30/10/2015 - Acordo para salvar a Sete Brasil emperra Na tentativa de salvar o negócio, a companhia mudou e encolheu seu plano original... - Panamá e outros 'paraísos' aderem ao pacto antievasão O movimento global contra a evasão fiscal vai aumentar nesta sexta-feira, chegando a mais de 90 jurisdições que prometem adotar a troca automática de informações entre os fiscos... - Prejuízo de R$ 1 bi leva Usiminas a parar produção de aço em Cubatão Foi a decisão mais difícil tomada por Rômel de Souza, com 40 anos de carreira na Usiminas e presidente da siderúrgica há 13 meses... - Déficit fiscal deste ano pode ir a 1,99% do PIB com 'pedalada' O governo poderá descontar até R$ 55 bilhões do resultado das contas públicas relativos às despesas que já deviam ter sido pagas e que estão sendo regularizadas neste ano... - Desemprego aumenta mais nas capitais Entre junho e agosto de 2014 e o mesmo período deste ano, a taxa de desemprego subiu 1,8 ponto percentual na Pnad, da 6,9% para 8,7%... - TPP coloca Brasil em xeque Após mais de cinco anos de intensas negociações, os 12 países membros da Parceria Transpacífico ("Trans -Pacific Partnership") finalmente assinaram o maior dos chamados mega-acordos em negociação... - Petrobras tem mais 26 ativos à venda O conselho de administração da Petrobras aprovou uma lista de 26 ativos que podem ser vendidos, de diversas áreas de negócios da companhia... - STF julga incidência de juros de mora sobre precatórios O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar ontem recurso que discute a incidência de juros de mora sobre precatório ou requisição de pequeno valor (RPV)... - STJ volta a discutir prescrição para cobrança de sócio Apesar de o julgamento ter sido interrompido por pedido de vista, já há maioria de votos (seis) pela incidência. .. - Mudanças nas organizações da sociedade civil A discussão, porém foi suspensa novamente por um pedido de vista. Por ora, apenas quatro ministros votaram... - Desemprego no país sobe a 8,7% entre junho e agosto É o mais alto da série histórica, iniciada em 2012, segundo o IBGE... - BNDES vai antecipar R$ 30 bilhões de seus débitos com o Tesouro Dinheiro servirá para quitar pedaladas sem aumentar dívida pública... - Concessões feitas em 2013 ainda esperam crédito de R$ 17 bi do BNDES Empresas que venceram os leilões da primeira fase do programa de investimentos do governo Dilma tentam receber os financiamentos prometidos pelo banco; BNDES diz manter a perspectiva de que as liberações saiam até o final deste ano... - GOVERNO ADMITE MUDAR REGRA DE CONTEÚDO LOCAL DO SETOR DE ÓLEO E GÁS Um dos maiores pleitos da indústria petrolífera, a necessidade de ajustes na política de conteúdo local voltou à pauta do governo... - SANTOS BRASIL REVERTE LUCRO EM PREJUÍZO DE R$ 10,6 MILHÕES NO 3º TRI Segundo o balanço da empresa, os resultados do trimestre apresentaram eventos ―extraordinários‖ com impacto no Ebitda e na margem Ebitda... - MINISTRO HELDER BARBALHO FARÁ ROAD-SHOW PARA ATRAIR INVESTIDORES O ministro dos Portos, Helder Barbalho (PMDB), fará um road-show pelo País a fim de atrair investidores para os leilões dos primeiros terminais portuários... - RECEITA DOS FABRICANTES DE MÁQUINAS CAI 17% EM SETEMBRO, APONTA ABIMAQ A receita líquida da indústria brasileira de máquinas e equipamentos somou R$ 6,7 bilhões em setembro, queda de 16,9%... - Na Agência CNI de Notícias: "CNI propõe calendário para votação de projeto que regulamenta a terceirização" O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, se reuniu nesta quarta-feira (28) com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros... - Na Gazeta Online: "Empresas cortam hora extra e gratificações" Em dificuldades, companhias podem não reajustar salários... - Governo já admite que não vai atingir meta do Minha Casa Minha Vida para 2018 União passou a reconhecer que não vai conseguir construir as 3 milhões de casas previstas até o fim do mandato de Dilma Rousseff... - PT rejeita troca da equipe econômica e cassação de Cunha Resolução do partido diz que Lula é alvo de ‗sabotagem política‘... - Usiminas vai suspender produção de aço em Cubatão e pode demitir 8 mil Companhia divulgou um prejuízo de R$ 1,04 bilhão no terceiro trimestre... - Mudança climática pode reduzir capacidade hidrelétrica em até 20% Esse é um das projeções do estudo Brasil 2040, que analisa impactos que o Brasil pode sofrer com as mudanças climáticas; agricultura também pode ser afetada... - Trabalhadores da Petrobrás começam greve em seis Estados Empregados reclamam da lentidão nas negociações com a empresa sobre salários e sobre o plano de venda de ativos... 1ª PARTE NOTICIAS DO DIA 30/10 Fonte: Folha de S. Paulo 30/10/2015 - Acordo para salvar a Sete Brasil emperra Alexandre Gentil/Divulgação Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ) DAVID FRIEDLANDER RENATA AGOSTINI DE SÃO PAULO Concebida no governo Lula para construir as sondas com as quais a Petrobras exploraria as reservas de petróleo do pré-sal, a Sete Brasil precisa agora convencer um antigo parceiro a sair do projeto para que dívidas de R$ 14 bilhões, já vencidas, sejam empurradas para 2016. A crise da empresa —na qual sócios e os credores já colocaram mais de R$ 20 bilhões– se agravou com seu envolvimento na Lava Jato, que apura corrupção na estatal, e a queda no preço do petróleo, que inviabilizou financeiramente negócios no setor. Na tentativa de salvar o negócio, a companhia mudou e encolheu seu plano original. Mas precisa da confirmação de que a Petrobras vai alugar suas sondas por 15 anos para que os credores aceitem oficialmente rolar sua dívida. euters An terio rP ró xima Há meses a Sete tenta fazer a estatal assinar documento atestando que continua interessada em seus equipamentos. Mas a petroleira impõe novas exigências a cada reunião. Uma das últimas é a garantia de que as seis empresas inicialmente contratadas para operar as sondas concordam em rescindir os contratos. Essas companhias haviam se tornado sócias minoritárias das sondas no início do projeto. Mas, como o número de sondas do projeto foi cortado, a Sete, para não perder rentabilidade, decidiu operar diretamente os equipamentos. PEDRA NO CAMINHO A Sete conseguiu a adesão da maior parte dos operadores, mas emperrou na Petroserv, do Rio. A Folha apurou que a empresa negocia condições melhores para deixar o projeto e se recusa a assinar. A Petrobras sinalizou que assinaria o documento nos próximos dias. Mas, segundo a Folha apurou, embora a direção queira salvar a Sete, parte do corpo técnico trabalha para encontrar uma saída jurídica que permita a petroleira abandonar o projeto. Um dos motivos para isso é que o projeto da Sete Brasil prevê um aluguel de sondas a preços superiores ao do mercado internacional, num momento em que a Petrobras precisa reduzir seus gastos. Outro obstáculo é que três ex-executivos da Sete fizeram acordo de delação premiada na Lava Jato, e diretores são suspeitos de receber propinas de estaleiros. A Petrobras quer evitar restabelecer ligação com uma firma que pode ser condenada por corrupção. Uma ala da estatal gostaria de deixar a Sete afundar já. Outra advoga que o ideal é postergar a decisão até que a empresa se inviabilize diante da pressão de credores. A decisão tem implicações políticas e financeiras pesadas. Entre os credores da Sete Brasil estão os bancos públicos Banco do Brasil e a Caixa. Ao lado de bancos poderosos como Bradesco, Santander e BTG, que são sócios da Sete, eles continuam se movimentando para dobrar o corpo técnico da Petrobras e salvar os bilhões que investiram. 10 perguntas para entender a novela 1- O que é a Sete Brasil? Uma empresa criada em dezembro de 2010 para construir as sondas de perfuração que seriam alugadas à Petrobras para exploração do pré-sal 2- Qual era o acordo inicial? Entre 2014 e 2018, a Sete Brasil forneceria 28 plataformas, no valor estimado de US$ 30 bilhões. As sondas seriam alugadas à Petrobras por um valor estimado, na época da criação, em US$ 600 mil/dia 3- De quem é a empresa? Os principais sócios são a própria Petrobras, os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, os fundos de pensão estatais Petros, Previ, Funcef, Valia e o fundo FIFGTS 4- Quanto dinheiro já foi consumido no projeto? Sócios e credores já colocaram ao menos R$ 20 bilhões 5- Quem fez empréstimos? O BNDES havia se comprometido a emprestar R$ 9 bilhões à Sete. Enquanto o crédito não era liberado, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander deram crédito "temporário" de R$ 14 bilhões 6- Por que tudo deu errado? A empresa e estaleiros contratados por ela foram envolvidos na Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras. Isso paralisou o projeto e levou o BNDES a congelar o repasse prometido. Além disso, o preço do petróleo despencou, tornando inadequados os termos do acordo inicial 7- Qual o envolvimento da Sete na Lava Jato? Pedro Barusco, ex-executivo da Petrobras e da Sete, afirmou que ele e outros diretores das empresas receberam dinheiro dos estaleiros contratados para fazer as sondas. O ex-presidente da Sete João Carlos Ferraz e o ex-diretor Eduardo Musa admitiram ter recebido propina de estaleiros que trabalham para a empresa 8- Sem o dinheiro do BNDES, como a Sete pagou o empréstimo ao grupo de bancos? A empresa não conseguiu pagar a dívida e negociou uma prorrogação de prazo, que também já venceu 9- Os credores vão renovar o prazo outra vez? Parte dos credores é também sócia da empresa e não quer perder os investimentos feitos. A Sete negocia uma nova prorrogação formal, mas, para isso, precisa de um aval da Petrobras, confirmando que ainda tem interesse no projeto 10- Por que a Petrobras está demorando para dar o aval? A estatal quer cortar custos para enfrentar tanto a queda do preço do petróleo quanto o aumento de suas dívidas. Por isso, já negociou uma redução no número de sondas, de 28 para 19. No entanto, o contrato ainda é desvantajoso, já que a Sete espera receber cerca de US$ 400 mil por dia em aluguel de cada sonda, enquanto o preço internacional está abaixo dos US$ 250 mil VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Panamá e outros 'paraísos' aderem ao pacto antievasão Por Assis Moreira | De Genebra O movimento global contra a evasão fiscal vai aumentar nesta sexta-feira, chegando a mais de 90 jurisdições que prometem adotar a troca automática de informações entre os fiscos o que significa o fim próximo do sigilo bancário. O Valor apurou que o Panamá vai se comprometer com a troca automática após forte pressão internacional. A expectativa é que outro paraíso fiscal particularmente hostil às regras internacionais, as Ilhas Cook, acompanhe a decisão. Outros anúncios devem ser feitos em reunião do Fórum Global sobre Transparência e Troca de Informações para Fins Tributários, com a participação de 128 países, em Barbados, tornando menor o espaço internacional para os sonegadores de impostos. Três jurisdições que haviam sido consideradas pouco cooperativas em reunião anterior Luxemburgo, Chipre e Seychelles agora vão receber a avaliação de que as mudanças em suas regras de segredo bancário são "amplamente compatíveis" com o padrão internacional. Luxemburgo estava sob pressão dos membros da União Européia, sobretudo da Alemanha, quanto à opacidade de seu setor financeiro de € 3 trilhões. Outras jurisdições entre as mais secretas no mundo e com forte indústria bancária "offshore" Barbados, Belize, Bulgária, Granada, Ilhas Marshall, Niue, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia e Samoa, além do Japão também vão assinar o acordo multilateral que pavimenta o terreno para a troca de informações. A coleta de dados financeiros começará em 1º de janeiro de 2016 em cerca de 50 jurisdições. Para isso, os governos estão mudando as legislações nacionais para cada banco reportar as contas de todos os clientes não residentes e, de forma automática, enviar as informações a partir de 2017 aos países de origem desses clientes. O Brasil só participará da troca automática de informações após o Congresso ratificar o Acordo de Cooperação Mútua na área tributária. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Prejuízo de R$ 1 bi leva Usiminas a parar produção de aço em Cubatão Por Ivo Ribeiro e Renato Rostás | De São Paulo Pressionada pela crise sem precedente na demanda brasileira de aço, que se agravou ao longo deste ano, e por pesados prejuízos, até na linha do lucro bruto do balanço, a Usiminas anunciou ontem medidas para a empresa sobreviver nos próximos anos. A companhia decidiu fechar a unidade de Cubatão, antiga Cosipa, em São Paulo, o que vai exigir um corte de pessoal da ordem de 4 mil pessoas, entre funcionários próprios e indiretos, ligados a fornecedores. Souza, presidente: "Estamos ajustando a Usiminas ao tamanho do mercado" Foi a decisão mais difícil tomada por Rômel de Souza, com 40 anos de carreira na Usiminas e presidente da siderúrgica há 13 meses. As medidas foram aprovadas por unanimidade pela diretoria executiva na quinta-feira e informadas no mesmo dia aos membros do conselho administrativo. Na usina paulista, que vai parar de fazer aço, de fato, a partir de janeiro até lá os equipamentos serão gradualmente desligados , vão ficar operando apenas as unidades de laminação de bobinas a quente e a frio. Outro laminador, de chapas grossas, já foi paralisado recentemente. "Começamos a tomar ações ainda no inicio do ano, reduzindo a produção ao limite mínimo dos equipamentos", disse Souza ao Valor. O encolhimento do mercado começou a ganhar força em julho de 2014. Como a situação da demanda continuou se deteriorando, em maio a empresa tomou a decisão de paralisar dois altos-fornos a partir de junho um em Cubatão e outro em Ipatinga (MG). Ao mesmo tempo, reduziu a jornada da força de trabalho das áreas administrativas de cinco para quatro dias. No terceiro trimestre, relatou o executivo, "vimos que o mercado local se agravou ainda mais e que a produção voltada para exportação tinha ganho apenas marginal". Quando tinha. Ele justifica que os preços do produto ficaram deprimidos no mercado global com a competição feroz de aço chinês anualizadas, ao ritmo do último mês, os embarques da China já chegam a 130 milhões de toneladas, disse. Além disso, mercados de vários países, como EUA e México, foram fechados com ações antidumping contra aço importado, inclusive material brasileiro. O resultado disso está expresso no balanço divulgado ontem pela companhia: queda de 21% na produção de aço e 16% nas vendas. A deterioração foi tão forte que os números vieram negativos na linha de resultado bruto. A receita líquida caiu 16,6% no período, para R$ 2,42 bilhões, enquanto custos de vendas recuaram apenas 9%. O prejuízo bruto foi de R$ 109,7 milhões, ante lucro de R$ 124,9 milhões um ano atrás. Na mesma base de comparação, a última linha do balanço registrou perda de R$ 1,03 bilhão, frente ao ganho de só R$ 26 milhões um ano antes. "O caminho que restou à diretoria foi ajustar o tamanho da Usiminas ao mercado de aço existente", afirmou Souza. A empresa informou que a desativação da chamada produção quente da usina paulista que inclui altos fornos e aciaria será temporária. O executivo explicou ao Valor que esse tempo poderá ser três a quatro anos. "Não se consegue ver qualquer sinal forte de reação do mercado nesse período". Atualmente, Cubatão tem quase 5 mil funcionários próprios, de um total de 17 mil em todas as operações e negócios da empresa. Hoje, após conversar ontem à tarde com o pessoal da sede, em Belo Horizonte, Souza vai se reunir com os empregados da unidade paulista para explicar a decisão tomada pela siderúrgica. Com a paralisação de Cubatão, a Usiminas passa a ser, em capacidade de aço bruto, pouco mais da metade do que pode fabricar. "Será uma Usiminas adequada ao mercado, mais forte e mais ágil e competitiva. Não adianta ser grande para um mercado pequeno", justifica o executivo mineiro. No local, a empresa vai laminar aço apenas para atender mercados específicos. Os materiais mais nobres continuarão saindo de Ipatinga. No setor, há quem aposte que essas áreas, devido ao obsoletismo e custo alto, não serão nunca mais reativadas. Em outra frente, o executivo e seus diretores terão de agir para debelar a elevada alavancagem financeira da empresa, cuja relação entre dívida líquida e Ebitda quase dobrou passou de 3,8 para 6,8 vezes do segundo para o terceiro trimestre. As medidas mais urgentes são: negociação dos covenants (cláusulas de contratos de dívida) com os credores e refinanciamentos de vencimentos, com quatro a seis grandes bancos, nos próximos anos. Somente em 2016, a empresa tem pagamentos de R$ 1,7 bilhão. Souza disse que a Usiminas está também reduzindo o capital de giro do segundo para o terceiro trimestre foram R$ 300 milhões, para R$ 2,4 bilhões , cortando o investimento (capex), de R$ 1 bilhão para R$ 750 milhões neste ano e para R$ 350 milhões em 2016, e baixando despesas administrativas, gerais e com terceiros, redução de jornada e layoffs. E que vai ainda buscar oportunidades de vender ativos e imóveis. Há mais de um ano, a siderúrgica é refém de uma briga societária de seus acionistas controladores: Nippon Steel e Ternium Techint. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Déficit fiscal deste ano pode ir a 1,99% do PIB com 'pedalada' Por Edna Simão, Leandra Peres e Vandson Lima | De Brasília O governo poderá descontar até R$ 55 bilhões do resultado das contas públicas relativos às despesas que já deviam ter sido pagas e que estão sendo regularizadas neste ano, as chamadas "pedaladas fiscais". Ao fixar este valor, o relator da revisão da meta na LDO de 2015 contrariou a proposta do governo, que pretendia dar seguimento à tramitação sem que Saintive, secretário do Tesouro: um valor máximo para o déficit do ano fosse governo já pagou R$ 17 bi de definido, mas o valor fixado pelo deputado Hugo subsídios atrasados e não está Leal (Pros-RJ) é superior à estimativa de R$ 50 'pedalando' neste ano bilhões feita ontem pelo Tesouro Nacional para o estoque das manobras contábeis. Com a nova redação do projeto, o déficit fiscal de 2015 poderá chegar a R$ 115 bilhões (1,99% do PIB). O montante de 'pedaladas' que poderá ser descontado é relevante para o enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A alteração foi uma exigência da oposição, que não deixou avançar a votação do projeto que muda a meta fiscal sem que fosse definido um valor máximo para o déficit do ano. A idéia do governo era que o valor do resultado de 2015 só fosse definido depois de um acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) para pagamento das "pedaladas". Ontem, o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, fez os primeiros esclarecimentos sobre a meta fiscal do ano desde que a última revisão foi divulgada na terça-feira. Pelos cálculos apresentados pelo secretário, o saldo de R$ 50 bilhões em atraso inclui o pagamentos de subsídios devidos de 2014, mas também a dívida do governo com atrasos de repasses ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS, e por isso supera os R$ 40,2 bilhões estimados pelo TCU. Saintive negou que o Tesouro esteja "pedalando" despesas em 2015 e confirmou que a devolução de R$ 30,5 bilhões do BNDES para o governo deve ocorrer ainda este ano. O secretário informou que já pagou R$ 17 bilhões dos subsídios atrasados e que não há atrasos nos repasses do Bolsa Família e seguro-desemprego em 2015. "Os pagamentos estão em dia. Mudamos nosso comportamento", disse, sobre repasses a programas sociais. O secretário do Tesouro explicou que o governo tem dado prioridade ao pagamento das dívidas mais antigas, com correção e juros mais elevados, seguindo o que o governo considera uma exigência da Lei 8.666 (licitações). Com isso, os valores vencidos em 2015 estão sendo contabilizados no estoque total da dívida, mas se houver acordo para um parcelamento como TCU. ou se o tribunal exigir o pagamento das "pedaladas" numa só parcela, esses gastos entram no valor negociado. "Nosso objetivo é pagar esses passivos, e este ano já pagamos praticamente 1/3 da dívida", explicou Saintive. O procurador do Ministério Público no TCU, Júlio Marcelo, questiona a metodologia de pagamento do Tesouro. Em representação à corte, afirma que o governo continua atrasando pagamentos de subsídios neste ano. A equipe econômica aguarda a publicação do acórdão do TCU sobre o pagamento das dívidas atrasadas para apresentar uma proposta de pagamento. De acordo com Saintive, o governo trata cada dívida em separado e pode propor a quitação integral de uma parte e o parcelamento de outras. Ele citou, por exemplo, a chance de parcelar o que o Tesouro deve ao FGTS. Se houver o pagamento integral neste ano, a meta de déficit primário do setor público consolidado vai saltar de R$ 48,9 bilhões para R$ 115 bilhões. Esse valor considera a possibilidade de abatimento de R$ 11,1 bilhões do leilão das 29 hidrelétricas com concessões vendidas, os R$ 55 bilhões das "pedaladas" e, pelo lado positivo, que os Estados e municípios devem ter um superávit de R$ 2,9 bilhões. Para reduzir o impacto dos pagamentos da "pedaladas fiscais" da dívida pública, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou redução de R$ 30,5 bilhões do orçamento do PSI. Nesse caso, o recurso financeiro deverá ser devolvido aos cofres do Tesouro Nacional. Para Saintive, a "probabilidade é alta" de a operação acontecer ainda neste ano. Mas o secretário deixou claro que ela não tem impacto no resultado primário. Saintive deu as declarações durante entrevista para comentar o resultado de setembro do governo central, que registrou déficit de R$ 6,932 bilhões no mês passado, o que levou o resultado do acumulado do ano a ficar negativo em R$ 20, 9 bilhões. O secretário voltou a ressaltar a queda da arrecadação federal como principal justificativa para a piora expressiva das contas públicas. Ele afirmou que o governo tem feito sua parte, com uma queda real de 4% nos gastos, o "esforço fiscal possível dentro da rigidez fiscal que existe hoje". VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Desemprego aumenta mais nas capitais Por Camilla Veras Mota, Denise Neumann e Robson Sales | De São Paulo e do Rio Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referentes ao trimestre encerrado em agosto sinalizam que a deterioração do mercado de trabalho neste ano continua mais intensa nas regiões metropolitanas do que na média do país. Entre junho e agosto de 2014 e o mesmo período deste ano, a taxa de desemprego subiu 1,8 ponto percentual na Pnad, da 6,9% para 8,7%. Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que acompanha as seis principais regiões metropolitanas do país, a alta foi de 2,4 pontos, de 4,9% para 7,3%, também na comparação entre trimestres. A piora mais acentuada na PME decorre do desempenho da ocupação no período. Contabilizando apenas resultados negativos neste ano, a variável encolheu 1,3% nos três meses até agosto, sempre em comparação com o mesmo período do ano passado uma perda de 300 mil vagas. Na Pnad Contínua, o aumento no volume do pessoal ocupado sofreu forte desaceleração, mas continua em terreno positivo entre o trimestre encerrado em janeiro e os três meses entre junho e agosto a alta passou de 1,2% para 0,2%. Ainda que as pesquisas tenham amostragem e metodologias diferentes, a comparação indica que as regiões metropolitanas estão fechando vagas em velocidade maior do que a média do país. Entre os setores, a piora mais contundente pode ser explicada, para o economista Bruno Campos, da LCA Consultores, pelo peso significativo que a indústria tem nas regiões metropolitanas o setor é um dos que registram com maior retração no ano. Há ainda a desaceleração mais forte dos serviços, cujo desempenho no ano passado evitou queda da ocupação mais forte que o 0,1% apurado pela PME. "O Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] também mostra isso", afirma. O economista Igor Velecico, do Bradesco, destaca ainda a participação do mercado formal nas duas pesquisas na Pnad Contínua, o emprego com carteira assinada representa 39% do total de ocupados; na PME, o percentual sobe para 54%, levando em consideração o dado de agosto. "As regiões metropolitanas têm mais trabalho formal do que o resto do Brasil, por isso sofrem mais. " Para Campos, da LCA, a expansão "tímida" dos ocupados na Pnad Contínua resultou em grande parte do aumento do emprego por conta própria que representa, via de regra, vagas mais precárias. Enquanto os postos de trabalho com carteira assinada recuaram 3% nos três meses até agosto, essa modalidade avançou 4,4%. Se a dinâmica da ocupação ainda é melhor, a procura por emprego na Pnad Contínua tem se mostrado mais intensa do que na PME, afirma a equipe da Rosenberg Associados. No trimestre até agosto, a força de trabalho registrou a maior alta da série, que começa em 2013, de 2,2%. No acumulado do ano, a média de aumento é de 1,8%, contra 1% no mesmo intervalo de 2014. Reflexo desse avanço, a taxa de participação a proporção daqueles empregados ou à procura entre o total da população em idade para trabalhar chegou a 61,4%, a maior desde setembro de 2013. "O achatamento da renda disponível força mais pessoas dentro de uma mesma família a buscar uma fonte de renda", pondera a instituição em relatório. Para o coordenador de emprego e renda do IBGE, Cimar Azeredo, os dados sinalizam que jovens, donas de casa e idosos, que antes estavam fora do mercado de trabalho, entraram na fila por emprego. Parte dessa pressão, diz, surge como decorrência da perda cada vez maior do postos de trabalho com carteira assinada, que mexe com a estabilidade do orçamento de muitas famílias. "As pessoas es tão indo para o mercado, e a resposta é nula." Apesar da desaceleração significativa, o desempenho da renda na Pnad é também melhor do que na PME. No acumulado do ano, o rendimento médio real ainda tem alta de 0,9% sobre janeiro-agosto de 2014, período em que as remunerações avançaram 1,6% em relação a igual intervalo de 2013. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - TPP coloca Brasil em xeque Por Mauro Laviola Após mais de cinco anos de intensas negociações, os 12 países membros da Parceria Transpacífico ("Trans-Pacific Partnership") finalmente assinaram o maior dos chamados mega-acordos em negociação. Liderados pelos EUA, o maior interessado no êxito dos entendimentos, os integrantes somam cerca de 40% do PIB global e 33% do comércio mundial. Juntos compõem um quadro econômico-geográfico heterogêneo, reunindo países ultradesenvolvidos, emergentes importantes e nações de menor desenvolvimento relativo, situados nas Américas, no Leste Asiático e Oceania: EUA, Canadá, México, Peru, Chile, Japão, Brunei, Malásia, Vietnã, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia. É interessante notar que a TPP engloba dois subgrupos americanos, o Nafta e a Aliança do Pacífico, com a curiosa ausência da Colômbia, sendo o México integrante de ambos os blocos. O escopo geral desse mega-acordo ultrapassa as regras básicas delineadas no âmbito multilateral da OMC e incorpora um teor de disciplinas denominadas OMC Plus. É importante registrar que foi adotado um memorando aditivo ao texto formal proibindo ocorrer manipulações cambiais por qualquer dos Estados Partes. A TPP basicamente é um acordo de comércio e investimentos, e seus principais fundamentos são: eliminação gradual de tarifas aduaneiras, com cronogramas especiais entre os EUA e o Japão com relação a caminhões, automóveis e autopeças, que podem se alongar até 35 e 25 anos no caso dos veículos montados; é curioso observar que nas negociações EUACoreia do Sul, a eliminação de tarifas para automóveis está prevista para 5 anos e caminhões para 10 anos, ou seja, mais favoráveis do que na TPP. Outros importantes setores estão incluídos na eliminação tarifária, tais como maquinaria, informática, bens de consumo diversos, químicos e produtos agrícolas, incluindo trigo, carnes bovinas, suínas, avícolas e frutos do mar; na área tabagista foi admitida a aplicação de salvaguardas específicas; - inclusão de complexos dispositivos comerciais, com regras de origem, que vão além dos ditames regulamentados na OMC; - eliminação de barreiras não tarifárias; - abrangência sobre serviços, investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais, além de dispositivos sobre solução de controvérsias; - estabelecimento de diversos comitês para orientar os países a cumprir o conjunto de disciplinas acordadas em diversas áreas, incluindo proteção ambiental e tráfico humano e de drogas; - coordenação para a aplicação das regras trabalhistas de cada país. Muitos outros detalhes serão mais bem conhecidos quando o United States Trade Representative (USTR) publicar o detalhamento de todo o acordo. Na esfera política, o resultado está sendo encarado como uma vitória pessoal do presidente americano contra a vontade da maioria do partido Democrata, porém com o apoio dos republicanos que lhe concederam o "fast track", assegurando a primazia do Congresso americano para rejeitá-lo integralmente sem efetuar alterações específicas ou aprová-lo tal como está. Não obstante, especialistas opinam que, pelo menos nos EUA, a TPP dificilmente será aprovada antes de abril de 2016 em obediência às tramitações legais daquele país. Para entrar totalmente em vigor, será necessário, também, que ocorra a ratificação parlamentar dos demais congressos. Especulações da mídia americana indicam que a TPP será um importante mecanismo para arrefecer as ações comerciais e financeiras da China nos países envolvidos. Contudo tais prognósticos terão de ser comprovados na medida em que os acordos que estão sendo negociados pela China com Japão e Coréia do Sul e de forma bilateral com a Austrália, além do que já mantêm com o Chile, tornem-se inócuos frente à amplitude da TPP. Consideram o acordo, também, importante fator de estímulo para agilizar as negociações do TTIP (acordo transatlântico de comércio e investimentos entre os Estados Unidos e a União Européia), entendimentos, contudo, que têm implicações políticas e econômicas muito mais complexas do que a TPP. A questão mais importante para o Brasil será avaliar até onde a TPP pode influir ou afetar o questionado imobilismo brasileiro em matéria de negociações comerciais com áreas mais desenvolvidas. Tal imobilismo é atribuído, por um lado, às dificuldades de locomoção do Mercosul em negociações conjuntas de maior porte e, de outro, às precárias condições competitivas dos bens industrializados em mercados mais sofisticados, mesmo se levarmos em conta a atual situação cambial favorecendo suas exportações. A TPP tende a afetar os interesses brasileiros num amplo espectro. Na área dos parceiros latino-americanos, além dos acordos que Chile, Peru e México já mantêm com os EUA, a União Européia e alguns países asiáticos, agora tendem a sofrer uma competição mais acirrada na TPP com a presença de Japão, Cingapura e até mesmo do Vietnã na área de informática. Até mesmo as commodities, que vêm sustentando a balança comercial do país, tendem a sofrer séria concorrência da Austrália nas exportações de açúcar, minério de ferro e carnes em geral. A situação pode tornar-se mais crítica quando o acordo bilateral daquele país com a China entrar brevemente em vigor. Na verdade, deve-se registrar que o governo brasileiro tem acionado o setor privado para ajudá-lo na maior aproximação comercial com Peru e Colômbia, visando acelerar os cronogramas de desgravação tarifária nos ACEs 58 e 59 da Aladi e incluir novas disciplinas importantes ainda não contempladas neles, mas a tarefa não tem sido simples. Com o México, parece haver interesse recíproco de ajustar o insípido ACE 53 e o ACE 55 do setor automotriz à amplitude compatível com o tamanho das respectivas economias, mas o ganho brasileiro será apenas compensatório em relação aos diversos acordos que aquele país tem com o mundo desenvolvido. Tal panorama pode tornar-se crítico na medida em que não há qualquer movimento político-institucional dos países do Mercosul em analisar a atual situação do bloco, confiando em que o eventual progresso das negociações com a União Européia venha a suprir pelo menos parte da carência de relacionamento comercial com o mundo desenvolvido. No andar dessa carruagem tomara que o Brasil não esteja próximo de levar um xeque-mate. Mauro Laviola é vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Petrobras tem mais 26 ativos à venda Por Rodrigo Polito e Cláudia Schüffner | Do Rio O conselho de administração da Petrobras aprovou uma lista de 26 ativos que podem ser vendidos, de diversas áreas de negócios da companhia, no âmbito do plano de desinvestimentos da estatal, que prevê arrecadar US$ 57,7 bilhões no período 20152019. Segundo uma fonte a par do assunto, a lista não inclui a venda de 49% da Gaspetro, braço da estatal que concentra os ativos de distribuição de gás natural, e de uma fatia na BR Distribuidora. "Já foram duas empresas colocadas à venda, a BR e a Gaspetro. Além delas, há outros 26 [ativos] aprovados para serem vendidos. Alguns estão em negociação", disse a fonte ao Valor. Questionada sobre quais áreas pertencem os 26 ativos, a fonte afirmou que são de várias unidades de negócios e que algumas negociações já foram antecipadas pela imprensa, porém, não detalhou os ativos e as áreas. Em reportagens recentes publicadas pelo Valor, algumas áreas colocadas à venda pela Petrobras foram a rede de postos de gasolina na América do Sul e o campo d e Tartaruga Verde, previsto para entrar em operação em 2017, no pós -sal da Bacia de Campos. Com relação à reestruturação da estatal, de acordo com três fontes com conhecimento do assunto, a empresa planeja extinguir as sete diretorias executivas e criar quatro vice-presidências: Exploração e Produção (E&P); Desenvolvimento; Downstream (Refino e Abastecimento); e Financeira, além de manter a presidência, ocupada atualmente por Aldemir Bendine. Também está em discussão transformar os cargos de 32 gerentes executivos em diretores estatutários. A medida, discutida na reunião do conselho na sexta-feira, é um desdobramento da proposta de reestruturação da empresa, em estudo pelo comando da estatal. "Ela [a reestruturação] foi proposta e não aprovada, porque carece de mais estudos. Não é uma mera reorganização de cargos e salários. Existe uma série de coisas do ponto de vista legal e jurídico para resolver. É um estudo que está sendo desenvolvido e abarca uma série de variáveis", disse uma fonte, explicando que foi a quarta vez que o tema foi discutido pelo conselho. "Isso ainda está em discussão", disse outra fonte, explicando que há divergências de opiniões sobre o assunto no conselho. O Valor apurou que ainda há uma discussão profunda no conselho sobre a reestruturação da companhia. Um dos pontos delicados, segundo uma fonte, é que a medida, voltada para a melhoria da governança da empresa, pode ser refletida em outras estatais futuramente. "Há uma enorme preocupação política do governo, com relação a isso". Em junho, o Valor antecipou que o conselho estudava a redução, de sete para quatro, do número de diretorias. A ideia era criar duas diretorias operacionais: de "Upstream" e "Downstream", que responderiam, respectivamente, pela "Exploração e Produção" e "Refino e Abastecimento", e manter as diretorias Financeira e de Relações com Investidores e de Governança, Risco e Conformidade. Tanto no modelo inicial quanto no mais recente, está prevista a extinção das diretorias de Gás e Energia e de Engenharia, Tecnologia e Materiais. Elas seriam incorporadas pelas outras diretorias, ou pelas novas vice-presidências. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - STF julga incidência de juros de mora sobre precatórios Por Beatriz Olivon | De Brasília O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar ontem recurso que discute a incidência de juros de mora sobre precatório ou requisição de pequeno valor (RPV), no período entre a fixação do valor e a sua expedição. Apesar de o julgamento ter sido interrompido por pedido de vista, já há maioria de votos (seis) pela incidência. Porém, por ora, preferiram limitar a discussão à RPV. Relator, ministro Marco Aurélio: "A mora decorre da demora e há um responsável pela demora, o devedor" O impacto da decisão para a União pode chegar a R$ 2 bilhões por ano, segundo o procurador Gustavo Augusto Freitas de Lima, que fez a defesa da Universidade Federal de Santa Maria, que é parte no processo analisado. O valor inclui precatórios e requisições de pequeno valor. Atualmente, o intervalo entre o cálculo e a expedição na esfera federal é de cerca de seis meses, segundo o procurador. O prazo para pagamento de precatórios é de 18 meses. Para RPV, são 30 dias. No caso em análise, a Universidade Federal de Santa Maria discute com uma servidora a incidência de juros de mora em requisição de pequeno valor. Sindicatos, federações e confederações de servidores públicos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) integram o processo como partes interessadas (amicus curiae). Apesar de a tese poder alcançar os precatórios, o relator do caso, ministro Marco Aurélio, limitou seu voto às requisições de pequeno valor. "Cada dificuldade em seu dia", afirmou. O magistrado foi favorável à incidência de juros de mora e foi acompanhado por outros cinco ministros, formando maioria. Na sequência, o ministro Dias Toffoli pediu vista. Em sua exposição, o ministro Marco Aurélio defendeu a incidência "enquanto persistir o quadro de inadimplemento" do Estado. "A mora decorre da demora e há um responsável pela demora, o devedor", disse o relator, destacando que a Emenda Constitucional nº 62, de 2009, tratou do período posterior, entre a expedição e o pagamento. Citando trecho da norma, o magistrado lembrou que a atualização de valores independentemente de sua natureza deve ser feita com a aplicação de índice de caderneta de poupança e juros simples (mora). A questão já foi analisada pelos ministros. Como o processo da Universidade Federal de Santa Maria é julgado com repercussão geral, o ministro sugeriu a seguinte tese para orientar os demais casos: incidem os juros da mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição relativa a pagamento de débito de pequeno valor. A tese foi acatada pelos demais ministros que votaram. Em seu voto, o ministro Luís Roberto Barroso destacou um comentário do ministro Marco Aurélio sobre a excessiva litigiosidade do poder público. "Estamos, em 2015, autorizando o pagamento de uma demanda que se iniciou em 2002, admitida no Supremo em 2008", disse. Para Barroso, o poder público, responsável por um terço dos 100 milhões de processo em trâmite, vai ter que mudar o modo de agir. "A cultura é de judicialização de todas as questões e, no Brasil, teremos que partir em curto prazo para a desjudicialização", afirmou. O magistrado disse ainda que há teses fixadas nos tribunais e, mesmo assim, os procuradores continuam recorrendo. Logo em seguida, a ministra Cármen Lúcia lembrou que, nos últimos cinco anos, cresceu o número de processos contra procuradores que não recorrem. Se prevalecer o entendimento, segundo a advogada Luiza Perez, do Advocacia Ulisses Jung, a União poderá deixar de protelar pagamentos, por meio de embargos à execução. O intervalo entre o cálculo e a requisição, acrescentou, é de seis meses somente quando não há apresentação de recurso. "Tenho casos em que o processo de conhecimento demorou cinco anos e a execução oito, por causa de embargos da União", afirmou. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - STJ volta a discutir prescrição para cobrança de sócio Por Beatriz Olivon | De Brasília A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) retomou nesta semana o julgamento pelo qual definirá como deve ser contado o prazo de prescrição para redirecionamento de cobranças tributárias a sócios. A discussão, porém foi suspensa novamente por um pedido de vista. Por ora, apenas quatro ministros votaram. A questão está na pauta da 1ª Seção desde Ministra Regina Helena Costa: 2011. Os ministros debatem, em repetitivo, a prazo deve ser iniciado da data do partir de quando deve ser iniciada a contagem ato irregular do prazo de cinco anos. Os votos proferidos até agora dividem-se entre a citação do devedor e a constatação de dissolução irregular de empresa. Na prática, esta última hipótese significaria uma ampliação do prazo para cobrança. O recurso julgado envolve a Fazenda do Estado de São Paulo e a Casa do Sol Móveis e Decorações. Como o resultado do julgamento terá reflexos sobre todas as execuções fiscais, participam como parte interessada no processo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das capitais (Abrasf). No recurso, o Estado de São Paulo questiona decisão do Tribunal de Justiça local (TJSP), que impediu a Fazenda de cobrar de sócios o ICMS devido pela loja de móveis e decoração. A empresa havia sido intimada pela Justiça em 1998. Sete anos depois, em 2005, houve o fechamento irregular do estabelecimento. E em 2007, o Fisco redirecionou a cobrança aos sócios. Porém, o TJSP considerou que o direito estava prescrito. A Fazenda recorreu então ao STJ. A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGESP) alega que o Código Tributário Nacional (CTN) e a jurisprudência dos tribunais superiores só permitem o redirecionamento em caso de fraude ou abuso no controle da empresa e de dissolução irregular. Antes disso, não haveria direito de ação contra sócio. O relator do caso, ministro Herman Benjamin, e o ministro Mauro Campbell acolheram o pedido da Fazenda. Para os ministros, deve ser considerada a citação. Mas nos casos em que o ato de infração for posterior à citação, acresc entaram, a prescrição deveria ser contada posteriormente, a partir da dissolução. Já o ministro Napoleão Nunes Maia Filho defendeu que o prazo seja iniciado com a citação. Na quarta-feira, a ministra Regina Helena Costa apresentou voto vista. A magistrada acompanhou o relator no caso concreto. No entanto, quanto à tese, ela votou de forma diferente dos demais ministros, levando em consideração conceitos relacionados à fraude à execução. Tanto a ministra quanto o relator defendem que o prazo para redirecionamento deve considerar a dissolução irregular. No entanto, para a ministra, o termo inicial para cobrança do crédito de sócio é a data do ato irregular praticado, e não da ciência pela Fazenda. De acordo com Regina Helena Costa, "a prescrição começa a fluir pelo prazo de cinco anos contado a partir do ato de alienação de bem ou renda do patrimônio da empresa ou patrimônio pessoal dos sócios". Na sequência, o próprio relator, ministro Herman Benjamin, pediu vista regimental. Os demais ministros aguardam a retomada do julgamento. Ainda faltam cinco votos. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 30/10/2015 - Mudanças nas organizações da sociedade civil Por Leonel Cesarino Pessôa e Flavia Regina de S. Oliveira Alguns traços do sistema tributário brasileiro prejudicam muito as atividades das organizações da sociedade civil (OSCs). A pluralidade de certificações a serem obtidas para o gozo da imunidade e da isenção e o trâmite excessivamente lento e burocrático dos procedimentos para sua obtenção e renovação é um dos principais problemas. Outro problema é o peso da contribuição previdenciária patronal (CPP) para as OSCs que não atuam nas áreas de assistência social, saúde e educação. Os excessivos custos de conformidade e a alta carga tributária caracterizam o sistema tributário brasileiro como um todo. Há alguns anos, a situação de uma parcela das pessoas jurídicas foi melhorada. A promulgação das Leis do Simples Federal, do Simples Nacional e da Lei que introduziu a figura do Microempreendedor Individual (MEI) criaram condições favorecidas para as microempresas e empresas de pequeno porte, tanto pela redução dos custos de conformidade, quanto pela diminuição da carga tributária. Mas as OSCs, quando prestam algum serviço ou vendem alguma mercadoria, não podem se beneficiar do tratamento diferenciado, pois Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) determina que pessoas jurídicas com códigos CNAE próprios de OSCs não podem aderir ao regime. Dessa forma, o sistema atual cria uma situação paradoxal. Se a OSC presta serviço ou vende mercadoria, ela fica sujeita a uma carga tributária e a custos de conformidade à tributação maiores do que aqueles a que estão sujeitas as micro e pequenas empresas, não obstante atue exclusivamente em prol do interesse público. A tributação das OSCs precisa ser melhor equacionada. Os custos de conformidade à tributação precisam ser reduzidos, o peso que a CPP tem para as OSCs precisa diminuir e não faz sentido que a tributação das OSCs pela venda de mercadoria e/ou prestação de serviços seja maior que a da microempresa e empresa de pequeno porte. Como resolver esses problemas? A Lei do Simples reduziu a tributação e os custos de conformidade das microempresas e empresas de pequeno porte e foi bem sucedida. Muitas vezes, as OSCs também desenvolvem, ainda que sem o propósito de lucro, atividade em que há cobrança de preço. No entanto, no caso delas, isso ocorre sempre de forma residual. De qualquer forma, o legislador tem duas alternativas: ou cria um sistema tributário próprio para elas ou procura incluí-las no sistema simplificado que existe para as microempresas e empresas de pequeno porte, criado há quase 20 anos. As duas opções têm vantagens e desvantagens. O projeto de lei que altera a Lei do Simples, aprovado, há alguns dias, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados optou pela segunda alternativa. Ele pretendeu corrigir a situação de desigualdade das OSCs em face das microempresas e empresas de pequeno porte possibilitando que as primeiras pudessem aderir ao regime tributário especial criado para as últimas. No parecer ao Projeto de Lei Complementar nº 25, de 2007 apresentado pelo deputado João Arruda na forma de uma subemenda substitutiva global , foram incluídos alguns artigos que tratam especificamente da possibilidade de adesão ao Simples por parte das OSC. A principal vantagem dessa alternativa adotada é a agilidade. Proc urou-se aproveitar uma lei já existente e fazer pequenas alterações nessa lei. É mais fácil e rápido fazer isso que elaborar uma nova lei, cuja validade poderia depender inclusive de alterações na Constituição. As principais desvantagens são que o alcance da alteração é necessariamente menor do aquele que seria possível no caso de edição de uma lei específica, e uma menor autonomia no desenho do regime tributário simplificado que se pretende criar para as OSCs. Com relação a isso há, desde logo, alguns reparos a serem feitos à lei aprovada na Câmara. A expressão "receitas não imunes", utilizada pelo legislador no parágrafo 17 a ser acrescentado ao artigo 3º da lei, em relação às quais haveria equiparação com a microempresa e empresa de pequeno porte, não foi a mais apropriada. Ela pode dar margem à interpretação de que, se houvesse adesão ao novo regime, haveria tributação das receitas não imunes, mas isentas. Nesse sentido, observa-se que as alterações pretendidas pelo PLC 25 não estabelecem nenhuma diferença de tratamento para as OSCs em relação às microempresas e empresas de pequeno porte quanto ao IRPJ e a CSLL. No entanto, não faz nenhum sentido que as OSCs, ao aderir ao Simples, passem a pagar ambos os tributos se são isentas quando não optam pelo regime simplificado. A isenção existente não pode deixar de valer, e é perfeitamente possível construir, mesmo que utilizada a Lei do Simples, um regime diferenciado para as OSCs no qual ela seja mantida. Com relação à CPP, no caso de as atividades das OSCs serem tributadas na forma do anexo III (razão entre a folha de salários e a receita bruta maior que 22,5%), o novo regime será muito mais benéfico para as entidades. Mas, nesse ponto, ele pode dar margem à distorções à medida que sua racionalidade é própria da empresa: quando há aumento de receita, a empresa só pode se manter no regime se houver aumento na folha de salários, de forma que a proporção que permite o ingresso no regime seja mantida. A utilização da Lei do Simples pode ser um caminho para simplificar também as obrigações das OSCs. É preciso, nesse momento, que os dispositivos a serem introduzidos sejam um pouco mais bem elaborados, de forma que as alterações resultem, efetivamente, em uma melhoria do sistema. Leonel Cesarino Pessôa e Flavia Regina de Souza Oliveira são pesquisadores do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da FGV Direito SP. VOLTAR 2ª PARTE NOTICIAS DO DIA 29/10 Fonte: O Globo 29/10/2015 - Desemprego no país sobe a 8,7% entre junho e agosto É o mais alto da série histórica, iniciada em 2012, segundo o IBGE POR DAIANE COSTA RIO - A taxa de desemprego no país ficou em 8,7% no trimestre encerrado em agosto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, que apresenta dados referentes a todos os estados brasileiros. É o mais alto da série histórica, iniciada em 2012. No mesmo período do ano anterior a taxa ficou em 6,9%, enquanto no trimestre encerrado em maio de 2015, que serve de base de comparação, ficou em 8,1%. A população desocupada foi estimada em 8,8 milhões de pessoas, crescendo 7,9% (mais 647 mil pessoas) em relação ao trimestre de março a maio e subiu 29,6% (mais 2 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2014. Já a população ocupada (92,1 Candidata a emprego preenche ficha em agência da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda Custódio Coimbra / O Globo milhões de pessoas) ficou estável em ambas as comparações. De acordo com o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, os principais responsáveis pelo aumento da taxa de desocupação foram o grupo de pessoas em idade para trabalhar — a partir de 14 anos — que cresceu 0,3% em