Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil A Nova Era do Planejamento Estratégico em Relações Públicas1 Marina Rodrigues Martins2 Resumo O presente artigo foi instigado pela vontade de apreender conhecimentos sobre gestão da informação e verificar sua ligação com o processo de comunicação. Ele propõe a reflexão sobre sistemas e tecnologias de informação e qual o papel ocupado por esses, no gerenciamento das organizações na contemporaneidade. Contextualiza-se, brevemente, o campo das Relações Públicas e o que engloba essa atividade. A interatividade entre organizações e seus públicos, elaborada de forma estratégica por meio de planejamento, também são assuntos desenvolvidos no texto. O levantamento dos títulos que subsidiaram esta reflexão teve como embasamento a pesquisa bibliográfica. No processo de observação teórica percebeu-se que a consolidação da sociedade em rede, beneficiada pelos avanços tecnológicos, se configura de maneira estratégica para as organizações do atual mercado. Palavras-Chave: sistemas de informação; Relações Públicas; planejamento; mídia digital; comunicação. Introdução Os depoimentos de executivos, em Oliveira (2003), possibilitam perceber a aplicação, cada vez mais freqüente, de processos de gestão estratégica nas organizações da América Latina. Esse reconhecimento oportunizou vislumbrar, de uma forma ainda que simplificada, a importância desses procedimentos na atualidade. Essa necessidade instigou a pesquisa sobre o assunto discutido neste artigo. Dessa forma, o presente texto teve como objetivo principal apreender conhecimentos sobre sistemas e tecnologias de informação e quais seus papéis no gerenciamento das organizações. O escopo foi composto pela pesquisa bibliográfica que permeou os assuntos sobre planejamento e gestão estratégica, focando o papel das comunicações digital e virtual. Junto a isso, como os sistemas de informação influenciam no processo de comunicação entre organizações e públicos. A apropriação de referencial teórico fez parte da construção do conhecimento, como principal metodologia de pesquisa, utilizando os pressupostos de Stumpf, 2005. A descrição de como se desenrolou essa etapa será apresentada no decorrer do estudo. 1 Artigo final apresentado para avaliação na atividade acadêmica Seminário Avançado em Relações Públicas, no primeiro semestre de 2008. Ministrada pela professora Mª. Nadege Lomando. 2 Estudante de Graduação 8º semestre do Curso de Comunicação Social - Habilitação em Relações Públicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. 1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil Para agregar as Relações Públicas, que é ponto chave nesta discussão, autores como Simões, Pinho e Vieira foram citados. A fim de delimitar a atividade, se apresentam a Lei e a Resolução Normativa que regulamentam e disciplinam a atividade desse profissional. Sua atividade e conceituação são, concisamente e inicialmente, dispostas para entendimento de forma geral. Também são abordas as contínuas alterações dos processos de comunicação, causadas pelos sistemas e tecnologias de informação. Em seguida, são apresentados conceitos e estruturas de planejamento, processo, programa, etc. possibilitando visualizar os diversificados entendimentos sobre cada uma das etapas que buscam tornar efetiva a prática da gestão estratégica. Os autores trabalhados são de diferentes áreas do conhecimento, a fim de ampliar a reflexão. Participam desse quadro, Kunsch, Fortes e Saad da esfera comunicacional; Oliveira, da administrativa e Lück, da educacional. Essa parte também procura demonstrar as possibilidades de implantação desses, para percepção e gerenciamento das novas possibilidades de mercado. Como último referencial é disposto o debate específico sobre sistemas e tecnologias de informação, objetivando o alcance de metas favoráveis dentro de um mercado competitivo. Nesse momento coloca-se um pouco da discussão sobre os sistemas de informação e sua participação, como fator importante, nas tomadas de decisão na era da comunicação tecnológica. Os principais autores trabalhados são Laudon e Laudon, além de O’Brien. Para finalizar são apresentadas algumas apreciações, consideradas ainda precoces, sobre o tema discutido. Essas contextualizações propiciaram o reconhecimento do amplo mercado que se configura na contemporaneidade, devido às tecnologias da informação e comunicação. Foi possível verificar a vasta dimensão que o assunto abrange e, além disso, a influência e complexidade dos sistemas de informação como estrutura e direcionamento para a gestão estratégica. As Relações Públicas englobam interatividade A fim de esclarecer brevemente as Relações Públicas, apresenta-se a seguir alguns dos diversificados conceitos de atividades e técnicas dessa habilitação da comunicação. Conforme a Resolução Normativa Nº. 43, de agosto de 2002, as Relações Públicas são “como uma filosofia administrativa organizacional, com funções administrativas de direção e de comunicação, independentemente de nomenclaturas de cargos e funções que 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil venham a ser adotadas” 3. De acordo com essa Resolução as técnicas e conceitos que a caracterizam são: I) comunicação estratégica, com o objetivo de atingir de forma planificada os objetivos globais e os macro-objetivos para a organização; II) comunicação dirigida, com o objetivo de utilizar instrumentos para atingir