Olá gente linda e talentosa!
Eu e vocês sabemos que sustentabilidade, há muito tempo, não é mais um tema que abstrato bem
oposto a isso, é uma prática que é necessária e está presente nas ações diárias das pessoas e
empresas. No www.supertalentosas.com.br já tivemos – felizmente! Urrú!! – sugestões de
aproveitamento de sobras, como economizar comprando melhor e, tudo isso, tem tudo a ver com a
questão ambiental e uma forma mais consciente e racional de conduzir as nossas relações diárias com
o consumo. Além de reciclagem eu quero propor que a gente dê uma nova chance para um objeto ser
reinventado antes de ser descartado, que acham?
- ROBERTAAAA!!! Cadê o PAP, mulher????
Ah, é mesmo... Se acomoda aí: lá vem história!
Há alguns meses eu estava na rua e vi, ali, bem na minha frente uma banqueta. Olhei prá dita cuja com
uma pena que vocês nem imaginam. Eu sempre fico assim: imaginando que aquele objeto
abandonado já foi um dia alvo do desejo de alguém; que talvez já tenha tido seus dias de glória sendo
exibido com orgulho por alguma recém-casada, por uma filha que ganhou um quarto novo, e... sei lá,
de repente ele foi abandonado na rua ainda em bom estado (as vezes nem tanto), e que poderia ser
ainda muito bem aproveitado.
Parei na calçada e fiquei olhando pra banqueta. Não tinha a menor ideia de como aproveitar uma
banqueta grandalhona e convenhamos, sem atrativos. Tá bem: feia mesmo. Tinha tudo prá seguir em
frente com meus pensamentos e deixar ela prá trás. E segui em frente mas, levei a banqueta. Meus
pensamentos nem me ajudaram a carregar a banqueta, eles só dão as ideias, o resto é comigo mesmo!
Tava desbotadinha, arranhada até cair nas mãos do maridão super talentoso e cheio de boa vontade
que, lixou a banqueta e aplicou selador incolor. O resultado foi este:
Achou uma tristeza, né? Pode acreditar que antes estava muito, muito pior!
É feita de uma madeira pesada. Afe! Andei com a banquetona prá cima, prá baixo, prá dentro, prá
fora e nada de um cantinho onde a dita cuja pudesse ficar fazendo uma figuração bonita. Ela até foi
útil outro dia quando o Diogo recebeu uns amigos em casa e eu precisei de uma mesinha adicional
para apoiar pratos e copos mas depois disso ela voltou pro “esconderijo”. E pensava: “resgatei a pobre
da rua, o Sidney investiu o seu talento nela, mas outra vez estava condenada ao abandono, ao
esquecimento.” Vida de banqueta não é moleza, não.
O artesanato é pura magia. É fato. E faz parte (Obrigada Senhor!!!), da nossa vida. De verdade!
Há poucos dias atrás encontrei uma imagem na internet que me tirou o fôlego e o sono. Olha e me diz:
é ou não é uma das coisas mais lindas do mundo?
Eu tinha certeza que se não fizesse a minha versão desta imagem, iria morrer! Adivinha quem seria a
minha “vítima”? Isso mesmo! Aproveitaria os tecidos que sobraram da cortina do meu quarto. Um
deles é um brodery todo rendado e outro bem leve com estampa floral.
Olha aí e me diz se gosta:
Cortei um pedaço de espuma com 5 cm de altura na medida do assento da banqueta. O recorte
quadradinho não dava o acabamento boleadinho, arredondado que eu queria, por isso, com uma
tesoura fui cortando a espuma de forma perpendicular todo o contorno da parte que seria a superfície
do assento.
Não vou dar medidas, pois quem quiser fazer a sua versão vai usar uma peça diferente da minha e,
portanto nem adiantaria eu compartilhar as medidas. Mas vou explicar tintin por tintin como eu fiz. Eu
não encontrei nenhum PAP disponível, talvez sirva para mais alguém que, assim como eu, queira
revestir um banquinho, um pufe ou uma banqueta resgatada, por exemplo. 
Para revestir esta espuma escolhi este tecido verde em petit pois da Circulo. (Repara como ele é
parecido com o tecidinho petit pois da foto inspiradora? Que sorte, né?) Ele ficou perfeito na
composição com o tecido estampado que eu queria usar. Medi este tecido rendado, que usei para a
“saia” cobrindo completamente a banqueta e acrescentei 50% de tecido a esta medida necessária
para contornar o móvel, assim obtive um franzido leve.
