ÉTICA PARA TODOS
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Sanjay Vashist
Bacharel em Filosofia pela UFJF
[email protected]
RESUMO
Em suma, ao contrário de outros seres, nós humanos podemos inventar e
escolher, em parte, o nosso modo de viver. Todos nós no mundo estamos
confrontando com dilemas éticos em uma base diária. A ética tem várias diretrizes
que orientam as pessoas sobre as suas posições, atitudes e idéias, moralmente
aceito ou tolerado pela sociedade como um todo, assim englobando os participantes
para conduzir a imagem correta e bom, que a organização ou a profissão quer
exercer, incluindo o incentivo à vontade de humanizar essas pessoas.
Podemos escolher o que parece ser bom, que seja conveniente para nós, ao
contrário do que parece mau e inconveniente. Como podemos inventar e escolher, ou
então nos enganamos. Assim, parece prudente ter um olhar mais atento no que
fazemos, tentando conseguir um determinado saber que nos permite viver bem. Este
saber viver, ou arte de viver, se você preferir, é o que se chama ética.
Palavras chaves: Ética, Moral, sociedade
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Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Filosofia da UFJF, sob a orientação do
Professor Mário José dos Santos.
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ABSTRACT
In short, unlike other beings, we humans can invent and choose, in part,
our way of life. We all over the world are faced with ethical dilemmas on a daily basis.
Ethics has several guidelines that advise people about their positions, attitude and
ideas, morally accepted or tolerated by society as a whole, thus encompassing the
participants to conduct correct and good image that the organization or the profession
wants to play, including encouraging the willingness to humanize these people
We can choose what looks good, that is convenient for us, as opposed to
what seems bad and inconvenient. Therefore we can invent and choose or fool
ourselves. So it seems prudent to have a closer look at what we do, trying to get a
certain know that allows us to live right. This know-living or art of living, if you prefer, is
what is called ethics.
Key Words : Ethics, Moral, society
1 - Introdução
ÉTICA É ALGO QUE TODOS PRECISAM TER.
ALGUNS DIZEM QUE TÊM.
POUCOS LEVAM A SÉRIO.
NINGUÉM CUMPRE À RISCA.
Falar sobre a ética pode sugerir a idéia de moral, por abordar um assunto do
qual a maioria dos seres humanos se esquiva.
É preciso ter coragem para abordar este tema, pois lança um desafio à pessoa
para escrever sobre algo que, conscientemente, desejamos ignorar.
Este trabalho tem como finalidade ampliar nossos questionamentos e
conhecimentos a respeito da ética, sem a pretensão de esgotar o assunto.
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Na verdade, são apenas algumas pontuações e questionamentos de
profissionais que na sua prática cuidam da questão do homem, da sua relação com o
outro e com o ambiente, com a vida e também com a felicidade.
2 - Ética, Moral e Direito
É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três
áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições.
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de
garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas garante uma
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial
moral comum.
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas
fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área
geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. O Direito Civil, que é
referencial utilizado no Brasil, baseia-se na lei escrita. A Common Law, dos países anglosaxões, baseia-se na jurisprudência. As sentenças dadas para cada caso em particular
podem servir de base para a argumentação de novos casos. O Direito Civil é mais estático e
a Common Law mais dinâmica.
Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspectiva
pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações
demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre
quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um
exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade, podem
ter perspectivas discordantes.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a busca
de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos -
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Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que a
caracteriza.
3 - A origem da vida ética
O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe
pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de
uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão
central da Ética.
Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do comportamento
humano, mediante as quais o homem tende a realizar na prática atos identificados com o
bem.
Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no
latim, que vem de “mores”, significando costumes. Todas as culturas elaboraram mesmos
preceitos para justificar as condutas morais. Do antigo Egito (cerca de três mil anos antes da
era cristã), como, por exemplo, na máxima "não zombarás dos cegos nem dos anões", o mito
narrado por Platão no diálogo Protágoras, segundo o qual Zeus, para compensar as
deficiências biológicas dos humanos, conferiu-lhes senso ético e capacidade de compreender
e aplicar o direito e a justiça e do Antigo Testamento, em que dois dos dez mandamentos
proíbem que se deseje a propriedade ou a mulher do próximo.
Protágoras rompe o vínculo entre moralidade e religião. A ele se atribui à frase "O
homem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais enquanto não
são". Sócrates, que alguns consideram fundador da ética, defendeu uma moralidade
autônoma, independente da religião e exclusivamente fundada na razão, ou no logos. Para
Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicidade. Em sua ética, só será feliz o
homem cujas ações sejam sempre pautadas pela virtude, que pode ser adquirida pela
educação. Assim, a ética de Epicuro inaugurou o hedonismo, pelo qual a felicidade encontrase no prazer moderado, no equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação. A ética dos
estóicos viu na virtude o único bem da vida e pregou a necessidade de viver de acordo com
ela, o que significa viver conforme a natureza, que se identifica com razão. As éticas cristãs
situam os bens e os fins em Deus e fundamentam a moral na religião.
Até o século XVIII, todos os filósofos aceitavam que o objetivo da ética era ditar leis
de conduta. Kant viu o problema sob novo ângulo e afirmou que a realidade do conhecimento
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prático (comportamento moral) está na idéia, na regra para a experiência, no "dever ser". A
vontade moral é vontade de fins enquanto fins, fins absolutos. O ideal ético é um imperativo
categórico, ou seja, ordenação para um fim absoluto sem condição alguma. A moralidade
reside na máxima da ação e seu fundamento é a autonomia da vontade. Hegel distinguiu
moralidade subjetiva de moralidade objetiva ou eticidade. A primeira como consciência do
dever, se revela no plano da intenção. A segunda aparece nas normas, leis e costumes da
sociedade e culmina no estado.
Jeremy Bentham, seguido por John Stuart Mill, pregou o princípio do eudemonismo
clássico para a coletividade inteira. Nietzsche criou uma ética dos valores que inverteu o
pensamento ético tradicional e Bergson estabeleceu a distinção entre moral fechada e moral
aberta: a primeira conservadora, baseada no hábito e na repetição, enquanto que a outra se
funda na emoção, no instinto e no entusiasmo próprios dos profetas, santos e inovadores.
Várias questões sempre reaparecem nos diversos momentos da evolução da ética
ocidental (veja quadro). Diversas correntes do pensamento contemporâneo (intuicionismo,
positivismo lógico, existencialismo, teorias psicológicas sobre a ligação entre moralidade e
interesse pessoal, realismo moral e outras) detiveram-se nessas questões. São comuns os
conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência, especialmente nas sociedades
industrializadas do século XX. A sociologia, a medicina, a engenharia genética e outras
ciências se deparam a cada passo com problemas éticos. Em outro campo da atividade
humana, a prática política antiética tem sido responsável por comoções e crises sem
precedentes em países de todas as latitudes.
Ética Moral
Ética Imoral
Ética Amoral
Baseia-se em princípios e
regras morais fixas
Baseia-se na ética dos fins:
"Os fins justificam os meios".
Baseia-se nas circunstâncias.
Tudo é relativo e temporal.
Ética Profissional e Ética
Religiosa: As regras devem
ser obedecidas.
Ética Econômica: O que
importa é o capital.
Ética Política: Tudo é
possível, pois em política tudo
vale.
4 - O que a ética não é...
1. Não é "um conjunto de proibições particularmente respeitantes ao sexo" — "o
sexo não levanta nenhuma questão ética específica", embora possa "envolver
considerações sobre a honestidade, o respeito pelos outros, a prudência, etc."
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2. Não é "um sistema ideal nobre na teoria, mas inútil na prática" — "a finalidade do
juízo ético é orientar a prática".