relação ao trimestre anterior, mais 446 mil pessoas, e cresceu 1,4%, mais 2,2 milhões de pessoas, em relação ao mesmo período do ano passado, e pessoas em idade adulta que também passaram a procurar e não estão sendo absorvidas pelo mercado de trabalho. — Há mais gente jovem e adultos com mais de 50 anos que passaram a procurar emprego sem serem absorvidos porque não há geração de vagas — explicou. O número de empregados com carteira assinada, que garante direitos trabalhistas, recuou 1,2% (menos 425 mil pessoas) frente ao trimestre de março a maio e caiu 3% (menos 1,1 milhão de pessoas) frente a igual trimestre de 2014. RENDIMENTO CAI O rendimento médio real habitualmente recebido foi estimado em R$ 1.882, recuando 1,1% frente ao trimestre de março a maio (R$ 1.904) e ficou estatisticamente estável em relação ao mesmo trimestre de 2014 (R$ 1.864). A massa de rendimento médio real habitualmente recebida para o trimestre encerrado em agosto (R$ 167,8 bilhões) caiu 1,1% frente ao trimestre móvel anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre de 2014. Já os contingentes de empregadores e de trabalhadores por conta própria cresceram 7,3% e 4,4%, respectivamente, frente ao trimestre de junho a agosto de 2014. Na análise da ocupação segundo os grupamentos de atividade, houve retração de 1,7% na Indústria geral (menos 223 mil pessoas) em relação ao trimestre de março a maio de 2015. Quatro grupamentos de atividade tiveram variação significativa frente ao trimestre de junho a agosto de 2014, sendo duas quedas e duas altas: Indústria geral (-3,5%), Construção (-2,9%), Alojamento e alimentação (4,6%) e Transporte, Armazenagem e Correio (3,8%). Frente ao trimestre de março a maio de 2015, os trabalhadores domésticos tiveram redução em seus rendimentos (-2,7%), assim como os empregados no setor privado com carteira de trabalho (-1,8%). Já frente ao trimestre de junho a agosto de 2014 todas as categorias de posição na ocupação mantiveram estabilidade em seus rendimentos. A força de trabalho — que considera quem está trabalhando e quem está em busca de trabalho — foi estimada em 100,93 milhões de pessoas entre junho e agosto, crescendo 0,7% com relação ao trimestre anterior, encerrado em maio, ou seja, mais 671 mil pessoas. Com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi ainda maior, de 2,2%, ou mais 2,19 milhões de pessoas. Pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME), que engloba dados de seis regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre), a taxa de desemprego brasileira ficou em 7,6% em setembro, estável em relação a agosto. No entanto, para meses de setembro é o pior resultado desde 2009. VOLTAR Fonte: O Globo 29/10/2015 - BNDES vai antecipar R$ 30 bilhões de seus débitos com o Tesouro Dinheiro servirá para quitar pedaladas sem aumentar dívida pública POR MARTHA BECK, VIVIAN OSWALD E GABRIELA VALENTE BRASÍLIA e LONDRES - O Tesouro Nacional negocia com o BNDES uma operação que vai abrir espaço para a quitação das pedaladas fiscais (atraso nos repasses de recursos para bancos públicos) sem impacto na dívida bruta. Segundo integrantes do governo, a ideia é que o banco antecipe o pagamento de R$ 30 bilhões do passivo decorrente dos sucessivos aportes de capital feitos pelo Tesouro na instituição nos últimos anos. O valor seria utilizado para abater a dívida bruta. Assim, quando a equipe econômica honrar as pedaladas, vai elevar o déficit fiscal, mas não o endividamento público. — O acordo com o BNDES é um esforço fiscal adicional — explicou um integrante do Ministério da Fazenda. Coutinho só quer falar depois de concluída a operação - Fábio Rossi / Fábio Rossi/06-11-2014 O primeiro passo para essa operação foi dado na última sexta-feira, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu em R$ 30 bilhões o limite de empréstimos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES. Isso gerou uma sobra no orçamento do banco. Dívida chega a R$ 500 bi Assim, o BNDES poderá usar esse valor para quitar uma parte de sua dívida com o Tesouro, que soma cerca de R$ 500 bilhões. Isso entrará nas contas como uma receita financeira que pode ser usada para abater a dívida bruta, que hoje soma R$ 3,7 trilhões, ou 65,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), e é o principal indicador de solvência observado pelo mercado e agências de risco. PASSIVOS COM BANCOS Assim, quando o governo quitar as pedaladas, estimadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em R$ 40 bilhões, vai piorar o resultado primário (diferença entre receitas e despesas, excluindo gastos com juros) mas não os indicadores da dívida. Somente com o BNDES, a dívida do Tesouro foi calculada pelo TCU em R$ 24 bilhões no início do ano. Se for corrigido até agora, o valor sobe para R$ 27 bilhões. Também há passivos com o Banco do Brasil e a Caixa. O BNDES tem uma sobra de caixa estimada em R$ 120 bilhões, mas resiste a usá-la para antecipar os pagamento à União, segundo fontes do governo. Em Londres, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, confirmou que o banco pode devolver ao governo recursos emprestados pelo Tesouro. Ele admitiu estar em entendimentos finais com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas preferiu não entrar em detalhes antes de a operação estar concluída. — Eu não vou comentar porque a gente ainda está em entendimentos finais com o ministro. Eu somente comento quando tivermos tudo acertado. Nossa atitude tem sido a de ajudar o esforço fiscal brasileiro. O BNDES não tem se furtado a colaborar — disse Coutinho na capital britânica, onde participou do evento Amazon Day. O presidente do BNDES destacou que, desde o começo do ano, o banco não demandou recursos do Tesouro: — E, agora, quem sabe a gente até ajude no sentido contrário. Mas não vou comentar. Adotamos política operacional nova. Política para debêntures. Agenda construtiva ajuda o esforço fiscal. Nossa esperança é que o processo de ajuste fiscal seja acelerado para que a gente possa virar a página. AJUDA À POLÍTICA MONETÁRIA O ex-secretário do Tesouro e economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, elogiou a operação com o BNDES. Segundo ele, além de reduzir o impacto sobre a dívida bruta, a medida traz outras vantagens: reduz a capacidade de empréstimo do banco, o que ajuda na política monetária e diminui os custos do Tesouro com subsídios futuros. — Isso contribui para uma queda mais rápida dos juros no país. Dá para ver que há um potencial de ajuda dentro do BNDES — afirmou Kawall. O rombo de quase R$ 50 bilhões nas contas do setor público de 2015, anunciado terça-feira, não surpreendeu o mercado, que já trabalha com a hipótese de o governo registrar um novo déficit em 2016. — Por enquanto, o governo não tem a menor condição de realizar a meta de superávit de 0,7% prometida para 2016 — afirmou o especialista em contas públicas Mansueto Almeida. — O governo mostrou o que já se sabia: que as receitas estão caindo demais. Ele já não consegue mais projetar o comportamento da arrecadação — disse Fábio Klein, da consultoria Tendências. Ambos, no entanto, não veem grande problema no fato de as pedaladas fiscais não terem sido incluídas na conta do déficit de 2015: — O mercado já faz essa conta mesmo sem que o governo coloque na meta — afirmou Klein. VOLTAR Fonte: Estadão 29/10/2015 - Concessões feitas em 2013 ainda esperam crédito de R$ 17 bi do BNDES MURILO RODRIGUES ALVES, ADRIANA FERNANDES - O ESTADO DE S.PAULO Empresas que venceram os leilões da primeira fase do programa de investimentos do governo Dilma tentam receber os financiamentos prometidos pelo banco; BNDES diz manter a perspectiva de que as liberações saiam até o final deste ano BRASÍLIA - As empresas e consórcios que arremataram as concessões da primeira fase do pacote de investimentos lançado pelo governo federal, em 2012, ainda aguardam a liberação de recursos estimados entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões do BNDES. Mas o banco, que atualmente é alvo de uma CPI, vem ―emperrando‖ essa liberação, que tem como destinatários algumas empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Essa postura de cautela do banco já provoca preocupações, até mesmo dentro do governo, de que o sucesso da nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), anunciada neste ano, esteja comprometido. Essa nova fase prevê investimentos de quase R$ 200 bilhões, sendo R$ 69 bilhões até 2018. Além disso, o comportamento do banco de fomento é visto pela área econômica como mais um obstáculo para retirar a economia do País da recessão. A crítica é, sobretudo, ao excesso de burocracia que paralisou o banco nos últimos meses, principalmente depois que as maiores empreiteiras do País foram envolvidas no escândalo da Lava Jato. Alvos da Lava Jato estão entre destinatários dos recursos; Odebrecht Transport espera a liberação de R$ 5 bilhões do BNDES Lançada em 2012, a primeira etapa do PIL teve baixa eficiência. Eram previstos investimentos de R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias. Dos nove trechos de estradas, seis foram leiloados. Dos 12 projetos de ferrovias e cerca de 160 terminais portuários, nenhuma concessão pública foi realizada. Sucesso só nos aeroportos: todos os cinco conseguiram ser repassados à iniciativa privada. As empresas vencedoras dos leilões tinham a garantia de que o grosso do financiamento teria como fonte o BNDES. Só a Odebrecht TransPort, por exemplo, que venceu os leilões do aeroporto do Galeão (RJ) e da BR-163 (MT), no fim de novembro de 2013, espera a liberação de R$ 5 bilhões do BNDES em operações de longo prazo. Os recursos, diz a empresa, são ―indispensáveis‖ para manter o ritmo das obras e a manutenção de 8 mil empregos. O diretor-presidente da MGO Rodovias, Helvécio Soares, esteve nesta quarta-feira, 28, no Rio, na sede do BNDES, para tentar fechar a operação de longo prazo da empresa, criada pelo Consórcio Planalto, vitorioso no leilão da BR-050, entre Minas Gerais e Goiás. A companhia pleiteia até 80% de R$ 1,2 bilhão que precisa investir até o 5.º ano da concessão. O BNDES respondeu, em nota, que sempre trabalhou com a perspectiva de aprovar os empréstimos de longo prazo até o final do segundo semestre deste ano. ―Essa perspectiva está mantida‖, afirmou. Até o momento, já foram contratados e liberados os empréstimos-ponte de todas as rodovias, com exceção do consórcio da Galvão Engenharia. A maior preocupação agora é que os entraves que o BNDES está criando para a liberação dos financiamentos da primeira etapa do PIL possam anular o esforço do governo para dar mais atratividade aos novos leilões da segunda etapa. VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 29/10/2015 - GOVERNO ADMITE MUDAR REGRA DE CONTEÚDO LOCAL DO SETOR DE ÓLEO E GÁS Um dos maiores pleitos da indústria petrolífera, a necessidade de ajustes na política de conteúdo local voltou à pauta do governo. Em meio ao insucesso da 13ª rodada, este mês, o Ministério de Minas e Energia informou ontem que estuda aprimorar a política de nacionalização de bens e serviços do setor de óleo e gás. A proposta é ampliar o conceito de conteúdo local, de forma a reconhecer não só a aquisição de bens e serviços nacionais, mas também os investimentos e papel das operadoras no desenvolvimento da cadeia fornecedora. O ministério esclareceu que a proposta em estudo permitirá computar, para fins de conteúdo local, a engenharia e tecnologias desenvolvidas localmente, assim como iniciativas com elevado potencial de geração de empregos qualificados. Em nota, o ministério reconheceu que, ao longo do tempo, algumas petroleiras realizaram iniciativas positivas para a indústria brasileira, mas que não são conceituadas na regulamentação atual. "A medida permitirá que tais benefícios passem a ser mensurados e reconhecidos no cumprimento de metas", diz a nota. A notícia repercutiu durante a OTC Brasil, evento que acontece no Rio de Janeiro esta semana. A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, preferiu não se antecipar ao ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e não detalhou as mudanças avaliadas, mas confirmou que o governo prepara o aperfeiçoamento das regras. O objetivo, segundo ela, é que a nacionalização de bens e serviços dê um passo a frente na direção do fornecimento de produtos de classe mundial. De acordo com a diretora, muitos equipamentos submarinos produzidos no Brasil já são competitivos internacionalmente, mas há outros setores onde a indústria precisa avançar em preço, prazo e qualidade. "Chegamos ao fim de uma primeira fase [de nacionalização]. Estamos trabalhando no aperfeiçoamento do conteúdo local, para a construção de uma ponte que nos leve para uma terceira fase [de desenvolvimento da cadeia fornecedora], que é a produção de produtos classe mundial", disse a diretora, durante a abertura do evento. Essa não é a primeira vez que o assunto vem à tona este ano. Em maio, durante a OTC mundial, em Houston (EUA), Braga chegou a anunciar que as regras de nacionalização seriam "flexibilizadas", mas a iniciativa foi brecada pela presidente Dilma Rousseff, que garantiu que a política não seria revista em seu governo. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho de Administração da Petrobras, Segen Estefen, defendeu a continuidade da política de nacionalização, mas disse ser favorável ao realismo e que o Brasil precisa flexibilizar algumas regras do marco regulatório. "Temos que remover as barreiras aos investimentos", afirmou, após apresentação na OTC. A notícia foi bem recebida também pelo secretário-executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Antônio Guimarães. "Toda iniciativa de reconhecimento dos investimentos em conteúdo local é bem-vinda", destacando, contudo, que a atratividade do Brasil passa não somente pelas mudanças nas exigências de nacionalização, mas por uma agenda mais ampla de competitividade. Num recado à indústria, que cobra a regulamentação do "waiver" (pedido de isenção dos compromissos de conteúdo local), Magda disse que a ANP está estudando os diversos pedidos, mas que a isenção, em princípio, é uma "anormalidade" e que as empresas não devem "contar de cara" com o recurso e, sim, se esforçar para cumprir os compromissos contratuais. Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 29/10/2015 - SANTOS BRASIL REVERTE LUCRO EM PREJUÍZO DE R$ 10,6 MILHÕES NO 3º TRI A Santos Brasil, maior operadora brasileira de terminais portuários de contêineres, registrou prejuízo de R$ 10,6 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 16,2 milhões na mesma base de 2014. Segundo o balanço divulgado nesta quarta-feira à noite, o resultado foi impactado pelo diferente mix de perfil de serviços, com maior participação de operações de transbordo, cujas cargas pagam menos do que as cargas de importação e exportação; redução do número de contêineres armazenados; e aumento das despesas financeiras como resultado da variação cambial no período. O lucro líquido acumulado no ano caiu 86,2%, para R$ 10,1 milhões, ou R$ 0,08 por unit equivalente. A receita líquida consolidada da Santos Brasil caiu 9,5%, para R$ 225,1 milhões no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta quarta-feira. A variação negativa reflete o perfil de rentabilidade das operações de cais. A despeito de os volumes de contêineres movimentados terem crescido, houve um aprofundamento da mudança do mix de serviços prestados no Tecon Santos, o terminal da companhia em Santos. Desde o aumento da capacidade no porto, com a entrada de novos terminais, a Santos Brasil passou a movimentar mais contêineres de transbordo, que pagam menos. Já a receita líquida recorrente no trimestre foi de R$ 226,7 milhões, 8,8% abaixo da registrada em 2014. A receita líquida recorrente acumulada nos primeiros nove meses do ano foi de R$ 686,7 milhões, com redução de 13,2% em relação à apresentada no mesmo período do ano passado. Segundo o balanço da empresa, os resultados do trimestre apresentaram eventos ―extraordinários‖ com impacto no Ebitda e na margem Ebitda. A empresa sustenta que quando ajustado por eventos ―não recorrentes‖, como créditos de clientes referentes a exercícios anteriores; provisão para créditos de liquidação duvidosa; receita não operacional gerada com a cessão do direito de compra de energia elétrica, o Ebitda recorrente registrado foi de R$ 44,7 milhões (com margem de 19,7%), o que dá uma redução de 42,5%. Movimentação A Santos Brasil aumentou em 3,5% a movimentação de contêineres no terceiro trimestre. Os três terminais de contêineres operados pela companhia (Tecon Santos, Tecon Imbituba e Tecon Vila do Conde) movimentaram 235,8 mil contêineres no período, mas tiveram uma redução acumulada de 8,9% no ano. O crescimento no trimestre é resultado do aumento de 4,4% no total de contêineres movimentados pela no Tecon Santos, o maior ativo da companhia e maior terminal de contêineres do país. Segundo a empresa, o aumento no volume de cargas reflete os ajustes das linhas de navegação que se iniciaram após o aumento de capacidade do porto observado em agosto de 2013. Em junho e agosto de 2015 o Tecon Santos passou a receber dois novos serviços de navegação que atuam nas rotas para a costa oeste da América do Sul e para a África, respectivamente. O volume dos novos serviços de navegação contribuiu para o nível de 33,1% de participação no mercado de contêineres no porto de Santos no trimestre, ante 32,5% de fatia na mesma base de 2014. Contudo, 1,8 ponto percentual abaixo do market share registrado no segundo trimestre deste ano. Receita e despesa A queda da receita e o aumento das despesas pesaram no prejuízo que a Santos Brasil teve no terceiro trimestre. Os custos consolidados dos serviços prestados pela empresa aumentaram 1,5% no trimestre, fechando em R$ 181,4 milhões. O que mais pesou foi a operação portuária de contêineres (a empresa tem ainda um terminal de veículos e um braço de logística). Refletindo o aumento do volume de contêineres movimentados pelo Tecon Santos, os custos da companhia no setor cresceram 5,1%, para R$ 134,6 milhões. O custo médio (excluindo depreciação e amortização) por contêiner movimentado/armazenado foi de R$ 411,75, aumento de 3,1% ante os R$ 399,42 na mesma base de 2014. Esse aumento unitário é resultado da redução do volume de contêineres armazenados e da consequente redução da economia de escala. Outro item que pesou foi o custo com movimentação, que cresceu 10%. Isso é resultado do aumento do número de contêineres cheios movimentados no porto de Santos e do reajuste, ocorrido em maio de 2015, das tarifas pagas pelo Tecon Santos à administradora portuária, a Codesp. A taxa pelo uso do canal de navegação passou de R$ 43,54 para R$ 57,34 por contêiner cheio, um aumento de 31,7%. Os custos com pessoal também subiram, em 14,2%. Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 29/10/2015 - MINISTRO HELDER BARBALHO FARÁ ROAD-SHOW PARA ATRAIR INVESTIDORES O ministro dos Portos, Helder Barbalho (PMDB), fará um road-show pelo País a fim de atrair investidores para os leilões dos primeiros terminais portuários organizados com base no novo marco regulatório, a Lei 12.815/2013. Serão arrendadas quatro instalações, três em Santos e uma em Vila do Conde (PA). O Governo Federal espera arrecadar em torno de R$ 1 bilhão com o certame. Os editais foram disponibilizados na noite da última segunda-feira, no site da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Em Santos, serão licitados dois terminais de celulose e um de granéis sólidos de origem vegetal. Em Vila do Conde, a unidade também irá movimentar granéis sólidos vegetais. Os leilões vão ocorrer no próximo dia 9 de dezembro. Para o ministro, essas primeiras licitações vão servir de termômetro para que o Governo meça a capacidade de investimentos do setor. ―O nosso próximo passo é identificar todos os investidores que procuraram o Governo para saberem dos estudos e detalhes para o leilão. Vamos procurá-los para dar esse retorno e esclarecer eventuais dúvidas do setor para a participação na disputa‖, disse. Segundo Barbalho, o primeiro evento com os empresários já está marcado para 12 de novembro – quase um mês antes do leilão – na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). ―Todo o setor, tanto em Santos como nos outros estados, tem uma expectativa muito forte para esse processo. Agentes de todo o País têm demonstrado interesse em participar do leilão‖, acrescentou. Três armazéns do Corredor de Exportação serão leiloados para a instalação de um terminal de grãos Os editais não limitam a participação de cada grupo a apenas uma disputa. Segundo o ministro, a intenção é justamente estimular a concorrência entre os investidores pelos arrendamentos portuários. ―Queremos que o leilão seja o mais plural possível. O primeiro bloco de licitações foi divido em duas partes justamente para promover essa diversificação de competidores‖, completou Barbalho, referindo-se ao outros quatro terminais que serão leiloados no começo do próximo ano. Embora não haja um preço mínimo para as outorgas, o ministro garantiu que o processo licitatório estará a salvo de grupos ―aventureiros‖ que possam distorcer a disputa pela oferta de lances especulativos. O Governo estima investimentos nessas quatro áreas da ordem de R$ 1,1 bilhão, dos quais R$ 640 milhões em São Paulo e R$ 501 milhões no Pará. ―Toda a fase de habilitação dos interessados pela Antaq, antes do leilão, tem o objetivo de fazer um afunilamento que garanta que apenas agentes qualificados possam permanecer na disputa pelos terminais‖, explicou Barbalho. Fonte: Tribuna online/DA ESTADÃO CONTEÚDO VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 29/10/2015 - RECEITA DOS FABRICANTES DE MÁQUINAS CAI 17% EM SETEMBRO, APONTA ABIMAQ SÃO PAULO - A receita líquida da indústria brasileira de máquinas e equipamentos somou R$ 6,7 bilhões em setembro, queda de 16,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a agosto deste ano, houve aumento de 2,1% no faturamento das companhias de bens de capital mecânicos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que representa o setor. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o faturamento líquido da indústria nacional soma R$ 64,91 bilhões, 9% abaixo do mesmo período do ano passado. A entidade aponta que a queda observada nos últimos meses no mercado interno, combinada com exportações menores, levam a uma previsão de que 2015 feche com a terceira retração consecutiva na receita líquida do setor. Exportações Segundo a associação, as exportações do setor caíram 7,5% em setembro, na comparação anual, somando US$ 680,7 milhões. Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 1,3 bilhão, queda de 34,6% em um ano. Com isso, o setor teve déficit comercial de US$ 617,4 milhões em setembro e acumula déficit de US$ 9 bilhões no ano, o que representa uma redução de 21,2% na comparação com os nove primeiros meses de 2014. Capacidade instalada A Abimaq mostra ainda que o setor de máquinas e equipamentos utilizou 66,2% de sua capacidade instalada em setembro, 13,2% abaixo do verificado em setembro do ano passado e 1,7% inferior do visto em agosto. Em média, o indicador está em 67,6% em 2015, abaixo dos 75,4% de 2014. No fim de setembro, o setor tinha 322,1 mil pessoas empregadas, uma redução de 10,4% em relação a setembro do ano passado e de 0,8% ante agosto. (Fonte: Valor Econômico/Victória Mantoan) VOLTAR Fonte: relacoesdotrabalho.com.br 29/10/2015 - Na Agência CNI de Notícias: "CNI propõe calendário para votação de projeto que regulamenta a terceirização" O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, se reuniu nesta quarta-feira (28) com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros "Somos absolutamente contra a volta da CPMF, assim como somos contra o aumento de qualquer imposto" - Robson Braga de Andrade (à esq) O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e representantes de entidades empresariais de outros setores da economia se reuniram nesta quarta-feira (28) com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, para propor a criação de um calendário de votação do projeto que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho. O projeto, aprovado pela Câmara dos Deputados em abril, está parado no Senado. No encontro, Renan Calheiros afirmou ao presidente da CNI que irá discutir o tema com o senador Blairo Maggi (PR-MT), responsável pela agenda de desenvolvimento do Senado, onde tramita a proposta, e retornar para os representantes das entidades. Também foi tema da reunião a situação econômica do país. "A economia está sufocando as empresas com grande volume de demissões, e deve ampliar, porque não tem atividade econômica que possa dar sustentação para as empresas", ressaltou Andrade. "Somos absolutamente contra a volta da CPMF, assim como somos contra o aumento de qualquer imposto", completou o representante da indústria. Por Mariana Flores Foto: Jane de