Pré – Modernismo (1902) O Pré – Modernismo não é Um movimento literário. É Apenas o nome dado aos primeiros anos do Séc. XX Contexto Histórico: O progresso e a ciencia prometem, no ínico do século, um destino feliz para a humanidade. Os povos saúdam as novas invenções: o automóvel, o cinema, o avião. Essa fé no progresso gera um otimismo que caracteriza a “belle époque”. O entusiasmo logo seria abalado pela eclosão da Primeira Guerra Mundial. No Brasil, é o momento da chamada política do cafécom-leite. O centro econômico e cultural desloca-se para o sudeste do país. SP urbaniza-se rapidamente e o RJ passa por um processo de saneamento e beleza. Vários focos de agitação abalam o país: Guerra dos Canudos, a Revolta da Chibata, além do fenômeno do cangaço, no nordeste. REVOLTAS E REBELIÕES RESGATADAS PELA LITERATURA: Revolta da Armada – 1893, RJ, em Triste Fim de Policarpo Quaresma. Revolta de Canudos – 1897, Bahia, em Os Sertões. Obra inicial do Pré-Modernismo Os Sertões, de Euclides da Cunha; Canaã, de Graça Aranha. AUTORES DO PRÉ-MODERNISMO Euclides da Cunha (1866-1909): OBRAS: Contrastes e Confrontos; Peru X Bolívia; Os Sertões. Os Sertões: Fruto das reportagens escritas para O Estado de SP no término da campanha de canudos, Os Sertões publicaram-se pela primeira vez em 1902. divide-se em três partes: A TERRA (calcada na erudição científica em voga no tempo, consta de um apanhado geral da zona das secas e suas causas possíveis); O HOMEM (com base na idéia do condicionamento do meio e da herança, estuda-se a gênese do jagunço e, principalmente, de Antônio Conselheiro); A LUTA (narram-se os sucessivos combates que levaram ao extermínio dos jagunços pelas tropas federais). Trecho de:“Os Sertões” “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.” Cadáver de Antônio Conselheiro Encontrado sob as ruínas da Igreja Nova. Lima Barreto (1881-1922): procurou registrar de forma crítica os abusos que a classe dominadora exercia, em sua época, sobre os mais desafortunados. OBRAS: Clara dos Anjos; Recordação do Escrivão Isaías Caminha; Triste Fim de Policarpo Quaresma. Triste Fim de Policarpo Quaresma: Encontramos a história de Policarpo Quaresma, um brasileiro nato que incorpora ideais de patriotismo exageradamente: escreve um ofício em tupi-guarani e idealiza esta língua como oficial, escuta e aprende só música brasileira, alimenta-se com a culinária nacional, e mantém, em sua biblioteca, apenas títulos e autores nacionais. Estes comportamentos o levam ao hospício. Saindo do hospício, resolve morar num sítio fora do RJ. Com o inicio da Revolta da Armada, Major Quaresma, sub-secretário do Arsenal de Guerra da Marinha, alista-se em defesa do governo. Mas ao saber que os revoltosos foram maltratados e, alguns fuzilados, escreve indignada carta a Floriano Peixoto criticando sua atitude. É preso a mando do próprio governante, aguardando a hora de ser fuzilado. MONTEIRO LOBATO (1882-1948) Monteiro Lobato se destacou-se na construção do conto tradicional, com três livros para adultos: “Urupês”; “Cidades Mortas” e “Negrinha”. Urupês e Cidades Mortas são os dois livros de contos que se destacam. Em Urupês, Lobato cria a figura de Jeca Tatu, símbolo de caboclo brasileiro; em Cidades Mortas, o autor retrata a decadência das cidades paulistas do vale do Paraíba, do declínio da economia cafeeira. Literatura infantil todas as narrativas centram-se num único espaço – o Sítio do Pica-pau-amarelo, espécie de metáfora do Brasil. É nesse universo que Lobato cria enredos em que predomina a fantasia. Monteiro Lobato foi o primeiro autor a encarar com serenidade a literatura destinada às crianças, publicando uma série de livros focalizando o universo infantil. Entre eles, Reinações de Narizinho; O Saci; O Marquês de Rabicó. Augusto dos Anjos ( 1884-1914): poeta que causou impacto pela temática inusitada e pelo cientificismo da linguagem associados, diversas vezes, a expressões coloquiais. OBRAS: “Eu” – livro de poemas, destacou-se na literatura, anos depois de sua publicação, pela temática apresentada. Augusto dos Anjos explorou a podridão da vida, o pessimismo, a decomposição, a morte, o sofrimento e os pavores da noite. Em seus versos encontram-se os doentes, os marginais e o “eu” que filosofa. Psicologia de um Vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme – este operário das ruínas – Que o sangue podre das carnificinas Come e à vida em geral de clara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! Augusto dos Anjos. Simões Lopes Neto (1865-1916): a tematica gauchesca predomina em sua obra que privilegia o relato curto: o conto, o caso, a lenda. Sua fonte de inspiração é o folclore, imprimindo riqueza poética à linguagem do cancioneiro popular e densidade humana aos tipos regionais. OBRAS: Contos Gauchescos; Lendas do Sul; Casos Romualdo; Terra Gaúcha. Contos Gauchescos é sua obra mais significativa. Composta por dezenove histórias e por uma apresentação de Blau Nunes, o vaqueano, “genuíno tipo – crioulo rio-grandense, com oitenta e oito anos, todos os dentes, vista aguda e ouvido fino”, Simões preocupa-se em registrar de maneira verossímil alguns momentos históricos e suas personalidades políticas na formação ideológica do Estado do Rio Grande do Sul, dentro daquilo que se convencionou chamar de regionalismo riograndense. Graça Aranha (1868-1931): OBRAS: “Canaã”, considerado romance de tese, essa obra recupera a história de dois imigrantes alemães que chegam ao Brasil. MODERNISMO (1922) Contexto Histórico: As duas primeiras décadas do século XX são marcadas por grandes transformações. A crise do capitalismo; Nascimento da democracia de massas; Revolução socialista; Revolução científica e crença no progresso (telégrafo, automóvel...) Esse início de século recebeu o nome de BELLE ÉPOQUE, mas a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) gerou descontentamento, descrença e questionamento sobre os valores da época. Onze anos depois, o mundo enfrentará a crise de 1929, da qual resultará a Segunda Guerra Mundial. A guerra fez surgir a incerteza no espírito humano e, nesses “anos loucos” em que se busca viver freneticamente o presente, surgem manifestações artísticas de ruptura com o passado, pregando idéias radicalmente novas. Vanguardas Artísticas: Vanguarda é o nome que se dá a uma tendência ou ao conjunto de tendências, que, num determinado momento histórico, se opõe às tendências vigentes, principalmente no campo das artes. Cinco vanguardas surgidas na Europa foram de extrema importância para o Modernismo brasileiro: Futurismo; Cubismo; Dadaísmo; Surrealismo e Expressionismo. FUTURISMO: Pregava a destruição da sintaxe, o uso do verbo no infinitivo, a abolição do adjetivo e do advérbio e a anulação da pontuação. Manifesto do Futurismo. 1- Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. 2- Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta. 3- Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco. 4- Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida (...) é mais belo que a Vitória de Semotrácia. 5- Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter agressivo. A poesia deve ser um assalto violento contra as forças desconhecidas, para intimá-las a deitar-se diante do homem. 6- Para que olhar para trás, no momento em que é preciso arrombar as misteriosas portas do impossível? Cubismo: Surgiu na pintura e propõem o fracionamento da realidade e remontagem por planos geométricos. Na Literatura utiliza: verso livre, humor, abolição da sintaxe, invenção de palavras, lggen caótica e disposição gráfica do poema. Dadaísmo: Surgiu em 1916, criado por Tristan Tzana. Propunha o aniquilamento da linguagem literária e a criação do poema dadaísta. Expressionismo: Surgiu na Alemanha em 1910; Registrava a expressão do mundo; Influenciou a Literatura, pois seus poemas refletiam as sensações. Surrealismo: É cronologicamente o último movimento das vanguardas européias. Sua base de significações é o sonho, a fantasia, a imaginação e a loucura. Os escritores usavam uma tecnica denominada “automatismo psíquico.” O Modernismo no Brasil O ano de 1922 é o marco do modernismo brasileiro, e o panorama do País pode ser assim delineado: 1911- Greves operárias; 1912- Guerra do Contestado em SC; 1913- Revolução em Juazeiro do Norte; 1914- Eleito Venceslau Brás, retorna a política cafécom-leite. 1916- Greves operárias em todo o país contra carestia. 