UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Marcelo Forti Portiolli JOGOS COOPERATIVOS NAS ATIVIDADES DE RECREAÇÃO: UM INSTRUMENTO PARA MELHORAR A CONVIVÊNCIA ENTRE AS CRIANÇAS. CURITIBA 2011 Marcelo Forti Portiolli JOGOS COOPERATIVOS NAS ATIVIDADES DE RECREAÇÃO: UM INSTRUMENTO PARA MELHORAR A CONVIVÊNCIA ENTRE AS CRIANÇAS. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentada ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Educação Física. Orientadora: Mestra Alessandra Dal`Lin. CURITIBA 2011 TERMO DE APROVAÇÃO Marcelo Forti Portiolli JOGOS COOPERATIVOS NAS ATIVIDADES DE RECREAÇÃO: UM INSTRUMENTO PARA MELHORAR A CONVIVÊNCIA ENTRE AS CRIANÇAS. Este Artigo Científico foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de Bacharel no Curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 15 de Junho de 2011. _____________________________________________ Educação Física Universidade Tuiuti do Paraná Orientadora: Prof. Mestre Alessandra Dal`Lin Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Mestre Eliane Regina Wos Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Mestre Beatriz Lilian Dorigo Universidade Tuiuti do Paraná CURITIBA 2011 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................06 2 METODOLOGIA.....................................................................................................08 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................09 4 CONCLUSÃO.........................................................................................................15 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO............................................................................16 ANEXOS....................................................................................................................17 JOGOS COOPERATIVOS NAS ATIVIDADES DE RECREAÇÃO: UM INSTRUMENTO PARA MELHORAR A CONVIVÊNCIA ENTRE AS CRIANÇAS. PORTIOLLI, Forti Marcelo- UTP-PR [email protected] Resumo Na atual conjectura, a concorrência entre as pessoas está cada vez maior, fazendo com que as pessoas sejam adversárias umas das outras, sendo visualizado tal ocorrência inclusive entre as crianças. Em virtude dessa situação o presente trabalho tem por objetivo, analisar se utilizando uma metodologia de Jogos Cooperativos durante atividades de recreação, melhora a convivência entre eles. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram aplicadas aulas de Educação Física para dois grupos, sendo um avaliado e outro controle, com metodologias diferentes, o primeiro Jogos Cooperativos, e o segundo Atividades não Cooperativas, durante cinco dias. Os alunos tinham o mesmo grau de escolaridade, idade e número de alunos próximos em gênero masculino e feminino. Em vista do que foi mostrado, o trabalho apresentou como resultados, uma grande disparidade na convivência, tendo uma melhora bastante significativa para o grupo avaliado, enquanto que o grupo controle, não teve mudança no comportamento em relação ao dia a dia anterior a pesquisa. Palavras- chave- jogos cooperativos, recreação e convivência 6 1 INTRODUÇÃO Os índices de violência entre pessoas de diferentes idades tem aumentado significativamente em todas as esferas da sociedade. Esse efeito é resultado de alguns valores e necessidades provenientes do aumento da concorrência por uma posição de destaque perante a sociedade, cada vez mais carente de oportunidades. De acordo com Filho & Schwartz, 2006, p.01 ocorre um acentuado aumento do individualismo e da competição que favorece ações e atitudes que inibem o companheirismo e a cooperação. Tais ações tendem aumentar com o passar dos anos em razão ao modo de vida da sociedade capitalista que “exige sempre mais das pessoas e incentiva uma perspectiva competitiva de se ter sempre a necessidade de ser melhor que os outros”. A Escola como um todo sofre os reflexos da sociedade e não consegue conter ações violentas entre alunos e alunos e professores. Ao sofrer as imposições sociais, onde a violência é tratada pelos meios de comunicação somente após tragédias ou abusos exacerbados, os alunos manifestam ações que fogem do controle dos funcionários. Por um lado as ações refletem o desejo de reconhecimento, de aceitação no grupo, por outro apresentam-se como manifestação de agressões e discriminações. É nos momentos “livres” , de recreio e intervalos de início e final de aulas que os alunos vivenciam a recreação por si só e