3. Não é "algo que apenas se torne inteligível no contexto da religião", podemos
encontrar "a origem da ética nas atitudes de benevolência e solidariedade para
com os outros que a maioria das pessoas possui".
4. Não é "relativa ou subjetiva”.
5 - O que a ética é
1. Ética é princípio.
2. Ética é permanente.
3. Ética é universal.
4. Ética é regra.
5. Ética é teoria e prática.
Para Baruch Espinosa a ética é uma ontologia universal, uma lógica e uma
antropologia. Uma ontologia universal, porque é a teoria do ser; uma lógica, porque a teoria
do ser é a explicitação da inteligibilidade deste ser; uma antropologia, porque define o ser
humano.
Enfim, Ética é o maior valor do homem livre. Significam "respeitar e venerar a vida".
O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele
apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo
se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética se forma uma realidade.
6 - Ética na educação
Ética, manifesta-se um aspecto fundamental da existência humana: a criação de
valores. Os diversos grupos e sociedades criam formas peculiares de viver e elaboram
princípios e regras que regulam seu comportamento. Esses princípios e regras específicos,
em seu conjunto, indicam direitos, obrigações e deveres. Não há valores em si, mas sim
propriedades atribuídas à realidade pelos seres humanos, a partir das relações que
estabelecem entre si e com a realidade.
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As pessoas são fortemente influenciadas pela sociedade. Se transformando de
acordo com os preceitos e os valores impostos. Muitas são as instituições responsáveis pela
educação moral dos indivíduos, a igreja, a família, a política, o Estado e a família. É preciso
deixar claro que ela não deve ser considerada onipotente, única instituição social capaz de
educar moralmente as novas gerações. Também não se pode pensar que a escola garanta
total sucesso em seu trabalho de formação. Na verdade, seu poder é limitado. Todavia, tal
diagnóstico não justifica uma deserção. Mesmo com limitações, a escola participa da
formação moral de seus alunos. Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos
livros
didáticos,
pela
organização
institucional,
pela
forma
de
avaliação,
pelos
comportamentos dos próprios alunos. Assim, em vez de deixá-las ocultas, é melhor que tais
questões recebam tratamento explícito, que sejam assuntos de reflexão da escola como um
todo, e não apenas de cada professor.
Trazer a ética para o espaço escolar significa, assim, a proposta de realização de uma
educação moral que proporcione às crianças e adolescentes condições para o
desenvolvimento de sua autonomia, entendida como capacidade de posicionar-se diante da
realidade,fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações
coletivas. O desenvolvimento da autonomia é um objetivo de todas as áreas e temas
transversais e, para alcançá-lo, é preciso que elas se articulem. A mediação representada
pela Ética estimula e favorece essa articulação.
A escola, como uma instituição pela qual espera-se que passem todos os membros
da sociedade, coloca-se na posição de ser mais um meio social na vida desses indivíduos. A
escola de hoje está deixando um pouco de lado a construção moral e a educação ética,
atribuí-se prioridades a outros assuntos como o vestibular, a mensalidade escolar, mas
esquece que a formação do indivíduo é a mais importante, e que permeará por toda a sua
vida. A criança que educa-se eticamente torna-se um adulto capaz de ir ao encontro do outro,
reconhece-se com seu igual e não assume as regras morais como regras obrigatórias.
Portanto, o educador possui um papel fundamental na formação ética e moral do indivíduo.
Se a escola deixa de cumprir o seu papel de educador em valores, a referência ética de seus
alunos estará limitada à convivência humana que pode ser rica em se tratando de vivências
de pessoas, mas pode estar também carregada de desvios de postura, atitude,
comportamento ou conduta, e mais, quando os valores não são bem formal ou
sistematicamente ensinados, podem ser encarados pelos educandos como simples conceitos
ideais ou abstratos, principalmente para aqueles que não os vivenciam, sejam por
simulações de práticas sociais ou vivenciados no cotidiano.