públicos segmentados por interesses comuns; III) comunicação integrada, com o objetivo de garantir a unidade no processo de comunicação com a concorrência dos variados setores de uma organização4. Vieira (2002) cita que a atividade “se constitui num método de estímulo junto aos públicos, provocando manifestações de concordância e cooperação que se refletem no aumento do consumo e da produtividade” (VIEIRA, 2002, p. 19). Pinho (2003) utiliza a atividade de administração estratégica para definir o entendimento de RP. Segundo o autor, as Relações Públicas se configuram pelo estabelecimento da relação entre as organizações e seus diferentes públicos. Simões (2006) define que a atividade de Relações Públicas é “a gestão da função organizacional política, da qual a comunicação faz parte como meio e não como fim” (SIMÕES, 2006, p. 13). Nos diferentes referenciais percebe-se que a comunicação entre organizações e públicos é função implícita da atividade. Após as definições apresentadas, neste artigo se acredita que as Relações Públicas visam estabelecer a troca de informações, conhecimento, idéias, opiniões, etc., ou seja, a comunicação, entre sujeitos e suas diversificadas representações sociais. No entanto, a problemática de efetivar o ato da comunicação se põe à discussão. Como afirma Breton (2003), “O privilégio dado à informação na comunicação levou a difusão de um esquema padronizado que coloca em cena o emissor, a mensagem, o receptor em uma perspectiva linear” (BRETON, 2003, p. 28). De acordo com o autor, esse esquema se adequa ao simples processo de difusão de informações. Porém, quando analisado o contexto de recepção das mensagens e demais fatores que influenciam nas tomadas de decisões dos receptores, é preciso refletir. Percebe-se a amplitude e alteridade dessa ação na atualidade, onde os novos sistemas de informação fazem parte do cotidiano, “nós que somos parte da geração @, que estudamos, trabalhamos e vivemos no ambiente da comunicação digital e virtual” (SANTOS, 2002, p. 11). Acredita-se que essas questões 3 Resolução Normativa Nº. 43, de agosto de 2002. Disposta no site do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP). 4 Idem referência 4 da presente página. 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil devem permear as discussões prévias para o desenvolvimento de planejamentos comunicacionais estratégicos. Conforme a Lei Nº. 5.3775, que disciplina a profissão de Relações Públicas, cabe ao profissional da área, informar o público através de meios de comunicação; planejar; supervisionar; coordenar e executar atividades ligadas à pesquisa, campanhas, etc. de opinião pública, meios áudio-visuais, entre outras. Pinho (2003) coloca que, como auxílio ao desenvolvimento e implementação de estratégias de comunicação a Internet pode se instituir como uma importante ferramenta para a eficácia da distribuição das mensagens. E é na perspectiva das tecnologias da informação que o presente texto se configura. Por que e como planejar estrategicamente focando as comunicações digital e virtual? Há alguns anos atrás, Pinho (2003) já demonstrava em seu livro as estatísticas relacionadas à porcentagem de usuários que utilizavam à rede em busca de novidades e diversificação de produtos. No ano de 2005, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apresentou o percentual em âmbito regional, sendo que, as que demonstraram maior número de pessoas que buscavam acesso e uso da Internet foram: Sul com 25,6%; Sudeste com 26,3% e o Distrito Federal atingindo 41,1%6. Já em 2007, a Pesquisa sobre uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, desenvolvida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, levantou dados importantes constatando mais de 40 milhões de usuários brasileiros na rede. A terceira edição da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil – TIC EMPRESAS e TIC DOMICÍLIOS 2007 reflete uma expressiva evolução no uso da Internet no país. Já somos 45 milhões de usuários na rede quase 10 milhões a mais do que no ano passado. Este crescimento sugere que, tanto as políticas públicas que visam ampliar o acesso à rede, quanto as iniciativas do setor privado para impulsionar o uso da infraestrutura no desenvolvimento do país, estão surtindo efeito (CGI.br, 2008, p. 7). Esses números evidenciam a importância do desenvolvimento de planejamentos estratégicos utilizando os benefícios trazidos pelos sistemas de informação e comunicação. As estatísticas também confirmam a colocação de Pinho (2003), quanto à necessidade das Relações Públicas estarem inseridas na rede mundial, disponibilizando informações que se 5 Lei Nº. 5.377, de 11 de dezembro de 1967, que Disciplina a Profissão de Relações Públicas e dá outras providências. Disposta no site do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP). 