: armazéns cobertos e de grande altura, pátios de estocagem, portos, minas a céu aberto, serrarias, siderúrgicas, etc. Permitem elevadas alturas de estocagem, sendo utilizadas em percursos variáveis, com distância geralmente curta e média. 4.1.2 Vantagens e limitações dos tipos de empilhadeiras Serão pontuados alguns tipos de empilhadeiras quanto a vantagens e limitações. As empilhadeiras elétricas patoladas são mais compactas, permitem operar em corredores estreitos, são mais leves que as empilhadeiras de contrapeso e também mais econômicas. Por outro lado apresenta limitações, pois, operam apenas em percurso de pequena distância e não são ideais para pisos rústicos. A operação, de um modo geral é lenta e a capacidade de carga é limitada até duas toneladas (Moura, 2004, p. 34). 46 Já as empilhadeiras retráteis são compactas e estáveis, permitindo operar em corredores estreitos, com menor tara e carga de centro mais distantes, permite elevações de até 10 metros de altura, tem maior capacidade em relação as empilhadeiras de patola e devido o movimento poder ser realizado à frente, o posicionamento da carga é facilitado, reduzindo o consumo de tempo e energia. A agravante é que o valor é mais alto em relação às empilhadeiras de contrapeso (Moura, 2000, p. 38). Porém, conforme Retrak (2009), o fabricante de empilhadeiras Still – Empilhadeiras Sul Americanas SA, apresenta nas características técnicas referente a empilhadeira elétrica retrátil que a elevação desse modelo de equipamentos vai até 11.525 milímetros de altura confrontando a afirmação acima. As empilhadeiras frontais de contrapeso podem ser elétricas, a GLP, gasolina ou a diesel, tendo modelos de três ou quatro rodas. O ponto forte é a versatilidade, pois podem operar em pisos e ambientes diversos, permitindo também cargas pesadas e volumosas. Especialmente as de combustão interna podem operar em percursos mais longos, com cargas mais pesadas e com pisos irregulares, inclusive em ambientes com rampas. Porém, exigem corredores mais largos para manobras, paletização das pequenas cargas e a altura de empilhamento é limitada (MOURA, 2004, p. 35). Para todos os tipos de empilhadeiras conforme ocorrer a elevação, a capacidade de carga diminui. 4.2. Considerações para seleção de empilhadeiras para uma operação ou uso 47 Independente do tipo de empilhadeira, Dias (1993, p. 230) afirma que é preciso conhecer bem o local e as condições de operação, antes de realizar a aquisição do equipamento. Aponta que os modelos elétricos custam mais que os movidos por derivados do petróleo, porém, para a composição de custos devem ser ponderados outros fatores. Apresenta ainda nove importantes pontos a serem observados para a seleção de equipamentos de movimentação e armazenagem: tipo de carga a ser movimentada, o peso da carga a ser movimentada, dimensões da carga a ser movimentada, ciclo de movimentação e cargas, tipo de terreno / área a ser percorrido, se o percurso tem rampas, passagens, arcos, pontes, vigas, largura dos corredores, a altura a ser utilizada para a estocagem e as características ambientais do local. A escolha dos equipamentos de movimentação deve estar ligada ao plano geral de administração do fluxo de materiais e produtos, buscando atender a necessidade geral da empresa e não somente a uma solicitação isolada de uma área (Francischini e Gurgel, 2004, p. 226). A área de movimentação influi no espaço total de um armazém, depósito ou galpão. Os carrinhos rebocados por tratores e empilhadeiras influenciam o dimensionamento de corredores e passagens, afetando o tráfego geral como um todo. Deve ser considerada não só a área plana, como também a vertical para analisar e realizar a seleção de equipamentos de movimentação (DIAS, 1993, p. 205). Francischini e Gurgel (2004, p. 226) apresentam considerações preliminares