INVESTIGAÇÃO EM PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO
INVESTIGAÇÃO EM PSICOLOGIA
DO DESENVOLVIMENTO
 Métodos de recolha de dados
 Tipos de estudos
 Critérios de “cientificidade” em investigação
 Tipos de designs
 Problema
 Hipóteses
 Variáveis
 Relações entre variáveis
 Análise de resultados
 Estrutura de um trabalho empírico
MÉTODOS DE RECOLHA DE DADOS
Método
Vantagens
Desvantagens
Auto-relato
Acesso a informação única
Validade questionável
Observação naturalista
Revela a complexidade do
comportamento em toda a sua
extensão e ecologia
Validade questionável
(subjectividade, alterações de
comportamento); perca de
informação; dispendem muito
tempo; dificuldade em
estabelecer relações causais
Método experimental
O mais adequado para testar
hipóteses de causalidade
Questões éticas
Artificialismo e validade de
resultados
Método clínico
Centra-se no desenvolvimento
dinâmico e individual do
sujeito
Dificuldades nas
generalizações e no
estabelecimento de relações
de causalidade
Inapropriado para crianças
muito novas
TIPOS DE ESTUDOS
Estudos
Longitudinal
(alguns temas:
personalidade, saúde
mental, temperamento,
inteligência, linguagem,
adaptação social,...)
Vantagens
Estuda o desenvolvimento
como um fenómeno que
ocorre ao longo do tempo
Desvantagens
A repetição do estudo pode
invalidar os resultados
Custos elevados
Dificuldades em levar estes
estudos até ao final
(investimento pessoal do
investigador, desistências
dos sujeitos, enviezamento
das respostas)
Os resultados podem ser
confundidos com efeitos do
momento histórico-social
ex.: Londres, 1932)
TIPOS DE ESTUDOS
Estudos
Transversal
Vantagens
Desvantagens
Requerem pouco tempo
e são pouco
dispendiosos
Dificuldade em
encontrar grupos
homogéneos
Revelam as tendências
relativas a cada faixa
etária
Os resultados podem ser
confundidos com efeitos
do momento histórico
social
As conclusões correm o
risco de serem
relacionadas com outras
variáveis que não a
idade ex.: memória
INVESTIGAÇÃO EM PSICOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO
4 (+1) critérios:
 OBJECTIVIDADE
O conhecimento científico não pode ser distorcido pelos preconceitos do investigador
 VALIDADE INTERNA
Quando o mesmo comportamento é medido em duas ou mais ocasiões pelo mesmo ou por
diferentes investigadores, os dados deverão ser consistentes
 VALIDADE EXTERNA
Os dados recolhidos devem reflectir, de facto, o fenómeno estudado
 REPLICABILIDADE
Se outros investigadores utilizarem o mesmo procedimento, obterão os mesmos resultados
 Amostra representativa
Quando se estudam grupos, a amostra deve ter todas as características da população em
estudo
TIPOS DE DESIGNS
 Design experimental
 O mais rigoroso de todos os designs de investigação, com maior
validade interna (o centro das inferências causa-efeito)
Se x, então y
Se não x, então não y
 Nas experiências mais simples criam-se dois grupos “equivalentes”:
grupo experimental: sujeito à situação experimental / intervenção
grupo de controle: não é sujeito à situação experimental
 Design quasi-experimental
 Os grupos não são equivalentes
 A selecção não é aleatória
 Design não experimental
 Estudo exploratório
O PROBLEMA
 Problema solucionável: apresenta uma pergunta que pode ser
respondida pelas capacidades normais do Homem. Abordado a partir
do método científico.
 Possíveis origens do problema:
- falhas nos resultados das investigações
- resultados contraditórios provenientes de diferentes investigações
(ex.: creche e alterações na relação mãe-criança)
- quando um fenómeno não se encontra devidamente explicado (ex.:
eficiência de diferentes psicoterapias)
 O aumento de conhecimento implica o aumento de problemas
HIPÓTESES
A hipótese serve como guia para a investigação
Hipótese: tentativa de solução do problema
Preposição testável de uma relação potencial entre duas
variáveis que pode vir a ser a solução do problema
Critérios para a formulação de hipóteses
• Deve ser testável/Quantificável
• Deve estar de acordo com outras hipóteses existentes sobre o assunto
• Parcimónia
• Relevante para o problema
• Simplicidade lógica
VARIÁVEIS
Variável: entidade que pode assumir diferentes valores, quantitativos ou não
(ex.: género) mas quantificáveis (ex.: masculino e feminino)
Variável independente: aquilo que o investigador (ou a natureza) manipula.
Ex.: programa educativo
Variável dependente: aquilo que é afectado pela variável independente. Ex.:
resultados na leitura
Variável parasita ou estranha: podem influenciar a experiência, se não
forem controladas pelo experimentador
Se a variável dependente mudar de valor quando fazemos variar a variável
independente, podemos afirmar que existe uma relação entre as duas.
TIPOS DE RELAÇOES ENTRE VARIÁVEIS
 Correlação
Uma correlação diz-nos, apenas, que duas variáveis têm desempenhos
sincronizados. Saber que duas variáveis estão correlacionadas NÃO nos
diz que uma causa a outra.
Ex.: inflação e desemprego
Ex.: estradas construídas na Europa e crianças nascidas nos EUA
 Prudência na interpretação dos resultados
 Causalidade
ANÁLISE DE RESULTADOS
 1. Preparação dos dados
ex.: introduzir os dados no computador
 2. Estatística Descritiva
Fornece-nos um sumário que caracteriza a amostra e as medidas.
Forma a base da estatística indutiva.
 3. Estatística Indutiva
Investiga problemas, modelos e hipóteses. Utilizamos a estatística
indutiva para fazer inferências dos nossos dados para condições mais
gerais
CARACTERÍSTICAS DE UMA VARIÁVEL
 1. Distribuição: sumário da frequência de valores de uma variável
categoria
1º ano
2º ano
3º ano
4º ano
%
20%
30%
40%
10%