6 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios que investigou o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal, por meio do convênio entre o IBGE e o Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br. 4 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil tornam decisivas para as escolhas do público. O autor também aponta o avanço do esquema comunicacional, o qual deixou de ser um monólogo e consolidou-se enquanto um diálogo. Onde emissor e receptor dispõem de uma via de mão-dupla 7 das informações para o ato da comunicação. O mundo digital e virtual se configura no atual contexto social e proporciona novas alternativas de contato entre organizações e seus diferentes públicos. Dessa forma, verifica-se que a etapa de planejar estrategicamente ações organizacionais, a fim de englobar os avanços tecnológicos, se torna cada vez mais essencial. [...] o planejamento estratégico, no contexto empresarial, pressupõe um intenso conhecimento do organismo da empresa e das influências por ele recebidas das mudanças do ambiente nos aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, visando sempre mantê-la em condições de competição e concorrência 8 (OLIVEIRA, 2003, p. 19). Como visto anteriormente, a Lei Nº. 5.377, que disciplina a profissão das Relações Públicas no Brasil, coloca que uma de suas atividades é desenvolver planejamentos. Conforme Oliveira (2003), sete questionamentos são fundamentais no momento de desenvolver o planejamento, que são o que fazer, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde. Em outras palavras, diagnosticar as necessidades, que determinada organização apresenta em um ou mais pontos específicos, para atingir seus resultados. Oliveira (2003) acredita que o planejamento, aplicado com maior penetração e abrangência, pode propiciar diversificadas mudanças institucionais, desde níveis hierárquicos a até rotinas administrativas. Segue figura 1.19: Planejamento Provoca modificações em Pessoas Tecnologia Sistemas Oliveira (2003) argumenta que o planejamento estratégico possui maior durabilidade, maior amplitude, maiores riscos, atividades de fins e meios, além de menor 7 Termo utilizado por PINHO, 2003, p. 17. Depoimento de Carlos Antich, em 2003, Presidente do Conselho Consultivo da Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro - Sanbra, sobre a importância do planejamento estratégico no livro de Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. 9 Figura 1.1 Algumas modificações provocadas pelo planejamento (OLIVEIRA, 2003, p. 38). 5 8 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil flexibilidade. Assim, para alcançar o objetivo de transformação, ou seja, fazer com que o planejamento tenha efetividade, ele precisa antes permear pelas etapas de eficiência e eficácia. Então: Eficiência é: fazer as coisas de maneira adequada; resolver problemas; salvaguardar os recursos aplicados, cumprir seu dever e reduzir custos. Eficácia é: fazer as coisas certas; produzir alternativas criativas; maximizar a utilização de recursos; obter resultados e aumentar o lucro (OLIVEIRA, 2003, p. 38). No entanto, a indisponibilidade ou a não facilidade de adaptação, do planejamento estratégico, às mudanças na era da interatividade trazida pelas tecnologias digitais, necessita de reflexão. Conforme Saad (2003), adquirir um comportamento dinâmico e flexível, faz parte de um conjunto de diferenciais competitivos das organizações atuais. Em sua tese de doutoramento, na Universidade de São Paulo – USP, a autora defende que estratégias fechadas e business plans rígidos, não são a garantia de sucesso para operações digitais. Segundo a pesquisadora, o ser humano ainda está por traz da tecnologia, sendo ainda tomado por reações imprevisíveis. Desse modo, acredita-se que a flexibilidade dos projetos e ações pré-elaboradas deve ser circunstancial à temporalidade na qual estão sendo desenvolvidas. Reforçando a percepção de mobilidade e adaptação, Lück (2003) apresenta que o contexto atual, sendo ele dinâmico, se configura como uma possibilidade estratégica para profissionais ágeis e criativos. A autora acredita que a orientação de melhorias depende de análises, decisões e planejamentos versáteis, que são desenvolvidos a partir da percepção objetiva e clara da conjuntura. A mesma, intitula esse processo como planejamento-ação, o qual é desenrolado por meio de seus subprodutos, que são planos ou projetos 10. É perceptível a existência de diversificados modelos e metodologias de implementação para planejamentos, programas, projetos, ações, business plans. Ou qualquer que seja a denominação utilizada para identificar os novos processos de gestão estratégica. 10 Termos utilizados pela autora (LÜCK, 2003, p. 10 - 12). 6 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil A fim de visualizar essa diferença de forma simplificada, demonstra-se a seguinte 11 tabela : Autor: Estrutura: OLIVEIRA, 2003. • PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: Fase I – Diagnóstico Estratégico: conceituação da visão da empresa; descrição dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças; análise dos concorrentes; identificação das evoluções tecnológicas; fornecedores, aspectos políticos, socioeconômicos, culturais, econômicos e financeiros; mercados internacional, nacional e regional; produtos e serviços, atuais e novos; promoções; imagem institucional; comercialização de produtos; sistemas de informações; estrutura organizacional; suprimentos; recursos humanos e financeiros. Fase II – Missão da Empresa: estabelecimento da missão da empresa; propósitos atuais e potenciais; macroestratégias e macropolíticas; postura estratégica; estruturação e debate de cenários. Fase III – Instrumentos prescritivos e quantitativos: estabelecimento de objetivos; desafios; metas; estratégias; políticas funcionais; projetos; planos de ação e recursos necessários. Fase IV – Controle e avaliação: avaliação do desempenho; comparação do desempenho real com os objetivos, desafios e metas estabelecidos; análise dos desvios dos