consequentemente sofrem o maior número de violência por estarem expondo suas limitações e possibilidades para todo o grupo. Estes fatores aumentam competição e a rivalidade entre os alunos, pois os mesmos tendem sempre a querer se destacar pelas participações nas atividades. Esse comportamento criado e recriado compõe o dia a dia das pessoas em todos os contextos, entre eles a recreação. No modelo de sociedade neo capitalista ocorre cada vez mais aumento e número de pessoas buscando uma melhor posição no mercado de trabalho. (SARMENTO, 2002). Este cenário de competição molda comportamentos que muitas vezes o próprio indivíduo não percebe que está nessa esfera competitiva e excludente. Com o aumento das informações veiculadas pelos meios de comunicação, muitos desenhos e filmes infantis já impõe os ideais dominantes nas cenas, criando uma expectativa de competição e exclusão como normalidade e conquista de poder. Ex: tio patinhas, super homem, Tom e Jerry, entre outros. 7 Em contrapartida uma nova perspectiva já é delineada por alguns estudiosos, que remetem as atividades cooperativas a possibilidade de se diminuir essa competição discrepante entre as crianças melhorando sua convivência com seus amigos. (FILHO & SCHWARTZ, 2006) Fábio Brotto em sua obra também posiciona de forma bastante clara, que os Jogos Cooperativos ajudam na convivência entre as pessoas. Ele apresenta esse formato de pratica de jogos como uma situação onde “aprende-se a considerar o outro como um parceiro, um solidário, em vez de tê-lo como adversário, e a ter consciência dos próprios sentimentos, e a colocar-se uns nos lugar dos outros, operando para interesses mútuos, priorizando a integridade de todos”. (Brotto, 1999) Saindo um pouco da esfera apenas Educacional e seguindo para um campo de análise da seara do Bacharelado perante a Educação Física, surge o campo da recreação, onde é possível se estudar o comportamento infantil durante atividades recreativas. Tendo por Recreação segundo Valente (1994, P.180), “percebe-se que é englobado o lazer e o jogo, pois a recreação como atividade e comportamento típico de jogo, está contida no lazer, ou seja, campo da diversão”, sendo tal foco, oposto das discussões e desavenças. No mesmo tema Lima (2008, p.05), coloca que Recreação pode ser colocado como “todas atividades que o individuo procura praticar em seu tempo livre buscando sua satisfação.” Para os autores Gomes & Filho (2008, p.6), os jogos e brincadeiras são peças essenciais da formação da socialização da criança e na também influenciam na “preparação para exercer uma cidadania atenta aos interesses, políticos, econômicos, sociais e culturais”. Ressalta que o próprio jogo ensina sem que o participante perceba, “... e ele pode no futuro, compreender que aprendeu com o jogo, mas na hora da atividade lúdica, a recreação é a motivação principal”. Os mesmos autores ainda colocam que os Jogos Cooperativos durante a recreação e o lazer, proporcionam de forma involuntária, a necessidade de ser e se ter um bom amigo, pois, como nesse momento o objetivo é a diversão, a sensação prazerosa de estar brincando somente existirá quando um colaborar com o outro, formando uma parceria, esquecendo do resultado, e desfrutando da atividade desenvolvida. (GOMES & FILHO, 2008) Diante das possibilidades o objetivo geral e problema desse trabalho é realizar 8 a analise que o ambiente recreativo propicia e pela importância em se verificar as contribuições dos Jogos Cooperativos na transformação de ações competitivas e excludentes em ações solidárias, o presente estudo buscou identificar se houve melhoria da convivência das crianças em atividades recreativas. Tendo como objetivos específicos melhorar a relação inter-pessoal das crianças com a metodologia dos Jogos Cooperativos e unir os alunos por meio de atividades de recreação utilizando os Jogos Cooperativos. 