São Martinho anuncia joint venture com Amyris para produção e comercialização de químicos a partir da cana de açúcar, na Usina Boa Vista Empresa americana fornecerá tecnologia para produzir especialidades químicas e biocombustíveis; acordo prevê venda de 40% da Usina Boa Vista O Grupo São Martinho, um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil, vai começar a operar no mercado de especialidades químicas, produzidas a partir do caldo da cana de açúcar. A tecnologia virá através de uma joint venture firmada com a norteamericana Amyris Biotechnologies e sua subsidiária brasileira Amyris do Brasil. Com previsão de início na safra 2011/2012, a Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), utilizará a tecnologia da Amyris -- que se baseia na modificação de leveduras, capazes de converter a sacarose da cana --- na elaboração de especialidades químicas e biocombustíveis tendo a cana de açúcar como base. O Grupo São Martinho aportará sua experiência em processos de fermentação e em toda a cadeia de produção da indústria sucroalcooleira. A Joint Venture destinará US$ 50 milhões para instalar uma nova planta industrial na Usina Boa Vista, além de consolidar um investimento de R$ 90 milhões em equipamentos para elevar o processamento de cana-de-açúcar da unidade, dos atuais 2,25 milhões para 3,4 milhões de toneladas. Entre os produtos que poderão ser gerados com a parceria estão químicos renováveis para uma variedade de bens de consumo e aplicações industriais que hoje dependem de componentes petroquímicos, entre eles lubrificantes, polímeros, preservantes e cosméticos. Também será possível a produção de diesel renovável e combustível para aviação, cuja performance é igual ou superior à de biocombustíveis existentes e dos combustíveis à base de petróleo. “A São Martinho é o parceiro ideal para o lançamento de nossos produtos renováveis, proporcionando uma experiência industrial complementar à nossa”, diz o CEO da Amyris, John Melo. “Além disso, a Usina Boa Vista é uma das mais modernas e eficientes do Brasil, um ponto de partida muito adequado para lançarmos nossos produtos renováveis”. O acordo permite que a Usina Iracema, também controlada pelo Grupo, adote a tecnologia um ou dois anos após a implementação do projeto na Usina Boa Vista. A joint venture também prevê que o grupo São Martinho seja um dos acionistas da Amyris Biotechnologies Inc. antes de a empresa realizar sua abertura de capital no exterior, detendo o equivalente a R$ 50 milhões em ações. Aquisição -- Como parte do acordo, o Grupo Amyris vai adquirir 40% da Usina Boa Vista, por R$ 140 milhões. Do total a ser liquidado, R$ 40 milhões serão pagos em dinheiro, na assinatura do contrato, e R$ 50 milhões em ações da Amyris Biotechnologies Inc. Os R$ 50 milhões restantes serão pagos em 31/12/2012 ou por ocasião da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Amyris Biotechnologies Inc., o que ocorrer primeiro. Tecnologia – O grupo Amyris, cuja sede fica em Emeryville, na Califórnia (EUA) – polo tecnológico que abriga a Berkeley University, os estúdios Pixar e outras empresas de ponta --, desenvolveu tecnologia que se baseia na modificação de leveduras para produzir combustíveis avançados e especialidades químicas, utilizando o processo de fermentação de matéria prima renovável – caldo de cana de açúcar. “A joint venture produzirá componentes químicos renováveis, em uma cadeia integrada desde o cultivo da cana até o produto final, aproveitando a expertise do Grupo São Martinho de utilizar o carbono renovável existente na cana com o menor custo do setor sucroenergético”, diz o CEO do Grupo São Martinho, Fabio Venturelli. A oficialização da joint venture depende da conclusão do processo de due dilligence, da aprovação dos contratos definitivos pelo Conselho de Administração e pelos acionistas da São 1 Martinho, e da apresentação de garantias, por parte da Amyris, equivalente a 40% da dívida líquida da Usina Boa Vista, que é de R$ 420,8 milhões. Sobre o Grupo São Martinho O Grupo São Martinho está entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil. Processará na safra 2009/2010 13 milhões de toneladas de cana, que resultarão em cerca de 720 mil toneladas de açúcar, 602 milhões de litros de etanol e 150 mil MWh de energia elétrica. Possui três usinas em operação: São Martinho, em Pradópolis (região de Ribeirão Preto, SP); Iracema,em Iracemápolis (região de Limeira, SP) e Boa Vista (Quirinópolis, a 300km de Goiânia, GO), além de uma unidade para produção de ácido ribonucleico, a Omtek, também em Iracemápolis. O índice médio de mecanização da colheita é de 82%, chegando a 100% na Usina Boa Vista. Para mais informações visite o site www.saomartinho.ind.br. Sobre a Amyris A Amyris utiliza uma tecnologia proprietária de biologia sintética para criar um portfólio de combustíveis e materiais químicos renováveis com o objetivo de ajudar a reduzir o volume de dióxido de carbono no mundo. Além de amigáveis com o meio ambiente, os produtos Amyris são concebidos para serem acessíveis e compatíveis com a infraestrutura existente, dotados de atributos de desempenho comparáveis aos dos produtos à base de petróleo. A Amyris opera duas subsidiárias: Amyris Fuels LLC e Amyris do Brasil. A Amyris Fuels está criando capacidades de distribuição e marketing de produtos nos Estados Unidos e gerando receita, atualmente, através de uma rede crescente de distribuição e de clientes. A Amyris do Brasil foi fundada em março de 2008 para supervisionar o “scale-up”, o licenciamento, a produção e a distribuição da Amyris no Brasil. 2