O JOGO DE REGRAS AJUDANDO NA COMPREENSÃO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL Evandra Maria Gomes da Mata1 Dayse Ferreira David2 Gilda Lisbôa Guimarães3 Resumo O sistema de numeração decimal é ainda um assunto que os professores têm dificuldades de ensinar a seus alunos. Sendo assim, realizamos uma intervenção pedagógica por meio de jogos de regras a fim investigarmos o quanto essa didática poderia contribuir para a aprendizagem dos alunos. Realizamos inicialmente uma sondagem com duas turmas de terceira série. Selecionamos dezesseis alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem com o SND para participarem de jogos e, depois, realizamos um teste para verificarmos as possíveis aprendizagens. A análise dos dados indicou que o jogo de regras foi um instrumento lúdico importante uma vez que possibilitou aos alunos construírem e reconstruírem estratégias para o seu aprendizado. Assim, o jogo não deve ser visto como um simples passatempo, mas como uma dinâmica de ensino que oportuniza o pensar, o dialogar e desperta o interesse, favorecendo uma aprendizagem qualitativa e significativa. Palavras-chaves: jogo de regras, sistema de numeração decimal, aprendizagem. A matemática continua o bicho-papão dentre as disciplinas escolares, embora sua importância seja destacada no currículo do Ensino Fundamental pelos PCNS de matemática (1997), o qual afirma que: “a matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a curiosidade e instigam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico.” (p.29) Segundo Lerner (1995) a dificuldade de aprendizagem dos conceitos matemáticos na escola pode estar ligada a prática pedagógica que vem sendo desenvolvida. Nunes (2002), diz que muitas vezes essa prática é concebida como o ensino de técnicas ou 1 Graduanda de Pedagogia da UFPE –[email protected] Graduanda de Pedagogia da UFPE –[email protected] 3 Professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas da UFPE – [email protected] 2 1 instrumentos que os alunos poderão utilizar para solucionar problemas na vida prática, sem qualquer preocupação com a compreensão das idéias de número e das dificuldades do sistema de numeração, por exemplo. Parra (1996), comenta que a criança bem antes de entrar na escola, já compartilha da escrita numérica fora dela e que ao elaborar uma proposta de ensino aprendizagem deve-se considerar a bagagem que a criança traz, pois as crianças desenvolvem a compreensão do SND fora da escola. Sendo assim deve-se procurar contextualizar esse ensino. Como comenta Lerner (1995), “se o trabalho matemático desenvolvido na escola se relacionar mais com as situações de vida fora dela, é possível que as crianças venham a se interessar mais pela disciplina e temê-la menos”.(p.08). O ensino deve perpassar pela experiência que a criança já demonstra ter com os números e avançar em direção ao conhecimento proposto pelo professor. Ao cursarmos a disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica do curso de Pedagogia da UFPE, a qual tem como objetivo observarmos o ensino realizado nas salas de aula do Ensino Fundamental, em escolas públicas, percebemos que algumas crianças da 3ª série apresentavam, ainda, certa dificuldade ao escrever os números. Com base também nas observações, na docência de uma das autoras dessa pesquisa , tal fato nos chamou a atenção, uma vez que compreender as características do sistema de numeração decimal é fundamental para que os alunos avancem na aprendizagem da matemática. A partir dessas observações começamos a nos perguntar como poderíamos ajudálas a compreender o valor posicional do número no sistema de numeração decimal. Sistema de numeração decimal: um conhecimento a ser construído O sistema de numeração decimal Indo-Arábico que hoje usamos surgiu na Ásia há milhares de anos com um dos primeiros povos indianos.Como afirma Imenes (1995), ao criar seu sistema de numeração os hindus receberam influências dos egípcios e dos chineses os quais já usavam a base 10 e dos mesopotâmicos que usavam o zero. Os árabes, grandes comerciantes da época, se apropriaram desse sistema e passaram a utilizá-lo em suas negociações, expandindo-o, assim, por toda a Europa. Daí a origem do nome, sistema de numeração indo-arábico. Esse sistema indo-arábico é regido por alguns princípios: • Faz uso de dez símbolos que são os algarismos indo-arábicos para representar qualquer número desejado: 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9; 2 • É um sistema de numeração posicional onde cada algarismo apresenta um valor de acordo com sua posição em relação aos outros; • Possui base decimal, ou seja, a cada agrupamento de dez forma-se um novo grupo da ordem posterior; Usa-se o zero para indicar que a ordem decimal por ele representada completou um novo agrupamento com dez elementos, formando um grupo de ordem superior. • Há uma regularidade na seqüência numérica, no qual é acrescido mais um elemento ao numeral anterior, demonstrando uma composição aditiva. • Existe uma organização de natureza multiplicativa na qual para se