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A educação ética (ou, a ética na educação) acontece quando os valores no conteúdo e
no exercício do ato de educar são valores humanos e humanizadores. O conhecimento atual
aponta para atitudes criativas, para a busca de soluções inéditas, para a liderança ética, para o
resgate dos valores. A Ética, antes de tudo, deve estar impregnando as ações de cada dia, seja
dentro da sala de aula ou fora dela. Nunca se deve perder a oportunidade de formar a mente e o
coração dos alunos.
7 - Ética no trabalho, uma questão de responsabilidade
A compreensão da conduta humana no contexto de um mundo em transformação é
marcada pelo estreitamento das relações de mercado e pelo impacto da Revolução
Tecnológica e da Era da Informação.
Sendo a ética inseparável da vida humana, sua ponderação é bastante corroborada
na vida profissional, quão cada um tem responsabilidades individuais e sociais, envolvendo
pessoas que dela se favorecem.
No que tange a ética no trabalho, esta tem importância fundamental na coletividade, e
seu enfoque de vanguarda consiste na abordagem dos aspectos intervenientes nos
processos de trabalho, de forma a possibilitar que o exercício da profissão ocorra dentro de
parâmetros que considerem o interesse maior da sociedade.
Atualmente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética profissional,
que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, comumente
incorporados à lei pública. Neste contexto, os princípios éticos passam a ter força de lei;
intuam que, mesmo nos episódios em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu
estudo tem alta probabilidade de exercer influência.
É sabido por todos que o servidor público é visto maliciosamente como responsável
pela degradação dos serviços por ele prestado, pela burocratização e pela quebra dos
protótipos de conduta ética da administração pública.
O Estado, que a principio deveria impor a ordem e o respeito como regra de conduta
para uma sociedade civilizada, é o primeiro a corroborar o ato imoral, o que implica numa
emergencial "transformação cultural" dentro da estrutura publica, buscando se pautar nos
princípios da moralidade, economicidade, impessoalidade, legalidade e finalidade.
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8 - Ética nos esportes
É normal querermos vencer, ser reconhecidos pelo bom trabalho que fizemos e nos
destacarmos no meio da multidão por fazermos algo de bom. Mas um verdadeiro vencedor
consegue enxergar a derrota como algo não tão distante, sabendo que num jogo tudo pode
acontecer, e assim tomará cuidados no jogo que o prepotente não tomará.
Mais importante que tudo: em tudo na vida, é preciso jogar limpo. Jogar na regra
não basta, pois esta não cobre todos os padrões de boa conduta, e sem ética o mundo vira
um inferno. Apesar da vontade de vencer, as disputas tem de ser justas, e a técnica e a garra
devem determinar o vencedor de uma disputa, e não fatores externos. A mentira tem pernas
curtas, e um exemplo é o futebol: hoje os atletas estão praticamente confinados num 'big
brother' em que não se pode molestar o adversário sem a câmera flagrar, e ainda bem que a
tecnologia tem esse ponto positivo nos esportes, já que é a tecnologia que tem
proporcionado a criação de drogas de laboratórios que aumentam o rendimento do atleta, o
maior desafio dos esportes nesse século. As notícias sensacionalistas sobre o doping no
esporte de alto rendimento têm feito com que o fato seja conhecido por todos.
A questão ética prende-se ao fato comprovado que o doping provoca uma vantagem
tão grande daqueles que utilizam sobre os que não fazem uso, que dificilmente um talento
natural, por melhor que seja, conseguirá destacar-se no alto nível. O que preocupa é o fato
de que cada vez mais os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para
auferir vantagens nas diversas competições, e assim atendendo interesses de forma escusa.
De outro lado, dirigentes esportivos, empresários e industriais do esporte e alguns técnicos,
não demonstram qualquer tipo de preocupação com os aspectos éticos e morais abordados
anteriormente. Independente de que exista tecnologia ou não, a ética é necessária para o
bom andamento nos esportes.
