UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL–USCS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING – MBA ADAUTO CASIMIRO DO NASCIMENTO NETO ESTRATÉGIAS DE MARKETING Um estudo sobre o uso do zinco e as estratégias de marketing no segmento galvanizador geral brasileiro. SÃO CAETANO DO SUL 2009 UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL–USCS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING – MBA ADAUTO CASIMIRO DO NASCIMENTO NETO ESTRATÉGIAS DE MARKETING Um estudo sobre o uso do zinco e as estratégias de marketing no segmento galvanizador geral brasileiro. Trabalho de conclusão de curso de MBA apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Marketing, no Programa de MBA em Marketing da Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS. Orientador: Prof. Dr. Fabio Appolinário SÃO CAETANO DO SUL 2009 ADAUTO CASIMIRO DO NASCIMENTO NETO ESTRATÉGIAS DE MARKETING Um estudo sobre o uso do zinco e as estratégias de marketing no segmento galvanizador geral brasileiro. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS, como parte dos requisitos para aprovação do curso de especialização de MBA em Marketing. Orientador: Prof. Dr. Fabio Appolinário Data da defesa: 07 de Agosto de 2009. Resultado: Aprovado. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Fabio Appolinário __________________________ Universidade Municipal de São Caetano do Sul Prof. PhD. Fernando Roberto Santini __________________ Universidade Municipal de São Caetano do Sul Profª. Sandra Maria Cabral __________________________ Universidade Municipal de São Caetano do Sul AGRADECIMENTOS Ao concluir este trabalho, estou realizando um objetivo de longa data, o aprimoramento do conhecimento e o enriquecimento pessoal. Embora a prática profissional e os estudos e pesquisas acadêmicas nem sempre sejam caminhos possíveis de se trilharem ao mesmo tempo, o esforço de percorrê-los vale muito a pena e é muito gratificante. Agradeço a minha família, principalmente meus pais, que nunca deixaram de incentivar e que participaram dessa caminhada e onde consegui chegar até este momento. A USCS e a todos os professores que ao longo do curso puderam me enriquecer com seus ensinamentos, aos colegas da pós-graduação, turma 2007/2008, pela alegria da companhia e pelas valiosas colaborações no aprendizado. Em especial, aos professores Fabio Appolinário e Francisco Carlos Tadeu Starke Rodrigues, pela grande colaboração como orientadores deste trabalho. Ao grande mestre José Adrião, exemplo de profissionalismo, onde sempre me espelho, e ao meu amigo e sócio Max Mazzanti, pela compreensão e paciência nos momentos em que estive ausente, em busca de realizar este MBA. A Deus que me concede a luz do meu caminho, a capacidade de poder exercer minhas funções físicas, de sua sabedoria e dos seus ensinamentos onde posso me espelhar, o entendimento de somar ao receber e a sabedoria de dividir quando necessário. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha amada esposa Luciana, sempre presente e paciente comigo, aos meus filhos Victória e Victor Hugo, a razão da minha vida e aos meus pais Sr. Manoel e Dona Antonia, a base de tudo. Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles. Mateus 18, 20. Sumário Agradecimentos........................................................................................................iv Resumo.....................................................................................................................ix Abstract......................................................................................................................x Lista de figuras..........................................................................................................xi Lista de quadros.......................................................................................................xii Lista de apêndices...................................................................................................xiii I INTRODUÇÃO...............................................................................................01 II TEMA E JUSTIFICATIVA.... ..........................................................................02 III OBJETIVO DA PESQUISA.............................................................................02 IV MÉTODO........................................................................................................02 4.1 - Sujeitos...............................................................................................03 4.2 - Materiais.............................................................................................04 4.3 - Procedimentos....................................................................................04 V O ZINCO e SEUS ASPECTOS TÉCNICOS...................................................05 5.1 - A história do zinco..............................................................................05 5.2 - O minério de zinco..............................................................................05 5.3 - O zinco metálico.................................................................................06 5.4 - As propriedades e principais usos do zinco.......................................08 VI VII O ZINCO E SEUS ASPECTOS SOCIAIS E ECONOMICOS........................10 6.1 - O zinco e a sociedade......................................................................10 6.2 - O valor econômico da indústria do zinco..........................................11 6.3 - O zinco é uma “commodity”..............................................................11 A GALVANIZAÇÃO E SEUS ASPECTOS TÉCNICOS.................................13 7.1 - A história da galvanização a fogo......................................................13 7.2 - Conceito de corrosão.........................................................................13 7.3 - Como o zinco protege contra a corrosão...........................................14 7.4 - Galvanização a fogo..........................................................................14 7.5 - Fatores importantes para galvanizar............................. ...................15 7.6 - O processo de galvanização a fogo..................................................15 VIII IV O MERCADO BRASILEIRO DE ZINCO E DE GALVANIZAÇÃO.................17 8.1 A indústria do zinco no Brasil.............................................................17 8.2 O mercado consumidor brasileiro de zinco........................................17 8.3 A indústria brasileira de galvanização...............................................20 MARKETING..................................................................................................22 9.1 Conceitos básicos..............................................................................22 9.2 Marketing industrial............................................................................24 9.3 Estratégias de marketing...................................................................25 9.4 Segmentação de mercado e mercado-alvo.......................................29 9.5 Diferenciação de produtos e serviços................................................34 9.6 Canais de marketing e redes de valor...............................................36 V RESULTADOS...............................................................................................40 VI CONCLUSÃO.................................................................................................41 VII REFERÊNCIAS.............................................................................................42 VIII APÊNDICES..................................................................................................45 RESUMO O objetivo deste trabalho é o de analisar a existência de estratégias de marketing das empresas de grande, médio e pequeno porte, prestadoras de serviços de galvanização geral no Brasil, para mostrar e divulgar os benefícios do material revestido com zinco em relação a outros revestimentos e, consequentemente, o aumento do uso e consumo do zinco metálico neste principal segmento de mercado, e, através de uma abordagem ampla sobre os principais conceitos e questões sobre o marketing, como marketing industrial, estratégias de marketing, segmentação de mercado e mercado-alvo, diferenciação de produtos e de serviços, canais de distribuição e rede de valor, partiu para a realização de uma pesquisa, com um roteiro de entrevista estruturado, no qual foram coletados dados de sete sujeitos amostrados de forma não-probabilística proposital, localizados no estado de São Paulo, representando 10% do total de empresas do mercado brasileiro de galvanização geral. Após avaliação dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se constatar que a maioria do segmento galvanizador geral brasileiro não tem nenhuma estratégia de marketing voltada para a divulgação e promoção do uso de revestimento de zinco em relação a outros revestimentos. Ficando claro que somente algumas empresas de grande porte identificam a necessidade de formular e criar estratégias voltadas para o produto e/ou serviços, porém, que se desenvolvem muito timidamente. Outros aspectos, como fator de decisão para galvanizar, diferenciais avaliados pelo cliente, desenvolvimento de novos mercados, parcerias com fornecedores, atendimento das necessidades e relação com o mercado, também foram apurados neste trabalho. Palavras chaves: Zinco, Galvanização e Estratégias de Marketing. ABSTRACT The aim of this work is to analize the existence of marketing strategies in companies of large, medium and small sizes, which are outsourcers on general galvinizing in Brazil. All in all to show and also spread the advantages of materials covered with zinc in relation to other kinds of plating. And as a consequence , the increasing use and consumption of metallic zinc at the market segment. Through a broad approach about the main marketing concepts and matters, such as: industrial marketing, marketing strategies, market segments and target market, products and services discriminations, distribution and net worth, the research was set with a structured interviewed script, which data was collected in an intentional nonprobabilistic method from seven companies located in Sao Paulo State – that represents 10% of the total companies in galvanizing in the domestic market. After evaluating the results, it was possible to establish that most Brazilian galvanizing segment doesn´t have any marketing strategy concerned with spreading and promotion in the use of zinc over other types of covering. It´s conclusive that a few large sized companies recognize the necessity to formulate and create strategies focused on products and services. They have a slight development, however. Other aspects, such as: decision power for galvanizing, discrimination criteria by clientele, partnerships with suppliers, attendance of necessities and market comparision were also investigated on this research. Keywords: Zinc, Galvanizing and Marketing Strategies. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fluxograma do processo de galvanização.............................................16 Figura 2 – Evolução do consumo de zinco metálico no Brasil................................18 Figura 3 – Segmentos consumidores de zinco no Brasil........................................18 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Propriedades físico-químicas do elemento zinco.................................08 Quadro 2 – Aplicações do zinco no Brasil...............................................................19 Quadro 3 – Análise do conteúdo das respostas dos sujeitos entrevistados...........40 LISTA DE APÊNDICES Apêndice 1 – Roteiro de Entrevista.........................................................................45 Apêndice 2 – Entrevista com a empresa 1..............................................................46 Apêndice 3 – Entrevista com a empresa 2..............................................................49 Apêndice 4 – Entrevista com a empresa 3..............................................................51 Apêndice 5 – Entrevista com a empresa 4..............................................................53 Apêndice 6 – Entrevista com a empresa 5..............................................................55 Apêndice 7 – Entrevista com a empresa 6..............................................................57 Apêndice 8 – Entrevista com a empresa 7..............................................................59 1 I - INTRODUÇÃO O zinco é um metal não ferroso presente em nosso cotidiano, essencial para vida do ser humano, e possui quatro fatores chaves importantes e indispensáveis para a sociedade: Natural, Protetor, Sustentável e Não Agride o Ambiente. A sociedade não vive sem o zinco (ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO ZINCO, 2000;2009). Do momento que saímos de casa até nosso retorno, de alguma maneira estamos em contato com o zinco ou utilizando algum tipo de derivado desse metal. Desde um simples utensílio doméstico como uma panela de pressão, medicamentos básicos para a proteção da pele e até as mais avançadas aplicações na indústria aeroespacial, este insumo faz parte de várias maneiras em nossas vidas. O zinco é o quarto metal mais consumido no mundo, ficando atrás apenas do ferro, do alumínio e do cobre (GRUPO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DO CHUMBO E DO ZINCO, 2000;2009). Cé (2000), informa que existe um grande potencial de crescimento no mercado brasileiro de zinco e que ainda pode ser explorado. A possibilidade de permitir aos consumidores maiores opções na escolha de produtos de melhor qualidade, reflete no desenvolvimento do uso do zinco em revestimentos, através das indústrias de galvanização, segmento que representa mais de 50% do consumo brasileiro de zinco. De acordo com o Instituto de Metais Não Ferrosos (2009), o segmento de galvanização é dividido em dois processos distintos, o de galvanização “linha contínua” e o de galvanização “geral”. A indústria da galvanização geral brasileira, prestadora de serviços de galvanização, não utiliza o zinco em sua devida importância, principalmente devido a grande concorrência que existe entre os sistemas de revestimentos com zinco e o sistema de revestimento com tinta. Este fato merece ser mais bem estudado; dessa forma, propõe-se identificar os motivos pelo qual o zinco não é utilizado em maior escala, analisando a existência de estratégias de marketing utilizadas pelas empresas pertencentes a esse segmento de mercado. 