descobrir o valor posicional multiplica-se o algarismo por 10, 100, 1000 e sucessivamente de acordo com a ordem por ele representada. Os princípios que regem esse sistema precisam ser compreendidos pelas crianças e para isto é necessário que saibamos propor situações que levem a essa compreensão. Entretanto, buscando observar na sala de aula as dificuldades em relação à escrita numérica, observamos que os alunos apresentavam maiores dificuldades ao lidar com o zero e quando o número representava centena ou milhar. Observamos também que em sala de aula algumas crianças ao montar uma conta para resolver operações com soma e subtração, por exemplo, apresentavam dificuldades. Se o número a somar ou subtrair apresentava a mesma quantidade de dígitos, então eles alinhavam corretamente e resolviam a operação. Porém, se os números trabalhados representassem grandezas diferentes, por exemplo, somar ou subtrair centena de uma milhar, eles não alinhavam os números da direita para esquerda e faziam a operação sem considerar essa regra, errando nos resultados ao trabalhar com algoritmo. Buscando compreender as razões dessas dificuldades, nos fundamentamos em diversos autores como Nunes (2002), Lerner (1995), Panizza (2006) e outros que buscam esclarecer os problemas enfrentados pelas crianças durante a aprendizagem do sistema de numeração decimal. Lerner (1995) em sua pesquisa sobre o valor posicional do zero, afirma que: “interessou-nos interrogar as crianças acerca do valor do zero porque pensamos que sua utilização, quando é parte de uma quantidade de dois ou mais algarismos, apresenta uma situação-problema: representa ao mesmo tempo a ausência de elemento 3 e a presença de posição”.(p.117 e 118). As crianças entrevistadas dividiram as opiniões. A maioria demonstra conhecer que o zero tem valor só quando está “depois” de outro número e que não vale nada quando está “antes”; outras crianças afirmam que o zero em si não tem valor, ainda que faça parte de outra quantidade. O exemplo de Miguel Ángel transcrito pela autora mostra uma dessas compreensões. Entrevistador E aqui? (01) E neste (10) E o 1? Qual vale 10? (Mostrou-lhe o 40) Quanto vale o 0? 04 Quanto vale o 0? O 0 vale ou não vale? Porém, em 40 em 10? (Mostrou-lhe 200) Esses 0 valem? E o 2 vale? (Em 200) Miguel Angel O 0 não vale nada e o 1 vale 1. Sim vale, o 0 vale 10. 1. Os dois. 40. 40. É 4. Nada. Não. Não, vale o 40 e o 10. Não, os 0 não valem.... Quando está assim vale o número (indica toda a quantidade). Todos valem juntos. A autora conclui que as crianças demonstram conhecer que o zero aumenta o valor do numeral quando colocado à direita, porém sozinho não tem valor algum. Lerner (1995) ressalta que o sistema de numeração é um objeto de conhecimento muito complexo, portanto, sua compreensão não pode ser conseguida simplesmente através de explicações expositivas dos valores posicionais dos numerais. É necessário que a criança reconstitua esse conhecimento através de mais atividades práticas e menos teóricas. acerca do valor das dezenas ou das centenas. Panizza (2006), comenta que os alunos das séries iniciais já possuem conhecimentos anteriores sobre como está organizado o sistema de numeração e as regularidades que regem o mesmo, embora, sejam incompletas e instáveis. Devemos, portanto, considerar esses saberes para a partir deles dar sentido aos conteúdos que se deseja trabalhar. Assim, o nosso objetivo é trabalhar com o sistema de numeração, observando toda complexidade que há nele, considerando que as crianças precisam usar os números, refletir sobre eles para construir a regularidade e a organização da escrita. Resolvemos então buscar uma forma de auxiliar a aprendizagem utilizando jogos matemáticos. 4 Jogos de regras: uma estratégia de ensino Bacelar (2003), Brenelli (1996), Smole (2007), Golbert (1999), Costa Santos e Guimarães (2005), Starepravo (1997) e Moura (1999) concordam com a utilização do jogo como um potencial para o ensino e aprendizagem dos conceitos matemáticos. Segundo Smole (2007), o uso de jogos implica uma mudança significativa nos processos de ensino e aprendizagem que permite alterar o modelo tradicional de ensino, o qual muitas vezes tem no livro e em exercícios padronizados seu principal recurso didático. As novas concepções sobre como se processa o ensino e a aprendizagem, já não esperam que a escola “traga” informações para os alunos “executarem” com atividades funcionais que não correspondam aos interesses e necessidades dos alunos. Golbert (1999), diz que é necessária a elaboração de estratégias didáticas pedagógicas que intervenham de forma espontânea no desenvolvimento natural da aprendizagem. O jogo como estratégia didática no ensino da matemática tem suas vantagens desde que o professor tenha objetivos claros do que pretende atingir com a atividade proposta. Para Moura (1996), a questão se o jogo é ou não educativo seria resolvido se o educador se identificasse com o papel de organizador do ensino. Trabalhar com jogo exige maior dedicação dos professores na preparação de matérias, atentando