objetivos, desafios e metas; tomada de ação corretiva sobre as análises (OLIVEIRA, 2003, p. 63 - 123). • PROJETO: Fase 1 Caracterização: identificação do problema-alvo; análise do ambiente, definição dos objetivos, desafios e metas; definição dos critérios e parâmetros de avaliação; elaboração dos estudos de viabilidade; negociação e definição dos recursos; identificação da equipe de trabalho; programação e alocação dos recursos e elaboração do manual do projeto. Definição: Planejamento estratégico: pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz [...] Existem diferentes planejamentos, pode-se diferenciar três, por níveis hierárquicos, conforme pirâmide organizacional (OLIVEIRA, 2003, p. 36 - 48). Figura 1.212: Figura 1.313: Projetos: são trabalhos a serem feitos com responsabilidade de execução, resultados esperados com quantificação de benefícios e prazos para execução preestabelecidos, considerando os recursos humanos, financeiros, materiais e de equipamentos, 11 Tabela organizada, pela autora do presente artigo, a partir da leitura das bibliografias citadas durante as descrições apresentadas. 12 13 Figura 1.2 Níveis de decisão e tipos de planejamento (OLIVEIRA, 2003, p. 45). Figura 1.3 Ciclo básico dos três tipos de planejamento (OLIVEIRA, 2003, p. 47). 7 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil Fase 2 Execução: utilização dos recursos disponíveis de acordo com o programado; supervisão da equipe de trabalho; acompanhamento e controle das atividades e avaliação final dos trabalhos executados (OLIVEIRA, 2003, p. 249). LÜCK, 2003. • PROJETO: 1) Identificação do projeto: deve conter título do projeto; unidade executora; programa de inserção do projeto; coordenador; início, término; duração e custo estimado. 2) Descrição da situação problema: formado pela descrição de elementos contextuais; comparativos; analíticos-críticos; teóricos; situação problema e análise do problema. 3) Proposição de objetivos: deve conter objetivo geral e específicos, do projeto. 4) Definição de metas: deve-se definir o público; qual desempenho desejado e quais as condições de alcance. 5) Delineamento de método, estratégias e procedimentos: coordena um conjunto de estratégias, procedimentos e operações delineados para realizar os objetivos propostos. 6) Especificação de cronograma: demonstração do tempo que se dispõe ou que é necessário para a realização de um trabalho e promoção dos resultados pretendidos. 7) Identificação de recursos e custo: deve orientar-se pelo estabelecimento de estimativas realísticas que levem em consideração o valor objetivo da condição subjetiva. 8) Proposição de monitoramento e avaliação: permitem contínua adaptação a situações novas e desconhecidas [...] Monitoramento é uma atividade contínua, sistemática e regular [...] avaliação [...] corresponde ao processo de bem como as áreas envolvidas necessárias a seu desenvolvimento. Programas: são os conjuntos de projetos homogêneos quanto o seu objetivo maior. Planos de ação: são os conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que está sendo tratado. (OLIVEIRA, 2003, p.79). Interligação dos projetos com os planos de ação: projetos preocupam-se com a estruturação e alocação de recursos (delineados pelas estratégias) direcionados para a obtenção de resultados específicos (estabelecidos pelos objetivos, desafios e metas), enquanto os planos de ação preocupam-se com a concentração de especialidades (recursos humanos, tecnologias, marketing, informática, logística etc.) identificadas por meio das atividades de cada projeto (OLIVEIRA, 2003, p. 255). Planejamento: um processo dinâmico e complexo que envolve, além de uma dimensão técnica (forma), a dimensão conceitual e a dimensão política (fundo). [...] Representa materializar uma vontade de transformação da realidade, ou implantação de uma inovação, mediante objetividade e direcionamento claro de ações, tendo os pés no presente e o olhar no futuro. Projetos ou planos: sub-produtos formais do planejamento. [...] Um projeto, considerado em sentido formal e limitado, constitui apenas um documento que retrata um processo de planejamento pelo qual se tomam decisões a respeito de rumos de ação, emprego de recursos e de esforços, bem como se especificam ações e condições necessárias para resolver problemas, alterar uma situação ou criar novas. [...] Em seu sentido mais amplo, [...] processo mental e social que envolve, o empreendimento que mobiliza e que se faz presente na ação inteligente dos atores do projeto, que cria a predisposição e determinação para agir visando conseqüências concretas e positivas (LÜCK, 2003, p . 12 - 21). 8 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil FORTES, 2003. medida e de julgamento dos resultados parciais e finais (LÜCK, 2003, p. 91 - 129). Amplo programa de informações: Etapa 1: planejar, definir roteiro e métodos do trabalho a ser desenvolvido. Etapa 2: executar, colocar as ações planejadas em prática. Planejamento: Etapa da reunião de dados: determinar público; reconhecimento de problemas e fixar diretrizes; Etapa da redação do plano: resumir as informações coletadas, demarcação de objetivos e metas; justificativa das ações propostas, projeção de atividades a serem cumpridas, definição dos meios de comunicação que serão utilizados, descrição dos recursos necessários e esquematização de tempo de aplicação. Etapa da autorização pela direção: buscar a aprovação do plano; provocar interesse e expectativas no público-alvo; seleção de equipe executora dos programas e projetos estipulados (FORTES, 2003, p. 181 - 191). Amplo programa de informações: fase em que as relações a empresa com pessoas e grupos serão impulsionadas pelo uso da comunicação. Planejamento: função básica do amplo programa de informações visa transformar um cenário presente atribulado para um futuro favorável. (FORTES, 2003, p. 182). 