2 II - Tema e justificativa O tema estudado é o uso do zinco e as estratégias de marketing da indústria de galvanização geral brasileira. Tal tema se justifica por se tratar de tema relevante para este pesquisador, empresário do setor. Igualmente se justifica para o conjunto dos empresários do setor, uma vez que trabalhos desse tipo são raros; para a USCS, tal tema é inovador, não existindo outro anterior a este. Por meio de análise das estratégias de marketing que possibilitem mostrar e divulgar os benefícios do material revestido com zinco, o mercado consumidor passará a ter um esclarecimento maior no momento de decidir qual revestimento utilizar. III - Objetivo da pesquisa O objetivo deste estudo é alcançar a resposta para o seguinte Problema de Pesquisa: “Quais as estratégias de marketing utilizadas pelas empresas do segmento de galvanização geral brasileiro, para mostrar e divulgar os benefícios do material revestido com zinco em relação a outros revestimentos?”. O principal consumidor de zinco no Brasil e no mundo é o segmento de galvanização. Este segmento é dividido em dois processos distintos, o primeiro de galvanização “linha contínua”, constituídas basicamente pelas grandes siderúrgicas brasileiras e o segundo de galvanização “geral”, empresas prestadoras de serviços de galvanização, com estrutura de grande, médio e pequeno porte, sendo este o objeto da pesquisa. Faz-se importante analisar se existe alguma estratégia de marketing para mostrar e divulgar os benefícios do material galvanizado em relação ao material pintado e, com isso, proporcionar um aumento significativo no consumo de zinco. IV - Método O estudo proposto desdobra-se em duas partes. A primeira consiste em uma revisão crítica da bibliografia. Nela, descreve-se como são abordadas as questões relacionadas ao marketing, seus conceitos básicos, marketing industrial, as estratégias de marketing, segmentação de mercado e mercado-alvo, 3 diferenciação de produtos e de serviços, canais de distribuição e rede de valor. Esta primeira parte busca, por um lado, justificar as contribuições do trabalho, a relevância e o ineditismo do estudo. Por outro, estrutura uma metodologia de integração sob um enfoque teórico, para ser utilizado como ponto de partida para a segunda parte. A segunda parte consiste em, a partir da metodologia teórica, projetar e realizar uma pesquisa aplicada, descritiva, transversal, preponderantemente qualitativa, de campo em relação à coleta de dados e em relação à fonte de informação (APPOLINÁRIO, 2006). 4.1 - Sujeitos Foram selecionadas para participar deste estudo as empresas prestadoras de serviços de galvanização geral, sediadas no estado de São Paulo. A amostra teve 7 sujeitos, que foram amostrados de forma não-probabilística proposital e definidos pelo critério de acessibilidade. Do total de sujeitos pesquisados, três eram de grande porte, sendo um localizado na cidade de Guarulhos, outro em Santo André, e o terceiro em Araçariguama, com a média de 89 funcionários e desvio padrão de 8,5 funcionários, capacidade média produtiva de 1.967 toneladas e desvio padrão de 897 toneladas por mês e com tamanho médio da cuba (local onde o zinco fica líquido) de 8,5 metros e desvio padrão de 1,8 metros. Outros três sujeitos eram de médio porte, sendo dois também localizados na cidade de Guarulhos e um na própria cidade de São Paulo, com a média de 46 funcionários e desvio padrão de 8,7 funcionários, capacidade média produtiva de 567 toneladas e desvio padrão de 153 toneladas por mês e com tamanho médio da cuba de 3,1 metros e desvio padrão de 0,1 metros. Por último, um sujeito de pequeno porte, localizado na cidade de Mauá, com 28 funcionários, capacidade produtiva de 300 toneladas mensal e com uma cuba no tamanho de 3,3 metros. 4 4.2 - Materiais Para o levantamento dos dados necessários à realização deste estudo, foi elaborado um roteiro de entrevista estruturado com sete questões abertas (ver apêndice 1). 4.3 - Procedimentos Os sujeitos desta pesquisa foram contatados via telefone, sendo agendada uma visita pessoal com os diretores e/ou proprietários das empresas, para uma entrevista pessoal. Os relatos na íntegra das entrevistas podem ser observados nos apêndices 2 a 8. 5 CAPÍTULO V O ZINCO E SEUS ASPECTOS TÉCNICOS 5.1 A história do zinco Séculos antes da descoberta do zinco em forma metálica, seus minérios, já eram utilizados para fazer compostos de zinco para o tratamento de lesões na pele e irritação ocular e de latão como utensílios domésticos. O latão (liga da família de cobre e zinco) era produzido pelos romanos, na era dos Césares (20a.C. – 14d.C). No ano de 1374, o zinco foi reconhecido na Índia, como um novo metal. Também na Índia, mais precisamente em Zawar, nos séculos XII a XVI, tanto o metal como o óxido de zinco passou a ser produzido. No século XVII, a fabricação do zinco migrou da Índia para a China. Em 1546, o zinco foi reconhecido como um metal independente na Europa. A primeira fundição de zinco foi estabelecida em Bristol, no Reino Unido, no ano de 1743 (ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO ZINCO, 2000;2009). 5.2 O minério de zinco A Associação Internacional do Zinco (2000;2009), informa que o zinco encontra–se na natureza, em sua maior parte, na forma de sulfeto mineral denominado blenda e esfalerita, ambos de cor caramelo e marmatita, de cor escura; sua notação científica é “Zn” e está presente na água, no solo e no ar. A quantidade de zinco na primeira milha da crosta da terra sob terra firme é de 224.000.000 toneladas; nos oceanos e leito do mar existem 15.500.000 toneladas, caracterizando a abundância do minério. Existem no mundo aproximadamente 270 minas de zinco, sendo 75% localizadas na América e na Ásia. A produção de minério de zinco em 2008 foi de 11.755.000 toneladas (GRUPO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DO CHUMBO E DO ZINCO, 2000;2009). De acordo com o circuito de extração e produção de concentrado de zinco da Associação Latino-Americana de Zinco (2009), o processo de mineração do zinco consiste em três etapas, a extração e concentração, moagem e flotação. 6 A primeira etapa consiste em extrair a rocha mineral da natureza, podendo efetuar-se a céu aberto ou subterrâneo, com variação nos teores dependendo da mina (de 5 a 15% de zinco) e em seguida é transportada para uma planta concentradora onde separa os tamanhos dos fragmentos. A segunda etapa é a de moer continuamente as partículas que compõem o mineral até obter uma granulometria máxima de 180 microns ou 0,18mm, permitindo finalmente a liberação dos minerais de zinco em forma de partículas individuais. A terceira e última etapa é a flotação, um processo físico-químico que permite a separação dos minerais sulfetados de zinco (resultante da ocorrência na natureza combinada com o enxofre e o metal) e outros elementos restantes dos minerais que compõem a maior parte da rocha original. A partir deste processo, as partículas de zinco se encontram em forma de sulfetos, de maneira que podem continuar em outras etapas do processo produtivo, concentrando e elevando seu teor até que esteja pronto para o refino e com um percentual de umidade na faixa média de 10% (op. cit.). De acordo com Magalhães Filho (2000), mais de 90% da produção de zinco primário provêm de minérios sulfetados, que são concentrados por flotação e comercializados mundialmente como concentrado sulfetado de zinco. O teor de zinco nos concentrados sulfetados varia de 45 a 60% de zinco e teor de enxofre é de 30 a 33%. Além do zinco e do enxofre, estes concentrados geralmente contêm ferro (2-12%), chumbo (0,5-3%), sílica (0,5-3%), cobre (0,1-1%) como principais impurezas em termos de quantidade e, dependendo do depósito mineral, cádmio e prata. 5.3 O zinco metálico Estima-se que existam 129 refinarias de zinco em todo o mundo, espalhados por 40 países. Destas, 79 são fundições primárias e 50 são operações secundárias. As fábricas primárias são baseadas inteiramente e praticamente na utilização de concentrados de zinco e as secundárias são aquelas que produzem o zinco metálico, ligas de zinco e óxido de zinco da reciclagem de materiais de sucata de zinco. Somente no ano de 2008 foram produzidas 11.683.000 toneladas de zinco metálico. (GRUPO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DO CHUMBO E DO ZINCO, 2000;2009). 7 O processo por via hidrometalúrgica, conhecido também como processo eletrolítico, que separa os elementos químicos de um composto através da eletricidade, é o mais utilizado para tratamento dos concentrados sulfetados, com mais de 80% de aplicação em plantas de zinco (MAGALHÃES FILHO, 2000). Segundo esse autor (idem), as principais etapas do processo eletrolítico para concentrados sulfetados de zinco são: a) a primeira delas, a ustulação, sua finalidade é remover o enxofre e converter o sulfeto de zinco (ZnS) concentrado em óxido de zinco (ZnO); b) a seguir, processa-se a lixiviação, que é o método para remover o ferro com ácido sulfúrico. Como 90% do zinco ustulado encontra-se na forma de óxido de zinco, a maior parte do restante está presente como ferrita de zinco (ZnO.Fe2O3); c) a purificação é o processo de remoção de algumas impurezas contidas na solução da lixiviação neutra para que a mesma possa ser enviada para a etapa seguintes do processo; d) a eletrólise conta com várias cubas eletrolíticas nas quais estão dispostos os catodos de alumínio (eletrodo negativo) e os anodos de uma liga chumbo-prata (eletrodo positivo). As cubas são alimentadas pelo eletrólito, que é composto pela solução de zinco purificada mais a solução após a passagem pelas cubas, a qual é recirculada ao processo. O eletrólito que alimenta as cubas tem uma concentração de zinco na faixa de 50 a 70 g/l. Pela aplicação de uma corrente elétrica entre os anodos e catodos, o zinco è depositado nos catodos, formando as folhas catódicas (placas finas de zinco), onde possuem um alto grau de pureza superior à 99,995% de zinco. O oxigênio do processo é gerado nos anodos; e) por último a fundição, que tem como objetivo fundir as folhas catódicas, produzidas na eletrólise e efetuar o lingotamento de zinco como zinco SHG (Special High Grade) ou ligas de zinco. O zinco se funde a 420°C e, em geral, são usados fornos elétricos de indução de baixa freqüência tipo canal. O lingotamento do zinco é feito em lingoteiras lineares ou circulares e tradicionalmente os lingotes têm peso unitário de 25 kg. 8 O zinco é um metal branco ligeiramente azulado, quebradiço quando está frio, porém se torna maleável e dúctil entre 100 e 150°C. Suas propriedades físicoquímicas podem ser observadas no quadro abaixo: Quadro 1 – Propriedades físico-químicas do elemento zinco. Classificação periódica Metal de transição (Grupo IIB) Número atômico 30 Massa atômica 65,37 Densidade 7,133 g/cm³ (a 25° C) Ponto de Fusão 419,4°C Ponto de ebulição 967°C Pressão do vapor 100 mmHG a 736°C Calor latente de fusão 24,09 cal/g Calor específico 0,0915 cal/g/°C (a 20°C) Coeficiente de dilatação térmica linear 39,7 x 10+6 ohm,cm (a 30°C) Condutibilidade térmica 0,27 cal/cm2/°C/s (a 20°C) Resistividade elétrica 5,92 x 10-6 ohm.cm (a 20°C) Potencial de Oxidação Zn – Zn2 + 2e = 0,7628 v Número de valência: 2 Equivalente eletroquímico 1,220 g/Ah Forma cristalina Hexágona compacta Fonte: Penha Júnior, 2002. 