2 METODOLOGIA O presente trabalho segundo literatura específica, é classificado como sendo uma pesquisa qualitativa, com observação direta (THOMAS & NELSON, 2002). Essa estudo foi realizada no Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo(CAEPG), local que concentra cerca de 120 crianças com idade entre 5 e 14 anos. As atividades são ministradas por três professores, com formação específica para cada assunto e os educandos são divididos por turmas (17 a 20 alunos de frequência média), sendo essas caracterizadas por faixas de idade. (Turma A: 05 à 07 anos, Turma B: 08 à 10 anos, Turma C: 11 à 14 anos). Este estudo foi desenvolvido para uma população de 60 crianças, sendo 30 de grupo que realizou as atividades e 30 do grupo que não realizou as atividades. A faixa etária de desenvolvimento do trabalho, foi para os educandos de 11 a 14 anos. O tempo de aplicação foi de 5 dias seguidos com 45 minutos de aula por dia. A aplicação da pesquisa foi para a turma da manha (grupo avaliado), enquanto que a turma da tarde ficou como grupo controle. A avaliação do comportamento cooperativo e competitivo foi realizada de forma particular em cada aula a partir dos critérios apresentados por Brotto (1999) apresentado no livro Jogos Cooperativos: Um exercício de convivência. As aulas foram filmadas e analisadas conforme as fichas elaboradas nos critérios de cooperação e competição. A análise dos resultados após aplicação das aula sob a metodologia de Brotto (1999), teve como sustentação um contexto amplo, que a partir de observações e analises específicas apresenta critérios de análise sistêmica. Para a realização do estudo foi utilizado como referencial de análise, os eixos 9 principais de Bronfenbrenner (2002), retirados de sua obra “Teoria dos Sistemas Ecológicos”, o qual problematiza-se o ser humano quando visto sob as óticas do processo, pessoa, contexto e tempo. A ligação existente entre as Obras de Brotto (1999) e Bronfenbrenner (2002), ocorre, pelo fato de ambos os autores trabalharem sob o aspecto de comportamento envolvendo pessoas. Foi por isso que os dois autores foram escolhidos para servirem de parâmetro (instrumento de verificação de resultados). Por terem obras reconhecidas, não ocorreu a necessidade de validação do instrumento. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados desde a primeira aula, das avaliações fundamentadas nos referenciais de Brotto (1999) mapeou-se as cinco aulas nos dois grupos e a partir do cenário individual de cada experiência, relatadas uma a uma no anexo deste estudo, elaborou-se a análise nos eixos de Bronfenbrenner (2002), caracterizados pelos pilares do Processo, da Pessoa, do Contexto e do Tempo. PROCESSO O processo se caracteriza como um modelo de inter-racial constante e recíproco entre o ambiente e as pessoas. Para a efetividade da pesquisa o trabalho precisa acontecer numa base consideravelmente regular, por meio de um período de tempo (BRONFENBRENNER, 2002). O estudo em questão situa os Jogos Cooperativos como base pedagógica de sua aplicação, sob a ótica de Fábio Brotto (1999). Para (BROTTO 1999, p. 83) quando os Jogos Cooperativos são considerados “como um processo, aprende-se a considerar o outro como um parceiro, um solidário, em vez de tê-lo como adversário, e a ter consciência dos próprios sentimentos, e a colocar-se uns nos lugar dos outros, operando para interesses mútuos, priorizando a integridade de todos”. Critérios para a avaliação do processo: a) A pessoa deve estar engajada em uma atividade: 10 Todas as crianças estão inseridas na pesquisa, podendo estar no Grupo Avaliado, que fez recreação, sob a metodologia dos Jogos Cooperativos quanto no Grupo Controle que fez atividades não cooperativas. O primeiro grupo, se inseriu muito mais nas atividades (Grupo Avaliado), visto que ninguém em nenhum momento deixou de participar, os alunos estavam sempre engajados em cumprir as tarefas propostas, ao contrário do Grupo Controle, onde existiu durante a pesquisa, a exclusão de alguns educandos pelo próprio grupo pelo fato de o aluno ter menos habilidade, ou a falta de vontade de alguns participarem. Considerando o todo, ambos os grupos, apesar da diferença de metodologia, a maioria aceitou participar, e se mantiveram em todas a atividades propostas, sendo cooperativas ou não. Analisando do ponto de vista da teoria dos Jogos Cooperativos isto acontece devido ao fato de que “dentre as várias dimensões da convivência oportunizada pelo jogo, aquela que nos permite aperfeiçoar a convivência com os outros existentes dentro de nós mesmos”.