a serem observadas para a aquisição de equipamentos, são elas: o piso - sua conservação e capacidade, os vãos – dimensão de portas e corredores, o pé-direito do local – ficando atento as vigas transversais que 48 limitam a utilização vertical, externo – quanto ao ambiente, adequação – por exemplo se no local pode ser utilizada empilhadeira a combustão, que emite gases, acidentes – atender as normas de segurança e energia – os tipos de energia disponível e a capacidade de suprimento. Conforme Dias (1993, p. 229) deve ser considerada ainda as situações de arejamento crítico, a sensibilidade do material estocado quanto a gases e neste caso, é necessário utilizar empilhadeiras elétricas. Diversos fatores são necessários para dimensionar os equipamentos para uma operação. Dentre eles estão: a fonte de energia, espaço entre corredores e colunas, resistência do piso, medidas de portas, a trajetória a ser percorrida, velocidade do equipamento, volume de expedição e recebimento (Id., 1993, p. 206 e 207). Para Francischini e Gurgel (2004, p. 234) há mais alguns aspectos a serem considerados para a compra de equipamentos: o investimento, preço do equipamento, o custo da operação a ser realizada, o tempo gasto na operação, a praticidade do equipamento, sua adequação, o tempo de vida útil e a facilidade na manutenção. 49 5 FLUXOS DE CAIXA E TÉCNICAS DE TOMADAS DE DECISÃO Logística sugere integração e ligação entre todas as partes do processo, seja ele produtivo ou não. Ao analisar a viabilidade da compra de um equipamento, que se constitui em um investimento, é preciso além de avaliar se o equipamento atende a necessidade, mensurar diante de outros projetos a prioridade de aquisição e inclusive verificar o retorno que este bem pode proporcionar à empresa. Serão estudados neste capítulo os fluxos de caixa que darão suporte a uma análise econômica do projeto em questão. 5.1 Fluxos de caixa e depreciação Segundo Gitman (2004, p. 86) os fluxos de caixa de uma empresa podem ser divididos em três: fluxos operacionais, fluxos de investimento e fluxos de financiamento: Os fluxos operacionais são entradas e saídas diretamente associadas à venda e à produção de bens e serviços da empresa. Os fluxos de investimento são aqueles associados à compra e à venda de ativos imobilizados e a participações em outras empresas. É claro que as transações que as transações de compra resultam em saídas de caixa, ao passo que as transações de venda geram entradas de caixa. Os fluxos de financiamento resultam de operações de captação de recursos de terceiros e capital próprio. As entradas operacionais serão os recebimentos incrementais após o imposto de renda, estimados com a realização do projeto. (Id., 2004, p. 324). Compara ainda o fluxo de caixa ao sangue da empresa, dada a sua importância. Indica também que o fluxo de caixa deve ser preocupação do administrador financeiro. Apresenta a depreciação como fator determinante do 50 fluxo de caixa. A depreciação dos ativos das empresas é regulada pela legislação do imposto de renda para fins fiscais. As empresas podem utilizar este lançamento sistematicamente parte dos custos de aquisição de ativos permanentes. O prazo em que um ativo é depreciado (vida útil) pode afetar as séries de fluxo de caixa (GITMAN 2004, p. 84). A SEFA (2009) apresenta em que consiste a depreciação e como deve ser fixada a taxa anual de depreciação: A depreciação de bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor dos elementos ali classificáveis, resultantes do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal. Regra geral, a taxa de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar a utilização econômica do bem, pelo contribuinte, na produção dos seus rendimentos. Expansão, substituição e renovação estão entre os principais motivos para gasto de capital. O