para as diferentes fases do jogo e suas possibilidades, no seu papel de mediador da construção do conhecimento pelos alunos, proporcionando a estes ambientes de aprendizagem nos quais possam criar, ousar e comprovar. Costa, Santos e Guimarães (2005), reforçam a idéia de que o educador deve utilizar os jogos em função do conceito que pretende trabalhar. Se utilizar o jogo pelo jogo sem reflexão, não haverá aprendizagem dos conceitos que o professor tem como objetivo alcançar num dado momento. Muitos educadores ainda não perceberam a importância dessa ferramenta lúdica para o aprendizado, utilizando-o apenas como um recurso de distração ou preencher tempo ocioso durante as aulas. Starepravo (1997), ressalta que: “normalmente quando se fala em jogo, visualizamos uma aula em que as crianças estão brincando e a professora está aproveitando para corrigir tarefas, preparar atividades ou envolvidos em outra atividade qualquer. Jogo é a brincadeira e a brincadeira é para a última aula, de preferência 5 nos últimos minutos da sexta-feira, quando as crianças estão cansadas e precisam espairecer.”(p.134). Cabe, então, a nós educadores repensarmos o nosso fazer, utilizando os jogos como um recurso pedagógico que pode contribuir para a construção do conhecimento que se deseja alcançar. Acreditamos que o jogo deve ser utilizado não como instrumento recreativo na aprendizagem, mas como facilitador da aprendizagem, colaborando para a diminuição das dificuldades encontradas pelos alunos em relação a conceitos matemáticos. De acordo com Piaget (1975) por meio do jogo a criança assimila o mundo para atender seus desejos e fantasias. O jogo segue uma evolução que se inicia com os exercícios funcionais, continua no desenvolvimento dos jogos simbólicos, evolui no sentido dos jogos da construção para se aproximar, gradativamente, dos jogos de regras, que dão início á lógica operatória. Segundo o autor, nos jogos de regras, existe algo mais que simples diversão e interação, pois eles revelam uma lógica subjetiva essencial para que a criança desenvolva sua personalidade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam que: “Além de ser um objeto sócio cultural em que a matemática esta presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos. Supõe um fazer sem obrigação externa e imposta(...). A participação em jogo de grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e sócia para a criança e um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico.” (1997,p.35). Assim, o interesse pelo jogo desperta no aluno o prazer, levando-o a usar sua inteligência e raciocínio para alcançar o êxito, estimulando a enfrentar desafios, procurando resolvê-lo e superá-lo. Pois, ao tentar resolver os problemas no desenvolvimento do jogo o aluno cria estratégias para driblar os obstáculos e atingir os objetivos. Para Brenelli (1996), os jogos de regra encaixam-se no nível de conhecimento em que as modificações das ações dependem da compreensão. Se a ação de jogar não for compreendida pelo sujeito, não há êxito. Desse modo, a passagem do fazer ao compreender torna-se possível em decorrência da condição imposta pelas coordenações do próprio jogo. Como afirma Bacelar (2003), 6 “O jogo com regras é aquele em que assumem, uma postura de regulação ou seja, as crianças estão sempre analisando os meios, suas ações e ou seus procedimentos durante o jogo. Nessa análise as crianças estão sempre considerando diferentes possibilidades e eliminando obstáculos que proporcione uma tomada de decisões em relação aos possíveis caminhos que deverão seguir.” (p.14). As regras de um jogo impõem regularidades que determinam as ações dos participantes. Cada jogador precisa perceber que as regras são um contrato aceito pelo grupo. Questões como iniciativa, atenção e honestidade são trabalhados o tempo todo, permitindo que os jogadores se auto-avaliem,percebam os efeitos de suas decisões, dos riscos que podem correr ao optar por um caminho ou outro, observando suas jogadas e a dos seus adversários. Ainda que haja um vencedor ou vencedores, o jogo estimula a cooperação e o respeito entre os jogadores. O jogo com regras é importante para o desenvolvimento do pensamento lógico matemático, pois incentiva o aluno a organizar seus pensamentos levando-os a fazer inferências, a decidir, a recomeçar, a discutir. Dessa forma, essa pesquisa visa observar e refletir sobre o jogo de regras como ferramenta lúdica e facilitadora no processo de ensino-aprendizagem do sistema de numeração decimal e investigar em que medida poderá contribuir para o aprendizado da leitura e escrita de numerais, assim como no uso do algoritmo. Metodologia Participaram dessa pesquisa 47 alunos de duas turmas de 3ª série do Ensino Fundamental de duas escolas públicas da Região Metropolitana do Recife. Para tal foram realizadas quatro visitas à escola. Na primeira realizamos uma sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o sistema de numeração decimal. Selecionamos 8 alunos de cada turma. Esses apresentaram grande dificuldade na escrita dos números