5.4 As propriedades e os principais usos do zinco A Associação Internacional do Zinco (2000;2009), também informa que o zinco está presente em tudo o que as pessoas consomem, dentre estas, pode-se destacar: a) O zinco serve para revestimentos anti-corrosão para aço: Devido à propriedade de reação com o ferro, resistência à corrosão e eletroquímica. O zinco protege o aço através dos processos de galvanização, metalização, eletrodeposição e tintas ricas em zinco. O aço revestido com zinco resiste a deterioração, corrosão, incêndios e inundações melhor que qualquer outro material. Por isto, ele esta sendo 9 cada vez mais utilizado na construção residencial, industrial, comercial e agrícola. Já na indústria automobilística, a garantia de proteção contra corrosão é hoje oferecida pelos principais fabricantes de veículos e varia de 6 a 12 anos, podendo chegar a 30 anos. b) Fabricação de ligas: Como tem propriedades e características de liga, o zinco é utilizado principalmente na fabricação de ligas de latão (cobre-zinco) e em outras ligas, como de alumínio e magnésio. O latão é um material cada vez mais popular entre os arquitetos, decoradores e consumidores, além de ser bacteriostático, ou seja, é um material higiênico – quando usado em maçanetas, parapeitos e ferragens. c) Componentes de precisão (fundição sob pressão): Com o baixo ponto de fusão, capacidade para tratamento de superfície, resistência e fluidez, as ligas fundidas com base em zinco de alto teor de pureza, tornam-se ideal para milhares de aplicações de fundições, como em utensílios domésticos, pecas de precisão para carros, computadores e equipamentos de comunicação. d) Arquitetura: Como pode ser laminado, tem plasticidade e resistência à corrosão, a folha de zinco faz com que ela seja um material ideal para telhados, drenagem da água da chuva e aplicações de decoração. e) Química: Transformado em óxido de zinco, se torna essencial na produção de borracha, pneus, pigmentos de tinta e vitrificação de cerâmicas. f) Saúde do Ser Humano, Animal e Plantas: As propriedades curativas dos compostos de zinco permitem sua utilização em muitos produtos farmacêuticos e cosméticos, de curativos e cremes anti-sépticos a loções solares. É vital para muitas funções biológicas como resistência contra doenças, ajuda na digestão, reprodução, crescimento físico, controle do diabete, paladar e olfato. Além de ser um nutriente essencial para a indústria alimentícia, de fertilizantes e de ração animal. 10 CAPÍTULO VI O ZINCO E SEUS ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS 6.1 O zinco e a sociedade A sociedade moderna não vive sem o zinco. Além de ser um elemento indispensável para a saúde humana e para todos os organismos vivos ele presta um serviço inestimável, pois ajuda poupar recursos naturais tais como, minério de ferro e energia, além de prolongar a vida dos produtos e dos investimentos de capital em aço, como casas, pontes, instalações portuárias, linhas de distribuição de energia e água, telecomunicações e transporte. De acordo com a Associação Internacional do Zinco (2000;2009), organização que representa os fabricantes de zinco em todo o mundo, indica quatro fatores chaves sobre o zinco: a) o zinco é natural: Está presente em nosso ambiente, em todas as formas, é transportado pela própria natureza, até mesmo por fenômenos naturais, que movimentam o zinco e contribuem com a chamada ciclagem natural. b) o zinco é protetor: Sua qualidade mais importante é o de proteção natural. Protege o aço contra corrosão, prolongando a vida útil em até cinco anos. Protege e preserva a família, pois é essencial a saúde humana, no funcionamento do sistema imunológico, proteção da pele, purificação da água e enriquecimento do solo e proteção das plantações. c) o zinco é sustentável: Satisfaz as necessidades atuais e não compromete as de gerações futuras, pois é totalmente reciclável. Concentra no crescimento econômico. Ajuda no processo social, desenvolvendo papel sustentável e fundamental na iniciativa pública e privada. d) o zinco, especialmente, não agride o ambiente: Atualmente, a quantidade de zinco no meio ambiente está perto dos níveis históricos naturais. Ou seja, as atividades do homem não estão mais afetando o equilíbrio natural do zinco no meio ambiente. 11 6.2 O valor econômico da indústria do zinco No desenvolvimento da sociedade moderna, o zinco é um metal essencial. Dada a ampla gama de setores que exploram as propriedades singulares do zinco, não surpreende o fato de que este metal tenha uma importância econômica significativa. O consumo mundial de zinco metálico em 2008 foi de 11.488.000 toneladas, é o quarto metal mais consumido no mundo e contribui com cerca de US$ 40 bilhões na economia mundial a cada ano. Somente a indústria do zinco proporciona mais de 210.000 empregos diretos, além da indústria de mineração de zinco que emprega cerca de 55.400 pessoas (excluindo-se China) e a de refino e fundição cerca de 65.000 pessoas (GRUPO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DO CHUMBO E DO ZINCO, 2000;2009). A atuação da indústria do zinco num escopo mundial é liderada por um pequeno grupo, que mantém uma grande capacidade produtiva e que esta distribuída por todos os continentes. Fatores críticos de competitividade, como fontes de vantagens competitivas, fatores internos à empresa, mercado, conção da indústria, regime de incentivos e regulação, são padrões da indústria do zinco que tem relação evidente com o padrão de concorrência. A própria movimentação nas economias mundiais, impactando diretamente os balanços de oferta e demanda de produtos exerce um efeito direto e imediato. As estratégias de investimentos, a busca de melhoria na capacidade de produção, além de oferta de produtos complementares (derivados, ligas e subprodutos do processo), estão cada vez mais sendo adotadas, proporcionando um maior nível de integração das empresas e visando principalmente poder atender as crescentes demandas de zinco (FURQUIM, 2007). 6.3 O zinco é uma “commodity” Segundo Furquim (2007), a indústria do zinco está fundamentada basicamente na produção de produtos padrão (commodities), que é direcionada à melhor otimização do uso de matérias primas, recursos e busca de ganhos de escala cada vez maiores. Os produtos mais comumente comercializados pela indústria do zinco, é o Zinco SHG (Special High Grade), onde possuem padrões de qualidade mínimos estabelecidos através da Bolsa de Metais de Londres (LME), que 12 também estabelece os padrões mínimos de qualidade para comercialização, além dos preços dos mesmos. A LME é a única bolsa internacional que comercializa zinco e que determina 7 regras especiais para estabelecer contratos, sendo elas: tamanho do lote, moeda principal, movimento de preço mínimo, datas de vencimento, formatos e pesos qualidade e garantias (ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO ZINCO, 2000;2009). 13 CAPÍTULO VII A GALVANIZAÇÃO E SEUS ASPECTOS TÉCNICOS 7.1 A história da galvanização a fogo A galvanização a fogo, como é mais conhecida mundialmente, é um dos mais antigos e bem sucedidos processos de proteção já desenvolvidos. O químico francês P.J. Malouin, em 1741, descobriu que o recobrimento com zinco poderia proteger o aço da corrosão. Em 1837, o engenheiro Stanislaus Tranquille Modeste Sorel patenteou a galvanização a fogo, tendo utilizado o termo galvanização (do nome de Luigi Galvani, 1737-1798, um dos primeiros cientistas interessados na eletricidade) porque é a corrente galvânica que protege o aço. Ela se denomina desta maneira porque quando o aço e o zinco entram em contato em um meio úmido é criada uma diferença de potencial elétrico entre os metais (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE GALVANIZADORES, 2009). Em 1850, as indústrias britânicas de galvanização já consumiam 10.000 toneladas anuais de zinco para a produção de aço galvanizado. Nos Estados Unidos, somente em 1870, foi aberta a primeira fábrica de galvanização. Naquela época o aço era mergulhado manualmente no banho de zinco (op. cit.). 7.2 Conceito de corrosão De acordo com a Associação Brasileira de Corrosão (2009), a corrosão consiste em um processo de deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos. A oxidação, também chamada de ferrugem, quando encontrada nos metais como ferro e aço, não afeta apenas o aspecto estético do material, também altera sua resistência mecânica e vida útil. A corrosão é um dos maiores consumidores de ferro e aço no mundo. Cerca de 20% da produção mundial é destruída anualmente pela corrosão. A estimativa é que os custos da corrosão para a economia de paises industrializados podem representar cerca de 4% do PIB. Protegendo o aço com o zinco, este custo pode ser reduzido significativamente, prolongando a vida do material em pelo menos cinco vezes (INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS, 2009). 14 7.3 Como o zinco protege contra a corrosão O ferro e aço oxidam quando expostos ao ar e à água. Porém todo metal que recebe uma camada de zinco está protegido de três maneiras contra essa oxidação. Primeiro, devido à resistência e aderência que o revestimento de zinco fornece, veda o metal subjacente do contato com seu ambiente corrosivo. Segundo, o zinco corróise mais lentamente que o ferro. Terceiro, se o revestimento for danificado e o aço exposto (acidentalmente ou através de corte, perfuração e etc), o zinco adjacente também protege as áreas danificadas no aço. Esta propriedade extraordinária é chamada de proteção anódica (INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS, 2009). Segundo o mesmo instituto (idem), existem 4 soluções técnicas de revestimentos a base de zinco: a) Galvanização ou zincagem por emersão a quente ou galvanização a fogo; b) Galvanização eletrolítica ou zincagem a frio ou eletrodeposição; c) Aspersão térmica ou metalização; d) Pintura com tinta rica em zinco; 7.4 Galvanização a fogo De acordo com a Associação Brasileira de Construção Metálica (2009), o produto galvanizado é um meio versátil e econômico utilizado em diversas aplicações, devido principalmente à resistência mecânica do aço aliada à resistência do zinco. As dez principais razões e vantagens para galvanizar a fogo, estão resumidas abaixo: 1- Custo inicial competitivo; 2- Menor custo de manutenção; 3- Durabilidade; 4- Confiabilidade; 5- Rapidez do processo e de utilização; 6- Tenacidade (resistência) do revestimento; 7- Cobertura completa; 8- Protege de três maneiras; 9- Facilidade de inspeção; 10- Versatilidade de aplicações; 15 7.5 Fatores importantes para galvanizar Alguns fatores devem ser levados em conta para decisão de galvanizar, como: a) Custo de aplicação do revestimento; b) Vida útil antes da primeira manutenção; c) Custo da manutenção do revestimento; d) Custo de paralisação para manutenção; Levando-se em conta esses quatro itens, verifica-se que o sistema de galvanização a fogo muitas vezes é o mais econômico se comparado a outros processos de revestimento (eletrodeposição do zinco, metalização e pintura com tintas à base de zinco ou de outros pigmentos protetores contra a corrosão). É possível fazer uma rápida comparação entre os sistemas de revestimento, examinando-se o custo inicial de aplicação do revestimento e o custo de manutenção do revestimento a ser realizada no futuro. Existem sistemas que têm custo inicial menor, como alguns processos de pintura sem adequada limpeza do metal-base, que, no entanto, apresentam um custo de manutenção maior no futuro. O custo de manutenção pode ser mais ou menos elevado em função de fatores como localização da estrutura ou peça protegida, dificuldade de acesso e a suas várias partes e, ainda, exigências de desmontagem para a aplicação do tratamento de manutenção (INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS, 2009). A avaliação dos custos deve ser cuidadosa, pois algumas informações são obtidas com precisão enquanto outras só podem ser estimadas de maneira aproximada. Além dos custos, na seleção do melhor sistema de proteção, problemas de aparência, disponibilidade de mão-de-obra e de material, e disponibilidade de fornecedores de serviços de aplicação do revestimento também contam. Para a maioria das estruturas e peças que precisam ser protegidas da corrosão, costumase dar preferência a um sistema que tenha o menor custo de manutenção possível, mesmo porque, com freqüência, não há possibilidade de acesso para a realização da mesma (op. cit). 7.6 O processo de galvanização a fogo A galvanização a fogo ou zincagem por imersão a quente é um processo de revestimento de peças de aço ou ferro fundido, de qualquer tamanho, peso, forma e 16 complexidade, visando sua proteção contra a corrosão. Existem dois tipos de processos de galvanização a fogo, a de linha contínua, utilizada em aços planos (chapas) e arames, e a geral, utilizada para todos os outros formatos. (INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS, 2009). Foi desenvolvido um fluxograma do processo da galvanização geral, onde as peças passam por várias etapas até receber o revestimento de zinco e estarem adequadas ao uso, conforme demonstrado abaixo: Figura 1 – Fluxograma do processo de galvanização geral. INICIO DESENGRAXE LAVAGEM DECAPAGEM LAVAGEM FLUXAGEM SECAGEM IMERSÃO A QUENTE RESFRIAMENTO TÉRMINO DO PROCESSO Fonte: INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS, 2009. 