JB MUHNAC-UL / JB UNIVERSIDADE COIMBRA
Educação/Educación
Estratégias para aprendizagem activa
Actividades IBSE de estudantes
O Jardim Botânicos portugueses participantes do projeto INQUIRE apresentam as principais
conclusões do passado seminário “O papel da aprendizagem activa no ensino das ciências: que
vantagens?”
Maria Amélia Martins-Loução, Gisela Gaio-Oliveira, Raquel
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Barata, Nuno Carvalho, Ana Cristina Tavares
O
grupo português ligado ao projecto
INQUIRE, Jardim Botânico do Museu
Nacional de História Natural e da CIência (JB-MUHNAC) da Universidade de
Lisboa e Jardim Botânico da Universidade de
Coimbra, organizou, no fim de Novembro 2013,
um seminário sobre “O papel da aprendizagem
activa (Inquiry-Base Science Education IBSE) no
ensino das ciências: que vantagens?” Foi endereçado a investigadores, professores, educadores e todas as instituições educativas. O projecto
INQUIRE (SCIENCE-IN-SOCIETY-2010 nº 266616)
seguiu a política europeia de cooperação através
do desenvolvimento e implementação de cursos
de formação para professores sobre o método
promover a discussão sobre
iniciativas que originaram
progressos e sucessos educativos
IBSE, focado sobretudo na biodiversidade e alterações climáticas, que afectam o planeta.
O seminário alargou a discussão a todas as ciências e métodos de aprendizagem, com o objectivo de promover a discussão sobre iniciativas que
originaram progressos e sucessos educativos.
Do seminário, que contou com a participação
de mais de 100 pessoas de norte a sul do país,
resultou um documento que foi dividido em
duas partes: uma mensagem política, dirigida a
entidades responsáveis pelo ensino, pais, enca-
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rregados de educação e instituições de ensino,
com propostas que permitam medir o sucesso
educativo; medidas estratégicas a serem implementadas a médio prazo.
A mensagem política
Repensar a educação com vista a melhores práticas de ensino.
1. Clarificar o significado de aprendizagem activa (“inquiry-based learning IBL”). Importa
treinar docentes e incentivar a sua formação a
título individual e a nível das comunidades escolares, aumentando a reflexão sobre a sua própria
aprendizagem e as suas práticas lectivas. A metodologia IBSE estimula os estudantes a desenvolver os seus conhecimentos epistemológicos,
competências sociais e, simultaneamente, a
compreensão sobre a complexidade da ciência.
2. Estabelecer pontes entre educação formal e
informal. Há evidências concretas e comprovadas de que a educação informal, desde que concebida de forma planeada e adequada, oferece excelentes oportunidades de aprendizagem,
particularmente por permitir a ligação a conteú-
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dos lectivos dados em sala de aula.
3. Envolver a comunidade e as famílias em todo
o processo de aprendizagem. O envolvimento
de um público alargado num projecto educativo
requer um sistema educativo que privilegie a formação contínua dos professores e a melhoria da
relação entre escola e associação de pais, comunidade científica e cultural. E isto implica a necessidade de uma maior autonomia das escolas.
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4. Valorizar o papel dos educadores. Os monitores, guias ou educadores dos espaços de aprendizagem fora da sala de aula, enquanto “comunicadores de saberes”, devem ser preparados
pelas instituições a que pertencem, e conseguir
corresponder a programas educativos que se
identifiquem com as principais aspirações dos
públicos. Deve-lhes ser conferido reconheci-
saídas de campo, visitas guiadas a
museus, jardins botânicos, devem
ser estimuladas porque podem levar
a aprendizagens mais intensas
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4. Aprendizagem activa. O estímulo de metodologias pedagógicas intelectualmente mais estimulantes e diversificadas pode levar à criação
de novas ideias, à melhoria da literacia científica
e a hábitos de cidadania activa entre os jovens.
Objectivo 2: Autonomia das escolas
5. Aumento de responsabilidades. As escolas
devem estimular os docentes a desenvolver metodologias pedagógicas inovadoras desde que
previamente planeadas, justificadas e posteriormente autorizadas.
6. Quebrar de barreiras entre disciplinas. As escolas devem encorajar a troca de conhecimentos e experiências pedagógicas entre docentes
e motivar a partilha e interacção de conteúdos
científicos.
mento profissional e de mérito.
As medidas estratégicas
Identificação de objectivos e metas centrais à reforma educativa.
Objectivo 1: Métodos educacionais
1. Motivação dos estudantes como indicador de
melhor sucesso. As escolas necessitam de trocar
70 experiências de como motivar os estudantes e
promover a sua criatividade.
2. Promoção e divulgação do trabalho de investigação individual de cada estudante. O sistema
educativo deve ser reorientado a conferir competências aos estudantes a saber colocar questões científicas e incentivar a comunicação de
resultados.
3. Repercussões sociais da educação. As escolas
devem ter papel relevante a nível local e regional para estimular a cidadania e o envolvimento
da comunidade, envolvendo os estudantes e as
suas famílias no processo de aprendizagem e no
progresso educativo com vista a uma maior satisfação e realização pessoal.
7. Interacção escola/associação de pais. O planeamento escolar deve ser apresentado no
início de cada ano aos pais, promovendo a discussão aberta dos problemas e vantagens das
opções tomadas.
Objectivo 3: Aprendizagens diversificadas
8. Estimular uma aprendizagem autónoma. As
escolas e os docentes devem estimular a aprendizagem autónoma dos estudantes. Os estudantes devem ser treinados a questionar e a pensar
por si.
9. Aprendizagem formal. Ao promover a metodologia IBSE como conceito, os docentes aumentam as competências dos estudantes e envolvem-nos numa actividade investigativa.
10. Aprendizagem Informal. As práticas de
aprendizagem informal, saídas de campo, visitas
guiadas a museus, jardins botânicos, devem ser
estimuladas porque podem levar a aprendizagens mais intensas e sistemáticas sobre o mundo real.
Estas medidas estratégicas necessitam ser implementadas a nível regional e nacional, o que
inclui a sua discussão ampla entre as instituições
de ensino e a sua incorporação em programas e
iniciativas educativas.
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