ditados, errando mais de dois números e ainda na resolução dos problemas os quais não conseguiram armar os algoritmos, pois somavam sem considerar o valor posicional. A seleção foi necessária para que as pesquisadoras pudessem realizar um trabalho mais individualizado. Em dois dias subseqüentes foram propostos aos alunos, em pequenos grupos, jogos que trabalhavam com características do sistema de numeração decimal. Finalmente, retornamos mais um dia a cada escola para realizarmos outro teste, buscando investigar se os alunos que participaram das intervenções conseguiram 7 compreender melhor o sistema de numeração decimal. Essas intervenções foram coordenadas por duas graduandas do curso de Pedagogia e autoras dessa pesquisa que previamente combinaram com as professoras regentes sobre horário e dias de realização das atividades. Na sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos e no teste após as intervenções realizamos um ditado de números e leitura de dois problemas matemáticos, no qual deveriam resolver, usando algoritmo. Os problemas envolviam a adição e a subração.. Nessa segunda situação nosso interesse era investigar como os alunos montavam as operações considerando as posições dos numerais. Essa situação foi proposta com a intenção de solicitar a escrita dos números em uma situação de uso conhecida dos alunos. Sondagem 1) Ditado de números: a) 999 b) 1112 c) 2006 d) 2049 e) 3500 f) 110 g) 101 h) 909 i) 1010 j) 801 2) Leia com atenção e resolva usando o algoritmo: • • Paula tinha 702 figurinhas na sua coleção. No Domingo foi ao shopping e comprou mais 94. Quantas figurinhas ele tem agora? Num jardim havia 1348 flores. O jardineiro colheu 220 flores. Quantas flores sobraram no jardim? Teste pós intervenção 1) Ditados de números: a) 210 b) 975 c) 1010 d) 2007 e) 1110 f) 1250 g) 999 h) 2049 i) 584 j) 102 2) Leia com atenção e resolva usando o algoritmo: • • Uma indústria fabricou 1234 ovos de páscoa, 500 desses ovos foram vendidos. Quantos ovos de páscoa ainda restam no estoque? Numa floresta tropical existem 6320 árvores. O aquecimento global provocou uma queimada que acabou com 451 árvores. Quantas sobreviveram ao desastre? 8 Os jogos trabalhados nas duas turmas foram escolhidos do banco de jogos feito por graduandas do curso de Pedagogia na disciplina de Metodologia da Matemática. 1) Jogo do círculo colorido OBJETIVO: Trabalhar a escrita do número no sistema de numeração decimal: princípios aditivo e multiplicativo. PARTICIPANTES: Dois ou mais jogadores. MATERIAL: 5 pedrinhas; um círculo de cartolina subdividida em 4 partes (cada uma corresponde a uma ordem de grandeza: unidade, dezena, centena e milhar); palitos de picolé; papel e lápis. REGRAS: Sorteia-se o primeiro jogador entre os participantes. O primeiro jogador, joga as 5 pedrinhas sobre o círculo e soma os valores equivalentes ao total de pedrinhas de acordo com a posição das mesmas no círculo e registra no papel esse valor por escrito. O segundo jogador faz o mesmo e assim por diante. Quando todos tiverem jogado, comparam-se os resultados e o vencedor é aquele que obtiver o maior número. O vencedor ganha um palito de picolé. Novas rodadas podem ser realizadas conforme combinação dos participantes do jogo. ( anexo 1); (pág.22). 2) Batalha das representações OBJETIVO: Trabalhar a compreensão do sistema de numeração decimal: agrupamento. PARTICIPANTES: Duas equipes de 3 participantes cada uma (equipe A e equipe B) e um juiz. MATERIAL: 22 fichas verdes (representando as unidades), 22 fichas rosas (representando as dezenas) e 22 fichas amarelas (representando as centenas) e cartas com números aleatórios (0-999). REGRAS: O juiz tira uma carta sem que as equipes vejam e o número que está representado na carta será dito a um dos participantes da equipe que iniciar o jogo. Esse participante deverá representar o número através das fichas coloridas para que os outros membros da sua equipe adivinhem qual é o número. O juiz marcará o tempo que será definido pelos próprios participantes. Caso a equipe não acerte o número estabelecido, o juiz poderá passar o desafio para a equipe adversária. Vence o jogo quem acertar mais representações. ( anexo 1); (pág.22). Como esses alunos escreviam números? Iniciamos nossa pesquisa observando como esses alunos das duas turmas de 3a série escreviam números ditados por nós. A sondagem foi realizada com 47 alunos. A turma A com 20 alunos e a turma B com 27 alunos. Na Tabela 1, abaixo, apresentamos os percentuais de acertos dos alunos em cada sala. Em relação ao ditado, categorizamos as respostas em acertar a escrita convencional e acertar a escrita demonstrando compreender o princípio aditivo do SND como, por 9 exemplo, escrever 200049 para 2049 ou 10010 para 110. Em relação a atividade 2, consideramos apenas armar a conta acertando a grandeza dos numerais. Tabela 1 – Percentual de acertos na diagnose em função dos alunos de cada sala nas duas atividades Sala A Sala B Escrita convencional no ditado Escrita com compreensão do princípio aditivo no ditado Escrita convencional ao