1922- Fundação do partido Comunista Brasileiro. A Semana da Arte Moderna: Por sugestão de Di Cavalcanti e contando com a adesão de pessoal de destaque da alta sociedade paulistana, realizou-se nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, o evento que marcou o início do Modernismo no Brasil: a Semana da Arte Moderna. Entre os nomes que participaram do evento, destacam-se: Na música: Heitor Villa Lobos; Na pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Rego Monteiro; Na literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Graça Aranha. 13/02 – Graça Aranha inaugurou os trabalhos com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”. 15/02 – Menotti del Picchia falou sobre arte e estética citando poemas de Oswald, Mário de Andrade e Plínio Salgado. 15/02 – Ronald de Carvalho declama o poema satírico “Os Sapos” e Manuel Bandeira, parodiando “Profissão de Fé” de Olavo Bilac. 17/02 – Villa Lobos apresentou-se de casaca e chinelos provocando incômodo na platéia. Um dos objetivos declarados da Semana era “assustar a burguesia que cochila na glória de seus lucros”. Sem dúvida, esse objetivo foi alcançado: a platéia reagiu à Semana com assovios, vaias e agressões. Pode-se dizer, porém, que, apesar das críticas e obstáculos, o evento conseguiu seu objetivo maior: a divulgação da idéia de renovação da arte brasileira, o desejo de atualizar nossa arte, de colocá-la em dia com o que se estava fazendo na Europa. A Semana da Arte Moderna foi, assim, uma tomada e posição coletiva da nova geração contra o culto do passado, os preconceitos artísticos e a submissão a normas impostas pela tradição. Mário de Andrade lança “Paulicéia Desvairada” – síntese do projeto modernista com poemas urbanos, anti-românticos, sintéticos e fragmentários. Divulgação das idéias da Semana: Através de manifestos, revistas e grupos formados por todo o país, divulgaram-se as idéias da Semana: Revista KLAXON (1922) – publicava crônicas, poemas, gravura e anúncios. A REVISTA (1925) Revista TERRA ROXA E OUTRAS TERRAS (1926). Revista FESTA (1927) – tentou imprimir um caráter espiritualista ao modernismo. Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) – Foi porta-voz do grupo de Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Alcântara Machado. Apresenta uma visão primitivista, buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do mundo e do Brasil. Exalta o progresso, o presente e combate a linguagem retórica e vazia. Movimento Verde-Amarelo (1925) – Surgiu como oposição ao primitivismo do Pau-Brasil, por considerálo “afrancesado”. Exaltando o nacionalismo, teve como líderes Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado e Guilherme de Almeida. O nacionalismo ufanista do grupo, que elegeu a anta como símbolo nacional, rejeitava toda e qualquer influência européia. Em 1926, o movimento converteu-se no chamado GRUPO DA ANTA, que seguiu uma linha de orientação política nitidamente de direita, da qual sairia, na década de 30, o Integralismo, de Plínio Salgado. Manifesto Antropófago (1928) – Desdobramento do primitivismo Pau-Brasil e uma reação ao nacionalismo Verde-Amarelo, foi lançado por Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Alcântara Machado, entre outros. Propunha “devoração da cultura e das técnicas importadas e sua reelaboração com autonomia transformando o produto importável em exportável”. Fases do Modernismo: Costuma-se dividir o modernismo em duas fases: 1922-1930 – Período de “destruição”. Preocupados em difundir novas idéias, em conquistar espaço no cenário nacional, os modernistas enfrentam a crítica agressiva da literatura tradicionalista. 1930-1945 – Período de “construção”. Ocorre a consolidação modernista, através de obras de talento e de visão de mundo amadurecida. 1ª FASE: A poesia foi a forma de expressão predominantemente nesta fase, caracterizando-se pela: Utilização do verso livre; Livre associação de idéias; Atitude combativa; Valorização do cotidiano; Humor; Aproximação com a linguagem da prosa; Linguagem coloquial; Metalinguagem; Incorporação do presente. A prosa com menos inovações, caracterizou-se por: Emprego de períodos curtos; Utilização da fala coloquial; Aproximação com a linguagem da poesia. Autores Oswald de Andrade (1890-1954): produziu uma obra poética original, renovando a linguagem literária nacional. Utilizou-se do humor, da paródia, dos versos curtos, da linguagem coloquial, explorando ao máximo a pesquisa estética, buscando novas formas de expressão. OBRAS: Pau-Brasil (poesias); Memórias Sentimentais de João Miramar (prosa); Serafim Ponte Grande (prosa); O homem e o cavalo (teatro). Erro de português “Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português” Oswald de Andrade. Memórias Sentimentais de João Miramar É o primeiro grande romance da prosa modernista brasileira; Seu enredo estrutura-se em 163 blocos de linguagem telegráfica; Relata a história de um brasileiro rico, João Miramar, narrando sua infância, casamento, desquite, viagem à Europa, vida literária e as dificuldades financeiras. Os capítulos são “flashs” e há muitos neologismos. EX: verbo CRACKAR baseado em “crack” quebra da bolsa de valores, ou “azular” – fugir. Mário de Andrade (1893-1945): É a partir de seu segundo livro, Paulicéia Desvairada, que se vê a originalidade, o poder criativo de Mário de Andrade. Ao longo de toda sua produção, o autor incorpora o cotidiano, o folclore, os costumes, a diversidade cultural do país e especialmente de SP, referência constante em seus poemas. OBRAS: “Há uma gota de sangue em cada poema”; “Paulicéia Desvairada”; “Macunaíma”; “Primeiro Andar”; “Contos novos”. O romance “Amar, verbo intransitivo” (1927) é o retrato da sociedade burguesa paulistana da época, que Mário procura desmascarar através da história de um rico industrial que contrata uma governanta para a iniciação sexual do filho mais velho. Em Paulicéia Desvairada o autor critica o comportamento da burguesia paulistana. Usa a composição futurista através dos substantivos compostos: “BURGUÊS – NÍQUEL”; “BURGUÊSBURGUÊS” e na agressão verbal ridicularizando o burguês. Macunaíma (1928) é a obra mais importante do autor. Nela, recria-se um vasto painel da cultura brasileira, através de um personagem central: o indígena que nasce preto e, num passe de mágica, torna-se branco. O texto é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e anedotas. O enredo é o seguinte: Macunaíma ganha de sua mulher, Ci, um amuleto ( a muiraquitã), o qual é perdido e fica em poder do gigante Piaimã, em SP. Na tentativa de reaver o amuleto, Macunaíma e seus irmãos Jiguê e Maanape vivem várias aventuras na cidade grande. Recuperada a muiraquitã, mortos os irmãos e enganado por Uiara (divindade dos rios e lagos), perde novamente o amuleto. Desiludido, resolve abandonar este mundo e subir aos céus, onde é transformado na constelação Ursa Maior. Manuel Bandeira (1886-1968) – Destacou-se por equilibrar a poética tradicional com as novas técnicas de composição do verso. Incorporou em sua obra temas como: cotidiano, preocupação com a morte, infância, humor, paixão pela vida. Sua poesia apresenta características como: fusão prosa/poesia, versos brancos, versos livres, dialogo, humor negro. OBRAS: “A Cinza das Horas”; “Libertinagem”; “Estrela da Manhã”; “Lira dos Cinqüent’anos”. Em “Cinza das Horas”, encontramos a influencia parnasiana e a simbolista, acrescidas de algumas novidades na expressão, como o tom irônico e a busca do cotidiano. Em “Libertinagem”, o poeta explora com maior desenvoltura o lirismo, trabalhando com o diálogo dentro da poesia, opondo-se, diversas vezes, à gramática. Afasta-se em alguns poemas de seu nostálgico individualismo para aproximar-se e enfatizar o coletivo. Vou-me Embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada [...] Em “Estrela da Manhã”, tem-se um trabalho mais direcionado a duas temáticas específicas: o amor e a morte. O amor sensual, erótico, recuperando os aspectos carnais que envolvem o sentimento, como as orgias e como o tom obsceno, algumas vezes. A morte é vista como o fim amargo de tudo, atribuindo à vida o sofrimento. Trucidaram o Rio Prendei o rio Maltratai o rio Trucidai o rio A água não morre A água que é feita De gotas inermes Que um dia serão Maiores que o rio Grandes como o oceano Fortes como os gelos Os gelos polares Que tudo arrebentam. Escreveu o poema “Os Sapos”, considerado o hino dos modernistas, criticando a poesia dos parnasianos. Outros Modernistas de 22: Cassiano Ricardo (1895-1974) – Na efervescência do modernismo ligou-se ao “verde-amarelismo” ou “Grupo da Anta”. As obras “Dentro da noite” e a “A frauta de Pâ” têm forte influencia parnasiana. Sua obra marcante é “Martim-Cererê” (1928). Técnicas usadas em sua obra: verso livre, poemas