(BROTTO, 1999, p.27) b) Esta atividade deve acontecer em uma base relativamente regular, através de um período de tempo: O segundo tópico sugerido por Bronfenbrenner (2002), coloca que um período de tempo de ser determinado para o sucesso da pesquisa. Tal período foi de um a cinco dias úteis, conforme funcionamento do Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo, sendo as datas entre os dias 16 e 20 de maio de 2011. No grupo avaliado a progressão da cooperação era perceptível, aula a aula. Enquanto que para o grupo controle, a rivalidade aumentava, aula a aula. c) As atividades devem ser progressivamente mais complexas: As atividades seguiram uma evolução progressiva de dificuldade. Tal ponto deve ser analisado não somente isolado, e sim aliando o estuando como um todo sugerida por Brotto (1999), onde a parte psicológica dos educandos tornou as atividades mais simples ou mais complexas, conforme os dias foram passando. Para o Grupo Avaliado, com a união do grupo aumentando dia a dia, a visão do jogo conforme Brotto (1999) coloca, é que o jogo é possível para todos, conforme foi possível se perceber na pesquisa. Em contrapartida para o Grupo Controle, devido a intimidação, o medo de alguns alunos em realizar a atividade tornou o jogo mais difícil, e conforme concepção de Brotto (1999), passa a ser possível somente para alguns ou talvez impossível de se realizar. 11 As atividades foram escolhidas para ambos os grupos seguindo o planejamento já traçado no Plano de Trabalho do Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo. d) Deve haver reciprocidade nas relações interpessoais: No Grupo Avaliado, ocorreu reciprocidade bastante positiva, pois a cada dia que passava, os laços de parceria e confiança entre os integrantes dessa turma aumentava, e conforme avaliação da aula sob ótica de Brotto (1999), aumentou a relação de interdependência do educandos uns pelos outros, também, o respeito, a cordialidade, a cumplicidade e a harmonia dentro do grupo. Em contrapartida, no Grupo Controle, houve mas na forma negativa, pois os que se destacavam excluíam os menos habilidosos, gerando insegurança, raiva, frustração, e fazendo com que alguns educandos se retirassem da brincadeira e se isolassem das relações interpessoais. Utilizando o referencial de BROTTO 1999, p.39 fica claro que a experiência não deve ser momentânea e nem desenvolvida de forma sistemática. “Assim, a experiência de jogar é sempre uma oportunidade aberta, não determinada, para um aprender relativo”. Mais a frente ressalta ainda que “dependendo dos princípios, valores, crenças e estruturas que estão por trás dessa ‚minissociedade-jogo”. Nesse sentido ressalta que “podemos tanto aprender a sermos solidários e cuidar da integridade uns dos outros, como, ao contrário, podemos aprender que jogando podemos ser mais importantes que alguém, e se importar muito pouco, com o bemestar dele”. e) Os objetos e símbolos presentes no ambiente imediato devem estimular a atenção, exploração, manipulação e imaginação da pessoa em desenvolvimento: Em relação a este critério os grupos apresentaram-se favoráveis, todos os materiais utilizados estavam disponíveis para os grupos utilizarem no momento em que achassem convenientes com a atividade. Tal aspecto da Teoria de Bronfenbrenner (2002), está presente no Trabalho por meio da participação maciça dos educandos inseridos no Grupo do Avaliados, pois, com o passar dos dias queriam interagir cada vez mais com as atividades buscando o sucesso de todos, pois consideravam o que Brotto (1999), posiciona como unidade, e homogeneidade na quantidade de contribuições e participações, visando atingir os objetivos propostos. Entretanto, o Grupo Controle, desenvolvia o aspecto da Rivalidade Competitiva, 12 e também tinha interesse nos objetos, visando a vitória, de sua equipe, ou melhor aproveitamento dos que os demais participantes das atividades. PESSOA O desenvolvimento humano acontece através do desvelamento e aproximações entre a pessoa e os diferentes elementos que compõem o contexto. Este desenvolvimento é dinâmico, e altera-se qualitativamente ao longo do processo. A interação significa mais que uma relação simples e de encontros, porque implica alterações em ambos os grupos envolvidos. É como se a pessoa se desenvolvesse em “inter-ação”, no inter-jogo, em constante troca com os outros e com o ambiente. Na interação a pessoa constrói sentidos que definem a sua forma particular de ação nos diversos contextos de desenvolvimento. Para BROTTO, 1999, p. 27 “o jogo é tão importante para o desenvolvimento humano em todas as idades. Ao jogar não apenas representamos simbolicamente a vida, vamos além” Ainda, “quando jogamos estamos praticando, direta e profundamente, um Exercício de Co-Existência e de Re-Conexão com a essência da Vida”. Mais a frente escreve que “o jogo é uma‚ janela‚ da vida emocional das crianças. A oportunidade de a criança expressar