armar o algoritmo Desses 47 alunos percebemos que a maioria (75% para 25% 25,9% 75% 70,4% 75% 48,1% a sala A e 70,4% para a sala B) das crianças não fez uso do princípio multiplicativo em relação a milhar, usando apenas a composição aditiva. As crianças buscaram correspondência entre a numeração falada e a escrita, como cita Panizza (2006). Observa-se que não havia diferença entre as turmas, pois ambas apresentaram o mesmo nível de dificuldade como mostram os exemplos apresentados abaixo. Jaqueson: Mykaelle: Uma aluna demonstrou compreender o valor representado pelo numeral em função de sua posição. Entretanto, ela registra um ponto quando quer registrar mil, como podemos ver a seguir: 10 Wanessa: Algumas crianças apresentavam de forma constante uma escrita incorreta. Em alguns numerais percebe-se que as mesmas colocam o numeral “1” representando cem ou mil, como no sistema de escrita utilizado antigamente pelos chineses. Ex: para 999 escreve 9199 (9 x 100 + 99) ou para 2007 escreve 2107 (2 x 1000 + 7). Higino (1990), comenta que as crianças escrevem assim porque estão evoluindo para construção de uma escrita numérica de valor posicional usando o princípio multiplicativo como no exemplo de Luan: Em outras escritas as crianças colocam mais zeros do que o necessário (10420 para 1420 ou 1099 para 1990). Isso mostra o conflito que as crianças apresentam ao lidar com o zero. Brizuela (2006) comenta que o zero tem status, é um número especial que não é usado para contar, mas indica mudança do valor posicional do número anterior. No exemplo abaixo observa-se que o aluno utiliza o numeral “6” para o “cento” como na escrita de 110 quando ele escreve 610. Panizza (2006) diz que a criança ao escrever um numeral que não conhece busca apoio na semelhança sonora. 11 Rodrigo: Na 2ª atividade foi solicitado que os alunos resolvessem o problema utilizando o algoritmo. Nosso objetivo era avaliar o que eles sabiam sobre a escrita dos numerais em uma situação de uso. Na Tabela 1 observa-se que 75% dos alunos da sala A e 48,1% dos alunos da sala B acertaram. A maioria dos alunos da Turma A armaram as contas de forma correta. Entretanto, a Turma B apresentou menos de 50% de acerto, demonstrando uma visível diferença entre as turmas. Os alunos que apresentaram respostas consideradas erradas por nós, responderam como no exemplo de Daniel: Eles aprenderam alguma coisa? Uma vez apresentados alguns exemplos de como os alunos responderam as questões, vejamos se houveram diferenças entre a sondagem e o teste realizado após a intervenção. Para essa análise foram considerados apenas os alunos que participaram da fase de intervenção, ou seja, 8 alunos de cada sala. No Quadro 1 abaixo apresentamos a categorização estabelecida por nós para cada uma dos alunos em cada atividade. Para o ditado classificamos em: (1) acerta tudo; (2) erra um ou dois numerais e (3) erra mais de dois. Para a segunda atividade, a conta, consideramos se o aluno sabia ou não os valores dos numerais em função da posição dos mesmos na conta armada. 12 Quadro 1 – Categorização das respostas dos alunos na sondagem e no pós teste para as duas atividades Sondagem Alunos Carlos Rodrigo Daniel Gabrielle Kaique Vanessa Amanda Tamires Rayanne Rayane Luan Jackson Jefferson Wellington Rafael Natali Turma A A A A A A A A B B B B B B B B Ditado 3 3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Pós-Teste Conta 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 Ditado 3 3 3 3 3 2 3 3 2 2 2 2 1 3 3 3 Conta 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 A partir do Quadro 1 podemos observar que alunos de ambas as turmas avançaram em suas compreensões em relação à escrita convencional do sistema de numeração decimal. Na turma A, três alunos mostraram ter compreendido o valor posicional dos dígitos na escrita numérica. Na turma B observa-se que 5 crianças apresentaram melhora no ditado dos numerais, sendo que uma delas acertou a escrita de todos os números. Essa mesma criança também grafou de forma correta o numeral na conta solicitada o que antes não havia conseguido. Vimos nos exemplos de Rodrigo e Luan ( p.11) que eles estão na busca da compreensão das regularidades da escrita numérica e para isso utilizam números “coringas” e fazem relação também com a pauta sonora dos numerais. As crianças usam números coringas, segundo Brizuela (2006) quando estão cientes de que um elemento adicional deveria está incluído na escrita, mas não tem certeza de qual algarismo colocar. Panizza (2006), comenta que os “erros” apresentados pelas crianças não indicam falta de conhecimento, pelo contrário, confirma que elas já tem noções sobre o assunto e estão fazendo tentativas para descobrir possíveis regularidades. È interessante ressaltar, que os três alunos da turma A que foram capazes de armar as contas corretamente, não conseguiram escrever corretamente os números quando ditados, utilizando-se, ainda, apenas do princípio aditivo e não do multiplicativo. Dessa forma, acreditamos que eles começaram a considerar a posição dos dígitos quando o numeral era