curtos, repetição, parodia, humor... OBRAS: “Vamos Caçar Papagaios, “Martim-Cererê”. Plinio Salgado (1901-1975) – Procurou, no romance O Estrangeiro, mostrar cenas da vida de SP, articulando ritmo solto e utilizando a síncope. Participou com Menotti del Picchia e Cassiano Ricardo do Movimento Verde-Amarelo. Antônio de Alcântara (1901-1935) – Colaborador da Revista TERRA ROXA e OUTRAS TERRAS e REVISTA DE ANTROPOFAGIA. Em Brás, Bexiga e Barra Funda, livro de contos, o autor registra o pitoresco e o lado proletário dos bairros de SP, explorando a brevidade dos relatos. Modernismo-Segunda Fase (1930-1945) CONTEXTO HISTÓRICO: Quebra da Bolsa de Nova York; Início da Guerra Civil Espanhola; Queda do preço do Café; Manifestações de apoio a Getúlio; Promulgação da nova Constituição Brasileira; Nessa fase predominou a prosa. A poesia, por sua vez, não apresenta mais o caráter experimental e irreverente do primeiro momento. não havia mais necessidade de chocar o público e a nova maneira de expressar-se, inaugurada pelos modernistas da primeira fase, já havia sido aceita por boa parte dos leitores. Os autores surgidos nesta segunda fase recusam o poemapiada e voltam a temas e técnicas mais elaborados e que exigiam maior profundidade de pensamento. Considera-se como marco inicial dessa segunda fase poética o livro “Alguma poesia”, de Carlos Drummond de Andrade (1930), que viria a se tornar o nosso mais importante poeta de todos os tempos. AUTORES E OBRAS: Carlos Drummond de Andrade(1902-1987) – É conhecido como poeta “Gauche” (torto). Sua poesia questiona sobre o mundo e o indivíduo. Registra o passado: a infância, a família, as lembranças e fala sobre a solidão humana. OBRAS: “Alguma poesia”; “Sentimento do mundo”; “A rosa do povo”... Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar amor cantar Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... As janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. Murilo Mendes (1901-1975) – Suas obras têm como características: humor e ironia; religiosidade, poemas de assuntos diversos, de participação política e com alguma relação surrealista. OBRAS: “Tempo e Eternidade”; “História do Brasil”; “Tempo e Eternidade”. Homo Brasiliensis O homem É o único animal que joga no bicho. (“História do Brasil”, de Murilo Mendes) Carta de Pero Vaz A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oito Tem goiabadas, melancias, Banana que nem chuchu. [...] (“História do Brasil”, de Murilo Mendes) Jorge de Lima (1893-1953) – Sua fase modernista prende-se a Temática Religiosa e a Poesia Social (onde se destacam também os poemas relacionados à cultura negra. OBRAS: “XIV Alexandrinos”; “Poemas”; Poemas Negros”; “A Mulher Obscura”. Essa Negra Fulô Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô uma nega bonitinha chamada negra Fulô. Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) Vai forrar a minha cama, pentear os meus cabelos, vem ajudar a tirar a minha roupa, Fulô! Essa negra Fulô! [...] Vinícius de Moraes (1913-1980) – Sua obra têm como características a religiosidade, o misticismo, a mulher, o amor, o cotidiano, e a reflexão política. Ela divide-se em duas fases: 1ªFase: Entre o corpo e a alma. Angústia religiosa e existencial, o poeta deseja alcançar a “transcendência”. 2ª Fase: Entre a mulher e o amor. Linguagem enxuta e simples, descreve cenas corriqueiras. OBRAS: “O Caminho para a Distância”; “Poemas, Sonetos e Baladas”; “O Amor dos Homens”; “Epitáfio”, “ A rosa de Hiroxima”. Epitáfio Aqui jaz o Sol Que criou a aurora E deu a luz ao dia E apascentou a tarde. O mágico pastor De mãos luminosas Que fecundou as rosas E as despetalou. Aqui jaz o Sol O andrógino meigo E violento, que Possuiu a forma De todas as mulheres E morreu no mar. (Vinicius de Moraes). Cecília Meireles (1901-1964) – Era adepta da corrente espiritualista do grupo “Festa”. Filosofava sobre a dor e a solidão humana; Em 1919 publicou “Espectros” – 17 sonetos com forte influência parnasiana; Sua poesia é mística e sensorial; Escreveu poesias, prosa poética e crônicas. OBRAS: “Espectros”; “Viagem”; “Giroflê, Giroflá”. Viagem “Repara na canção tardia que nitidamente se eleva, num arrulho de fonte fria. O orvalho treme sobre a treva e o sonho da noite procura a voz que o vento abraça e leva.” (Cecília Meireles) Modernismo: Segunda