9 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil KUNSCH, 14 2003 . Planejamento: doze etapas formam o processo de planejamento, são elas: Identificação da realidade situacional; levantamento de informações; análise dos dados e construção de um diagnóstico; identificação dos públicos; determinação de objetivos e metas; adoção de estratégias; previsão de formas alternativas de ação; estabelecimento de ações necessárias; definição de recursos a serem alocados; fixação de técnicas de controle; implantação do planejamento e avaliação dos resultados (KUNSCH, 2003, p. 215- 326). Planejamento: processo racional-lógico, que pressupõe estudos, questionamentos, diagnósticos, tomadas de decisões, estabelecimento de objetivos, estratégias, alocação de recursos, curso de ações, etc. [...] três níveis essenciais de planejamento: estratégico, tático e operacional [...] esses três tipos de planejamento coexistem e são interdependentes nas organizações. Todos são necessários e se complementam. Figura16: Figura15: Programa: relacionado a logística de implantação, descrição das atividades a fim de alcançar os objetivos traçados dentro de um espaço de tempo. Plano: instrumento do planejamento em caráter geral e abrangente reúne os pressupostos básicos para a tomada de decisão. Projeto: propostas de ações que possibilitam a modificação da situação presente para uma futura mais favorável. Composto pelas ações, objetivos, metodologia, recursos e condições institucionais de possibilidade de aplicação. (KUNSCH, 2003, p. 203 - 379). Acredita-se que com essas resumidas descrições, percebe-se um pouco da diversidade existente entre conceitos. No entanto, identifica-se semelhança em dois autores citados, são eles: Kunsck (2003) e Oliveira (2003). Mesmo sendo de diferentes áreas do conhecimento, suas definições e estruturas se cruzam em alguns aspectos, como por exemplo, em relação aos questionamentos que Oliveira cita como fundamentais quando se desenvolve um planejamento, que são: o que fazer, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde. A pequena diferença é que Kunsch cita oito, em vez de sete, que são: o 14 Para mais detalhes sobre conceitos e estruturas referentes a programa, plano e projeto, contextualizados a partir do processo de relações públicas, consulte Kunsch (2003). 15 (KUNSCH, 2003, p. 326). 16 ALMEIDA (2001 apud KUNSCH, 2003, p. 215). 10 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil que, por que, como, o que fazer, quem, quando, onde e por que meios. Além disso, a correlação de três tipos de planejamentos, que são: o estratégico, o operacional e o tático. Oliveira também como Lück, acredita que projetos que dão certo, enquadram-se em um perfil caracterizado. Segundo os autores, essas características são: [...] cumprimento dos prazos previstos; enquadramento aos custos preestabelecidos; cumprimento da qualidade técnica esperada; cumprimento das exigências de viabilidade; cumprimento de equilíbrio financeiro durante a/ou após a conclusão; manutenção de equilíbrio operacional nas atividades da empresa; aumento, ou, pelo menos, manutenção da rentabilidade norma da empresa; e aumento, ou pelo menos, manutenção da captação de oportunidades de negócios (OLIVEIRA, 2003, p.252). [...] aplicabilidade; clareza; consistência; coerência, criatividade; flexibilidade; globalidade; objetividade; responsabilização; unidade e visão estratégica (LÜCK, 2003, p. 82). Logo, permite-se concluir que independente da definição e estrutura utilizada para implantação de um processo de gestão estratégica, deve-se adapta-lo à conjuntura na qual está inserido, porém, sempre utilizando orientações base para seu delineamento. A representação de um mundo digital estrategicamente pensado Até o momento, essa reflexão possibilitou um preliminar reconhecimento das oportunidades que a tecnologia da informação e a consolidação da sociedade em rede proporcionam para a gestão estratégica. No entanto, confia-se que a possibilidade de estabelecer um relacionamento estratégico in-rede terá probabilidade de ser constituído “se a empresa revisar seus processos normais de distribuir informações a seus públicos” (FORTES, 2003, p. 242). O autor reconhece esse processo de comunicação virtual como: [...] recursos que permitem aos usuários interagir com o microcomputador ou sistema, numa modalidade que tenta imitar, da forma mais perfeita possível, o ser e o fazer humanos. Utiliza recursos de multimídia, do hipertexto e da hipermídia, além desses, os links permitem formar uma cadeia não seqüencial de informações – sua lógica é análoga ao rastreamento de sinônimos num dicionário, em que significados ulteriores, mas com uma estrutura não-linear, entrelaçada de maneira criativa. A Internet é poderosa e exprime-se como uma realidade tecnológica (FORTES, 2003, p. 242 - 243). Porém, acredita-se que mesmo os hábitos comunicacionais se constituindo como instantâneos e imprevisíveis, ainda se procura esquematizá-los por meio de formatos 11 