processo utilizado para avaliar e selecionar gastos de capital compatíveis que visem aumentar a riqueza do proprietário da empresa é dado pelo orçamento de capital (GITMAN, 2004, p. 305 e 323). Os fluxos de caixa incrementais representam os fluxos de caixa adicionais, que são as saídas e entradas que pode se esperar de um gasto de capital proposto. O fluxo de caixa incremental serve para avaliar alternativas e gasto e capital. O termo incremental pode ser entendido como relevante. O cálculo das entradas incrementais é a última etapa das entradas operacionais de caixa para um projeto proposto (Id., 2004, p. 308 e 319). Na tabela 3, Gitman (2004, p. 311) apresenta o modelo básico para a determinação do investimento inicial. O custo com um novo ativo se caracteriza em desembolso líquido exigido para a sua aquisição e se houver necessidade de custos adicional para instalação deste, este custo deverá ser somado ao valor do novo ativo. 51 Segundo Gitman (2004, p. 312), o imposto incidente sobre a venda de um antigo ativo dependerá da relação entre o preço de venda, o preço inicial de compra e o valor contábil. O valor contábil de um ativo dá-se pelo custo instalado do ativo menos a depreciação acumulada, ou seja, a seguinte equação: valor contábil = custo instalado do ativo – depreciação acumulada. 5.2 Técnicas de tomada de decisão Os planos financeiros de longo prazo são tidos como planos estratégicos e estipulam medidas financeiras de planejamento da empresa e o impacto dessas medidas por períodos de dois a dez anos. Esses planos representam um componente fundamental de uma estratégia integrada que juntamente com os planos de produção e marketing direcionam a empresa em relação às metas estratégicas adotadas (GITMAN, 2004, p. 93). Depois de estimados os fluxos de caixa relevantes, devem ser aplicadas técnicas apropriadas de decisão para decidir se o projeto produz valor para os acionistas. As técnicas mais utilizadas são o valor presente líquido 52 (VLP) e a taxa interna de retorno (TIR), que empregam o custo de capital como retorno exigido para ressarcir os proprietários pela realização do projeto / investimento. As aplicações do VLP e da TIR são consideradas boas estimativas de fluxo de caixa para tomadas de decisão, permitindo ao administrador financeiro recomendar projetos compatíveis com a meta de criar valor para o acionista (Id. 2004, p. 352) 5.2.1 Valor Presente Líquido (VLP) O valor presente líquido (VLP) considera de forma explicita o valor do dinheiro no tempo. É apreciada como uma técnica sofisticada de orçamento de capital e utiliza em seus cálculos, os fluxos de caixa da empresa à uma taxa estipulada, que pode ser chamada de taxa de desconto, retorno exigido, custo de capital ou custo de oportunidade. Independente da denominação essa taxa representa o retorno mínimo a ser obtido no projeto pra que o valor da empresa permaneça inalterado. Ao ser utilizado o VLP em tomadas de decisões, o projeto deverá ser aceito quando o VLP for maior que $ 0 e rejeitado quando for menor que $ 0. Sendo o VLP maior que $ 0, a empresa terá um retorno maior que o seu custo de capital (GITMAN, 2004, p. 342 e 352). 5.2.2 Taxa interna de retorno (TIR) A TIR também considera o valor do dinheiro no tempo. O cálculo 53 manual é de difícil obtenção e bem mais difícil que o VLP (Gitman, 2004, p. 344 e 345): Felizmente, muitas calculadoras financeiras possuem uma função IRR programada que pode ser usada para simplificar o cálculo da TIR. Com essas calculadora, basta digitar todos os fluxos de caixa como se estivesse sendo calculado o VLP e apertar a tecla IRR para encontrar a taxa interna de retorno. Para tomadas de decisão, sendo a TIR maior que o custo de capital, o projeto é viável e a TIR sendo menor que o custo de capital, o projeto é inviável, devendo ser rejeitado. Esses critérios assegurarão a empresa impetrar o retorno exigido, que aumenta o valor de mercado e, conseqüentemente o patrimônio dos proprietários (GITMAN, 2004, p. 344). 