17 CAPÍTULO VIII O MERCADO BRASILEIRO DE ZINCO E DE GALVANIZAÇÃO 8.1 A indústria do zinco no Brasil De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (2006), no Brasil existem duas minas de zinco, ambas localizadas no estado de Minas Gerais. A maior fica no município de Vazante, onde possui reservas com aproximadamente 2.000.000 de toneladas de minério de zinco e uma produção anual de 133.700 toneladas de concentrado silicatado de zinco (resultante da ocorrência na natureza combinada com a sílica e o metal). A segunda fica localizada no município de Paracatu, produz anualmente 37.000 toneladas de concentrado sulfetado de zinco. Segundo Penha Júnior (2002), a disponibilidade de minério de zinco no Brasil não é suficiente para a transformação e produção do metal refinado, gerando assim uma maior necessidade do concentrado de zinco. Existem duas unidades de transformação e refino de zinco no Brasil, também no estado de Minas Gerais, a primeira localizada no município de Três Marias, com capacidade de produção anual de 180.000 toneladas de zinco metálico. A segunda, localizada no município de Juiz de Fora com capacidade de produção 98.000 toneladas por ano de zinco metálico. A Votorantim Metais Zinco S.A., unidade pertencente ao Grupo Votorantim, é a única mineradora e produtora de zinco no Brasil (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2006). 8.2 O mercado consumidor brasileiro de zinco Segundo Cé (2000), a abertura do mercado, que permitiu ao consumidor maiores opções na escolha de produtos de melhor qualidade, exerceu um importante impacto no aumento do consumo per capita de zinco, refletindo o grande potencial de crescimento do mercado brasileiro e que ainda pode ser explorado. Para se fazer uma idéia comparativa, no Brasil o consumo é de aproximadamente 1,0 Kg/habitante/ano de zinco, enquanto na Europa é de 6,0 Kg/habitante/ano e no Estados Unidos da América, 4,0 Kg/habitante/ano. A evolução do consumo de zinco no Brasil nos últimos três anos pode ser verificada conforme a figura abaixo: 18 Figura 2 – Evolução do consumo de zinco metálico no Brasil. Mercado Brasileiro de Zinco (em mil toneladas) Produção Exportação Importação Consumo Interno 0 25 50 75 2006 100 125 150 175 200 225 250 275 2007 2008 Fontes: SECRETÁRIA DO COMÉRCIO EXTERIOR, 2009; INSTITUTO DE METAIS NÃO FERROSOS 2009. Os principais segmentos consumidores de zinco no Brasil estão distribuídos de acordo com a figura abaixo: Figura 3 – Segmentos consumidores de zinco no Brasil. Consumo Anual de Zinco por Segmento Latão 11% Galvanoplastia, Eletrode- Pilhas Fios, Navios, posição Químicos 2% 2% 1% Transf. Óxido 14% Transf. Zamac 15% Fonte: MAZAC, 2009. Galvanizadores Geral 18% 70 empresas Galvanizadores Linha Contínua 37% 7 empresas 19 As principais aplicações do zinco no Brasil podem ser verificadas através do quadro abaixo: Quadro 2 – Aplicações do zinco no Brasil Torres de transmissão; grampos de cercas; pregos; telas; telhas; tubos; defensas metálicas; cercas; portas; grades; Galvanização janelas; portões; sinalizações; acessórios para transmissão elétrica; postes; padrões elétricos; chapas para automóveis; geladeiras; fogões; freezers; arames lisos e farpados; Ligas de Zinco Zíperes, fechaduras, ferragens, maçanetas, cadeados, (Zamac) reguladores de gás e queimadores, pinos para panelas de Composto por pressão, fivelas, brindes, miniaturas, moldes para injeção, zinco, alumínio, molinetes, tomadas elétricas, válvulas para câmara de ar, magnésio e esguichos, artigos religiosos, acessórios para móveis, na cobre indústria automobilística: maçanetas, retrovisores, tampas de combustível e limpadores de pára-brisa; Ligas de Zinco Fechaduras, cadeados, dobradiças, cremonas, parafusos, (Latão) batentes e ferragens em geral; Composto por zinco e cobre Óxido de Zinco Medicamentos; cosméticos; borrachas como pneus, câmaras de ar e mangueiras; pisos de borracha; solados de sapatos; cerâmicas, como fritas para pisos e azulejos; suprimento mineral; ração animal; micronutrientes; fertilizantes; tintas e vernizes e pilhas; Eletrodeposição Chapas revestidas a frio: geladeiras; fogões; freezers; microondas; Pilhas Insumos para fabricação de pilhas; Galvanoplastia Revestimento com camada fina: Materiais diversos; peças decorativas; Fios Soldas em esquadrias de alumínio; Navios Anodos de sacrifício; Químicos: Pó para tintas; Fontes: Cé, 2000; MAZAC, 2009. 20 A Mazac (2009), empresa privada, prestadora de serviços de representação, é formada por profissionais de longa vivência no mercado de zinco, sendo seus proprietários ex-funcionários de uma usina de zinco brasileira. Efetua entre outros trabalhos, o acompanhamento do mercado brasileiro de zinco, seus derivados e resíduos, com enfoque na evolução do consumo por segmentos, número aproximado de clientes em cada segmento, entrada e saída de consumidores no mercado, principais fontes de zinco para importação e análise dos principais destinos das exportações brasileiras. As informações cedidas pela referida empresa são utilizadas somente para uso próprio e interno da mesma, não havendo a disponibilidade dessas informações para o mercado como um todo. 8.3 A indústria brasileira de galvanização Segundo Cé (2000), a chegada de empresas estrangeiras na década de 90, atém de ter tido um acréscimo real de investimentos em setores tradicionalmente usuários de estruturas de aço galvanizado, provocou um impacto positivo destas mesmas empresas em trazerem uma cultura de engenharia voltada para o uso do zinco em revestimentos, já que eram tradicionais consumidoras destes produtos galvanizados. A exemplo mundial, o Brasil também consome mais de 50% do zinco na galvanização. Entretanto, Nunes (2008), explica que a indústria de galvanização brasileira está ainda em desenvolvimento. Apenas como comparativo, na Europa existem aproximadamente 630 plantas de galvanização em operação, nos Estados Unidos, cerca de 350 e no Japão por volta de 130. De acordo com a Mazac (2009), no Brasil existem aproximadamente 77 plantas de galvanização, em sua maioria localizada na região sudeste e sul do país. Destas, 7 plantas são de processo linha contínua, constituídas basicamente pelas grandes siderúrgicas brasileiras e o restante, empresas prestadoras de serviços de galvanização geral, com estrutura de grande, médio e pequeno porte. O fator que determina a capacidade de cada galvanizador geral é o tamanho de sua cuba (local onde o zinco fica líquido aguardando a imersão das peças). A galvanização geral processou em 2007, cerca de 270 mil toneladas de aço para diversos setores, como agrícola, suprimento elétrico, telecomunicações, rodoviário, ferroviário e o de construção civil. Isso representa menos de 10% da 21 produção de aço do Brasil. No setor de construção civil (das obras civis propriamente ditas até infra-estruturas como, pontes, estradas, silos e etc.), somente 7,3% dos produtos fabricados são galvanizados pelo processo de galvanização geral, e é o setor que mais cresce no Brasil e o que pode vir a utilizar uma parcela maior de produtos galvanizados (NUNES, 2008). O principal concorrente da galvanização geral no Brasil é a pintura industrial elaborada. Um dos principais motivos que levam a decisão do consumidor em optar pelo processo de revestimento com tinta, é o fato de analisar somente o custo inicial da aplicação do revestimento, comparado com os outros revestimentos, além do fato de não avaliar em seu projeto o custo de manutenção ao longo do tempo (op.cit.). 22 CAPÍTULO IV MARKETING 9.1 Conceitos básicos O marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Para defini-lo de uma maneira bem simples, pode se dizer que ele supre necessidades lucrativamente (KOTLER; KELLER, 2006). Já para Lamb, Jr., Hair, Jr. e McDaniel (2004), o marketing pode ser analisado por duas perspectivas. Primeiro, é uma filosofia, uma atitude ou uma orientação de gerenciamento que realça a satisfação do cliente. Segundo, marketing é um composto de atividades utilizadas para implementar essa filosofia. Englobando essas duas perspectivas, o marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, do preço, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e das organizações. A troca é termo-chave na definição do marketing. Seu conceito é bem simples, significa a obtenção de algo preferido ou desejado de alguém oferecendo algo em troca (LAMB, Jr.; HAIR, Jr.; McDANIEL, 2004). Para que o potencial de troca possa existir, cinco condições devem ser satisfeitas: 1. Deve haver pelo menos duas partes. 2. Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras partes. 3. Que todas as partes tenham capacidade de comunicação e de entrega. 4. Que todas as partes estejam livres para aceitar ou recusar a oferta de troca. 5. Cada parte deve desejar negociar com a outra. A administração de marketing acontece quando pelo menos uma parte em uma relação de troca potencial procura maneiras de obter as respostas desejadas das outras partes. A administração de marketing é vista como a arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio de criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente. O objetivo de marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou o serviço seja adequado a ele e se venda sozinho (KOTLER; KELLER, 2006). 23 Segundo esses autores (idem), há ainda um conjunto principal de conceitos que estabelece a base para a administração de marketing: a) Necessidades, desejos e demandas: Necessidades são os requisitos humanos básicos. Essas necessidades tornam-se desejos quando direcionadas a objetos específicos que possam satisfazê-las. Demandas são desejos por produtos específicos apoiados pela capacidade de comprá-los. b) Mercados-alvo, posicionamento e segmentação: Uma empresa raramente pode satisfazer a todos em um mercado. Com isso os mercados são divididos em segmentos e após examinar diferenças demográficas, psicográficas e comportamentais entre os compradores, eles identificam e descrevem grupos distintos, que podem preferir e exigir mixes diferentes de produtos e serviços. Então, decidem quais segmentos apresentam a maior oportunidade – quais são seus mercados-alvo. c) Ofertas e marcas: As empresas atendem a necessidade emitindo uma proposta de valor – um conjunto de benefícios que oferecem aos clientes para satisfazer suas necessidades. A proposta de valor intangível é materializada por uma oferta, que pode ser uma combinação de produtos, serviços, informações e experiências. A marca é uma oferta de uma fonte conhecida. d) Valor e satisfação: A oferta será bem-sucedida se proporcionar valor e satisfação ao comprador–alvo. O valor reflete os benefícios e os custos tangíveis e intangíveis percebido pelo consumidor. A satisfação reflete os julgamentos comparativos de uma pessoa do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação a suas expectativas. e) Canais de marketing: Para atingir um mercado-alvo, a empresa usa três tipos de canal de marketing. Canais de comunicação que transmitem mensagens de compradores-alvo. Canais de distribuição para apresentar, vender ou entregar produtos físicos ou serviços ao comprador ou usuário. Canais de serviços para efetuar transações com compradores potenciais. f) Cadeia de suprimento: A cadeia de suprimento é um canal mais longo, se estende das matérias-primas aos componentes dos produtos finais – que são levados aos compradores finais. g) Concorrência: A concorrência inclui todas as ofertas e os substitutos rivais, reais e potenciais que um comprador possa considerar. 24 h) Ambiente de marketing: O ambiente de marketing é constituído pelo ambiente de tarefa e o ambiente geral. O ambiente de tarefa inclui os participantes imediatos envolvidos na produção, distribuição e promoção da oferta. O ambiente geral é formado por seis componentes: ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente natural (meio ambiente), ambiente tecnológico, ambiente político-legal e ambiente sociocultural. Todos contêm forças que podem produzir um impacto relevante sobre os participantes do ambiente de tarefa. i) Planejamento estratégico: Na prática, o marketing segue um processo lógico. O processo de planejamento de marketing consiste em analisar oportunidades de marketing, selecionar mercados-alvo, projetar estratégias de marketing, desenvolver programas de marketing e gerenciar os esforços de marketing. 