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14/10/2013 14h20
Começa nova era no Vaticano com posse
de número dois de Francisco
France Presse
CIDADE DO VATICANO, 14 Out 2013 (AFP) - A posse na terça-feira do experiente
diplomata Pietro Parolin, ex-núncio da Venezuela, como novo Secretário de Estado do
Vaticano, o equivalente a primeiro-ministro da Santa Sé, marca o início de uma nova
era no Vaticano e do pontificado de Francisco, que deverá colocar em andamento a
reforma da Cúria Romana.
Parolin, de 58 anos, substitui o influente e controverso cardeal Tarcisio Bertone,
nomeado em 2006 por Bento XVI. O período de Bertone no cargo foi marcado por
escândalos.
Parolin tomará posse durante uma cerimônia solene presidida pelo papa Francisco no
palácio apostólico.
Designado em agosto para o cargo, o novo número dois da Santa Sé surpreendeu por
suas declarações sobre o celibato, ao afirmar que não é um dogma, e pela facilidade de
acesso à imprensa.
Francisco, que respeita a tradição de que o Papa estrangeiro nomeia um italiano como
braço direito, também aposta em favorecer o diálogo direto com sua equipe de trabalho.
A saída de Bertone, um salesiano sem experiência na gestão de assuntos diplomáticos e
que está prestes a completar 79 anos, acontece após uma série de escândalos que
atingiram a Igreja Católica nos últimos anos: pedofilia, Vatileaks e reforma das finanças
do Vaticano.
Sua gestão foi marcada por rivalidades e intrigas nas altas esferas do Vaticano. Ele foi
acusado de erros de administração, favoritismo e de adotar decisões questionáveis,
embora sua honestidade nunca tenha sido colocada em xeque.
Apesar das acusações, Bento XVI o manteve até o fim em seu cargo.
A nomeação por parte do Papa latino-americano de Parolin, de 58 anos, que desde 2009
era núncio (embaixador do Vaticano) na Venezuela, gerou reações favoráveis.
O novo número dois da Santa Sé foi descrito como um homem 'modesto, acessível,
aberto e competente'. Terá menos poder que seus antecessores, já que se encarregará,
sobretudo, da diplomacia vaticana.
Segundo fontes internas, Parolin deverá compartilhar o cargo com o 'moderator Curiae',
um coordenador entre os vários ministérios da Cúria Romana, um cargo que não foi
criado, mas que o pontífice está delineando.
Poliglota, considerado particularmente jovem para este posto, ele nasceu na região de
Veneto, no nordeste da Itália. Seu pai era o dono de uma loja de ferragens e sua mãe era
professora.
Ordenado sacerdote em abril de 1980, o padre Pietro Parolin estudou na Universidade
Pontifícia Gregoriana de Roma e em 1983 entrou para a Academia Pontifícia
Eclesiástica, encarregada de formar o corpo diplomático da Santa Sé.
Seu primeiro cargo foi na Nigéria (de 1986 a 1989) e depois esteve no México, até
novembro de 1992, quando o papa João Paulo II o nomeou para o posto de vicesecretário para as relações com o Estado, verdadeiro 'número três' da diplomacia
vaticana.
Na Secretaria de Estado, esteve a cargo das relações com os Estados, entre eles
Espanha, Andorra, Itália e a República de San Marino.
O novo secretário de Estado do Vaticano trabalhou em vários assuntos delicados, como
as relações com a China comunista, Vietnã e Israel.
Depois de passar pouco menos de sete anos a serviço dos secretários de Estado Angelo
Sodano e Tarcisio Bertone, Bento XVI o nomeou em agosto de 2009 como núncio
apostólico na Venezuela.
Bispo desde 2009, sua gestão das relações com a Venezuela estiveram marcadas pelas
tensões entre o episcopado venezuelano e o governo de Hugo Chávez, falecido em
março passado.
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