Nuno Lacasta (APA) - Recolha de REEE tem “margem para melhorar” Em 2014 foram colocadas no mercado 121 mil toneladas de EEE e recolhidas apenas 50 mil toneladas de REEE O nível de recolha de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) tem “margem para melhorar”. Quem o admite é o próprio presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, face à diferença entre quantidades de equipamentos colocados no mercado e REEE recolhidos e encaminhados para reciclagem. Em 2014 foram colocadas no mercado mais de 121 mil toneladas de REEE, mas nesse ano só 50 mil toneladas foram enviadas para reciclagem pelas duas entidades gestoras Amb3e ERP Portugal. “Estes números têm potencial para crescer”, disse o responsável ao Ambiente Online à margem da conferência que assinalou os 10 anos da ERP (European Recycling Plataform) Portugal. A sessão decorreu ontem de manhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. “Estamos confiantes que com metas mais exigentes, que decorrem do quadro comunitário legal, e com a experiência de gestão que temos visto no terreno nestes últimos 10 anos vamos conseguir fazer mais recolha, reciclagem e valorização”, refere Nuno Lacasta. “Pode parecer redundante, mas não se atingem objectivos sem metas”, reforça. As licenças de segunda geração, que prevêm objectivos por categorias, terão “metas mais exigentes com vista a recolher mais resíduos eléctricos e electrónicos para valorização, reciclagem e reutilização”, sublinha o responsável. Nuno Lacasta defende, além da fiscalização, que tem que ser feito um trabalho com superfícies e operadores de gestão de resíduos de outros fluxos já que por vezes são recolhidos materiais que deveriam estar no fluxo de REEE e não estão. “Há um conjunto de materiais que estão dentro dos REEE, nos frigoríficos e telemóveis, e que são de interesse comercial. O objectivo é tentar o mais possível direccionar estes materiais para o fluxo de REEE e sensibilizar e educar. A população, se souber o destino que os resíduos que coloca no depositrão ou noutro sítio não vão para um aterro, terá uma atitude diferente. É muito essa pedagogia que importa fazer”. Nuno Lacasta considera que as vertentes de sensibilização e educação, que decorrem das licenças atribuídas às entidades gestoras, são um “elemento chave” destas licenças e continuarão a ser. O responsável é ainda da opinião de que a concorrência “potencia mais eficiência por parte das entidades”.