Fase (Prosa) Na prosa modernista da segunda fase, distinguimos três tendências: Prosa regionalista, Prosa Urbana e Prosa Intimista. AUTORES E OBRAS: Graciliano Ramos (1892-1953) – Principal autor do chamado romance regionalista da segunda fase modernista. Sua obra focaliza não só o drama social do Nordeste como também o mundo psicológico das personagens. Didaticamente, podemos distinguir duas linhas na prosa de ficção de Graciliano: a psicológica e a sociopolítica. Romance psicológico: “Caetés”; “São Bernardo” e “Angústias”. Romance sociopolítico: “Vidas Secas”. OBRAS: “Infância”; “Memórias do Cárcere”; “Viagem”. Resumo das obras: “São Bernardo” e “Vidas Secas”. São Bernardo Romance narrado em 1ª pessoa, relata a vida de Paulo Honório: sua infância miserável, a compra da fazenda São Bernardo e o enriquecimento ilícito – à custa de algumas desonestidades na marcação dos limites da terra e da exploração dos empregados -, seu casamento com Madalena, uma professora com idéias muito diferentes das suas, as crises de prepotência e ciúme que levam Madalena ao suicídio. No final do romance, completamente só, Paulo Honório escreve a história de sua vida. Vidas Secas Escrito em 3ª pessoa, com várias passagens em discurso indireto livre, a narrativa começa com a família – Fabiano, sinhá Vitória e os dois filhos – acompanhada do papagaio e da cachorra Baleia, fugindo da seca, a caminho do Sul. Pulando de uma fazenda a outra, trabalhando sempre em caráter provisório, Fabiano e a família não se fixam em lugar algum. Assim como começara, o romance termina com uma fuga, mas desta vez porque Fabiano se julgara roubado pelo patrão. 1) 2) 3) José Lins do Rego (1901-1957) – Em suas obras retrata a decadência da sociedade patriarcal, num momento de transição entre o engenho e a usina. Nota-se ainda a aproximação com a linguagem coloquial. O próprio autor classificou seus romances em três grupos: Ciclo da Cana-de-açúcar: “Menino de Engenho”; “Doidinho”, Bangüê”. Ciclo do Cangaço, misticismo e seca: “Pedra Bonita” e “Cangaceiros”. Obras Independentes: “Pureza”; “Riacho Doce”. Menino de Engenho: Carlos de Melo, o protagonista-narrador, conta a sua vivência no Engenho Santa Rosa, de propriedade de seu avô, o Coronel José Paulino. A partir deste resgate, o narrador relembra a figura do avô autoritário, de tia Sinhazinha, o engenho com seu rio, sua iniciação sexual e sua tristeza de menino órfão aos oito anos. Considerado a obra-prima de José Lins do Rego, o romance Fogo Morto, publicado em 1943, divide-se em 3 partes: 1ª- “O Mestre José Amaro” 2ª- “O engenho se seu Lula” 3ª “Capitão Vitorino” Raquel de Queiroz (1910) – única mulher a figurar entre os escritores da geração de 1930. escreveu crônicas em diversos jornais brasileiros até o fim da vida. OBRAS: “O Quinze”; “Caminhos de Pedra”; “Dôra, Doralina”; “Memorial de Maria Moura”. “O Quinze” descreve a seca do ano de 1915. a ação se passa no interior do Ceará, na fazenda Logradouro. Conceição, personagem principal, chega na fazenda para passar suas férias com sua avó, Mãe Nácia. A seca castiga a região, e Vicente, primo de Conceição, luta para não perder o pouco que resta da fazenda.conceição ama o primo, mas não supera o preconceito por ele ser interiorano e semi-analfabeto. Conceição e Mão Nácia deslocam-se para a cidade, e, lá, Conceição trabalha no “Campo de concentração”. Jorge Amado (1913) – Autor baiano, irreverente e criativo. Suas obras dividem-se em: Romances do Proletariado: aborda a pobreza, a miséria e as malandragens. OBRAS: “Capitães da Areia” e “O país do carnaval”. Romances do Ciclo do Cacau: denúncia da exploração das classes trabalhadoras. OBRAS: “Terras do Sem Fim”. Crônicas de Costume: o autor cria histórias em que o povo comum é elevado à categoria de herói com toques românticos. OBRAS: “Dona Flor e seus dois maridos”. Capitães da Areia: o autor mostra os meninos abandonados que vivem num trapiche numa praia de Salvador. Moradores solidários, os meninos lutam pela sobrevivência do dia-a-dia. A liderança do grupo fica a cargo de Pedro Bala. Outros personagens que também sonham com um futuro melhor são o Volta - Seca, o Sem-Pernas, o Gato e Dora. Terras do Sem Fim: uma das obras mais importantes de Jorge Amado. Temos o grande cenário de Ilhéus com a disputa das terras de