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil dinâmicos. Essas sistematizações englobam considerável amplitude dentro das organizações sendo compostas de maneira geral por, pelo menos, cinco recursos que objetivam proporcionar melhorias em âmbitos empresariais genericamente. É o que O’Brien (2004) define como Sistema de Informação (SI), um conjunto complexo, formado pelas múltiplas áreas existentes em uma empresa. Utilizam-se as seguintes figuras para representar esse esquema. Figura 1.217: O’Brien (2004) identifica a empresa como um sistema organizacional, que é transformado por vários processos. O autor coloca que os SI “fornecem para a administração informações (feedback) sobre as operações do sistema para sua direção e manutenção (controle)” (O’BRIEN, 2004, p. 9). Laudon e Laudon (2001) também consideram um sistema de informação como um “conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui informação para dar suporte à tomada de decisão e ao controle da organização” (LAUDON E LAUDON, 2001, p. 4). Figura 1.418: De acordo com O’Brien (2004) a estrutura representada ao lado fornece base e conceitos para serem aplicados em diferentes tipos de SI. Ela apresenta os cinco recursos básicos dos sistemas de informação: recursos humanos; recursos de hardware; recursos de software; recursos de dados e recursos de rede. Identifica-se esses recursos como: recursos humanos: especialistas: analistas de sistemas, programadores, operadores de 17 18 (O’BRIEN, 2004, p. 6) (O’BRIEN, 2004, p. 10) computador. Usuários finais: todos os demais que utilizam sistemas de informação. 12 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil Recursos de hardware: máquinas: computadores, monitores de vídeo, unidades de disco magnético, impressoras, scanners óticos. Mídias: disquetes, fita magnética, discos óticos, cartões de plásticos, formulários em papel. Recursos de software: programas: programas de sistemas operacionais, programas de planilhas eletrônicas, programas de processamento de textos, programas de folha de pagamento. Procedimentos: procedimentos de entrada de dados, procedimentos de correção de erros, procedimentos de distribuição de contracheque. Recursos de dados: descrição de produtos, cadastro de clientes, arquivos de funcionários, banco de dados de estoque. Recursos de rede: meios de comunicação, processadores de comunicação, acesso a redes e software de controle. Esses cinco recursos proporcionam os produtos de informação que englobam relatórios administrativos e documentos empresariais utilizando texto e demonstrativos gráficos, respostas em áudio e formulários em papel (O’BRIEN, 2004). Verifica-se as diferentes classificações e funções dos sistemas e tecnologias de informação no gerenciamento empresarial. Pode-se dizer que em sua maioria “Os sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os gerentes decidem, como os gerentes seniores planejam e, em muitos casos, que produtos e serviços são produzidos” (LAUDON E LAUDON, 2001, p. 9). São identificados como os diversificados tipos de SI: sistemas de apoio às operações, entre eles: sistemas de processamento de transações, sistemas de controle de processos e sistemas colaborativos; sistemas de apoio gerencial, entre eles: sistemas de informação gerencial, sistemas de apoio à decisão e sistemas de informação executiva. Além desses, sistemas especialistas em tarefas operacionais; sistemas de gerenciamento do conhecimento que apóiam a criação, organização e disseminação de conhecimento dos negócios, entre outros (O’BRIEN, 2004). Laudon e Laudon (2001) colocam que esses diferentes tipos de sistema servem para orientar, pelo menos, quatro níveis organizacionais, sendo eles: operacional, de conhecimento, gerencial e estratégico. Veja figura 2.119: 19 (LAUDON E LAUDON, 2001, p. 29) 13 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil O avanço tecnológico e a consolidação dos sistemas de informação em rede proporcionam novos formatos corporativos. Configuram-se então, as organizações virtuais, que utilizam a rede para gerenciar estrategicamente seus negócios. Elas coordenam, criam, distribuem, estabelecem relacionamento com seus diferentes públicos, etc. virtualmente. Essa nova tipologia empresarial é chamada de empreendimento de ebusiness e utiliza a Internet e demais tecnologias de informação para estruturação de seus sistemas de gerenciar, produzir, relacionar e comercializar. Por meio da dinamicidade criada pelas redes, a empresa de e-business, tem a possibilidade de interagir com seus públicos de forma instantânea. Um dos processos facilitados pela tecnologia nessas organizações é o e-commerce que é definido “como a compra e venda, o marketing e a assistência a produtos, serviços e informações realizados em uma multiplicidade de redes de computadores” (O’BRIEN, 2004, p. 22). Logo, se percebe que tecnologia da comunicação possibilita maior flexibilidade, habilidade e atuação das organizações no mercado, ampliando sua capacidade de comércio e desvinculando a idéia de limites físicos tradicionais empresariais (LAUDON E LAUDON, 2001). “Fluxos de trabalho reprojetados podem ter um impacto profundo na eficiência organizacional e podem conduzir até mesmo estruturas organizacionais, produtos e serviços novos” (LAUDON E LAUDON, 2001, p. 14). A modificação estrutural física motiva também a reorganização dos fluxos gerenciais e de trabalho dentro das empresas, resultando na diminuição de custos