54 6 ESTUDO DE CASO Neste capítulo serão apresentados dados de uma operação logística, denominada X em um centro de distribuição da empresa LOG. Com estes dados serão dimensionados os modelos e as quantidades de empilhadeiras de movimentação e armazenagem necessárias e será feita a escolha do fabricante desses equipamentos, realizando uma apresentação de custos para aquisição das empilhadeiras, bem como para a locação. Com todo esse material será então, realizada uma análise de custos entre aquisição e/ ou locação de empilhadeiras como redução logística nesta operação. Será feita uma análise de investimento para o período de cinco anos. 6.1 Dados para apresentação de empilhadeiras na operação X da empresa LOG A operação denominada X da empresa LOG funciona em dois turnos de oito horas cada de segunda a sexta-feira. A área total de armazenagem é de 5.300 m² em chão de concreto armado liso, tendo como área de expedição 1.150 m². e área de recebimento de 1.500 m². As estruturas de armazenagem vão até nível quatro, um mais três (1 + 3), sendo a primeira longarina de dois metros e meio, a segunda longarina de cinco metros e a terceira longarina de sete metros e meio. A largura operacional das ruas / corredores é de dois metros e oitenta centímetros. São quatro docas para expedição e quatro docas para recebimento, 55 onde toda a carga / material é transportado e armazenado paletizado em palete tipo PBR. Tem entrada média de 1200 m³ de carga por dia, sendo o recebimento de dez carretas equivalendo a aproximadamente 300 paletes diariamente. A saída média é também de 1200 m³ de carga diária, sendo a expedição de 10 carretas de carga consistindo em aproximadamente 300 paletes por dia. 6.1.1 Apresentação das quantidades e modelos necessários à operação X Com os dados da operação foi possível definir as quantidades e modelos de empilhadeiras necessárias para funcionamento adequado da operação X da empresa LOG. Serão necessários dois tipos de empilhadeiras para esta operação, sendo, duas empilhadeiras elétricas retráteis e duas paleteiras elétricas. Os modelos que foram escolhidos são respectivamente FMX e ERX do fabricante STILL – Empilhadeiras Sul Americanas. Como se trata de dois turnos de operação serão necessárias duas baterias tracionárias para cada modelo (empilhadeira e paleteira) e um carregador de baterias para cada uma também. 6.2 Custos com empilhadeiras Serão apresentados a seguir valores para aquisição dos equipamentos novos dimensionados e também para a locação dos mesmos modelos desses equipamentos. 56 6.2.1 Custo para aquisição de empilhadeiras No quadro 1 estão apresentados os valores unitários para aquisição dos dois modelos de empilhadeiras novas e seus periféricos, sendo baterias e carregadores, onde a entrega técnica está inclusa. Tipo Modelo / Fabric. Equipamento Carregador Duas Baterias Aquisição Empilhadeira retrátil elétrica FMX / Still R$ 94.118,00 R$ 4.450,00 R$ 29.000,00 R$ 127.568,00 Paleteira elétrica ERX / Still R$ 28.240,00 R$ 3.400,00 R$ 15.280,00 R$ 46.920,00 Total => R$ 174.488,00 Quadro 1: Valores Unitários para aquisição das empilhadeiras, paleteiras e periféricos. Fonte: Da autora com base em cotação realizada em empresa do ramo Já no quadro 2 os valores para aquisição dos dois equipamentos (empilhadeiras e paleteiras) dimensionados necessários à operação e os periféricos, onde também está incluída a entrega técnica. Tipo Modelo / Fabric. 