cacau das matas do Sequeiro Grande – e conseqüentemente, do poder político – entre duas poderosas famílias da região: de um lado, a família do coronel Horácio da Silveira; e de outro, a família de sinhô Badaró. Dona Flor e seus dois maridos: a história de Florípedes Guimarães (D. Flor) e Valdomiro dos Santos Guimarães. Num domingo de carnaval, Vadinho morre. Viúva e ainda jovem, D. Flor casa-se com Teodoro Madureira, um pacato farmacêutico de vida exemplar. Entretanto, certa noite, Vadinho aparece nu no quarto do casal, sendo só visto pela viúva. Mesmo depois de morto continua a incomodar D. Flor. Morto pela segunda vez, agora pelos orixás, Vadinho passa a surgir apenas na memória de D. Flor. Érico Veríssimo (1905-1975) – autor gaúcho renomado internacionalmente. Sua obra divide-se em: Romance Urbano: registro da existência e costumes da sociedade burguesa; linguagem tradicional, sem inovações. OBRAS: “Clarissa”; “Caminhos Cruzados”. Romance Histórico: prendem-se a temas históricos do RS, como a Revolta da Armada. OBRAS: “O Continente”. Romance Político: crítica social e de engajamento ideológico , são romances que abrangem o universo político nacional. OBRAS: “Incidente em Antares”. OBS: A trilogia “O tempo e o vento” é a obra mais importante de Érico Veríssimo. Dyonélio Machado (1895-1985) – em suas obras ele relatou as angustias do homem comum. OBRAS: “Um pobre homem”; “Louco do Cati”; “Os Ratos”. Os Ratos tem sua ação passada num só dia. Naziazeno, que busca o dinheiro necessário para pagar o leiteiro que o ameaça com o corte do fornecimento na manhã seguinte. Modernismo – 3ª Fase (1945-1960) Contexto Histórico: EUROPA: Término da Segunda Guerra Mundial; Morte de Stalin; BRASIL: Deposição de Getúlio Vargas; Suicídio de Getúlio; Eleição de JK; Início da construção de Brasília... É possível esquematizar didaticamente as tendências da prosa e da poesia dessa fase da seguinte maneira: PROSA - foi dividida em: Prosa Psicológica: torna-se mais profunda, complexa e elaborada. Clarice Lispector é o autor mais representativo dessa tendência. Prosa Urbana: centrada nos conflitos do homem das grandes cidades, tem em Dalton Trevisan seu mais significativo representante. Prosa Regionalista: toma rumos inéditos, não só pelos temas, mas também pela revolucionária linguagem de seu representante mais significativo: João Guimarães Rosa. POESIA – muitos poetas de fases anteriores ainda estavam em plena produção literária quando um grupo novo, que se autodenominou “geração de 45”, fez sua estréia literária. Esse grupo rejeitou alguns valores modernistas da 1ª fase, como o verso livre, a irreverência e o poema-piada. Por defenderem esses princípios, foram chamados de neoparnasianos. A grande inovação em nossa poesia ocorreu por conta da obra de João Cabral de Melo Neto, que iniciou sua carreira como membro da geração de 45 mas que permaneceu pouquíssimo tempo ligado ao grupo. AUTORES E OBRAS: Clarice Lispector (1925-1977) – trouxe muitas inovações para a literatura, no que diz respeito à temática, à estrutura da narrativa e à linguagem. Características de sua obra: sondagem psicológica, ruptura com a linearidade da narrativa, monólogo interior. OBRAS: “A Hora da Estrela”; “Laços de Família”; “Perto do coração selvagem”. Guimarães Rosa (1908-1967) – suas obras têm como características: conceito de sertão (o sertão é o mundo); ampliação do conceito de sertanejo; transformação radical da linguagem ( emprego de expressões coloquiais e regionais, recuperação do significado etimológico, emprego de neologismos e utilização de figuras de estilo). OBRAS: “Sagarana”; “Grande Sertão: Veredas”; “Primeiras Estórias”. Grande Sertão: veredas é um extenso monólogo do personagem-narrador, Riboaldo, que se dirige a um interlocutor ausente narrando suas aventuras de jagunço empenhado em vingar o assassino do chefe de seu grupo, Joca Ramiro. Alçado à categoria de chefe, Riboaldo vai fazer um pacto com o Diabo, prometendo-lhe a alma em troca do sucesso em sua empreitada: destruir o grupo inimigo, comandado por Hermógenes. A narrativa, que não tem seqüência linear, é entremeada de casos, além da historia da atração estranha que se estabelece entre Riboaldo e Diadorim, um companheiro de luta. O profundo conflito de Riboaldo diante de uma atração supostamente