apresentado ao aluno, mas quando foi necessário que 13 eles construíssem a escrita dos números, apareceram outros princípios que não foram ainda dominados por eles. Esses dados mostram como a situação proposta determina a possibilidade dos alunos mostrarem suas compreensões sobre um determinado conceito, como afirma Vergnaud (1996). Para entendermos o porque dos avanços dos alunos precisamos analisar as intervenções que foram realizadas. Através de dois jogos: Jogo do círculo colorido e Batalha das representações, conforme foto em anexo observou como procede a aprendizagem e até que ponto o jogo de regras, pode ser um aliado para ajudar as crianças nas séries iniciais a adquirir a compreensão dos princípios do sistema de numeração decimal. No jogo do círculo algumas crianças demonstraram certa dificuldade em ler os numerais quando as pedrinhas caiam no milhar. Eles liam para representar a milhar a partir de 2 mil, duzentos mil, trezentos mil, quatrocentos mil... e assim por diante. Como no exemplo: Aluno 1: Se colocar 2 aqui ( apontando para o 1000) é 200 mil não é? Pesquisadora: Não! 1000 + 1000 quanto dá? Aluno 1: 200 mil. Pesquisadora: Não! Aluno: 300 mil. Apresentaram também dificuldades ao somar os valores pois eles somavam sem considerar o valor posicional: Aluno: 10, 20, 30, 31 (havia uma pedrinha na unidade, 3 na dezena e 1 na milhar). Pesquisadora: Tá faltando essa continha aqui (apontando para o milhar). Aluno: 31 com 1000.....(repete). È fácil! Pesquisadora: Que número você escreveu? aluno: 1310 ( para 1031). Continuando, ele tentou novamente organizar a “conta” e com ajuda do colega errou mais uma vez, pois colocou o 3 da dezena abaixo do milhar e o 1 da unidade abaixo da centena. Dessa forma: 1000 +31__ Durante o jogo observamos que as crianças da turma A, que já sabiam armar a conta iam ajudando as demais. O diálogo entre eles, contribuía como estratégia para 14 ajudar a encontrar a resposta certa. Começaram a elaborar continhas somando os valores relativos de cada numeral indicado pelas pedrinhas e foram registrando as contas conseguindo descobrir o valor indicado de cada jogada. Aluno: Espera aí! Estou somando do lado errado. Aluna: Aqui dá zero, zero aqui. Aluno: Está certo, menina! Cento e dez. Aluna: Aqui baixa o um e aqui é um. Aluno: Deu quanto hein! Aluno2: Cento e dez. No Jogo da Batalha das Representações percebemos que os alunos mostraram também as mesmas dificuldades no início das jogadas. O que dificultou inicialmente a realização desse jogo foi a questão deles terem que associar as cores de cada ficha ao valor do numeral indicado na cartela. Talvez se tivéssemos uma legenda associando cores aos números facilitaria a compreensão. Nesse jogo o grupo composto por 4 alunos dividia-se em dois grupos e cada grupo tinha a sua vez de compor o numeral mostrado pelo juiz (outro aluno que não estava jogando no momento). Eles usavam as fichas e o outro grupo lia. Quem acertava a leitura ganhava ponto. Como erravam na associação das cores ao valor posicional do numeral levaram mais tempo para aprender a jogar. Apesar disso, com a troca de informações entre eles e a intervenção do pesquisador, eles conseguiram entender como acertar a jogada. 15 Turma B Equipe B (1): Thalia e Rafaela estavam representando a dezena e a centena. P: Essa outra equipe vai dizer que número eles formaram. Equipe B ( 2) responde: Oitenta e cinco. P: A unidade desse número tem zero, é oitenta e cinco? B (2): É! (pausa) Oitocentos e cinqüenta. P: Isso! Acreditamos que o fato de metade das crianças da turma (A) saberem a regra de armar uma conta da direita para a esquerda e mostrar e explicitar isso para os colegas várias vezes durante o jogo, auxiliaram os colegas a reproduzir esse processo, permitindo aos mesmos acertarem a armação das contas nas situações que tiveram que armar a conta individualmente. Por outro lado, tais explicitações não contribuíram para a construção da escrita de números. Decompondo e somando, eles se apropriaram da regra sem, no entanto, compreenderem realmente o valor posicional. Assim, eles melhoraram ao armar o algoritmo e não conseguiram escrever corretamente os números ditados. Turma A Pesquisadora: Se você colocar na casa do milhar a conta vai dar errada. Aluno: A conta vai dar errada. (reafirma). Pesquisadora: E aqui mais.... Kaíque: Mais cem, bota cem de novo.