9 - Ética e Ciência
Os avanços, nas últimas décadas, da genética, da bioquímica e da microbiologia, ou
seja, da biologia molecular, resultaram em uma nova tecnologia voltada para a solução de
problemas em benefício da sociedade. A biotecnologia vem contribuindo significativamente
em áreas necessárias à sobrevivência humana, como produção de alimentos, controle de
pragas, sanidade animal, diagnóstico de doenças hereditárias ou não, produção de
hormônios e, ainda em seu início, a terapia gênica.
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De tempos em tempos, e cada vez mais freqüentemente, as divulgações de novos
avanços científicos e tecnológicos nesta área causam impactos na opinião pública e
reacendem a polêmica sobre as precauções que se fazem desejáveis no ordenamento e no
balizamento dos limites que a sociedade deseja impor à capacidade humana em avançar no
desconhecido e a velocidade com que se devem incorporar as novas técnicas daí
resultantes. Especialmente na biotecnologia, que rompeu barreiras naturais da limitação
entre espécies e possibilitou a manipulação de um patrimônio que se originou nos primórdios
da vida em nosso planeta, incluindo-se neste a criação de seqüências genéticas que nunca
existiram, ou pelo menos nunca foram detectadas nos seres que conhecemos. É este
avançar no desconhecido que faz com que cientistas e não-cientistas sejam cautelosos nos
passos a serem dados.
Novas tecnologias muitas vezes assustam aqueles que não acompanham seu
contínuo crescimento e inovação, particularmente quando recebem informações pela mídia
em momentos particulares, quando algo espetacular ou de conseqüências inesperadas é
divulgado.
Cabe à sociedade como um todo discutir o enquadramento ético na ciência, mais
especificamente, das manipulações biológicas decorrentes da engenharia genética, sem
cerceamento da liberdade científica que leva à submissão tecnológica a grupos ou nações,
porém discutindo ampla e democraticamente todos os aspectos que lhe são inerentes,
devendo os cientistas e as sociedades que os congregam esclarecerem os setores nãocientíficos da sociedade e em conjunto apreciarem eticamente os objetivos a serem
alcançados no benefício do cidadão e da própria sociedade.
10 - Deontologia - Ética na saúde
"Ético é todo aquele que busca duas coisas: ser pessoa que faz ações justas,
solidárias e pacíficas e que se esforça para criar um ambiente social e político justo, solidário
e pacífico." (Olinto Pegoraro).
A formação médica é de caráter cientificista e pragmática, implicando numa postura
"fria", "neutra" e "objetiva", atributos da ciência. Para Kant, o homem deve sempre ser um fim
em si mesmo e jamais meio. Este principio ético entra em contradição com a liberdade do
médico para fazer uso de seu arsenal terapêutico, obtido pela união entre ciência e
tecnologia. O desejo de experimentar é limitado pelo direito do paciente de se posicionar
diante dos procedimentos da medicina moderna.
possui uma ética.
Assim, em principio o ensino médico
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Todo profissional de saúde, a princípio, tem a ética como parte integrante de sua
conduta e deve levar consigo esse item, independente das adversidades que aparecem em
sua carreira profissional. O médico, enfermeiro ou fisioterapeuta que se depara com um
grande entrave: como ser completamente ético em um ambiente pouco propício a prática da
ética?
Todas as pessoas têm direito ao atendimento de suas necessidades, mas as
pessoas são diferentes, vivem em condições desiguais e com necessidades diversas.