2 2 Equipamentos Carregadores Empilhadeira retrátil elétrica FMX / Still R$ 188.236,00 Paleteira elétrica ERX / Still R$ 56.480,00 4 Baterias Aquisição R$ 8.900,00 R$ 58.000,00 R$ 255.136,00 R$ 6.800,00 R$ 30.560,00 R$ 93.840,00 Total => R$ 348.976,00 Quadro 2: Valores para aquisição de todos os equipamentos dimensionados e periféricos. Fonte: Da autora com base em cotação realizada em empresa do ramo 6.2.2 Custo para locação de empilhadeiras No quadro 3 constam os valores para locação de empilhadeiras novas, onde o período mínimo para o aluguel é de doze meses, incluindo entrega técnica, manutenção preventiva e programada e também manutenções 57 corretivas, salvo má utilização dos equipamentos. Neste quadro serão apresentados valores unitários de locação mensal. Tipo Modelo / Fabric. Equipamento Carregador Duas Baterias Empilhadeira retrátil elétrica FMX / Still R$ 5.610,00 incluso inclusas R$ 5.610,00 Paleteira elétrica ERX / Still R$ 2.400,00 incluso inclusas R$ 2.400,00 Total => R$ 8.010,00 Locação Quadro 3: Valores unitários mensais para locação dos equipamentos dimensionados e periféricos. Fonte: Da autora com base em cotação realizada em empresa do ramo No quadro 4 consta a locação mensal de dois equipamentos de cada conforme mensurado à operação. Tipo Modelo / Fabric. Equipamento Carregador Duas Baterias Empilhadeira retrátil elétrica FMX / Still R$ 11.220,00 incluso inclusas R$ 11.220,00 Paleteira elétrica ERX / Still R$ 4.800,00 incluso inclusas R$ 4.800,00 Locação Total => R$ 16.020,00 Quadro 4: Valores totais mensais para locação de todos os equipamentos dimensionados e periféricos. Fonte: Da autora com base em cotação realizada em empresa do ramo Sendo assim, para um período de doze meses o valor total para locação de todos os equipamentos necessários à operação será R$ 192.240,00. 6.3 Vantagens com locação de empilhadeiras São inúmeras as vantagens para locação de empilhadeiras que serão todas apresentadas antes da análise financeira que será elaborada com base nos custos por um período de cinco anos. Somente após a análise de custos 58 será possível afirmar se todas estas vantagens se sobressaem em relação à aquisição dos equipamentos. Com a locação de equipamentos, que é uma terceirização, o cliente se dedica ao seu próprio negócio, tem a mensuração exata dos custos com os equipamentos ao longo do tempo, tem a garantia de disponibilidade do equipamento que deve ser acordada em contrato de locação, exigência do cumprimento de normas de segurança e legislação, versatilidade para substituir o equipamento caso haja variação na operação necessitando de um modelo diferente. Inclusive, por serem despesas operacionais os custos com locação de empilhadeiras é dedutível do IR. Também há flexibilidade de quantidade e modelos de equipamentos de acordo com a demanda da operação. Além disso, podemos destacar um importante fator, com a locação de equipamentos, não há necessidade de comprar peças, aguardar importação e adquirir serviço de manutenção especializado. A empresa pode acordar em contrato que se houver quebra e parada de equipamento, por exemplo, havendo mais de 72 horas para conclusão da manutenção e disponibilidade do equipamento que este seja substituído sem ônus. 6.4 Análise de custos entre aquisição ou locação de empilhadeiras por um período de cinco anos Para realizar a análise econômica do projeto serão utilizadas as informações recebidas da empresa relativa ao Estudo de Caso. As informações serão trabalhadas em forma de fluxo de caixa. Serão desenvolvidos três tipos de fluxo de caixa existentes com base nas informações colhidas na empresa LOG referente à operação X. 59 Os fluxos de caixa utilizados são: fluxo de caixa inicial, também conhecido como investimento inicial, que é o total de dinheiro requeridos para a compra dos equipamentos e periféricos, os fluxos de caixa em cada um dos cinco anos de análise do projeto e o fluxo de caixa residual, que é a estimativa do fluxo de caixa ao final do quinto ano. 6.4.1 Estimativa do fluxo de caixa inicial O quadro 2 já apresentado demonstra o valor total do investimento necessário para adquirir todos os equipamentos necessários à operação. Sendo R$ 188.236,00 com as empilhadeiras, R$ 56.480,00 com as paleteiras, R$ 15.700,00 com os carregadores de bateia e R$ 88.560,00 com as baterias elétricas, totalizando R$ 348.976,00. 