Já o tecido vaporoso estampado, foi assim: cortei um pouco mais curto que o tecido anteriormente
cortado (o rendado) e usei o triplo da medida necessária para a volta desta banqueta, pois o franzido
precisava ser bem mais farto. Apliquei duas vezes uma rendinha branca de nylon que eu já tinha em
casa e que também era uma sobra de um trabalho anterior.
Tudo alfinetado (dá trabalho), alinhavei (dá trabalho). Observe bem o alinhamento e a proporção do
franzido, sem pressa e com cuidado. Tudo alinhavado, conferi. Então costurei na máquina e ficou
lindo!
MENTIRAAA!!!!
Deu errado! Pois eu costurei o tecido rendado pelo lado avesso. A ansiosa desmanchou tudo com
vontade de chorar no cantinho, e ouvindo o Diogo perguntar: “Mãe, tu não vai contar para as super
talentosas que tu errou, né?”
Será que ele vai crescer traumatizado?
Reposicionei esta capinha na banqueta e fiquei pensando: poderia colocar uma renda grupuir bem
linda na volta. Mas a minha ideia era que esta peça tivesse uma cara artesanal mesmo. Decidi aplicar
um barradinho de crochê.
A Izabel Bonatti até me ajudou a procurar uma receita de barra. Te lembra, Iza?
PULO DA GATA GORDA: Sempre tenha linha Clea por perto. Escolha cores que te agradem e pode levar
prá casa sem susto, é certo que mais dia menos dia vai precisar.
Escolhi uma receita facinha (fácil mesmo), para que eu pudesse executar com um mínimo de
dignidade. Além disso, todas vocês e mais as pedras da rua já sabem que Deus Nosso Senhor regulou a
minha ansiedade no grau máximo. Precisava de uma renda linda, fácil de executar e que eu fizesse
assim... Como definir... Sabe rápido? Pois esta receita existe e (lógico) está aqui disponível prá vocês.
PULO DA GATA GORDA II – A MISSÃO: Faça a renda um pouco maior. Se for preciso, desmanche para
ajustar a medida que você precisar na hora da aplicação.
Depois de finalizada eu passei com ferro de passar roupa (morno, no modo seco e protegido por um
tecido de fraldas) e, com alfinetes, fixei no tecido. Escolha bem a posição da renda, eu fiz vários testes
antes de definir. Avisei que dava trabalho! :P
Costurando na máquina eu não sou preconceituosa. Cada produto tem a sua aplicação. BUT, na agulha
de costura a mão eu só uso linha de bordar Maxi Mouline da Circulo. E explico: tem uma infinidade
absurda de cores, é delicada e resistente ao mesmo tempo, o contato com o tecido e o fio é uma
delicia, etc, etc. Dois fios na cor branca para aplicar, com pontinhos invisíveis e, esta barrinha de
crochê foi morar em da volta da banqueta. Podemos dizer que o resultado é um abraço Clea!
O acabamento já estava decidido: queria flores. Ó!!!! Novidade, eu falando em flores. Branco iria
“sumir” no barradinho. Não queremos isso. Rosa! Testei e, não amei, não vi estrelas, nada... Juntei os
dois fios de linha Cléa e crochetei uma flor. O resultado foi um rosa clarinho, e uma flor encorpadinha
de puro algodão. Fiz 16 flores de sete pétalas e 8 flores de e 3 pétalas. Confere a receita:
Depois de prontas as flores apliquei as contas peroladas para formar um miolinho. Vocês já sabem
que não sou muito fã de colar, prefiro sempre a costura das aplicações. Antes de pensar em aplicar as
florzinhas, ajustei o franzido de baixo para cima. Usei a agulha de costura a mão e dois fios de linha
Maxi Mouliné branca, tomando cuidado para repetir a medida e proporção nos quatro cantos da
banqueta.
Com a linha Anne, na cor rosa antigo (lindo!), fiz 4 pingentes. Com o mesmo tecido petit pois verde fiz
quatro laços. Sobressaia franzida e com os pingentes aplicados, foi só posicionar as flores com alfinetes
e com linha Maxi Mouliné rosa claro na agulha de costura, aplicá-las com pontos invisíveis.
Apliquei os pingentes e os laços a mão. Tudo fixado com a linha de bordar.
Está aí o resultado:
Aí está mais um projeto de aproveitamento de materiais considerados sobras. Deixo esta sugestão
esperando que possa ser de alguma utilidade para alguém, em algum momento. Por sermos pessoas
criativas precisamos ter a responsabilidade de usar este dom especial que Deus nos deu para
reinventar os objetos que temos antes de pensarmos em descartá-los mas se isso não acontecer, que a
gente encaminhe para a caridade ou outro destino adequado. Jogar na rua jamais.
Um beijo carinhoso,
Roberta Bronaut
www.supertalentosas.com.br
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