 A distribuição pode ser representada facilmente num gráfico de barras ou de
outro tipo




2. Medidas de tendência central
Média
Mediana
Moda
 3. Dispersão
 Desvio padrão
ESTRUTURA DE UM TRABALHO EMPÍRICO

Introdução
Desenvolvimento do problema sob investigação, deixando clara a sua
pertinência teórica e / ou pragmática e o seu enquadramento na
literatura. Tem por objectivo fornecer ao leitor a informação necessária
à compreensão do estudo e à sua razão de ser.
- Apresentação do problema a que o trabalho procura dar resposta
- Revisão da literatura
- Apresentação do estudo

Método
Descreve em pormenor a condução do estudo (o que se fez e como se
fez) de forma a permitir a sua replicação integral.
- Participantes
- Instrumentos / material
- Procedimento
ESTRUTURA DE UM TRABALHO EMPÍRICO

Resultados
Descreve de forma sumária a informação relevante para a
compreensão da validade da(s) hipótese(s) em estudo.
- Apresentação e descrição dos resultados

Discussão
Sumaria os resultados, avalia-os e interpreta-os relativamente às
hipóteses colocadas, contextualizando-as na literatura. Enfatiza as
consequências teóricas dos resultados e a validação das suas
conclusões.
- Sumário dos dados
- Integração dos dados na literatura
- Limitações do estudo
- Sugestões para o futuro
PROPOSTAS PARA TRABALHOS ANUAIS