6.4.2 Estimativa dos fluxos de caixa operacionais incrementais Para calcular o fluxo de caixa operacional incremental é preciso calcular a depreciação dos equipamentos, a despesa com manutenção desses equipamentos no período estipulado referente a avaliação e também a economia com a locação que deixará de ser realizada caso a compra seja efetuada. Caso a opção seja a compra, as locações dos equipamentos e periféricos se constituirão em não desembolso de caixa, portanto, serão considerados como entradas de caixa, no valor de R$ 192.240,00 anualmente. 6.4.2.1 Depreciação dos Equipamentos do Projeto 60 A despesa de depreciação não se constitui uma saída de caixa, mas é uma despesa dedutível do imposto de renda e, portanto, será considerada para reduzir o pagamento do imposto de renda, e após o cálculo do imposto será adicionado o lucro para chegar às estimativas dos fluxos de caixa operacionais anuais. O código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da empilhadeira é 8427, do carregador de baterias é 8504 e da bateria tracionária, que é de fabricação nacional é o 8507 (SEFA, 2009). Com a identificação do código NCM de todos os equipamentos é possível afirmar em quantos anos o equipamento se deprecia. A depreciação da empilhadeira e da paleteira se dá em dez anos, o carregador de baterias em dez anos também e as baterias elétricas tracionárias em cinco anos (DASSI, 2009). Inclusive após cinco anos de uso a bateria deve ser descartada, pois, torna-se sucata. Abaixo, no Quadro 5, o cálculo de depreciação de todos os equipamentos: Equipamento Valor Total de Aquisição Depreciação em anos Despesa Anual Empilhadeiras R$ 188.236,00 10 R$ 18.823,60 Paleteiras R$ 56.480,00 10 R$ 5.648,00 Carregadores R$ 15.700,00 10 R$ 1.570,00 Baterias R$ 88.560,00 5 R$ 17.712,00 Quadro 5: Depreciação de todos os equipamentos dimensionados e periféricos. Fonte: Da autora No quadro 6 o demonstrativo do resumo da depreciação em cinco 61 anos. Período em anos Empilhadeiras e paleteiras Carregadores 1º 2º 3º 4º 5º 24.471,60 24.471,60 24.471,60 24.471,60 24.471,60 1.570,00 1.570,00 1.570,00 1.570,00 Acumulada 122.358,00 1.570,00 7.850,00 Baterias 17.712,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 88.560,00 Total 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 218.76,00 Quadro 6: Resumo da depreciação. Fonte: Da autora 6.4.2.2 Despesa com manutenção O custo estimado com manutenção e peças para equipamentos novos é de 0,5% ao mês sobre o valor de aquisição da empilhadeira no primeiro ano de uso. No segundo e terceiro ano de uso pode ser considerado 1% ao mês sobre o valor da empilhadeira e no quarto e quinto ano de uso 2% referente ao valor total da empilhadeira. Como custo com manutenção dos carregadores e baterias é mínimo, pode ser considerado incluso no valor de manutenção das empilhadeiras. Com estas informações é possível calcular as despesas de manutenção dos equipamentos a serem comprados. No quadro 7 estão apresentados os valores de despesa de manutenção do primeiro ao quinto ano após a aquisição dos equipamentos. 