(apontando para a conta) Pesquisadora: E quanto na casa da unidade? Colegas: Uma. Bota o zero ali (mostrando), olha. Kaique: Coloca no último zero. Agora passa o traço e bota o sinal de mais. Pesquisadora: Some tudo. Começando da unidade para o milhar. Colegas: Começa daqui ó! (mostrando) Pesquisadora: Da direita para a esquerda. Rodrigo: Sim! Zero, um de novo e agora é... Pesquisadora: Aqui na casa do milhar. Mil mais mil, quanto é? Aluno: Dois mil. Pesquisadora: Dois mil e Daniel: dois mil duzentos e um. Por outro lado, alguns alunos da Turma B, como demonstra o Quadro 1, avançaram na escrita dos numerais. Apesar da conversa truncada, descrita abaixo, Luan começa a perceber que era preciso somar as grandezas e multiplicar uma grandeza pela quantidade de pedras que existia nela. Essa troca de informações durante o jogo levou alguns alunos a pensarem mais sobre a escrita dos numerais. Essa turma foi mais 16 estimulada a fazer os cálculos mentalmente e só depois escrever o numeral. O que podemos afirmar é que talvez a forma como cada turma conduziu o jogo para a solução dos problemas apresentados é que tenha feito essa diferença na aprendizagem. A turma A preocupou-se mais em armar os algoritmos numa folha e para isso ia decompondo o numeral solicitado, depois somava e dizia o resultado. Segundo Golbert (2000) “a decomposição dos números não constitui uma tarefa mecânica, é uma ferramenta que as crianças utilizam para resolver as operações.”(p.116). Pesquisadora: Vamos ver qual foi o nº dele? Quantas pedrinhas caiu na casa da dezena? Luan: 1. Pesquisadora: Então ele tem 10. Luan: É de vezes a conta? Pesquisadora: Pode somar ou multiplicar. Quantas pedrinhas caiu na casa do mil? Jefferson: Caiu 1, é 1000. Pesquisadora: Então você tem 1000, tem 10 e tem quantas unidades? Que nº você tem? Você tem 1000, 10 e 3. Eles repetem juntos 1000,10 + 3 Luan: Meu Deus é tão fácil! Tem que somar para achar o número. Pesquisadora: Quem sabe multiplicar, multiplica, quem não sabe, soma. Luan: Eu sei mais somar. Analisando o Quadro 1, observamos que um aluno Jefferson apresentou os melhores resultados, pois passou a escrever os numerais usando o princípio multiplicativo com mais freqüência e acertou ao armar a conta. Na sondagem e no início do jogo ele se mostrou inibido e com dificuldade de compreensão. Na continuação ele se apropriou dos princípios que regem a escrita dos numerais e passou a responder com exatidão e ajudar todos os colegas. É possível que o fato de ter êxito no jogo, tenha despertado o interesse desse aluno em observar as regularidades do sistema de numeração decimal durante a atividade. É interessante observar que o aluno Jefferson não fez parte da equipe das duas crianças que já sabiam fazer uso do algoritmo. Durante todo o jogo, ele participava prestando atenção às jogadas dos outros colegas e as intervenções feitas pela pesquisadora/orientadora. Acreditamos que os erros de cada jogada dele e dos demais colegas fizeram com que ele refletisse e percebesse as regularidades do sistema de numeração decimal. Como já afirmamos, é necessário a diversificação de atividades para que possamos alcançar outros alunos, que não aprenderam determinado assunto.No caso de Jefferson, o jogo propiciou a aprendizagem de maneira menos formal e mais descontraída. Veja abaixo: 17 Pré – teste: Pós-teste: Considerações finais Considerando as dificuldades que as crianças enfrentam para descobrir as regularidades do sistema de escrita numérica, acreditamos que essa pesquisa foi relevante para observarmos o quanto é necessário criarmos situações que promovam uma análise dos números e das relações entre eles. Falando da diferença entre o transmitir diretamente um conhecimento e propiciar condições de aprendizagem significativa, Wollman e Quaranta dizem que devemos “promover a descoberta de relações que permitam progresso no uso dos números e na compreensão de sua organização.’ (Panizza e colaboradores, 2006, p. 106). Acreditamos que os jogos propostos por nós como ferramenta lúdica para a aprendizagem do sistema de numeração decimal, permitiram que as crianças compartilhassem seus conhecimentos de forma descontraída, tornando o ensino mais prazeroso e desafiador Por outro lado, como afirma Brenelli (1996), o jogo auxilia os alunos refletirem sobre cada jogada, compreendendo os conceitos, para que o aluno possa ganhar. Durante o jogo as modificações das ações dependerão do que o sujeito compreendeu, estimulando-o a pensar. Notamos que a compreensão do sistema de 18 numeração decimal através do jogo, ofereceu uma alternativa diferente que auxiliou alguns alunos na apropriação das regularidades necessárias à leitura e escrita dos numerais. Segundo Smole (2007), associada a dimensão lúdica, está a dimensão educativa do jogo. Observamos e refletimos que no jogo, o erro não é entendido como ausência do saber ou fracasso do jogador, mas é um passo a mais no processo de aprendizagem, pois cada aluno se sente desafiado e não há receios de pedir ajuda. “No jogo os erros são revistos de forma natural na ação das jogadas, sem deixar marcas negativas, mas propiciando novas tentativas, estimulando previsões e checagem”. (Smole, p.12). Com isso, permite o aluno reorganizar seus pensamentos, argumentar seu ponto de vista, interagir com seus pares e, assim, avançar na compreensão da representação matemática que esta sendo trabalhada..Conseqüentemente,desempenha um papel construtivo na busca do novo conhecimento. Acreditamos que o jogo nas aulas de matemática promove a cooperação e essa interação do grupo faz com que os alunos pensem de outra maneira, permitindo novas aprendizagens. Isto nos deixa claro que promover a troca de informações entre eles é muitas vezes bem mais proveitosa do que as explicações do