Síndrome de Eagle Relato de Caso Walkíria d’Oliveira Matheus UFRJ / IHB X ENCONTRO DO AMBULATÓRIO ESCOLA PROF. KAMIL CURI Síndrome de Eagle, conceito: É um conjunto de sintomas e sinais resultante da ossificação ou aumento do ligamento estilohióideo secundário a uma hipertrofia da apófise estilóide do osso temporal. Síndrome de Eagle, prevalência: Aparece sobretudo na idade adulta e no sexo feminino. É raro antes dos 30 anos. Síndrome de Eagle, sintomas: dor facial, otalgia, cefaléias, disfagia (dificuldade de deglutição ), odinofagia (deglutição dolorosa), zumbidos , trismo (contratura espasmódica do músculo masseter). Síndrome de Eagle, diagnóstico: O diagnóstico da Síndrome de Eagle é difícil. Os sintomas costumam ser atribuídos a outras causas. Os exames radiológicos nem sempre são conclusivos, se não forem específicos (incidências especiais) para investigação desta patologia. Muitas vezes estes doentes são considerados com sofrendo de patologia psicossomática e são encaminhados ao Psiquiatra. Diagnóstico Diferencial O diagnóstico diferencial da Síndrome de Eagle envolve: disfunções da articulação temporomandibular, artrite cervical, otite, mastoidite, sialoadenite, sialolitíase, diverticulose esofagiana, arterite temporal, dor miofascial, faringoamigdalite crônica, terceiros molares impactados ou não irrompidos, enxaqueca, tumores faringeanos ou da base da língua e neuralgias do trigêmeo, do glossofaríngeo, do laríngeo superior e do esfenopalatino. Exercem papel fundamental na avaliação destes pacientes a radiografia panorâmica e, principalmente, a tomografia computadorizada. Esta última permite a avaliação conjunta do complexo estilo-hióideo e das estruturas anatômicas adjacentes. Síndrome de Eagle, consequências: A calcificação do ligamento do estilo-hióide causa limitação dos movimentos cervicais e dores intensas na região. É uma causa importante de nevralgia secundária do glossofaríngeo. Síndrome de Eagle, tratamento: O tratamento nos casos menos graves é feito com analgésicos. Por vezes o paciente tem que ser assistido em cirurgia maxilo-facial já que na maioria dos casos o tratamento médico é ineficaz. Há também tratamento conservador baseado no uso de anti-inflamatórios não hormonais e na infiltração local de corticóide ou anestésico com pouca efetividade. O tratamento cirúrgico é realizado por acesso intraoral ou extraoral. Vantagens Extraoral: boa visualização reduzida possibilidade de infecção ou hemorragia cervical Intraoral permite o uso de anestesia local evita cicatriz externa Desvantagens Extraoral: cicatriz cutânea externa necessita de anestesia geral tempo operatório maior Intraoral: risco de lesionar os nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo, hipoglosso e vago, além da artéria carótida externa. Referências bibliográficas: GUZZO, Fernando Augusto do Vale et al . Síndrome de Eagle: relato de caso. Rev. Para. Med., Belém , v. 20, n. 4, dez. 2006 . SA, Antonio Carlos Domingues de et al . Alongamento do processo estilóide (síndrome de Eagle): relato de dois casos. Radiol Bras, São Paulo , v. 37, n. 5, p. 385-387, Oct. 2004 . SÁ, ACD; ZARDO, M; PAES, AJOJ; SOUZA, RP; BARROS, FN; DREWECK, MO et al. Alongamento do processo estilóide (síndrome de Eagle): relato de dois casos. Radiol Brás. 2004; 37 (5): 385-387. CASO CLÍNICO: I. B. , 53 anos, sexo feminino, leucoderma, casada, dois filhos, advogada. Tipo Constitucional: Sulfúrica (predominante), alguns traços fluóricos. Relato dos sintomas (pela paciente), até chegar ao diagnóstico de Síndrome de Eagle: Sentia pressão nos ouvidos, como se tivesse água dentro, constantemente, começou assim. Depois comecei a ter pressão na face, como tivessem apertando o meu rosto, muito ruim, no pescoço sentia rigidez, mas o incômodo maior era no rosto e ouvidos!!! Por essa razão passei por muitos especialistas: dentista, buco- maxilo, neurologista e otorrino. Fiz inúmeras radiografias, ressonância e tomografia. Comecei a fazer acupuntura, tomar relaxante muscular, mas nada justificava as dores, segui com os tratamentos. Até que por último fui novamente em um otorrino e ele pediu avaliação dos mastóides , e chegou então no diagnóstico de Sindrome de Eagle. Passei por outro especialista nesta área que confirmou o diagnóstico, mas disse que não precisava operar pois é um local muito delicado e por estar passando por uma estafa emocional era melhor seguir o tratamento com a acupuntura. Foi então que cheguei aqui, Dra. Walkíria, lembrei que já melhorei em outras situações com a “sua homeopatia”... Diagnóstico: Tratamento Após o diagnóstico confirmado de Síndrome de Eagle, optou-se por medicamento homeopático que pudesse atuar como remodelador ósseo, atuando na causa ( Heckla lava) e outro que pudesse tranquilizar nossa “ impaciente”... Após anamnese e valorização de sintomas, optamos por Ignatia amara. Em acompanhamento... Heckla lava 6 CH 30 dias Heckla lava 9 CH 3 meses Resultado após 4 meses: “ Estou satisfeita, pois fazem dois meses que não sinto sintoma algum daqueles que reclamava e tanto me incomodavam. Sei que a Síndrome ainda existe, mas não me espeta, não me “cutuca” mais... Agora posso cuidar da minha vida!” I. B. Obrigada!