e no melhor atendimento ao consumidor. O gerenciamento do fluxo de trabalho, como identificado por Laudon e Laudon (2001), é o processo de gestão que visa ajustar e movimentar de forma fácil, colaborativa, automatizada, direcionada, simultânea, eficiente, etc. documentos e informações para a coordenação gerencial. Dentro dessa perspectiva encontram-se o programa Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) que “é um sistema interfuncional que atua como uma estrutura para interagir e automatizar muitos processos de negócios” (O’BRIEN, 2004, p. 208). De acordo com o autor, o ERP atua diretamente com, vendas, estoques, expedição, faturamento, matérias-primas, recursos humanos, etc. Basicamente ele é formado pelos seguintes componentes de forma a autogerenciar e sustentar a organização: planejamento da produção, logística integrada, contabilidade e finanças, recursos humanos, vendas, distribuição e controle de pedidos. O’Brien (2004) salienta que esse software é geralmente procurado nas esferas empresariais, pois ele possibilita criar uma estrutura de integração e aperfeiçoamento de sistemas internos de escritório, visando melhor atendimento ao 14 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil consumidor final. Além de, facilitar a rapidez e acesso das informações, de modo integrado, aos cargos gerenciais da organização, a fim de beneficiar a tomada de decisão para atividades futuras. Tem-se também o software de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (CRM), ele usufrui de forma integrada os diferentes sistemas e tecnologias de informação, com o objetivo de atender de maneira eficiente, eficaz e efetiva as necessidades dos clientes. Ele possui como principais componentes: marketing e satisfação, apoio e atendimento ao cliente, programas de fidelidade e retenção, atendimento de campo e de frente da loja e vendas em geral. Incluindo vendas cruzadas, crescimento das vendas e televendas (O’BRIEN, 2004). O principal foco do CRM é o relacionamento com o consumidor dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa. O autor afirma que esse software é vantajoso, pois ele “permite que uma empresa identifique e escolha seus melhores clientes - os mais lucrativos para a empresa - para que assim possa mantê-los como clientes duradouros para serviços maiores e mais lucrativos” (O’BRIEN, 2004, p. 211). O software de Integração das Aplicações da Empresa (EAI) serve para unificar os dados obtidos por meio dos dois sistemas demonstrados anteriormente. Ele objetiva associar o trabalho de relacionamento com o cliente, desenvolvido pelo CRM, com as de gerenciamento interno dos e-business, desenvolvido pelo ERP. Conforme O’Brien (2004), essa combinação tem apresentado resultados de melhoria na eficácia e capacidade de retorno dos atendimentos de call-center. Para tornar os empreendimentos de e-business ainda mais dinâmicos, o Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos (SCM) também é utilizado de forma estratégica e como diferencial competitivo. A cadeia de suprimentos de uma organização é estabelecida pela relação existente entre empresas que necessitam uma da outra para a produção e venda de determinado produto. Ou seja, uma rede de relações empresariais. Essa reestruturação visa atingir, efetivamente, a realização do atendimento imediato, das necessidades e vontades do atual perfil de consumidor. Que engloba um produto ou serviço que o cliente quer, quando e onde ele quer, além de estar agregado ao menor preço possível (O’BRIEN, 2004). Percebe-se, então, que a informação é reconhecida e conquista importante participação nas relações tecnológicas (SAAD, 2003). Dessa maneira, acredita-se que a função do processo de comunicação, dentro desse circulo, ocupa um espaço diferenciado. 15 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil Além de que, nesse tempo e espaço, a qualidade da informação é fator essencial. Chamados por O’Brien (2004), de atributos, essa informação é qualificada por meio de três dimensões, que são as de: tempo (prontidão, aceitação, freqüência e período); conteúdo (precisão, relevância, integridade, concisão, amplitude e desempenho) e forma (clareza, detalhe, ordem, apresentação e mídia). Figura 1.720: A partir das idéias, sucintamente apresentadas, entende-se que sistemas e tecnologias de informação possibilitam facilitar o gerenciamento organizacional, visando uma atuação diferenciada como fator de competitividade no mercado. A descoberta entre as páginas: livros como expansão do conhecimento Após a breve apresentação dos assuntos correlacionados, descreve-se como o levantamento dessas teorias foi realizado. O presente artigo teve como base metodológica a pesquisa bibliográfica, que trouxe a oportunidade de investigar, descobrir e examinar diferentes títulos e publicações sobre o assunto. Sabe-se que o tema abordado apresenta ampla oportunidade de pesquisa e discussão. Mesmo assim, acredita-se que a busca e a leitura dos textos permitiram a formação de um embasamento teórico considerável para a discussão apresentada. O início dessa busca aconteceu pelo aprimoramento da técnica de levantamento bibliográfico, o qual consiste em “um conjunto de procedimentos para identificar, selecionar, localizar e obter documentos de interesse para a realização de trabalhos 20 (O’BRIEN, 2004, p. 15). 