9.2 Marketing industrial O marketing industrial consiste em mecanismos mercadológicos, concebidos a partir dos conceitos de marketing, orientados para a integração dos esforços comerciais quando objeto de troca significa a sobrevivência e a continuidade, com lucro, dos negócios entre as empresas. A característica que mais chama atenção no marketing industrial é a manipulação de valores tangíveis preferencialmente, responsáveis por desempenhos mensuráveis, ao passo que no marketing de consumo os aspectos relativos à eficiência de produto ou desempenho não são tratados como importantes no Brasil (MOREIRA, 1989). Em alguns países, principalmente da Europa, definem o marketing industrial como marketing business to business ou marketing empresarial. É o conjunto de relações existentes entre organizações, produtoras de bens e/ou de serviços, visando um benefício específico (MOREIRA; NETO, 1998). Segundo Silva (2001), grande parte das empresas industriais não possuem um departamento de marketing formal. Normalmente para essas empresas, as decisões de marketing requerem grandes investimentos próprios e atravessam os limites de sua estrutura organizacional, fazendo com que a responsabilidade dessas decisões esteja muito mais ligada à administração geral. São decisões importantes, de nível estratégico dentro da empresa, exigindo habilidades, visão e planejamento 25 estratégico das companhias-alvo e de seus executivos. Como conseqüência, muitas delas são voltadas para produtos, em detrimento de seus clientes, oferecendo uma imensa variedade de opções de produtos e serviços, desperdiçando seus recursos e reduzindo seus lucros. É inquestionável a força que o marketing representa para empresas industriais e, que em número cada vez maior, as empresas estejam tentando explorar mercados além de suas fronteiras geográficas, intensificando a concorrência em quase todas as frentes. Assim, as empresas estão sendo forçadas a adquirir aptidões mercadológicas cada vez maiores a fim de poderem enfrentar competidores com as quais nunca antes teriam de medir forças (op. cit.). 9.3 Estratégias de marketing Segundo Ferrell et al. (2000), a estratégia de marketing envolve a seleção de um mercado-alvo específico e a tomada de decisões em relação aos elementos cruciais de produto, preço, promoção e distribuição para satisfazer às necessidades dos consumidores desse mercado. Escolher a estratégia correta entre as muitas alternativas possíveis é o teste final para o desenvolvimento de uma boa estratégia de marketing. Para Lamb, Jr., Hair, Jr. e McDaniel (2004), a estratégia de marketing, envolve três atividades: selecionar mercados-alvo, definir objetivos, desenvolver e manter um composto de marketing (produto, distribuição, promoção e preço) que produzirá trocas mutuamente satisfatórias com os mercados-alvo. As variações no composto de marketing não ocorrem por acaso. Elas representam estratégias de marketing fundamentais para seus administradores, que procuram obter vantagens sobre os concorrentes e a busca do sucesso no mercado. Segundo esses autores (idem), destacam essas estratégias de acordo com cada componente do composto, da seguinte forma: a) Estratégia de produto: Tipicamente, o composto de marketing começa com a oferta do produto. Não temos como pensar em um sistema de distribuição, definição de preço, sem conhecer o produto. O coração do composto de marketing é a oferta de produtos da empresa, nele não se engloba somente a unidade física, 26 mas também outros fatores, como embalagem, garantia, serviços pós-venda, marca e imagem da empresa. b) Estratégia de distribuição: O foco principal é tornar os produtos disponíveis quando e onde os clientes desejarem. Normalmente auxiliados pelos canais de marketing, fazendo a distribuição do fabricante até o usuário final. A distribuição física consiste em todas as atividades relacionadas com armazenamento e transporte de produtos, de forma que eles cheguem em perfeitas condições de uso aos locais indicados. c) Estratégia de promoção: Vendas, publicidade, promoção de vendas e relações públicas incluem-se na promoção. Sua principal função é ajudar a realizar trocas mutuamente satisfatórias com os mercados-alvo, educando, informando, persuadindo e principalmente lembrando-os dos benefícios de uma organização ou de um produto. d) Estratégia de preço: O que o comprador deve dar para obter um produto, é considerado preço. É o mais flexível dos quatro componentes do composto de marketing. Aumentar ou reduzir preços frequentemente é a variável mais fácil de modificar do que qualquer outra do composto. É uma das armas competitivas mais importantes. Kotler (2001), informa que uma empresa precisa ser eficiente em marketing estratégico e tático, igualmente eficaz em marketing administrativo; este que, por sua vez fornece a condição de preparar e executar os planos de marketing completos, nos quais todas as estratégias e táticas têm que ser integradas em um plano de marketing que possa ser executado com eficácia pela organização. Nas novas formas de competição, o marketing opera em três dimensões: como cultura, como estratégia e como tática, refletindo três níveis de estratégia (corporativa, de negócio e funcional). Embora cada dimensão do marketing esteja presente em cada nível de estratégia, a ênfase dada a cada dimensão varia de acordo com o nível de estratégia e o nível dentro da hierarquia da organização. Como cultura, o marketing é um conjunto de valores básicos e crenças acerca da importância do cliente que orienta a organização. O marketing como estratégia é a ênfase ao nível de unidade de negócios onde o foco está na segmentação, no posicionamento e no mercado-alvo e no negócio escolhido, definindo como a empresa compete. Como tática, o marketing focaliza sobre os elementos integrados 27 do mix de marketing, tais como preço, produto, promoção, distribuição e serviço ao cliente. Cada nível de estratégia e cada dimensão de marketing, devem ser desenvolvidos no contexto do nível precedente. Isto desde a formulação até a implementação da estratégia. Face à evolução a novas formas de organização para gestão dos assuntos de negócio nas novas condições de competição, requer-se uma revisão do papel da função marketing dentro da organização. A evolução destas formas de organização enfatiza a flexibilidade para responder às mudanças nas necessidades do cliente e a integração para responder às expectativas de prazo do cliente e gerar novas definições do papel do marketing e suas responsabilidades. Basicamente, a função marketing opera através de sistemas (análise, planejamento), procedimentos (implementação) e controle de decisões e programas destinados à gestão da demanda (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Para tanto, as decisões resultantes da gestão do marketing devem ser consistentes com os objetivos da empresa e coerentes com os objetivos das outras funções e considerar que na gestão da demanda existem restrições quanto à quantidade, à duração (tempo) e à natureza. Para Kotler e Armstrong (1999), o processo decisório da função marketing envolve a forma como estas decisões são realizadas. Esta etapa abrange o estudo da estrutura geral do processo decisório, dos fatores que afetam estas decisões, das técnicas para implementar as decisões e das abordagens para gestão das decisões. Podem-se caracterizar as decisões da função marketing em: análise, planejamento, implementação e controle dos planos e ações destinados a criar, desenvolver e manter trocas com o mercado-alvo com o propósito de alcançar os objetivos da empresa. A eficácia do marketing de uma empresa ou divisão reflete-se no grau em que exibe os cinco atributos principais de uma orientação de marketing: a filosofia voltada para o cliente, a organização integrada de marketing, a informação adequada de marketing, a orientação estratégica e a eficiência operacional. Ao serem avaliadas tais informações podem-se assim analisar e entender qual é a situação atual da empresa, e assim, definir estratégias competitivas (KOTLER; KELLER, 2006). 28 Segundo o método clássico para a formulação de estratégias, a estratégia competitiva é uma combinação das metas que a empresa busca e dos meios e políticas pelos quais ela pretende alcançá-las. Representante da Escola Clássica, Porter (1989) apresenta três estratégias genéricas para criar uma posição defensável há longo prazo contra as forças competitivas e superar a concorrência: a) Liderança no custo total - O objetivo central é ter os custos mais baixos que os concorrentes, o que proporciona retornos acima da média. A empresa deve estabelecer políticas funcionais como: instalações com grande capacidade produtiva, perseguição de redução dos custos pela experiência, controle rígido de custos e despesas gerais. Os riscos envolvidos na estratégia da liderança no custo total são os constantes re-investimentos em equipamentos para manter esta liderança, principalmente devido à mudança tecnológica; b) Diferenciação - A empresa procura diferenciar o seu produto ou serviço das concorrentes criando algo único em toda a indústria, e pode ser através de: imagem da marca, tecnologia, peculiaridades, serviços sob encomenda, rede de fornecedores, entre outros. A diferenciação também proporcionará retornos acima da média, pois cria uma situação defensável contra as forças competitivas, devido à lealdade dos consumidores em relação à marca e conseqüentemente a menor sensibilidade em relação ao preço; c) Enfoque - Visa enfocar determinado grupo comprador, um segmento na linha de produtos ou um mercado geográfico, ou seja, objetiva atender o alvo determinado, ao contrário das estratégias anteriores. A empresa atinge a diferenciação por satisfazer melhor as necessidades do alvo, ou custos mais baixos na obtenção deste alvo, ou ambos. O maior risco desta estratégia é a diferença de custos entre empresas que atuam em vários mercados e aquelas que atendem enfoques particulares é grande, de forma a eliminar as vantagens de custos de atender um alvo. Conforme Porter (1989), a concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas: a ameaça de entrada, a ameaça de substituição, o poder de negociação dos fornecedores, o poder de negociação dos compradores e a rivalidade entre os concorrentes. 29 9.4 Segmentação de mercado e mercado-alvo O termo mercado significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Um mercado é composto por pessoas ou organizações com desejos e necessidades, com recursos e disposição para comprar. Na maioria das organizações bemsucedidas, a segmentação de mercado tem um papel importante na estratégia de marketing, é uma ferramenta poderosa. Sua razão mais importante é fato de quase todos os mercados incluem grupos de pessoas ou organizações com diferentes preferências e necessidades de produtos e/ou serviços (LAMB, Jr.; HAIR, Jr.; McDANIEL, 2004). Segundo Ferrell et al. (2000), em razão da estratégia de marketing ter o papel primário de colocar a empresa em posição ótima a respeito das necessidades dos consumidores, primeiramente devemos considerar as decisões relacionadas mercados-alvos e a segmentação de mercado. Todas as empresas têm duas alternativas básicas para determinar o escopo dos mercados que atenderá ou tentará atrair – marketing de massa e segmentação de mercado. O propósito da segmentação de mercados é dividir a população inteira em grupos com necessidades relativamente homogêneas. Para Kotler e Keller (2006), o ponto de partida de qualquer discussão sobre segmentação é o marketing de massa. No marketing de massa, o vendedor se dedica à produção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos os compradores. O argumento do marketing de massa é que ele cria um mercado potencial maior, o que gera custos mais baixos – que por sua vez levam preços mais baixos ou margens mais altas. Um segmento de mercado consiste em um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas preferências. O marketing de segmento oferece benefícios importantes em relação ao marketing de massa. A empresa pode planejar, definir preços, divulgar e fornecer o produto ou serviço para melhor satisfazer o mercadoalvo. Também se possível ajustar o programa e as atividades de marketing para refletir melhor o marketing da concorrência. Os segmentos de mercado podem ser 30 identificados de diversas maneiras. Uma delas é a partir de segmentos por preferências. a) Homogêneas: Mostra um mercado em que todos os consumidores têm praticamente a mesma preferência. O mercado não mostra nenhum segmento natural. b) Difusas: A preferência dos consumidores pode ser dispersa por todo o espaço, indicando que tem preferências variadas. c) Conglomeradas: O mercado pode revelar um banco de preferências distintas chamadas segmentos de mercados naturais. Algumas empresas adotam a abordagem de concentração de mercado ainda mais e focam seus esforços de marketing em um segmento pequeno e bem definido que possui um conjunto de necessidades específicas e exclusivas; essa abordagem é conhecida como marketing de nicho (FERRELL et al., 2000). Para Kotler e Keller (2006), um nicho é um grupo definido mais estritamente que procura por um mix de benefícios distinto. Um nicho atraente tem as seguintes características: os clientes têm um conjunto de necessidades distintas; os clientes concordam em pagar um preço mais alto à empresa que melhor suprir suas necessidades; o nicho não costuma atrair outros concorrentes; o nicho gera receitas por meio da especialização; e o nicho tem potencial para crescer e gerar lucros maiores. O marketing direcionado está levando a programas de marketing idealizados de acordo como os desejos e as necessidades de grupos de cliente locais (áreas comerciais, bairros e até mesmo lojas). As atividades de marketing procuram ficar tanto quanto possível próximas e pessoalmente relevantes para cada cliente. Grande parte do marketing local constitui-se do marketing experimental, que promove um produto ou serviço não só comunicando suas características e benefícios, como também relacionando-o com experiências singulares e interessantes (KOTLER; KELLER, 2006). Quando uma empresa cria um composto de marketing totalmente exclusivo para cada consumidor de segmento-alvo, está adotando marketing sob medida. Essa abordagem é comum em marketing business-to-business, em que programas e/ou sistemas exclusivos são preparados para cada cliente (FERRELL et al., 2000). 