professor. Para Golbert ( 1999), “a sala silenciosa, em que os alunos trabalham isoladamente, em que prevalece a lei do “cada um por si” e a troca de informações é pouco estimulada ou, até mesmo, proibida deve dar lugar a buscas cooperativas de soluções para os problemas, a atividades que incitem a questionamentos, à diversidade de soluções, a explicitações e que resultem em trocas cognitivas.” (p.117). Vale ressaltar que durante o jogo foi possível intervenções da pesquisadora/professora que permitiram o aluno questionar e refletir, sobre as jogadas de maneira descontraída, rompendo com a rigidez do ensino mecânico, maximizando a aprendizagem dos alunos. Durante a intervenção pudemos ver a satisfação das crianças e compreendemos a importância de diversificar a atividade pedagógica. Apesar das duas turmas terem participado dos mesmos jogos as aprendizagens foram diferentes. Esses dados mostram como as intervenções didáticas ressaltam aspectos diferentes que resultam em aprendizagens também diferentes. Como as aprendizagens dos conceitos implicam na apreensão de vários aspectos, os alunos se apropriaram de conhecimentos distintos, os quais foram demonstrados a partir das diferentes situações de uso do sistema de numeração. 19 Em síntese, este trabalho mostrou a importância do jogo de regras como uma das formas de ensinar matemática, potencializando o processo ensino-aprendizagem, desde que sejam traçados objetivos a serem alcançados. Cabe ao professor a responsabilidade de organizar atividades que promovam a participação ativa dos alunos, que envolva situações de discussão e argumentação, para que na interação uns aprendam com os outros, pois acreditamos que todo o processo de aprendizagem implica relações sociais. Dessa forma, o jogo de regras muito contribui e auxilia, em especial aquelas crianças que são vistas ou rotuladas como difíceis para aprender. O interesse dos alunos pelos jogos nos mostrou que num contexto lúdico bem planejado e com objetivos, esse recurso pode contribuir muito para o aprendizado. Referências Bibliográficas: BACELAR, A.L.C, O jogo como construção pedagógica no ensino da matemática. Monografia de especialização em administração escolar e planejamento educacional.UFPE, 2003. BRENELLI, Rosely Palermo. O jogo como espaço para pensar: As construções de noções lógicas e aritméticas, Campinas – São Paulo, Papirus, 1996. BRIZUELA,Bárbara.M.,Desenvolvimento notações. Porto Alegre: Artmed, 2006. matemático na criança: explorando COSTA, D.A, SANTOS, R.B, GUIMARÃES, Gilda Lisbôa. Refletindo sobre a utilização de jogos matemáticos nas séries iniciais. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia da UFPE. GOLBERT, Clarissa Seligman. Jogos Matemáticos 2 – Athurma - matemática nas séries iniciais, o sistema de numeração decimal. Porto Alegre, Mediação,1999. HIGINO,Zélia Maria. A criança e a escrita numérica. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos;1990. IMENES, Márcio Luiz. Vivendo a matemática (a numeração indo-arábica); 7ª edição; Editora Scipione;1995. LERNER, Zélia, A matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre, 2ª edição, Artmed,1995. MOURA, Manoel Ariosvaldo. A séria busca no jogo: do lúdico na matemática, in KISHIMOTO, M (org), Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo,Cortez,1996 NUNES, Therezinha ; CAMPOS,M. Tânia; MAGINA, Sandra. Introdução á educação matemática, PROEM , 2ª edição, 2002. PANIZZA, Mabel (org.). Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análises e propostas, Porto Alegre, Artmed, 2006. 20 PARÂMETROS CURRCULARES NACIONAIS, Matemática/Secretária de Educação Fundamental; Brasília:MEC/SEF,1997. PARRA, Cecília, SAIZ, Irma. Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas, 2ª edição, Porto Alegre, Artmed, 1996. SADOVSKY,Patrícia; “Falta fundamentação didática no ensino da Matemática”. Entrevista a Revista Nova Escola; editora Abril, 2007. p.8-10. . SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Jogos de matemática de 1º a 5º ano (Série Cadernos Mathema – Ensino Fundamental), Porto Alegre, Artmed, 2007. STAREPRAVO, Ana Ruth. Jogos matemáticos em tempo de transformação: Construindo o conhecimento matemático através das aulas operatórias. Curitiba, Renascer, 1999. VERGNAUD, Psicologia do desenvolvimento cognitivo e didáticos da matemática; Um Exemplo: As estruturas aditivas análise psicológica 1(v); págs 75 a 90; 1986. 21 JOGO DO CÍRCULO COLORIDO( Anexo 1) JOGO BATALHA DAS REPRESENTAÇÕES 22 Os jogos trabalhados com as duas turmas nessas fotos, exigiu de todos os participantes atenção. Estimulou a atividade mental dando possibilidades de atitudes autônomas, onde o aluno pôde compreender o que faz e porque o faz. Assim, os permitiu perceberem suas dificuldades e quando houve necessidade, recorreram à ajuda dos colegas ou do educador. A intervenção pedagógica através dos jogos de regras nos mostrou que é importante o professor diversificar suas aulas, pois aprender não é copiar ou reproduzir, mas favorecer trocas que desafiam o raciocínio num contexto lúdico e prazeroso. 23