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano R$ 18.280,00 R$ 36.560,00 R$ 36.560,00 R$ 76.120,00 R$ 76.120,00 Despesa anual manutenção Quadro 7: Despesa de manutenção estimada em cinco anos. Fonte: Da autora 62 6.4.2.3 Locação de todos os equipamentos Sabe-se que a alíquota do imposto de renda e contribuição social para a operação X da empresa LOG é de 24 %. Com este dado é possível saber o valor do abatimento do imposto de renda relativo à locação dos equipamentos, já que esta é uma despesa operacional e as despesas operacionais são dedutíveis do imposto de renda. O valor total anual para aluguel dos equipamentos é de R$ 192.240,00. Este valor menos 24% de imposto de renda equivale a R$ 146.102,40, e será o efetivo custo com a locação. No quadro 8 está representado o abatimento do imposto de renda no período de cinco anos. Período 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano Locação R$ 192.240,00 R$ 192.240,00 R$ 192.240,00 R$ 192.240,00 R$ 192.240,00 (-)IR de 24% Custo Efetivo com a Locação R$ 46.137,60 R$ R$ 146.102,40 46.137,60 R$ R$ 146.102,40 46.137,60 R$ R$ 146.102,40 46.137,60 R$ R$ 146.102,40 46.137,60 R$ 146.102,40 Quadro 8: Despesa com locação por cinco anos. Fonte: Da autora 6.4.2.4 Fluxo líquido de caixa operacional incremental O percentual do imposto de renda e contribuição social é válido para o cálculo de locação e também para o cálculo com a aquisição dos equipamentos, sendo este de 24 %. Com os valores de aquisição já apresentados e os cálculos de depreciação, manutenção e de locação já realizados, é possível realizar o fluxo líquido de caixa operacional incremental. 63 O quadro 9 é o resumo do fluxo líquido de caixa operacional incremental em reais. Período 1º 2º 3º 4º 5º Economia líquida c/ locação (A) 146.102,40 146.102,40 146.102,40 146.102,40 146.102,40 (-) Despesas Manutenção (B) 18.280,00 36.560,00 36.560,00 76.120,00 76.120,00 (-)Despesa Depreciação (C) 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 84.068,80 65.788,80 65.788,80 26.228,80 26.228,80 20.176,51 15.789,31 15.789,31 6.294,91 6.294,91 63.892,29 49.999,49 49.999,49 19.933,89 19.933,89 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 43.753,60 107.645,89 93.753,09 93.753,09 63.687,49 63.687,49 Aumento do lucro tributável [(A)+(B)+(C)]=(D) (-) IR (E) Lucro depois do IR (F) (+) Despesa Depreciação (G) Fluxo líquido Caixa Operacional Incremental [(F)+(G)]=(H) Quadro 9: Resumo do fluxo líquido de caixa operacional incremental. Fonte: Da autora 6.4.3 Fluxo de caixa residual Com os cálculos já efetuados é possível encontrar o valor contábil dos equipamentos ao final do quinto ano de uso. Sabemos que o valor para venda dos equipamentos ao final do quinto ano será de aproximadamente R$ 112.000,00. Abaixo, no quadro 10, o cálculo do valor contábil dos equipamentos e também o quadro 11, referente ganho ou perda com a venda. Valor dos ativos R$ 348.976,00 (-) Depreciação acumulada R$ 218.768,00 Valor contábil líquido R$ 130.208,00 Quadro 10: Cálculo do valor contábil de todos os equipamentos. Fonte: Da autora 64 Valor da venda R$ 112.000,00 (-)Valor Contábil R$ 130.208,00 Perda na Venda R$ (18.208,00) Quadro 11: Valor com a venda dos equipamentos. Fonte: Da autora Como houve uma perda na venda em relação ao valor contábil, o imposto de renda será calculado sobre a diferença entre o valor da venda e o valor contábil desta venda. A diferença é R$ 18.208,00 e sendo o imposto de renda para a empresa LOG de 24%, temos: 18.208,00 x 0,24 = 4.369,92. Portanto, o valor residual será a soma do valor da venda e a diminuição do imposto de renda a pagar. Deste modo temos: 112.000,00 + 4.369,92 = 116.369,92. O valor do fluxo de caixa residual dos equipamentos é então, R$ 116.369,92. 