16 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil acadêmicos” (STUMPF, 2005, p. 54). A autora coloca, que alguns escritores acreditam que um levantamento bibliográfico conta com a análise de todas bibliografias publicadas sobre o assunto pesquisado. Porém, no presente artigo, esse envolvimento e dedicação não se tornou possível devido ao tempo de pesquisa que foi limitado. Seguindo os procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica, explicada por Stumpf (2005), organizou-se uma lista com as palavras-chave que direcionavam a investigação, a fim de encontrar de maneira acessível, títulos que permitissem embasamento para a reflexão. Os termos escolhidos como norteadores foram os apresentados pelo professor, Vagner de Carvalho Silva, quando solicitado o trabalho de investigação. São eles: sistemas de informação, gestão de projetos e estratégias de comunicação virtual, correlacioando-os sempre com a habilitação de Relações Públicas. A listagem das palavras-chave, proporcionam direcionamento à busca por bibliografias do assunto em questão (STUMPF, 2005). Os títulos utilizados como base para a pesquisa foram escolhidos, também, por meio da observação e delimitação de temporalidade. Ou seja, foram definidas como bibliografias pertinentes a essa investigação publicações entre os anos de 2001 e 2008. A demarcação do tempo objetivou fornecer dados mais recentes para apresentar uma discussão e reflexão atualizada dos temas. O levantamento teórico foi realizado por meio de pesquisa às obras disponibilizadas no catálogo da biblioteca UNISINOS. Os assuntos de interesse apresentaram publicações nas áreas da administração, educacão e da comunicação social e digital. Assim, foi possível encontrar títulos referentes aos diferentes sistemas de informação, planejamento estratégico para mídias digitais, metodologias de projetos, etc. O referencial possibilitou fortalecer o embasamento teórico para a reflexão apresentada. Considerações A elaboração desse artigo trouxe a possibilidade de entender, inicialmente, o que significa sistemas e tecnologias de informação. Compreendendo esses conhecimentos, tornou-se claro a capacidade gerencial desses novos processos, desenvolvidos por meio dos avanços tecnológicos. A leitura e apresentação dos primeiros referenciais objetivaram contextualizar a atividade das Relações Públicas e, no decorrer do texto, fazer perceber a amplitude de atuação da área. Acredito que essa vasta possibilidade é ainda intensificada, quando 17 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil acoplada com os conhecimentos trazidos pela área administrativa. A mescla de conceitos abordados nesse estudo, oportunizando visualizar as concepções de diferentes áreas do conhecimento, propiciou crescimento de aprendizado e satisfação durante a leitura dos temas. Acredito ser realmente improvável a apresentação de considerações completas sobre os assuntos desenvolvidos. A obtenção dessa conclusão é devida ao reconhecimento do amplo referencial que a discussão possui. Foi perceptível, que já nos títulos consultados, que considero poucos para debater o assunto porposto, foi humanamente impossível aproveitar todas as percepções e conceitos dos autores trabalhados. No entanto, a oportunidade de ler e buscar entender a complexidade dos temas, favoreceu o crescimento do conhecimento e fez surgir maior interesse sobre os diferentes sistemas de informação existentes. Esse breve reconhecimento, demonstrou que os sistemas de informação capacibilitam e potencializam as estratégias gerenciais das organizações do atual mercado. Durante a elaboração do presente estudo, foi possível perceber que a união dos diversificados sistemas e tecnologias de informação, agregados a projetos dinâmicos de Relações Públicas, fortificam e trazem maior possibilidade de atingir os resultados esperados. Dessa forma, acredita-se que proporcionar às organizações maior competitividade no mercado e aos consumidores maior satisfação no consumo de serviços ou produtos é o foco das novas estratégias empresarias. E é com esse objetivo que a implantação dos diferentes sistemas de informação são utilizados. A contemporaneidade porpõe desafios gerenciais, onde a tecnologia administra aplicações, desenvolvimento, processamento e demais funções dentro da esfera organizacional. Os recursos apresentados pelos sistemas de informação vem para beneficiar a organização no gerenciamento dessa rede, a fim de dinamizar o exercício de negociação e prestação de serviço das organizações. Além de, proporcionar uma relação constante e satisfatória entre as empresas e seus diferentes públicos. Referências BRETON, Philippe. A argumentação na comunicação. Bauru, SP: EDUSC, 2003. COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.br. Base de dados. Disponível em: <http://www.cetic.br/tic/2007/indicadores-cgibr-2007.pdf> Acesso em: 25 de jun. 2008. 18 Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Rio Grande do Sul - Brasil CONSELHO FEDERAL DE PROFISSIONAIS DE RELAÇÕES PÚBLICAS (CONFERP). Base de dados. Disponível em: <http://www.conferp.org.br/site/legislacao/Exibe.do?codLegislacao=15&tipo=resolucao> Acesso em: 24 de jun. 2008. ______ Disponível em: <http://www.conferp.org.br/site/legislacao/Exibe.do?codLegislacao=5&tipo=lei> Acesso em: 24 de jun. 2008. FORTES, Waldyr Gutierrez. Relações públicas: processo, funções, tecnologia e estratégias. São Paulo: Summus, 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Base de dados. 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