Araújo Da Agência CNI de Notícias VOLTAR Fonte: relacoesdotrabalho.com.br 29/10/2015 - Na Gazeta Online: "Empresas cortam hora extra e gratificações" Autor: Luísa Torre | [email protected] Em dificuldades, companhias podem não reajustar salários Diante da crise econômica, que parece estar longe do fim, empresas do Estado começam a adotar medidas radicais para equilibrar os gastos. Proibição de horas extras, férias coletivas e corte dos bônus de fim de ano são algumas delas. Alguns patrões propuseram, em convenção coletiva, cortar plano odontológico e parte do tíquete-alimentação, o que não foi aceito pelos trabalhadores. Com um ano de 2014 ruim e 2015 ainda pior, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, diz que somente segmentos específicos estão fazendo hora extra. ―Às vezes, em uma empresa com 20, 30 setores, apenas um faz hora extra‖. No comércio, isso tem afetado o horário de funcionamento das lojas. ―Quem fechava às 20h, agora fecha às 19h para não fazer hora extra‖, diz João Elvécio Faé, vicepresidente da Fecomércio. Na convenção coletiva, a primeira proposta da Federação foi retirar o plano odontológico dos comerciários. ―Numa nova proposta, decidimos manter‖. Neste ano de crise, setores da indústria e do comércio estão revendo benefícios dados a empregados - Crédito: Divulgação Na indústria, já há categorias fechando com reajuste zero, segundo Marcos Guerra. ―Tenho informações de acordos coletivos fechando com reajuste zero no Brasil. É um fato que está próximo de acontecer em alguns setores do Estado. Há muitas indústrias que já nos anunciaram que vão cortar gratificação de fim de ano‖. A proposta do reajuste zero foi colocada em pauta na Samarco, afirmou o diretor do Sindimetal-ES, Max Célio de Carvalho. ―A princípio, a proposta era reduzir em 30% o valor do cartão-alimentação, não aceitamos. A última proposta foi de manter o tíquete-alimentação, porém dando reajuste zero no salário e abono de pouco mais de R$ 4,7 mil. Também foi reprovada‖. Benefícios A empresa informa que não está previsto corte de valor no tíquete-alimentação, mas que dará férias coletivas aos empregados do setor administrativo entre os dias 21 e 30 de dezembro por causa da crise. Conselheiro-geral da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lucas Izoton, diz que as participações nos lucros minguaram. ―As participações em resultados que as empresas concediam praticamente não existem mais‖, destaca. As comemorações de fim de ano também estão suspensas, diz Izoton. ―As semanas de treinamento e eventos culturais também foram suspensos. Capacitações, só em cima de necessidades inadiáveis‖. Os cortes passam pelos planos de saúde. De acordo com José Carlos Abrahão, diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde), o movimento das empresas tem sido a troca de planos de saúde mais caros por mais baratos e da introdução da coparticipação do funcionário. ―O plano de saúde tem hoje impacto muito forte na folha de pagamento. Em momentos de dificuldade, os empresários passam a avaliar todas as rubricas‖, diz Abrahão. Medidas da crise Em prática Hora extra Diversas empresas da indústria, comércio e serviços estão evitando ou até proibindo a hora extra por causa do impacto na folha de pagamento. Algumas optaram por banco de horas. Telefone corporativo Há empresas cortando celular corporativo para economizar na parte de comunicação. Outra forma de cortar custos é economizar os gastos de energia com ações no dia a dia. Fim de ano Os bônus de fim de ano têm sido suspensos em muitas empresas, que também já informaram que vão cortar as festas de fim de ano devido às dificuldades financeiras. Participação nos lucros Por conta de não bater metas, algumas empresas não vão pagar participação nos lucros e resultados aos funcionários. Treinamentos Muitas indústrias optaram por reduzir treinamentos para manter equipes. Férias coletivas A Samarco decidiu dar férias coletivas aos empregados do administrativo entre os dias 21 e 30 de dezembro. Propostas das empresas Reajuste zero Na indústria, em outros Estados e no Espírito Santo, já há a proposta de reajuste zero no salário. No lugar do reajuste, os trabalhadores receberiam um abono. Corte no tíquete De acordo com o Sindimetal, a Samarco propôs reduzir em 30% o valor do cartão alimentação, mas recuou. Plano odontológico A Fecomércio propôs cortar o plano odontológico dos comerciários, mas voltou atrás após a proposta não ser aceita. Indústria já demitiu 6,5 mil neste ano O saldo de 2015 na da indústria tem sido muito ruim também no Espírito Santo com uma expansão do desemprego no setor. ―Este ano já tivemos em torno de 25 mil demissões no Estado. Só a indústria contribui para o fechamento de 6.500 postos de trabalho. Esse número vai aumentar mais até o final do ano‖, afirma Marcos Guerra, presidente da Findes. Segundo ele, a flexibilização das regras trabalhistas seria uma forma de amenizar o impacto da crise. ―Infelizmente é um processo que geralmente a indústria não consegue avançar com seus sindicatos. Banco de horas é um assunto que você tem que ter em convenção coletiva, e na hora da convenção não se fecha esse acordo‖. Apesar da situação difícil, Manoel Pimenta, presidente do Sindifer, afirma que direitos adquiridos não serão mexidos. ―Ninguém está falando em reduzir benefícios‖. VOLTAR Fonte: Estadão 29/10/2015 - Governo já admite que não vai atingir meta do Minha Casa Minha Vida para 2018 MURILO RODRIGUES ALVES, ISADORA PERON E TÂNIA MONTEIRO - O ESTADO União passou a reconhecer que não vai conseguir construir as 3 milhões de casas previstas até o fim do mandato de Dilma Rousseff BRASÍLIA - Enquanto a presidente Dilma Rousseff roda o País para inaugurar novas unidades do Minha Casa Minha Vida (MCMV), o governo tem enfrentado dificuldades para tirar a terceira fase do programa do papel e já começa a admitir que não vai conseguir atingir a meta de construir 3 milhões de moradias até 2018. Dilma inaugura nesta quinta-feira, 29, 2.691 moradias do Minha Casa em cerimônia simultânea em Brasília (DF), Bragança Paulista (SP), Sorocaba (SP), Hortolôndia (SP), Nova Odessa (SP) e Canoas (RS). A presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin Em julho do ano passado, na véspera do início da campanha eleitoral, Dilma esteve na mesma comunidade do Paranoá, em Brasília, para entregar moradias do programa de habitação popular. De cima do palanque, falou do sonho que era para todo brasileiro conseguir conquistar a casa própria e se comprometeu, pela primeir a vez, a contratar 3 milhões de residências no segundo mandato, caso fosse reeleita. De lá pra cá, o início efetivo da nova fase do programa foi adiado sucessivas vezes. Em setembro, o governo desistiu mais uma vez de fazer um lançamento oficial. Em uma reunião com empresários e movimentos sociais, a presidente condicionou o anúncio de metas de contratação de novas moradias "à clareza do cenário fiscal". Dias depois, o governo anunciou uma série de cortes para tentar reduzir o déficit do Orçamento de 2016. O Minha Casa Minha Vida perdeu R$ 4,8 bilhões do orçamento. Esses recursos serão compensados com o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que já autorizou os investimentos no próximo ano. Nesta semana, na última reunião do conselho curador do FGTS, o secretário executivo do Ministério das Cidades, Elton Santa Fé Zacarias, afirmou que o cumprimento da meta dependerá de uma inversão na tendência de frustração de recursos. A sobrevida do Minha Casa se deve ao papel cada vez mais preponderante do FGTS como o grande financiador do programa. Em 2016, o fundo destinará mais de R$ 60 bilhões ao programa para a construção de moradias destinada às famílias mais pobres (faixa 1) e ao financiamento das outras modalidades com desconto e juros subsidiados. Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que a meta de 3 milhões de contratações de unidades habitacionais continua, mesmo dependendo de questões orçamentárias. "O que pode variar é com relação ao prazo, mas o governo federal trabalha para ser até 2018", completou. A própria presidente, porém, sabe que será difícil cumprir a promessa. No auge do programa, em 2013, o recorde de contratações foi 940,5 mil. Em 2015, as contratações ainda estão no patamar de 270 mil. Seria preciso contratar mais de um milhão de moradias por ano nos próximos três anos. Dilma sabe que essa tarefa é quase impossível e já disse isso várias vezes. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, além das restrições orçamentárias, a economia brasileira em recessão também dificultará bater a meta até 2018 porque atrapalha as contratações nas faixas 2 e 3. "As famílias não vão querer pegar um empréstimo de longo prazo sendo que podem perder o emprego", afirmou. "Mesmo nos áureos tempos, seria difícil bater em três anos a meta de 3 milhões", completou. O programa tem sido a principal vitrine de Dilma neste segundo mandato. A cerimônia no Paranoá (DF), com transmissão para outras cidades, será a 18ª do gênero no ano. A presidente tem usado essas agendas para tentar fugir da pauta negativa e demonstrar que, apesar da crise, o governo continua trabalhando por quem mais precisa. A meta é de contratação de moradias e não de entregas. Desde 2009, o programa já contratou mais de 4 milhões de moradias, das quais 2,34 milhões foram entregues. VOLTAR Fonte: O Globo 29/10/2015 - PT rejeita troca da equipe econômica e cassação de Cunha Resolução do partido diz que Lula é alvo de ‘sabotagem política’ POR FERNANDA KRAKOVICS E SIMONE IGLESIAS PT faz reunião do diretório nacional em Brasília - Jorge William/ Agência O Globo BRASÍLIA - A proposta de resolução aprovada nesta quinta-feira pelo diretório nacional do PT não fala sobre a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara e sobre a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, mas apenas de mudanças na política econômica do governo, como aumento da tributação dos extratos da sociedade "mais abastados" e a redução "paulatina da taxa de juros". O documento da Construindo um Novo Brasil, ala majoritária petista, também faz a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que ele é alvo de ―sabotagem política‖ e de ―armações‖ por parte de núcleos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário. A resoulução defende mudanças na política econômica, como a expansão do mercado interno, ampliação dos investimentos estatais, defesa do emprego e ―majoração contínua‖ da renda dos trabalhadores. O PMDB divulgou hoje também a primeira versão de seu programa, intitulado ―Uma ponte para o futuro‖, no qual sugere várias propostas antagônicas em relação ao PT. ―A recuperação fiscal do Estado deve ser encaminhada com medidas que aumentem a tributação sobre a renda, a riqueza e a propriedade dos extratos mais abastados, ao mesmo tempo em que o governo reduza seus gastos financeiros, através do rebaixamento paulatino da taxa de juros‖, diz a resolução do PT. Proposta apresentada pela segunda maior corrente interna do PT, a Mensagem, pediu a saída de Levy, assim como a substituição de toda a equipe econômica. O grupo defendeu também o fechamento de questão na bancada de deputados em apoio à representação contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Essa proposta - apoiada por mais quatro tendências à esquerda do partido (Articulação de Esquerda, Avante Socialismo 21, Esquerda Popular Socialista e Militância Socialista), porém, não foi aprovada na reunião do Diretório Nacional do PT. O documento aprovado ataca supostos abusos cometidos nas investigações. ―Vazamentos seletivos, prisões abusivas, investigações plenas de atropelos e denúncias baseadas em delações arrancadas a fórceps e sem provas comprobatórias revelam a apropriação de destacamentos repressivos e judiciais por grupos subordinados ao antipetismo, que atuam com o intuito de difamar o principal partido da classe trabalhadora, seus dirigentes e o maior líder popular da História brasileira‖. ―O PT considera essas situações como abomináveis e destinadas à sabotagem política‖, afirma o texto de cinco páginas, que ainda poderá sofrer alterações. A proposta conclama a militância a defender o legado de Lula. ―O Diretório Nacional igualmente conclama toda a militância petista e todos os democratas a defenderem o legado e o papel histórico do ex-presidente Lula, transformado em alvo prioritário de armações que se multiplicam em núcleos da Policia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário vinculados a operações supostamente anticorrupção.