Cada vez torna-se mais difícil a convivência, a tolerância e o equilíbrio emocional no trabalho
e nas relações com os pacientes de hospitais e ambulatórios públicos. O que se vê é uma
profunda desigualdade social gerada pela escassez de recursos. Hospitais sem verbas,
médicos sem salários e pacientes sem leitos. A falta de interesse político em manter a
qualidade torna o profissional cada vez mais desanimado e desacreditado no trabalho. O
atendimento à saúde reflete as condições econômicas, sociais e políticas do país,
reproduzindo desigualdades, individualismos e autoritarismo, particularmente, no contexto da
assistência hospitalar. Observa-se nas filas dos hospitais, o exercício de práticas autoritárias
pelos profissionais de saúde e uma alienação aos determinantes sociais das doenças que os
pacientes são portadores.
Com base nesses dados é óbvio afirmar que houve uma drástica redução na
qualidade do serviço prestado nos hospitais públicos. Muitos profissionais assumem um
caráter antiético em virtude das deficiências administrativas do governo. Igualdade, justiça, e
atendimento integral são condições ideais, mas que as possibilidades para conquistá-las são
muito limitadas ou inexistentes.
11 - A ética na politica
A política resulta da própria vida em sociedade, das ações humanas e da necessidade
de organização dessa sociedade, visando sempre ao bem comum, de tal modo que se atinja
uma sociedade justa e livre.
Entre a ética e a política constatamos uma dialética conflitiva, pois há um imenso
abismo separando-as. O poder político interfere nas relações sociais e deturpando os valores
morais da sociedade hodierna através de mentiras e corrupção, pois muitos políticos só
procuram autopromoção; e manipulação da sociedade. O tema é justificado devido às
rotineiras denúncias de corrupção por parte dos políticos, que deixam a população perplexa,
mas que infelizmente, não reivindica mudanças nesse quadro. Promessas políticas feitas em
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período eleitoral, para a obtenção de vantagens não são cumpridas - algumas por pura falta
de vontade, e outras por ineficiência ou falta de recursos financeiros do Estado.
Também entre a ética e a política parece não existir um ponto em comum, pois agir
conforme os padrões políticos significam que as suas atitudes estão distantes dos valores
éticos da sociedade. Essa afirmação parece ser contraditória, pois se uma aspira a uma vida
justa e feliz, torna-se inseparável da outra. Porém, esta finalidade é mera teoria, pois a
política, na prática, não realiza o bem comum, mas o bem dos próprios detentores do poder e
seus apadrinhados.
Atualmente, as palavras mais ouvidas nos jornais televisionados são promessas não
cumpridas, corrupção, má utilização ou desvio de dinheiro público, desonestidade, compra de
votos e abuso de poder, contradizendo a vontade dos eleitores que escolhem seus
representantes a espera de pessoas honestas e preocupadas com os inúmeros problemas
sociais enfrentados pelo mundo. Os cidadãos exigem um mínimo de postura ética dos seus
representantes no poder, mas não há resposta a esse clamor, pois os compromissos
assumidos durante as campanhas eleitorais são "esquecidos".
Depreendemos daí que os políticos não se preocupam com os problemas sociais que
aterrorizam a população, o que seria a sua obrigação. Ao contrário, são guiados pela sede do
poder, o único fim a que se dedicam. Dessa forma, a ética é "esquecida", torna-se mera
especulação e inspiração para filósofos e escritores.
Apesar de a população a cada dia tornar-se mais esclarecida, não é capaz de
transformar ou proporcionar um maior esclarecimento sobre os deveres éticos-políticos dos
governantes. Além desses, parece que a população em geral também está se esquecendo
dos valores e princípios éticos que todos devem seguir e respeitar. Talvez esteja indiferente.
Só conseguiremos mudar essa realidade quando houver garantia à população de uma
boa educação, o que trará consciência e resultados éticos muito mais satisfatórios que os
presenciados atualmente, pois não se aprende mais a ética durante o período escolar. Deve
ser pressuposta na medida em que se torna indispensável para a convivência entre os
homens.
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12 - A Ética da Diversidade
A explosão demográfica é uma das principais causas de um desastre planetário, mas
existem outras, como o fim dos recursos naturais, como combustíveis fósseis, a destruição
da camada de ozônio, que acarretará no derretimento das calotas polares.