homossexual resolve-se nas últimas páginas da narrativa, quando se descobre que Diadorim é, na verdade, Maria Diadorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada de jagunço para fazer parte do grupo. João Cabral de Melo Neto (1920) – o “Engenheiro da forma”, é um poeta que busca a perfeição da palavra a partir da precisão vocabular. Trabalha com metáforas, constrói imagens e temáticas que recuperam o Nordeste, a Espanha e as Artes. OBRAS: “O Engenheiro”; “Morte e Vida Severina”. “Morte e Vida Severina” (Esquema) Severino (nordestino); Caminho do retirante; Sertão-litoral-sobreviver; Só a morte é possibilidade de vida. Ferreira Gullar (1931) – Após romper com os concretistas, buscou retratar em sua poesia os problemas mais imediatos da realidade brasileira. OBRAS: “Um Rubi no Umbigo”; “Se Correr o Bicho Pega se Ficar o Bicho Come”. MEU POVO, MEU POEMA “Meu povo e meu poema crescem juntos Como cresce no fruto A arvore nova No povo meu poema vai nascendo Como no canavial Nasce verde o açúcar No povo meu poema está maduro Como o sol Na garganta do futuro Meu povo em meu poema Se reflete Como a espiga se funde em terra fértil Ao povo seu poema aqui devolvo Menos como quem canta Do que planta.” (Ferreira Gullar) Produção Contemporânea (1960...) POESIA: Após 45, a poesia apresentou novas tendências caracterizadas especialmente pela inovação formal e pela maior proximidade com outras manifestações artísticas. Destacam-se: Geração de 45 Características: Rejeição ao “verso desleixado modernista”; Retorno ao rigor formal; Cuidado com a linguagem poética. Representantes: Ledo Ivo, Geir Campos, João Cabral de Melo Neto. EX: Cântico Do teu corpo nasce um lírio que se dissolve num lago onde um cisne de marfim persegue estrelas e carpas Onde o sol molha no frio das águas o rosto ardente onde os salgueiros mergulham as pontas na rama verde. Domingos Silva. Concretismo (1956) Características: “Poema-objeto”; Exploração do plano acústico, visual, da carga semântica, do espaço tipográfico da disposição dos vocábulos na página; Decomposição do vocábulo. Representantes: Décio Pignatari, Haroldo de Compôs e Augusto de Campos. EX: Beba coca cola Babe cola Beba cola Babe cola caco Caco Cola Cloaca D. Pignatari. Neoconcretismo (1959) Características: Reação à poesia concreta; Poesia é “organismo vivo”; Tentativa de repor o “eu” do poeta no poema. Representantes: Ferreira Gullar. EX: Açúcar Algodão Fogo branca FRUTA Escuro prata _____ Fruta_____ Prata Fruta Prata Fruta Poesia-Práxis (1962) Características: “Palavra-energia”; Resistência à aproximação com as artes plásticas; Preocupação com o dado social e histórico; Valorização do ato racional de compor. Representantes: Mário Chamie, Cassiano Ricardo, José Guilherme de Merquior. EX: PINGA Garrafa de pinga sem garra na farra da cana caninha no cano no gole na gula na rixa cana canícula o homem sua na cana dura cana não é na cama pinga não é garra cana não é garapa pinga sumo garra rapa agarra na pinga pura dorme o sono e sua açúcar do sono mole melado do corpo escorre. (Antônio Carlos Cabral) Poema-Processo (1967) Características: Continuação das últimas propostas concretistas; Negação da palavra POESIA, utilização da palavra POEMA; Produção essencialmente semiórica; União às artes plásticas. Representantes: Waldemir Dias Pino, Álvaro Sá, Ronaldo Werneck e Sebastião Nunes. Tropicalismo (1968) Características: Atitude de carnavalização diante da vida e da arte; Crítica ao mau gosto (Kitsch)pela utilização crítica do mau gosto; Crítica aos valores ético-morais-estéticos da cultura tropical brasileira; manifestação sensorial da vida. Representantes: Gilberto Gil, Nélson Mota e Caetano Veloso EX: Sobre a cabeça os aviões sob os meus pés os caminhões aponta contra os chapadões meu nariz Eu organizo o movimento eu oriento o carnaval eu inauguro o monumento no planalto central do país. Caetano Veloso. Poesia Marginal (1973) Características: Linguagem diversificada; Temas ligados ao cotidiano; Preocupação com a expressão dos fatos e dos sentimentos; Denúncia do clima de medo em que vivia o país; impressão e distribuição não são feitas por editoras. Representantes: Chacal, Cacaso e Paulo Leminsky. Ex: Extensão II Pus a vida em minhas mãos e as mãos no fogo - A vida ferveu. Alcides Bussi