Competência Social

Responsabilidade parental

Temperamento

Cognição Social:
Descentração Cognitiva
Descentração Afectiva
Compreensão Pró-Social
ESCALA DE COMPETÊNCIA SOCIAL E DE AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO
Código: _________
Mãe_____ Pai _______
Data de realização: ____________
Aqui está uma lista de comportamentos que poderá observar, quando a sua criança se
encontra a brincar com outras crianças, enquanto você está presente. Por favor, coloque
um círculo à volta do número que reflecte a frequência com que observa o comportamento
na sua criança, de acordo com o continuum: O comportamento NUNCA OCORRE (1),
ALGUMAS VEZES (2,3), COM FREQUÊNCIA (4, 5) ou SEMPRE (6). Para os casos
excepcionais em que não é possível fazer uma avaliação, por favor coloque NÃO POSSO
AVALIAR
Não posso avaliar
Avaliação: Nunca; Algumas vezes; Com frequência; Sempre.
1 – Mantém uma expressão facial neutra (Não sorri ou ri)
1 2 3 4 5 6
2 – Cansada
1 2 3 4 5 6
3 – Frustra-se facilmente.
1 2 3 4 5 6
4 – Fica zangada quando é interrompida.
1 2 3 4 5 6
5 – Irritável, zanga-se com facilidade.
1 2 3 4 5 6
6 – Preocupa-se
1 2 3 4 5 6
7 – Tímida, com medo (ex. evita situações novas).
1 2 3 4 5 6
8 – Triste, infeliz ou depressiva.
1 2 3 4 5 6
9 – Inibe-se ou não se sente à vontade no grupo.
1 2 3 4 5 6
10 – Grita ou berra facilmente.
1 2 3 4 5 6
11 – Força outras crianças a fazerem o que elas não querem fazer. 1 2 3 4 5 6
Código
Data de nascimento ______
Escola
Data de realização do questionário
___
Filho primogénito: Sim / Não
Nº Filho ____
Idade de início da ama / creche/pré-escolar
Nº horas que passa no Pré-escolar
Idade da Mãe
Habilitações literárias da mãe _________
Trabalha
Sim / Não
As afirmações seguintes descrevem algumas actividades realizadas no dia a dia de uma família. Por favor, responda às seguintes
questões de acordo com a sua vivência diária.
Sempre a
mãe
Mais frequente
a mãe
1 Quem dá as refeições ao seu filho
2 Quem dá banho ao seu filho
3 Quem veste o seu filho
4 Quem vai deitar o seu filho
5 Quem é responsável pela ida ao médico do seu filho
6 Quem fica em casa quando o seu filho está doente
7 Quem costuma comprar as roupas do seu filho
8 Quem costuma comprar os brinquedos/jogos do seu filho
9 Quem leva o seu filho às actividades, por ex. natação
10 Quem leva o seu filho às festas de anos
11 Quem brinca com o seu filho
12 Quem lê histórias ao seu filho
13 Quem leva o seu filho ao parque infantil
14 Quem escolheu a escola que o seu filho frequenta
Quanto tempo (aproximadamente) passar com o seu filho em actividades lúdicas durante a semana?
15
leva e traz o seu filho da escola
NoQuem
fim-de-semana?
Quais?
Tanto a mãe
como o pai
Mais
frequente o
pai
Sempre o
pai
ESCALA DE TEMPERAMENTO
Código: _______
Mãe ___ Pai ___
Data de realização: ____________
Leia as questões seguintes e assinale com um círculo o que pensa ser o comportamento mais típico do
seu filho(a) nesta fase do desenvolvimento. O ponto médio da escala para cada questão significa
como a criança típica desta idade seria caracterizada.
Como é fácil ou difícil para si acalmar ou tranquilizar o seu filho(a) quando ele/ela está aborrecido ou faz
birra?
1
2
3
4
5
6
7
muito fácil
na média
difícil
Com que consistência o seu filho(a) aceita a sua rotina do deitar?
1
2
3
4
5
6
7
muito
algumas
muito
consistente
variações
Inconsistente
3. Com que consistência o seu filho(a) aceita a sua rotina das refeições?
1
2
3
4
5
6
7
muito
algumas
muito
consistente
variações
inconsistente
Cognição Social
Descentração Cognitiva
Cognição Social
Descentração Afectiva
Situação positiva
Situação Negativa
Cognição Social
Compreensão Pró-social
VARIÁVEIS
• Idade
• Sexo
• Inicio de frequência de Creche/Jardim de infância
• Número de horas que passa na Creche/Jardim de infância
• Filho primogénito: sim/não
• Número de irmãos
• Idade da mãe/pai
• Habilitações literárias da mãe/pai
• Trabalho/Mãe/pai: sim/não
PSICOLOGIA DA CRIANÇA E DO DESENVOLVIMENTO 2004/2005
TEXTOS A APRESENTAR PELOS ALUNOS – 1º SEMESTRE
1. Capacidades precoces
Vinter, A (1986). The role of movement in eliciting early imitations.
Child Development, 57, 66-71.
2. Repertório mãe – bebé
Keller, H. & Scholmerich, A. (1987). Infant vocalizations and parental
reactions during the first 4 months of life. Developmental Psychology, 23, 62-67.
3. Vinculação
Waters, E, et al (2000). Attachment security in infancy and early adulthood: a twenty-Year longitudinal study. Child Development, 71, 684-689.
4. Vinculação
Veríssimo, M. et al (2003). Qualidade da vinculação e desenvolvimento sóciocognitivo. Análise Psicológica, 4, 419-430.
Veríssimo, M. et al (2003). Qualidade da vinculação à mãe e à educadora. Psicologia,
16, 453-469.
PSICOLOGIA DA CRIANÇA E DO DESENVOLVIMENTO 2004/2005
TEXTOS A APRESENTAR PELOS ALUNOS
Os alunos deverão apresentar oralmente o estudo empírico (20 minutos) e
simultaneamente a “Ficha de leitura de artigos” preenchida (não ultrapassar 2
páginas).
Ficha de leitura de artigos
1 – Problema e hipóteses em investigação
2 - Metodologia
Caracterização da amostra
Método
Instrumentos utilizados
Outros aspectos pertinentes da metodologia
3 – Resultados
4 - Discussão dos resultados (referência às hipóteses).
(Referência à continuidade entre os trabalhos referidos na introdução ao problema e à presente
investigação).
PSICOLOGIA DA CRIANÇA E DO DESENVOLVIMENTO 2004/2005
TEXTOS A APRESENTAR PELOS ALUNOS
Grelha de cotação dos estudos empíricos
Conteúdos - 15
I
Introdução Teórica – 3
Clarificação e enquadramento dos conceitos
Estudos anteriores
Justificação da pertinência do estudo actual
Problema e hipóteses – 3
Problema
Hipóteses
Variáveis, operacionalização
Metodologia – 3
Amostra
Instrumentos
Procedimento
Aspectos pertinentes de controlo ou rigor metodológico
Codificação das variáveis
PSICOLOGIA DA CRIANÇA E DO DESENVOLVIMENTO 2004/2005
TEXTOS A APRESENTAR PELOS ALUNOS
Conteúdos – 15 (cont.)
Resultados – 3
Leitura dos resultados
Discussão – 3
Discussão/explicação
Integração em estudos anteriores
Especulação
Apresentação – 5
Ordenação e clareza de ideias – 2
Sequência lógica e encadeamento de ideias
Clareza conceptual
Participação dos elementos do grupo – 1
Materiais de apoio – 1
Pertinência
Dinamização da turma - 1
Download

3 ª aula - Turma I