‖ Em outro trecho, o documento afirma que a situação congressual do governo agravou-se pela preponderância, na bancada do PMDB da Câmara dos Deputados, ―de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha‖. Ontem, o presidente de PT, Rui Falcão, afirmou que o Ministério Público e a Polícia Federal foram atrás de um ―peixinho‖, no caso Luis Claudio Lula da Silva, filho do expresidente, e deixaram de lado ―um monte de tubarão‖, referindo-se a grandes empresas investigadas pela Operação Zelotes, suspeitas de corromper integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf ), subordinado ao Ministério da Fazenda. VOLTAR Fonte: O Globo 29/10/2015 - Usiminas vai suspender produção de aço em Cubatão e pode demitir 8 mil Companhia divulgou um prejuízo de R$ 1,04 bilhão no terceiro trimestre POR ANA PAULA MACHADO SÃO PAULO — A Usiminas informou hoje que vai suspender temporariamente a produção de placas de aço em sua usina de Cubatão, em São Paulo. Segundo o comunicado da companhia, o processo de desativação será gradual e envolverá as áreas de sinterizações, coquerias, altos fornos (um dos quais já tinha suas atividades paralisadas desde maio de 2015) e aciaria. — Como medida de adequação à condição de mercado que tem se alterado constantemente, paralisamos as operações de dois altos-fornos, um em cada usina, e do laminador de chapas grossas, em Cubatão. E agora estamos dando um passo maior para adequação: num prazo estimado entre três e quatro meses, vamos desativar temporariamente todas as áreas primárias de Cubatão; estamos falando das sinterizações, coquerias, o alto-forno restante e a aciaria. Desta forma, as operações da Usina de Cubatão se concentrarão nas áreas de laminação a quente e a frio e no terminal portuário —, disse o presidente da Usiminas, Rômel de Souza durante a conferência de divulgação de resultados da companhia. — Assim, vamos colocar a Usiminas em um novo patamar de escala e produtividade. Estamos fortalecendo a capacidade competitiva da Usiminas com responsabilidade, coragem e ação. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá, essa paralisação temporária da produção de placas pode acarretar na demissão de 8 mil pessoas. — Eles ainda não oficializaram quando devem começar a paralisação da produção de placas, mas a companhia já vinha sinalizando que poderia fazer isso nas últimas reuniões. Mas, isso pode representar a demissão de 8 mil funcionários entre terceirizados e próprios. O desemprego na região, porém, pode ser maior, em torno de 25 mil pessoas. A Usiminas tem muitos contratos com mais de 100 empresas —, disse Sá, acrescentando que ao todo a empresa emprega 10 mil funcionários na unidade, sendo 5,5 mil indiretos. A informação da suspensão da produção aconteceu no mesmo dia em que a companhia divulgou um prejuízo de R$ 1,04 bilhão no terceiro trimestre deste ano. Segundo a Usiminas, no segundo trimestre as perdas chegaram a R$ 780,8 milhões. A receita líquida foi de R$2,4 bilhões, 9,4% inferior à do segundo trimestre, que foi de R$2,7 bilhões. A queda no faturamento aconteceu, de acordo com a empresa, devido ao declínio de 11,6% no volume de vendas de aço no mercado interno e ao recuo de 35,8% no volume de vendas de minério de ferro. - O comunicado saiu um dia após a sentença de dissídio coletivo que obrigou a empresa a conceder o INPC de 8,34%, mais um abono de R$ 1,6 mil e a recontratação de cerca de 150 funcionários. Além disso, os cerca de 4,5 mil funcionários da Usiminas conquistaram a estabilidade de emprego até o dia 23 de dezembro. Os cortes, com a suspensão da produção de aço, devem atingir os terceirizados no primeiro momento —, disse Sá. Esse ano, segundo o sindicalista, a usina deve produzir cerca de 2 milhões de toneladas de aço. A capacidade instalada na unidade é de cerca de 4,5 milhões de toneladas. Sá acrescentou que somente neste ano, com desligamento de um alto forno, mais de 4 mil pessoas deixaram de trabalhar na usina de Cubatão. — Muitos desses empregados de empresas que prestavam serviço para a usina. Em maio, a Usiminas encerrou 20% desses contratos —, disse Sá. VOLTAR Fonte: Estadão 29/10/2015 - Mudança climática pode reduzir capacidade hidrelétrica em até 20% GIOVANA GIRARDI - O ESTADO DE S. PAULO Esse é um das projeções do estudo Brasil 2040, que analisa impactos que o Brasil pode sofrer com as mudanças climáticas; agricultura também pode ser afetada Temperaturas mais elevadas, mudança no regime de chuvas e aumento de eventos climáticos extremos são apenas uma parte da história das mudanças climáticas. A forma como essas mudanças vão impactar agricultura, geração de energia, infraestrutura, oferta d‘água e saúde é o outrolado que acaba de ganhar detalhes para o Brasil. Considerado o mais importante estudo sobre como diversos setores vão reagir diante do clima modificado, o projeto Brasil 2040 - Alternativas de Adaptação às Mudanças Climáticas foi publicado ontem no site da extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência. Um dos principais resultados é sobre como a oferta de água será afetada. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil deverão sofrer redução. A Sul pode ter um leve aumento na média, mas com uma distribuição muito irregular. Para o Sudeste, há incertezas. Isso pode ter impactos diretos na agricultura e na energia. Usina hidrelétrica Belo Monte, no pior cenário de mudanças climáticas, pode ser afetada por falta de chuvas e deixar de compensar financeiramente Diversos grupos de pesquisa do Brasil trabalharam com dados de dois modelos climáticos, que, por sua vez, levaram em conta dois cenários do IPCC (o painel da ONU de cientistas do clima). Um, mais pessimista, que considera que o mundo não vai agir para combater as mudanças climáticas, e um intermediário, que imagina que haverá algumas ações, mas não o suficiente, e o mundo ainda vai aquecer pelo menos 3°C. Este segundo cenário é condizente com as propostas de redução das emissões apresentadas como contribuição para a Conferência do Clima de Paris. No pior cenário, até 2040 a capacidade das hidrelétricas pode ficar de 8% a 20% menor. Já no melhor cenário, a capacidade diminui entre 4% e 15%. Ou seja, mesmo se o mundo fizer tudo o que está prometendo para combater o aquecimento global, ainda podemos ter impacto na produção de energia. Usinas na Amazônia como a de Belo Monte ou o novo projeto pensado para o rio Tapajós seriam inviabilizados. Hoje o Brasil ainda é altamente dependente da água para a geração de energia elétrica. Cerca de 80% vêm de hidrelétricas. ―O que por um lado torna a matriz energética brasileira mais limpa que a média mundial, por outro a torna vulnerável se o clima mudar‖, afirma Roberto Schaeffer, da UFRJ, coordenador do capítulo de energia. O gargalo, principalmente nas hidrelétricas localizadas na Amazônia, é que elas não têm reservatórios. Com isso, não têm estoque de água na seca. ―Essa vulnerabilidade que a mudança climática traz talvez nos faça repensar se não é melhor voltar a ter hidrelétricas com reservatório‖, complementa. O Brasil pode ficar mais dependente de térmicas. O estudo até prevê um aumento das energias eólica (no Nordeste) e solar (Sul e Sudeste), mas como elas são intermitentes, há necessidade de ter uma energia de base e, se a hidrelétrica falhar, as térmicas serão a saída. ―Mas pode ser a etanol, a bagaço de cana, a biomassa, não a carvão‖, sugere Schaeffer. ―O ideal é ter diversidade. E planejar a expansão do setor incorporando a variável das mudanças climáticas. Não podemos mais só olhar para as séries hidrológicas do passado para prever o futuro, porque ele será bem diferente.‖ Soja em risco. A mudança no regime hídrico pode trazer impactos também às principais commodities agrícolas do Brasil. A redução de área potencial para lavouras pode ser de até 39,3%, no pior cenário. A soja seria a cultura mais afetada, tendo uma perda de até 67% da área plantada na região Sul até 2040. Produtor rural mostra área afetada pela estiagem em sua plantação de soja, em Santa Maria (RS), em crise de 2012. Falta de chuva no período de plantio pode levar a uma perda de área para o plantio do grão no Estado De acordo com Leila Harfuch, do Agroicone, no entanto, áreas do Centro-Oeste e do Norte podem compensar parte dessa perda. Na comparação com um futuro sem mudança do clima, a perda total de área de soja no País seria de 5%. ―Existe uma dinâmica econômica que torna o impacto nacional menos dramática, vai haver uma realocação da produção no caso dos grãos. Mas os impactos locais serão muito relevante, em especial para a região Sul. Vai ter perda de valor de produção, de emprego e renda, mas em termos produtivos, outras regiões podem compensar‖, explica Leila. Segundo ela, algo parecido pode acontecer com as plantações de cana-de-açúcar na região Sudeste. A estimativa, no pior cenário, é de redução de 10% na área plantada na região na comparação com o tamanho que a produção teria se não houvesse mudanças climáticas. Parte seria compensada no Sul e parte no CentroOeste. Segundo o estudo, quem mais deve perder área é a pastagem. Não necessariamente porque o clima prejudique muito o pasto, mas porque tanto áreas degradadas quanto outras que tenham aptidão para a agricultura poderão ser ocupadas com grãos. Está esperada uma queda de 6,5% da área ocupada pela pecuária, mas o estudo espera que haja uma intensificação da produção, de modo que ela deve se manter estável. Repercussão. O Observatório do Clima, coalizão brasileira com mais de 30 organizações da sociedade civil em torno das mudanças climáticas, afirmou que o estudo tem de servir como alerta para que o Brasil deixe a tratar o problema como um tema marginal. ―O estudo traça um panorama preocupante dos impactos das mudanças climáticas sobre a economia nacional já nos próximos 25 anos. Mostra que a maneira como o Brasil investe em agropecuária e em infraestrutura precisa ser radicalmente revista. Grandes hidrelétricas na Amazônia, como Belo Monte e São Luís do Tapajós, poderão ter reduções importantes de vazão, e a sociedade pode acabar enterrando bilhões de reais em obras que não se pagam‖, afirmou Carlos Rittl, secretárioexecutivo da organização. Para ele, o estudo ―aponta a necessidade de o Brasil lutar por um acordo do clima ambicioso nas próximas semanas na conferência de Paris, e de aumentar também a ambição da própria proposta.‖ VOLTAR Fonte: Estadão 29/10/2015 - Trabalhadores da Petrobrás começam greve em seis Estados REUTERS E AGÊNCIA ESTADO Empregados reclamam da lentidão nas negociações com a empresa sobre salários e sobre o plano de venda de ativos Há paralisações em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas SÃO PAULO - Trabalhadores da Petrobrás em seis Estados iniciaram greve nesta quinta-feira reclamando de lentidão nas negociações com a empresa sobre salários e sobre o plano de venda de ativos, informou a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), composta por cinco sindicatos. Em nota oficial, a empresa informa que "não há qualquer prejuízo à produção ou ao abastecimento do mercado". A paralisação foi iniciada à meia-noite de hoje, em resposta à reunião realizada com a empresa ontem. Há paralisações em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas, disse a entidade. Segundo a FNP, há forte mobilização em terminais portuários da Petrobrás na região de Santos e Cubatão (SP). Também haveria adesão de trabalhadores em plataformas nos campos de Mexilhão e Merluza, na Bacia de Santos. A adesão na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, seria de 100% entre os funcionários do turno atual, que não entraram para trabalhar, disse o secretário-geral da FNP, Adaedson Bezerra Costa. Segundo ele, os trabalhadores que começaram o turno na quarta-feira às 15h ainda estão na unidade, mantendo-a em funcionamento. "A gente está impetrando um habeas corpus para tirar o pessoal de lá", disse ele à Reuters. Em nota divulgada na noite de quarta-feira, a estatal disse que encaminhou às entidades sindicais uma nova proposta para as cláusulas econômicas do acordo coletivo e que vai realizar reunião com os trabalhadores na tarde desta quinta-feira. "A apresentação de uma nova proposta econômica, além do atendimento ao pleito de incluir representantes de empresas do Sistema Petrobrás na mesa negociação, demonstra a disposição da companhia em dialogar abertamente com as entidades sindicais", diz o comunicado da empresa. VOLTAR