31 Kotler e Keller (2006), identificam o último nível de segmentação que nos leva aos “segmentos de um”, ao “marketing customizado” ou ao “marketing um-para-um”. Atualmente, os clientes estão tomando mais iniciativas para determinar o que e como comprar. Eles navegam pela internet, procuram informações e avaliações dos produtos e serviços oferecidos, conversam com fornecedores, usuários e críticos do produto, e, em muitos casos, até desenham o produto que querem. À medida que as escolhas são feitas pelo cliente, são enviados sinais para o sistema de fabricação do fornecedor, que coloca em ação as engrenagens da encomenda de componentes, montagem e entrega. Dois grupos gerais de variáveis são usados para segmentar mercados consumidores. Alguns pesquisadores tentam formar segmentos observando as características geográficas, demográficas e psicográficas das pessoas. Depois examinam se esses segmentos de clientes possuem diferentes necessidades ou respostas em relação ao produto. Outros pesquisadores tentam identificar segmentos observando questões “comportamentais”, como as respostas dos consumidores aos benefícios procurados, ocasiões de uso ou marcas. Independentemente do tipo de segmentação utilizado, o importante é que o programa de marketing possa ser adaptado de forma lucrativa para reconhecer as diferenças entre clientes (KOTLER; KELLER, 2006). Seguem as especificações das principais variáveis de segmentação: a) Geográfica: Requer a divisão do mercado em diferentes unidades geográficas, como nações, estados, regiões, cidades ou bairros. A empresa pode atuar em uma, em algumas ou em todas as áreas geográficas, prestando atenção às variações locais. b) Demográficas: O mercado é dividido em grupos de variáveis básicas, como idade, tamanho de família, ciclo de vida da família, sexo, renda, ocupação, grau de instrução, religião, raça, geração, nacionalidade e classe sócias. As variáveis demográficas são os meios mais populares de distinguir grupos de clientes por várias razões. Uma delas é que as necessidades e os desejos dos consumidores, assim como suas preferências por marcas e produtos, estão frequentemente associados a variáveis demográficas. Outra razão é que elas são fáceis de ser medidas. Mesmo quando o mercado-alvo é descrito em termos não–demográficos (como tipo de personalidades), é necessário considerar as características 32 demográficas para estimar o tamanho desse mercado-alvo e o meio de comunicação que deverá ser usado para atingi-lo de modo eficiente. c) Psicográfica: É a ciência que utiliza a psicologia e a demografia para entender melhor os consumidores. Na segmentação psicográfica, os compradores são divididos em diferentes grupos, com base no estilo de vida, na personalidade e nos valores. Pessoas do mesmo grupo demográfico podem ter perfis psicográficos diferentes. d) Comportamental: Os compradores são divididos em grupos segundo seus conhecimentos, atitude e uso e resposta a um produto. Após identificar segmentos de mercado potenciais, uma empresa deve decidir quantos e quais desejam focar. Cada vez mais são combinados diversas variáveis para identificar grupos-alvo menores e mais definidos. Para uma segmentação efetiva, os segmentos de mercado devem atender favoravelmente aos cinco critérios a seguir sendo: e) Mensuráveis: O tamanho, o poder de compra e as características dos segmentos devem ser passíveis de mensuração. f) Substanciais: Devem ser grandes e rentáveis, o suficiente para serem atendidos. Um segmento deve ter o maior grupo homogêneo possível e um programa de marketing bem desenvolvido. g) Acessíveis: Deve ser efetivamente possível alcançar e atender ao segmento. h) Diferenciáveis: São conceitualmente distintos e respondem de maneira diferente a cada elemento e programa de mix de marketing. i) Acionáveis: Deve ser possível desenvolver programas efetivos para atrair e atender aos segmentos. Ao avaliar diferentes segmentos de mercado, a empresa deve examinar dois fatores: a atratividade global do segmento e os objetivos e recursos da própria empresa. Ela dever considerar se o segmento potencial atende aos cinco critérios de utilidade: se ele possui características que o tornam atrativo, como tamanho, crescimentos, aproveitamento, economias de escala e baixo risco: e se investir nele condiz com seus objetivos e recursos. Alguns segmentos atraentes podem ser rejeitados se não estiverem de acordo como os objetivos de longo prazo da 33 empresa, ou se ela não tiver uma ou mais competências necessárias para oferecer um produto de valor superior (KOTLER; KELLER, 2006). Um mercado-alvo é um grupo de pessoas ou empresas para as quais uma empresa projeta, implementa e mantém um composto de marketing com a finalidade de atender às necessidades desse grupo, resultando em trocas mutuamente satisfatórias (LAMB, Jr.; HAIR, Jr.; McDANIEL, 2004). Segundo Kotler e Keller (2006), após avaliar os diferentes segmentos, a empresa deve considerar cinco padrões de seleção de mercado-alvo, como segue: a) Concentração em um único segmento: Empregando o marketing concentrado, a empresa consegue entender a fundo as necessidades do segmento e marca uma forte presença no mercado. Além disso, desfruta economias operacionais graças à especialização de sua produção, distribuição e promoção. Se alcançar a liderança do segmento, pode ainda ter um alto retorno sobre o investimento. Entretanto, existem riscos. Um segmento pode desaparecer ou um concorrente pode invadi-lo. b) Especialização Seletiva: A empresa seleciona certo número de segmentos atraentes e apropriados e apresenta razões objetivas para sua seleção, Não é indispensável haver sinergia entre eles, mas todos devem ser potencialmente rentáveis. Essa estratégia multissegmentada tem a vantagem de diversificar o risco da empresa. c) Especialização por produto: As empresas se especializam em um produto que possa ser vendido em vários segmentos. O risco é que o produto pode ser substituído por uma tecnologia totalmente nova. d) Especialização por mercado: Neste caso, a empresa concentra-se em atender a várias necessidades de um grupo particular de clientes. A empresa ganha uma forte reputação atendendo a esse grupo de clientes e torna-se um canal para promover produtos que o grupo possa utilizar. O risco é os clientes terem seus orçamentos cortados. e) Cobertura total de mercado: A empresa que usa este tipo de abordagem tenta atender a todos os grupos de consumidores com todos os produtos de que eles possam precisar. Apenas empresas muito grande podem adotar uma estratégia de cobertura total de mercado. As grandes empresas podem cobrir todo o mercado de dois modos: por meio do marketing indiferenciado e do marketing diferenciado. 34 No marketing indiferenciado, a empresa ignora as diferenças dos mercados segmentados e busca atingir todo o mercado com apenas uma oferta. Ela desenvolve um produto e um programa de marketing que sejam adequados ao maior número de cliente possível. Além disso, são utilizadas a distribuição e propaganda em massa. No marketing diferenciado, as empresa atuam em vários segmentos de mercado e empregam diferentes programas para cada segmento. 9.5 Diferenciação de produtos e de serviços A função marketing está evoluindo para um estilo interativo impulsionando o diálogo com o cliente e o fornecedor. E o marketing de massa orientado para troca está mudando para um marketing personalizado de relacionamento e integrado. A tendência de personalização causa impacto sobre o mix de marketing, personalizando o produto, pela empresa ou pelos clientes, por meio dos opcionais que formam o produto. Devido a esta tendência de personalização do produto, os elementos do mix de marketing podem ser personalizados evoluindo para uma integração com o cliente. Na discussão do valor (produto) a entregar para o cliente como um componente do mix de marketing, é necessário distinguir suas dimensões como sendo: o benefício que o cliente compra, o produto básico ou essencial, o produto esperado, o produto ampliado e o produto potencial (KOTLER, 1999). Para Lamb, Jr., Hair, Jr. e McDaniel (2004), a forma de distinguir os produtos de uma empresa dos da concorrência é utilizar a diferenciação de produto, como estratégia de posicionamento. Essa distinção pode ser real ou percebida. A diferenciação surge a partir da ampliação do produto, que é o que leva a examinar o sistema de consumo: a maneira como o usuário desempenha as tarefas de obter, usar, adaptar e descartar o produto. A nova competição não se dá entre o que as empresas produzem em suas fábricas, mas entre o que elas agregam ao produto de sua fábrica na forma de embalagem, serviços, propaganda, sugestões do cliente, financiamento, entrega, armazenagem e outros fatores que as pessoas valorizam (KOTLER; KELLER, 2006). Ainda, segundo Kotler e Keller (2006), para ter uma identidade de marca, os produtos devem ser diferenciados. Certos produtos são mais fáceis de diferenciar do 35 que outros. Em um extremo, alguns produtos permitem pouca variação e já em outro, permitem grande diferenciação, onde as empresas lidam com extensa variedade de parâmetros, como segue: a) Forma: Muitos produtos podem ser diferenciados em termos de forma, como tamanho, formato ou estrutura física. b) Características: Muitos produtos podem ser oferecidos com características variáveis, que complementam sua função básica. Uma empresa pode identificar e selecionar novas características apropriadas fazendo levantamentos com compradores recentes e, em seguida, calculando o valor para o cliente em relação ao custo para a empresa de cada característica potencial. c) Qualidade de Desempenho: É o nível no qual as carcterísticas básicas do produto operam. A maioria dos produtos se enquadra em quatro níveis de desempenho, sendo baixo, médio, alto ou superior. As empresas não precisam necessariamente desenvolver o maior nível de desempenho possível. O fabricante deve projetar um nível que seja apropriado para o mercado-alvo. d) Qualidade de Conformidade: Que todas as unidades produzidas sejam idênticas e atendam às especificações prometidas. e) Durabilidade: Uma mensuração da vida operacional esperada do produto sob condições naturais ou excepcionais, é um atributo valioso para determinados produtos. f) Confiabilidade: É a mensuração da probabilidade de um produto não quebrar ou apresentar defeitos durante determinado período. g) Facilidade de Reparo: É a mensuração da facilidade de consertar um produto que funcione mal ou que deixe de funcionar. A facilidade de reparo ideal existiria se os próprios usuários pudessem consertar os produtos, rapidamente e a baixo custo. h) Estilo: É o visual do produto e a sensação que ele passa ao comprador. O estilo tem a vantagem de criar uma diferenciação difícil de ser copiada. No lado negativo, um estilo marcante não indica necessariamente desempenho superior. Entretanto, Kotler e Keller (2006), explica que quando o produto não pode ser facilmente diferenciado, a chave para o sucesso competitivo pode estar na adição de serviços valorizados e na melhoria da qualidade com que são prestados. Em termos de serviços, os grandes diferenciais são: 36 a) Facilidade de Pedido: É a facilidade que o cliente encontra para fazer um pedido à empresa. b) Entrega: Refere-se à qualidade com que o produto ou serviço é entregue ao cliente. Isso inclui velocidade precisão e preocupação com o processo em si. c) Instalação: Refere-se ao trabalho feito para tornar um produto operacional no local planejado. A diferenciação nesse ponto da cadeia de consumo é particularmente importante para as empresas que comercializam produtos complexos. d) Treinamento do Cliente: Oferecer treinamento do cliente significa capacitar os funcionários do cliente para utilizar os equipamentos da maneira mais apropriada e com eficiência. e) Orientação ao Cliente: São todos os dados, sistemas de informações e serviços de consultoria que a empresa oferece ao comprador. f) Manutenção e Reparo: Descreve o programa de atendimento destinado a auxiliar os clientes a manter em boas condições de funcionamento os produtos comprados. 