seus afetos e emoções através do jogo só é possível num ambiente e espaço que facilitem a expressão: é o adulto que deve criar esse espaço”. (p.33) O Grupo Avaliado, sob a ótica dos Jogos Cooperativos, os alunos ajudavam uns aos outros gradativamente, gerando mais do que apenas participar das atividades propostas. Ao final das aulas o respeito e a colaboração era mútua. Ocorreu uma aproximação entre os alunos, diminuindo de forma bastante perceptível, algumas rusgas existentes entre colegas que não se gostavam. O Grupo Controle pelo contrário, ocorreu devido a exacerbada rivalidade um afastamento dos colegas. A rivalidade que passou a existir, afastou qualquer hipótese de ajuda entre os sub - grupos formados dentro do Grupo Controle. Porém esta rivalidade é normal entre as pessoas, e tendem a aumentar em Jogos Competitivos, sendo tudo isso previsto por Fábio Brotto em sua obra, aplicada nessa metodologia. 13 Quanto a aproximação dos grupos não ocorreu, devido a ambos estarem em turnos diferentes, apesar de serem coesos, quanto a idade, gênero e grau de escolaridade. A reciprocidade gera um momento próprio, que estimula e mobiliza as pessoas a se engajarem e a perseverarem em padrões de interação mais complexa. CONTEXTO O contexto é sub-dividido em quatro níveis de interação o microssistema, mesossistema, exossistema e macrosistema- é necessário que interação ocorra nos microssistemas É essencial que a inserção Ecológica esteja nos microssistemas- onde acontecem os processos proximais e que sua compreensão possa ser relacionada com os demais sistemas, ampliando o campo de investigação. Primeiramente analisando o aspecto do contexto, presente na Teoria dos Sistemas Ecológicos, ocorre a necessidade de se estudar o microssistema, que nessa pesquisa se restringe, o Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo (CAEPG), e suas divisões: quadra poliesportiva, informática, biblioteca, salão de eventos, refeitório, dentre outros espaços. Continuando, o mesossistema são os locais onde os educandos do Centro interagem, em inter-relação com os vizinhos, professores, ou seja, Vila Camargo no Cajuru, bairro onde está inserido o CAEPG. O exossistema, são os locais onde os participantes não frequentam mas que fazem parte do sistema, como cozinha, secretaria, casa das Irmãs Dominicanas. Por último, o macrossistema, é o contexto global onde estão inseridos os educandos do Centro A.E. Padre Giocondo, região conhecida pela violência, geralmente também transmitida para os alunos, o qual esse trabalho tem por objetivo, fazer melhorar, a convivência. Os alunos que fazem parte do Projeto são estudantes da mesma Escola e convivem além do projeto. Segundo (BROTTO, 1999, p. 17) “o jogo e o esporte na perspectiva dos Jogos Cooperativos são contextos extraordinariamente ricos para o desenvolvimento pessoal e a convivência social”. Analisando na perspectiva do contexto mais amplo (BROTTO 1999, p 89) apresenta uma “estreita relação entre o jogo e a vida cotidiana, e indica o papel dos 14 Jogos Cooperativos como uma ligação fundamental entre essas duas dimensões da realidade”. TEMPO É o período de avaliação das aulas, passo – a – passo, buscando um melhor entendimento em relação ao assunto, e as transformações que esse tempo pode trazer ao andamento da pesquisa. A colocação da ideia do trabalho gerou para os educandos um estímulo para ambos os grupos, tanto no Grupo Avaliado quanto no Grupo Controle, apesar de ambos não terem conhecimento de que estavam divididos em dois grupos distintos. Esse fato ocorreu no dia 16 de maio de 2011. Esse dia foi marcado por conhecimento das atividades, e acabou colocando os dois grupos em proximidade de comportamentos, em ambos os começos de aula, mas com a evolução da aula nesse mesmo dia, ambos os grupos já se distinguiam bastante, o Grupo Avaliado para um Auxilio Cooperativo, mas ainda estava na Cooperação não Competitiva, e o Grupo Controle na Disputa Competitiva, mas caminhando para a Rivalidade Competitiva. O dia seguinte 17/05/2011, já se percebia de forma um pouco tímida ainda a evolução dos dois grupos, mas já era perceptível, a colaboração mútua do Grupo Avaliado e a Rivalidade no Grupo Controle. O terceiro dia (18/05/2011), as qualidades conforme sugerido por Brotto (1999) se acentuavam, sendo para o sucesso de todos para o grupo que seguia a metodologia dos Jogos Cooperativos, quanto para a exclusão de alguns na metodologia da competição e não