Essa falta de preocupação se deu através de uma característica de que o universo e a
natureza fossem considerados um poço de riqueza sem fim. A forma achada para reverter
esse quadro é de que haja uma mudança radical em todos os níveis do saber e do fazer.
Devemos procurar uma transformação radical de nossos modelos de desenvolvimento, de
educação e de civilização. Outra coisa é que devemos nos unir para atingirmos uma única
sociedade, com o mesmo pensamento, as mesmas idéias e diversificar o modelo
socioeconômico e devemos nos respeitar acima de tudo.
É necessário facilitar o aparecimento de uma nova consciência acima de tudo, para
que possa haver um respeito mútuo de todos, não apenas como pessoas, mas também como
seres vivos.
Para que o planeta possa sobreviver, é necessário que nós nos unamos contra o
inimigo comum, que é qualquer coisa que ameace o equilíbrio do nosso ambiente, ou que
reduza a herança do passado e do presente para as gerações futuras.
O nosso planeta é uma maquina térmica em constante transformação, o efeito mais
visível dessa transformação é o crescimento da população, e com o aumento da população
aumenta a poluição e a diminuição dos recursos naturais e a destruição do habitat de vida da
população, que prejudica a todos.
O ser humano começou a questionar a visão que ele tem do mundo, ou seja, ele via o
mundo de uma forma mecânica, de que tudo ocorre como uma engrenagem, uma coisa
sugere a outra.
Para se atingir um resultado positivo, é necessário que a ciência e a cultura se
reintegrem, essa reintegração fará com que todos pensem no bem da humanidade e não em
competir entre si.
Para que isto não ocorra, é sugerido a ética da diversidade, que seria uma união de
culturas, de idéias, tudo em prol da humanidade, para que possamos sobreviver a um
colapso de nossas fontes, e possamos restaurar nosso habitat, para não prejudicar nossa
vida.
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13 - Considerações finais
Para Kant a Ética é autônoma e não heterônoma, isto é, a lei é ditada pela própria
consciência moral e não por qualquer instância alheia ao Eu. Kant dá prosseguimento à
construção da própria moral. Não espera algo de fora. Aquilo que o homem procura está
dentro dele mesmo.
A autodeterminação expressa a essência do ser. É o poder que temos de atualizar
nossas virtualidades. O pensamento científico auxilia, mas são os aspectos psicológicos,
ideológicos, religiosos e filosóficos que emprestam o maior peso à nossa deliberação na vida.
A ação humana, embora restrita à responsabilidade pessoal, tem como objetivo o interesse
público. A questão ética diz respeito ao auxílio que cada um possa exercer na transcendência
do outro. Em realidade, é a criação de condições para que o outro realize plenamente o seu
projeto de vida ao qual foi destinado. Dessa forma, as ações individuais no cumprimento dos
deveres, devem salvaguardar a liberdade própria e a do outro.
Ética é uma autodeterminação que envolve a autonomia da vontade na busca da
atualização do ser. Assim, não é agir de qualquer jeito, mas de forma ordenada, generosa,
que promova a pessoa e os direitos do outro, sobretudo quando esses direitos são
espezinhados.
O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas
em exemplificar em si mesmo o aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos
os momentos da vida, a tolerância para com as faltas alheias, a obediência aos superiores
em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa recebida.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de
Janeiro, M.E.C., 1967.
Etica-E-Politica-Brasileira/pagina1. Wn
FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.
Gilles Deleuze, Espinosa, Filosofia Prática
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NOGUEIRA, J. C. Ética e Responsabilidade Pessoal. In MORAIS, R. de.
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Carta a Meneceus
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São
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SILVA, José Cândido da; Conversando sobre ética e sociedade.Vozes,2000.
Download

SANJAY VASHIST - ÉTICA PARA TODOS