9.6 Canais de marketing e redes de valor A maioria dos fabricantes não vende diretamente para os consumidores finais. Entre essas duas pontas, vários intermediários realizam diversas funções. Os intermediários constituem um canal de marketing (também chamado como canal comercial ou canal de distribuição). Formalmente canais de marketing são conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar um produto ou serviço para uso o consumo. Eles formam o conjunto de caminhos que um produto ou serviço segue depois da produção, culminado na compra e utilização pelo usuário final (KOTLER; KELLER, 2006). Já para Lamb, Jr., Hair, Jr. e McDaniel (2004), um canal de marketing é uma estrutura empresarial de organizações independentes que vão do ponto de origem do produto até o consumidor, com a finalidade de mover o produto até chegar ao seu destino final de consumo. Segundo Coughlan et al. (2002), admitem certa explicação sobre essa definição, que um canal de marketing não é apenas uma empresa fazendo o melhor 37 que pode no mercado - quer ela seja fabricante ou intermediário. Em vez disso, muitas entidades estão, em geral, envolvidas nessa atividade. Cada membro do canal depende dos demais para desempenhar sua função correspondente. A definição deixa claro que fazer um canal de marketing funcionar representa um processo. Não é acontecimento. A distribuição frequentemente leva tempo para ser efetuada, e mesmo quando uma venda é finalmente efetuada, o relacionamento com o usuário final muitas vezes não termina aí. Entretanto, Kotler e Keller (2006), explica que os diversos consumidores têm necessidades diferentes no processo de compra. Em muitos mercados, os compradores se classificam em uma das quatro categorias a seguir: a) Compradores habituais: Comprar sempre dos mesmos lugares e da mesma maneira. b) Compradores que buscam alto valor: Conhecem as próprias necessidades e “pesquisam os canais” minuciosamente antes de comprar, optando pelo menor preço possível. c) Compradores que apreciam variedade: Coletam informações em muitos canais, tiram proveito de serviços altamente personalizados e, então compram em seu canal favorito, independentemente do preço. d) Compradores com alto envolvimento: Coletam informações em todos os canais, compram no canal de menor custo, mas aproveitam o suporte de um canal altamente personalizado. Um mesmo consumidor pode decidir usar canais diferentes para diferentes funções ao efetuar uma compra. Os participantes do canal, (também conhecidos como intermediários ou revendedores), negociam entre si, compram e vendem produtos e facilitam a mudança de propriedade entre o vendedor e o comprador durante a movimentação do produto, do fabricante até o consumidor final. Os principais tipos de intermediários de canal são os varejistas, empresas que vendem principalmente para os consumidores finais e os atacadistas que são organizações que facilitam movimentação de produtos e serviços do fabricante até os produtores, revendedores, governos, instituições e varejistas (LAMB, Jr.; HAIR, Jr.; McDANIEL, 2004). 38 Segundo Coughlan et al. (2002), informam que os intermediários participam do esforço do canal de marketing porque agrega valor e ajudam a reduzir o custo no canal. Para Kotler e Keller (2006), identifica algumas vantagens ao fabricante que utiliza os intermediários, pois muitos fabricantes não dispõem de recursos financeiros para comercializar seus produtos diretamente. Outros que estabelecem seus próprios canais podem obter um retorno maior investindo mais em seu negócio principal e em alguns casos, a comercialização direta simplesmente não é viável. Um canal de marketing transfere as mercadorias para os consumidores. Ele preenche as lacunas de tempo, local e posse que separam as mercadorias e os serviços daqueles que deles precisam ou desejam. Algumas funções (movimentação de produtos físicos, transferência de propriedade, promoção) constituem um fluxo à frente da atividade da empresa para o cliente. Outras funções (pedido e pagamento) constituem um contrafluxo dos clientes para a empresa. Outras ainda (informações, negociação, finanças e o ato de assumir riscos) ocorrem em ambas as direções (KOTLER; KELLER, 2006). O fabricante e consumidor final fazem parte de todos os canais. São utilizados o número de níveis intermediários para designar a extensão de um canal. Um canal de nível zero (também chamado de canal de marketing direto) consiste em um fabricante que vende diretamente ao consumidor final. Um canal de um nível conta com um único intermediário de vendas, como um varejista. Um canal de dois níveis conta com dois intermediários. Nos mercados de bens de consumo, estes são normalmente um atacadista e um varejista. Um canal de três níveis contém três intermediários. No setor de carnes embaladas, os atacadistas vendem para atacadistas especializados, que vendem para pequenos varejistas. Os canais de marketing de nível zero e de um e dois níveis são bastante comuns no marketing industrial. Um fabricante de mercadorias para consumo industrial pode utilizar sua força de vendas para vender diretamente a seus clientes industriais, ou pode vender para distribuidores do setor em questão, que vendem para os clientes industriais. Pode vender também por meio de representantes próprios ou de divisões de vendas diretamente aos clientes, ou indiretamente, por meio de distribuidores industriais. 39 Os canais normalmente descrevem o movimento de produtos da sua origem até chegar ao usuário. Pode–se falar também sobre canais reversos. Vários intermediários atuam nos canais reversos, incluindo os centros de remissão dos fabricantes, grupos comunitários e intermediários tradicionais. No setor de serviços o conceito de canais de marketing não está limitado à distribuição de mercadorias físicas. Os prestadores de serviços e de idéias também enfrentam o problema de fazer com que sua produção esteja disponível e acessível às populações-alvo. À medida que a tecnologia da internet evolui, esses setores estão operando por intermédio de outros canais (KOTLER; KELLER, 2006). A perspectiva de cadeia de suprimentos vê mercados como pontos de destino, o que equivale a alguma visão linear do fluxo. No entanto, uma empresa deve pensar primeiro no mercado-alvo e planejar a cadeia de suprimentos a partir desse ponto. Tal visão é chamada de planejamento de cadeia de demanda. Uma visão ainda mais ampla coloca a empresa no centro de uma rede de valor – um sistema de parcerias e alianças que a empresa cria para produzir, aumentar e entregar suas ofertas. Uma rede de valor inclui os fornecedores da empresa e os fornecedores desses fornecedores, os clientes imediatos da empresa e os consumidores finais desses clientes. A rede de valor inclui relações valiosas com terceiros, como pesquisadores acadêmicos e agências governamentais regulamentadoras. Uma empresa precisa coordenar esses parceiros que para que eles lhe permitam um valor superior ao mercado-alvo. Planejar a cadeia de demanda rende vários insights. Primeiro, a empresa pode estimar se ganha mais dinheiro no fluxo ou no contrafluxo e assim, decidir se vale a pena integrar a cadeia acima ou abaixo. Segundo, ela consegue identificar melhor a ocorrência de transtornos em qualquer parte da cadeia de suprimentos que possam resultar em mudanças repentinas nos custos, nos preços ou nos suprimentos. Terceiro, a empresa e seus parceiros comerciais podem utilizar a internet para tornar suas comunicações, transações e pagamentos mais rápidos e precisos, reduzindo custos e agilizando informações. Com o advento da Internet, as empresas estão estabelecendo um número cada vez maior e mais complexo de relacionamentos com outras organizações. O gerenciamento dessa rede de valor exige que as empresas invistam continuamente em tecnologia da informação (TI) e em software. 40 Tradicionalmente a rede de valor têm focado somente no lado do cliente. No futuro, as empresas terão participação e influência cada vez maiores nas atividades relativas ao topo da cadeia de suprimentos e, assim passarão a gerenciar redes e não apenas produtos e clientes (KOTLER; KELLER, 2006). X – RESULTADOS De acordo com as respostas dos sujeitos entrevistados, foram efetuadas as análises dos conteúdos, inicialmente organizando as unidades de registros, onde após classificação do seu conteúdo, resultou-se em unidade de contexto. Cada registro foi categorizado de acordo com uma análise semântica, e com isso mapeada as inter-relações entre as diversas categorias, obtendo então um esquema que serviu de base para interpretação e comparação entre os sujeitos (APPOLINÁRIO, 2006), o qual está apresentado no quadro abaixo: Quadro 3 – Análise do conteúdo das respostas dos sujeitos entrevistados. Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Empresa 6 Porte Grande Porte Médio Porte Pqueno Porte Grande Porte Médio Porte Médio Empresa 7 Porte Grande Q1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com Não Não Não Sim Não Não Projeto Sim zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? Q2) Na sua opinião, que Proteção Proteção Proteção Proteção fatores Projeto Projeto Projeto Projeto Custo de Durabilidade levam os seus Projeto Projeto Divulgaçã clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o o manutenção serviço de galvanização? Q3) Existem outros diferenciais que o cliente Preço Conhecimento Prazo de Preço Logística Qualidade Prazo de Prazo de Técnico entrega Atendimento Qualidade Prazo de entrega entrega Qualidade Pontualidade entrega Atendime nto avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, Assist. Responsa- atendimento, etc. Técnica bilidade Q4) A empresa desenvolve juntamente clientes novos a com abertura seus de mercados consumidores de produtos Não Sim Dificilmente Não Não Não Não 41 galvanizados? Q5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua continue Não Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Direto Direto Direto Direto e Direto Direto Direto empresa sendo competitiva no mercado? Q6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? Q7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de Indireto galvanização ou existem intermediários? XI – CONCLUSÃO Após avaliação dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se constatar que a maioria do segmento galvanizador geral brasileiro não tem nenhuma estratégia de marketing voltada para a divulgação e promoção do uso de revestimento de zinco em relação a outros revestimentos. Fica claro que somente algumas empresas de grande porte identificam a necessidade de formular e criar estratégias voltadas para o produto e/ou serviço, porém, que se desenvolvem muito timidamente. (ver quadro 3, questão 1). O principal fator que leva o cliente brasileiro a decidir galvanizar seus produtos é o fato de já estar especificado no projeto inicial qual revestimento utilizar e em seguida o fator da proteção contra a corrosão, conforme pode ser observado no quadro 3, questão 2. O prazo de entrega é percebido como um diferencial importante que o cliente avalia na hora de enviar seus produtos para galvanizar, seguido também de um bom atendimento (ver quadro 3, questão 3). O galvanizador geral brasileiro não desenvolve a abertura de novos mercados através de seus próprios clientes e não mantém parcerias com seus atuais fornecedores (ver quadro 3, questões 4 e 5). As empresas de galvanização geral brasileiras não conseguem atender totalmente a necessidade do mercado consumidor, pois se especializa em atender formatos e tipos de peças de acordo com a dimensão de sua cuba, ou seja, cada uma atende um mercado específico (ver quadro 3, questão 6). 42 O mercado consumidor brasileiro é atendido em sua grande maioria diretamente pelas empresas prestadoras de serviços de galvanização, não existindo intermediários (ver quadro 3, questão 7). Percebeu-se durante a coleta de dados que devido a um plano de investimento e a influência das grandes empresas galvanizadoras no mercado, criase um distanciamento entre os galvanizadores de médio e pequeno porte. A criação ou a continuidade da entidade de classe existente no mercado, com a possibilidade de representar os galvanizadores adotando o critério pela especialidade de cada empresa, seria talvez uma alternativa de unificação do objetivo principal, que é a divulgação e promoção do uso do revestimento com zinco. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE GALVANIZADORES. Página institucional. Disponível em: <http://www.galvanizeit.org/aga/about-hot-dip-galvanizing/what-is- hot-dip-galvanizing/history>. Acesso em 07 mar. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO METÁLICA. Página institucional. Disponível em: <http://www.abcem.org.br/galvanize/index.php>. Acesso em 15 fev. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO. Página institucional. Disponível em: <http://www.abraco.org.br/index.htm>. Acesso em 20 fev. 2009. ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO ZINCO. Página institucional. Disponível em: <http://www.zincworld.org/index.html>. Acesso em: 02 mar. 2009. ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO ZINCO. 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Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? 