6.4.3.1 Diagrama do fluxo de caixa residual O diagrama de fluxo de caixa, representado pela figura 10, foi construído utilizando para os quatro primeiros fluxos os dados finais obtidos no quadro 9. O quinto fluxo é a soma do quinto fluxo de caixa do quadro 10 com o valor residual dos equipamentos. O fluxo de caixa está relacionado ao período de cinco anos. Cada fluxo trata-se de um ano. 65 107.645 0 93.753 93.753 2 3 1 63.687 4 180.057 5 348.976,00 Figura 10: Diagrama do fluxo de caixa residual. Fonte: Da autora 6.4.4 Análise econômica do projeto para aquisição de equipamentos A análise econômica será feita pelos métodos de avaliação do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR). Será considerado o custo médio de capital para a empresa LOG de 13,13% ao ano. O custo médio do capital foi calculado do seguinte modo: Financiamento de 60% do projeto com recursos do BNDES a um custo de 11,25% ao ano que inclui (TJLP de 6,5%; 1% de remuneração; 3,25% de risco e 0,5% de intermediação). Capital próprio 40% a uma taxa de atratividade de 20% ao ano. Fonte Valor Fonte % Fonte Custo antes do I. R. Custo depois do I. R. Custo Ponderado Próprio 136.590 40% 20% 20% 8,00% Financiamento 212.386 60% 11,25% 8,55%* 5,13% Investimento 348.976 100% Quadro 12: Custo médio do capital total investido. Fonte: Da autora O quadro 12 acima representa o custo médio do capital. 13,13% 66 Os juros que as empresas pagam aos Bancos são dedutíveis do imposto de renda, portanto, o custo efetivo do financiamento, deve ser considerado após o cálculo do imposto de renda. O cálculo do custo do financiamento depois do imposto de renda é dado por x (1 – IR). Então teremos 11,25 % (1 – 0,24 = 8,55%). Abaixo o cálculo pela calculadora financeira modelo HP-12C para se chegar ao VPL e a TIR. 348.976 CHS -348.976 g CFo 107.645 g CFj 93.753 g CFj 93.753 g CFj 63.687 g CFj 180.057 g CFj 13,13 i f NPV = R$ 20.229,80 f IRR = 15,35% 6.4.4.1 Conclusão sobre a análise econômica do projeto Com o cálculo e a apresentação dos fluxos de caixa inicial, fluxo líquido de caixa operacional incremental e o fluxo de caixa residual foi possível fazer a análise econômica o projeto, que iniciou com o objetivo de analisar o que é mais vantajoso para a empresa LOG em sua operação X: comprar ou locar empilhadeiras. 67 A análise econômica do projeto indicou que a compra dos equipamentos em questão é vantajosa em relação à locação, pelos dois métodos utilizados, pois apresentou um VPL acima de zero, ou seja, R$ 20.229,80 e uma TIR de 15,35%, que supera o custo de capital da empresa, que foi apresentado em 13,13%. 68 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou verificar que há inúmeras definições para logística, que na maioria das vezes se complementam. Logística abrange vários setores de uma empresa e interliga empresas umas às outras como em uma cadeia. O objetivo deste estudo foi estabelecer um comparativo entre alugar ou comprar empilhadeiras. Pode-se apontar que para a empresa utilizada no estudo de caso a aquisição se demonstrou mais vantajosa no âmbito financeiro, apresentando uma taxa de retorno superior ao custo do capital da empresa e se a opção for pela compra será compreendida uma redução de custos para esta empresa. Ocorre que o desenvolvimento deste trabalho possibilitou entender que não existe um modelo que possa ser usado para diversas empresas. Há inúmeros detalhes que implicam para os resultados e estes devem ser considerados individualmente por uma empresa que necessite de alugar ou comprar empilhadeiras. Não é possível afirmar que a compra será sempre uma vantagem porque deverá ser analisado caso a caso as variáveis. As variáveis que devem ser analisadas são: quantidade de equipamentos para a operação, a quantidade de turnos de utilização, o percentual de imposto de renda, a taxa de retorno esperada, o capital disponível, a área de armazenagem, os custos de manutenção, a taxa de juros, a depreciação dos equipamentos, entre outros. 69 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 3.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia empresarial;. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. de suprimentos: logística BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial; tradução Elias Pereira. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. 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