cooperação. O quarto dia, 19/05/2011, ambos os grupos continuavam seguindo suas trajetórias bem diferentes. Ocorreu a necessidade de intervenção no Grupo Controle, tamanha foi a Rivalidade exacerbada, enquanto o grupo avaliado melhorava cada vez mais sua relação de parceria entre as crianças. No último dia de Coleta de Dados, 20/05/2011, ambos os grupos tiveram uma participação extraordinária nas atividades, cada um seguindo sua metodologia, mas com um resultado bastante positivo para os Jogos Cooperativos. Pois ao contrário do Grupo Controle, os alunos do Grupo Avaliado, melhoraram sensivelmente seu relacionamento interpessoal, uns com os outros e com o ambiente global, enquanto 15 que o Grupo Controle manteve as mesmas condições anteriores a pesquisa. 4 CONCLUSÃO Em vista do que foi mostrado nessa pesquisa, é possível perceber que os Jogos Cooperativos, são capazes de melhorar a Convivência das Crianças, levandoas a uma relação de parceria e amizade. O trabalho atingiu em sua totalidade, o objetivo do estudo, sendo que em alguns momentos a reação das crianças foi muito melhor do que os esperado durante a construção metodológica da pesquisa. O fato de os Educandos não saberem que estavam participando de grupos distintos de avaliação favoreceu a pesquisa, pois dessa forma não foram influenciados, e o resultado acabou sendo bastante válido. Realizar esse estudo na Vila Camargo no Cajuru, buscou tentar resolver, claro, através de uma pequena ação, problemas de violência existentes no dia a dia das crianças, presentes ao Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo, situado no mesmo bairro. Com esse trabalho, muitos inclusive, quiseram continuar levando as ideias dos Jogos Cooperativos para suas brincadeiras, na rua, escola, com os amigos, buscando difundir o que aprenderam, e até mesmo fazer uma campanha no bairro contra a violência, sendo orientados pelo professor a esperar um pouco, para que pudessem se organizar melhor. O que se pode analisar para o futuro é a possibilidade de avançar e expandir tal estudo para outros locais, visualizando um melhor aproveitamento dos resultados, e uma pesquisa mais aprofundada do tema, visto que, conforme já citando anteriormente no trabalho, a falta de tempo não permitiu um trabalho mais extenso e complexo, e se possível adotando ideias sugeridas pelos alunos, contra a não violência, por exemplo. 16 5 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO • BRONFENBRENNER, Urie. A ecologia do desenvolvimento humano: Experimentos naturais e planejados. Ed. Artes Médicas Porto Alegre/ RS. 2002. • BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência. Universidade Estadual de Campinas. Campinas/ SP. 1999. • FILHO, Sandro Carnicelli; SCHWARTZ, Gisele Maria. Jogos cooperativos e condutas violentas: visão do Professor de Educação Física. Revista Digital Efdeportes. Ano 11 Nº 96, Buenos Aires, Argentina. Maio de 2006. (Acesso em 21/ 05/ 2011 – 20:35) • GOMES, Jussara Lopes; FILHO, Nei Alberto Sales. Jogos: A Importância no Processo Educacional. p.06. Universidade Estadual de Ponta Grossa/ PR. 2008. (Acesso em 21/ 05/ 2011 – 20:40) • LIMA, Júlio Oliveira de. Conceitos e Diferenças entre Recreação, Lazer, Jogo e Brincadeira. Universidade de São Paulo, São Paulo/ SP. 2008 • SARMENTO, Manuel Jacinto. Infância, Exclusão Social e Educação como utopia realizável. Revista Digital Educação e Sociedade. Vol. 23, Nº 78. Campinas/ SP. 2002. (Acesso em 21/05/ 2011 – 20:45) • THOMAS, J.; NELSON,J. Métodos de pesquisa em atividade física e saúde. 3ª ed. São Paulo/ SP. Editora Artmed. 2002 • VALENTE, Márcia Chaves. Recreação e Lazer uma abordagem na Teorização. Revista Periódica Motriviência, Educação Física, Esporte e Lazer, p.180. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/ SC. 1994 17 ANEXOS Materiais e Instrumentos • Bolas (Voleibol, Futsal, Futebol de Campo, Basquete, Gude, Handebol, Tênis de Campo, Tênis de Mesa, Espuma); • Cordas; • Brinquedo (Boca); • Cones de Diversos Tamanhos; • Rede de Voleibol; • Raquetes; • Cadeiras Plasticas; • Pinos de Boliche de Plastico. Locais • Quadra de Esportes do Centro Assistencial e Educacional Padre Giocondo (CAEPG); • Salão de Eventos do Centro Assistencial e Educacional do CAEPG. Coleta de Dados As tabelas demonstradas abaixo, foram retiradas da Obra de Fábio Brotto (1999), e serviram como instrumento para a Coleta de Dados. 18 Brotto (1999) 19 Brotto (1999) 20 Brotto (1999) 21 Brotto (1999) 22