46 Apêndice 2 - Entrevista com a empresa 1. Cidade: Santo André Estado: São Paulo Porte: Grande N° de funcionários: 97 Capacidade Produtiva: 1.400t/mês Tamanho da cuba: 8,0 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Como empresa, não tem nenhum trabalho que faça incentivar o uso do revestimento com zinco. No passado mantinha alguns folders explicando o processo e os principais motivos para galvanizar, quando a empresa ia expor em feiras. Esse tipo de trabalho é muito caro para se fazer sozinho. No passado os fabricantes de zinco no Brasil iniciaram um trabalho de incentivo junto ao especificador, principalmente em faculdades de engenharia, porém não teve continuidade. Já existe uma entidade de classe, principalmente com os grandes galvanizadores, para voltar a fazer esse trabalho de divulgação e promoção do uso do revestimento de zinco através da galvanização a fogo. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: O principal fator é a proteção de seus produtos, seguido pela especificação do projeto do cliente e também pela necessidade de se evitar custos de manutenção. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. 47 R: No nosso caso o preço é um diferencial importante, seguido também do prazo de entrega, pois como todo projeto, existe a possibilidade de erros, e com isso acabam tendo que ser refeitos, normalmente apertando o prazo de entrega do projeto no cliente. Como o serviço de galvanização é o praticamente a última operação antes de o cliente utilizar o produto, o diferencial de entrega às vezes supera o preço e fica sendo a prioridade principal do cliente. O processo de galvanização é muito mais simples que comparado com o processo de pintura industrial estabelecendo os critérios técnicos de aplicabilidade de ambos os revestimentos. Enquanto uma pintura bem feita demora até 15 dias, devido a preparação do produto para receber a tinta, o tempo de cura necessário para aderência do revestimento e etc, a galvanização pode ser executada em até 2 dias. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? R: Não desenvolve, somente oferta o serviço de galvanização para seus atuais clientes. Falta informação técnica para o especificador, ou seja, o cliente de nosso cliente, pois normalmente não se explica os benefícios do revestimento com o zinco comparado principalmente com a pintura. O que normalmente tentamos fazer é melhorar e adequar as condições de fabricação dos produtos enviados pelo cliente de nosso cliente para receber o revestimento de zinco conforme as normas estabelecidas. 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Não mantém parcerias com nenhum fornecedor. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. As configurações das peças, como tamanho e espessura determinam a possibilidade de prestar o serviço de galvanização. Por exemplo, não tem interesse de galvanizar peças pequenas, pois não dá volume. 48 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: O relacionamento é direto com o mercado, porém no segmento de estruturas metálicas, existem situações em que o fabricante de estrutura indica o galvanizador, porém que paga é o consumidor final da estrutura pronta. 49 Apêndice 3 - Entrevista com a empresa 2. Cidade: São Paulo Estado: São Paulo Porte: Médio N° de funcionários: 40 Capacidade Produtiva: 600t/mês Tamanho da cuba: 3,2 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Não tem, pois é muito caro para a empresa. Esse tipo de trabalho tem que usar a mídia televisiva e escrita, além de visitas em faculdades de engenharia, palestras técnicas e etc. As pessoas de uma forma geral não conhecem a galvanização, em contrapartida, a pintura é muito mais conhecida por todos, já está bem divulgada na sociedade. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: O fato de estar especificado no projeto do comprador final. Ele é que decide qual revestimento utilizar. A falta de conhecimento do comprador dificulta especificar a galvanização. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: Conhecimento técnico do prestador de serviço e qualidade do produto galvanizado de acordo a norma. Assistir o cliente no tratamento das reclamações e criar soluções para resolver seus problemas também são diferenciais importantes. 50 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? R: Desenvolve, porém com muita dificuldade. No passado o entendimento do comprador era que a galvanização a fogo não podia ser utilizada para pequenos volumes. A tentativa da empresa é tentar reverter esse quadro junto a seus clientes, visando o esclarecimento para o consumidor final. No restante, continua auxiliando e aprimorando detalhes técnicos, como geometria das peças. Sobre o revestimento não consegue discutir muito, pois já vem definido no projeto. 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Não mantém parcerias com nenhum fornecedor. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. Somente atende peças com qualquer configuração, desde que tenha até 3 metros de comprimento e até 0,5 metros de largura. Acima destas medidas, o processo fica inviável em termos de custo para o cliente. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: Diretamente, através do departamento de vendas da empresa. Não existem profissionais disponíveis ou empresas no mercado que atuem como intermediários na prestação de serviços de galvanização. 51 Apêndice 4 - Entrevista com a empresa 3. Cidade: Mauá Estado: São Paulo Porte: Pequeno N° de funcionários: 28 Capacidade Produtiva: 300t/mês Tamanho da cuba: 3,3 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Não tem. Atualmente está desenvolvendo site da empresa e nele vai demonstrar a diferença entre galvanizar e pintar, e principalmente “o porque” de galvanizar. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: Proteção e durabilidade. Como trabalha com antenas e acessórios para alta tensão a maioria dos seus clientes já especificam no projeto o revestimento com zinco. Em outros casos, a pintura epóxi leva vantagem quando o produto requer estética e às vezes no acabamento, porém a durabilidade é muito pouca. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: O prazo de entrega é fundamental, pois a maioria dos clientes estão com os projetos atrasados e querem o produto urgente. Mesmo quando o revestimento poderia ser com uma pintura epóxi, a galvanização é bem mais rápido de fazer. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? 52 R: Dificilmente. Só teve um caso onde nosso cliente solicitou nossa visita para verificar a possibilidade de retrabalhar algumas peças que ao longo do tempo ficou desgastada e o revestimento danificado devido à exposição ao tempo. Com isso, incentivamos o cliente a galvanizar ao invés de pintar. Existem cientes que ficam em dúvida, temos que explicar porque é melhor galvanizar. 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Sim, mantém atualmente parceria com um fornecedor para auxiliar a redução na geração de resíduos no processo de galvanização, onde objetivo é conseguir um custo de produção melhor que a concorrência. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. Tem um limite. Atende clientes que necessitam galvanizar peças pequenas, de qualquer configuração. Pode galvanizar peças até com 6 metros em duas vezes, porém os custos de movimentação não compensam. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: Diretamente, através do departamento de vendas da empresa. A venda de galvanizado é muito técnica e com isso dificulta a entrada de intermediários. 53 Apêndice 5 - Entrevista com a empresa 4. Cidade: Guarulhos Estado: São Paulo Porte: Grande N° de funcionários: 90 Capacidade Produtiva: 3.000t/mês Tamanho da cuba: 10,5 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Sim. A empresa inclusive destina uma verba de seu orçamento para este tipo de trabalho. Elabora e apresenta palestras técnicas em faculdades de engenharia, efetua patrocínio em eventos, feiras e congressos do setor e anuncia em revistas técnicas. Participa ativamente na diretoria do Instituto de Cobre e Zinco - ICZ e na vice-presidência da Associação Brasileira de Construção Metálica - ABCEM. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: Proteção contra a corrosão, pois o que realmente determina é a especificação no projeto final do cliente. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: Preço e um bom atendimento. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? 54 R: Não. Estamos iniciando. Somente uma empresa concorrente já desenvolve este trabalho, que é a B.Bosh. 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Não tem. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. As peças pequenas não é nosso foco, pois dificulta na produção. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: No nosso caso temos a venda mista, ou seja, o relacionamento com o cliente é dividido com vendedores internos para atender toda a região de São Paulo, e o restante mantemos representantes (prestadores de serviços) para atender clientes de todo o Brasil, fora São Paulo. 55 Apêndice 6 - Entrevista com a empresa 5. Cidade: Guarulhos Estado: São Paulo Porte: Médio N° de funcionários: 56 Capacidade Produtiva: 700t/mês Tamanho da cuba: 3,0 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Não tem. Existe a intenção da empresa em fazer no futuro, através do seu próprio site. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: Proteção, pois é o melhor e o mais resistente em relação aos outros revestimentos, além do que está determinado no projeto do cliente. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: Logística, qualidade e pontualidade. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? R: Não. Só o que está no projeto dos clientes. 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? 56 R: Sim. Mantém parceria com empresa que retira os resíduos gerados no processo, o que faz seu custo ser competitivo. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. Somente peças com até 5 metros, porém o nosso foco é trabalhar com peças pequenas de qualquer tamanho e configuração. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: Diretamente com seu departamento de vendas. 57 Apêndice 7 - Entrevista com a empresa 6. Cidade: Guarulhos Estado: São Paulo Porte: Médio N° de funcionários: 42 Capacidade Produtiva: 400t/mês Tamanho da cuba: 3,2 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Não tem. No passado surgiu a intenção de alguns galvanizadores em juntar forças e desenvolver algo do tipo, porém não seguiu em frente. Individualmente não tem como. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: Por já está determinado no projeto do cliente. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: Qualidade, prazo de entrega e responsabilidade junto ao cliente. Atualmente o cliente cativo se preocupa também com o preço. No passado era preocupado em proteger da melhor maneira seu produto, que não danificasse facilmente. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? R: Não. Os clientes já sabem o que eles querem, é muito específico e além de já estar no projeto. 58 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Não. Mantém fornecedores tradicionais, porém avaliando sempre as condições comerciais. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. Somente peças com até 3 metros, porém o nosso foco é trabalhar com peças pequenas de qualquer tamanho e configuração. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: Diretamente com seu departamento de vendas. 59 Apêndice 8 - Entrevista com a empresa 7. Cidade: Araçariguama Estado: São Paulo Porte: Grande N° de funcionários: 80 Capacidade Produtiva: 1.500t/mês Tamanho da cuba: 7,0 metros 1) A empresa tem alguma estratégia para divulgar, promover ou incentivar o uso do revestimento com zinco ao invés de outros revestimentos, inclusive a pintura? R: Sim. A empresa atende duas vezes por ano a faculdade UNIP de engenharia, utilizando sua própria estrutura para visitação e divulgação do processo de galvanização. Participam de feiras, exposições e congressos do setor e anuncia em revistas técnicas. Seu diretor é membro da diretoria do Instituto de Cobre e Zinco – ICZ. 2) Na sua opinião, que fatores levam os seus clientes a decidir enviar os produtos para revestir com zinco e/ou utilizar o serviço de galvanização? R: Exigência do mercado consumidor, especificação do projeto e a divulgação que é feito hoje pela entidade de classe. 3) Existem outros diferenciais que o cliente avalia na hora de decidir galvanizar? Por exemplo, logística, prazo de entrega, atendimento, etc. R: Prazo de entrega e atendimento. 4) A empresa desenvolve juntamente com seus clientes a abertura de novos mercados consumidores de produtos galvanizados? R: Não. Poderia ser feito e ter resultado em clientes pequenos devido ao acesso. Nos grandes não teria penetração. 60 5) Existem parcerias com seus atuais fornecedores, para que sua empresa continue sendo competitiva no mercado? R: Não tem. 6) A empresa consegue atender totalmente a necessidade do mercado consumidor de produto galvanizado? R: Não. Só pega peças pequenas de clientes habituais, dependendo do lote. Nosso foco é peça de até 10 metros. 7) O mercado consumidor consegue se relacionar diretamente com a empresa prestadora de serviços de galvanização ou existem intermediários? R: Diretamente.