AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SALADAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM DE PASSO FUNDO, RS MICROBIOLOGICAL EVALUATION IN FRUIT SALADS COMMERCIALIZED IN PASSO FUNDO, RS Cleiva de Aguiar1, Amauri Picollo de Oliveira2, Gabriela Mezzomo do Nascimento3, Gilciane Ceolin3, Laura Beatriz Rodrigues2,4, Édison Armando de Franco Nunes4 1 Aluna da Pós-Graduação em Controle de Qualidade de Alimentos da UPF ² Centro de Pesquisa em Alimentação – CEPA/UPF 3 Alunas do Curso de Nutrição da Universidade de Passo Fundo – UPF 4 Professores da Universidade de Passo Fundo – UPF Palavras-chave: avaliação microbiológica, salada de frutas, coliformes Introdução Alimentos dentro dos padrões higiênico-sanitários satisfatórios são uma das condições essenciais para a promoção e manutenção da saúde, sendo que a deficiência nesse controle é um dos fatores responsáveis pela transmissão de agentes patogênicos, que podem levar à ocorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos. O aumento do consumo de frutas, tanto fresca como parcialmente processadas, está associado a hábitos de saúde mais saudáveis por parte da população em geral. Diante deste cenário e sua magnitude para a saúde pública, grandes esforços em todos os países têm sido mobilizados com o intuito de melhorar a qualidade e segurança dos alimentos. Diante do exposto, a análise microbiológica dos alimentos, em especial os prontos para o consumo, como o caso das saladas de frutas, é fundamental para se conhecer as condições de higiene nas quais estes alimentos foram preparados e manipulados, e se estão em acordo com a legislação vigente. Neste contexto, objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica de saladas de frutas, provenientes de padarias e mercados do centro de Passo Fundo, RS, através da pesquisa de Salmonella spp. e contagem de coliformes a 35°C e a 45°C. Material e Métodos Foram coletadas 10 amostras de saladas de frutas, em janeiro de 2011, provenientes de cinco locais diferentes, sendo três padarias e dois mercados da cidade de Passo Fundo, RS. Em cada local amostrado foram coletadas duas amostras, numeradas como 1 e 2. As amostras estavam acondicionadas em embalagens próprias dos estabelecimentos, e foram transportadas em caixa isotérmicas até o Laboratório de Microbiologia do Centro de Pesquisa em Alimentação (CEPA) da Universidade de Passo Fundo (UPF). A qualidade higiênico-sanitária das saladas de frutas foi avaliada através da pesquisa de Salmonella spp. e contagem de coliformes 35°C e a 45°C. A metodologia utilizada para os ensaios laboratoriais foi instituída pela Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (BRASIL, 2003). Os resultados obtidos foram confrontados com os padrões microbiológicos estabelecidos pela Resolução RDC n° 12 (BRASIL, 2001). Resultados e Discussão Nas amostras de salada de frutas analisadas, não obteve-se ocorrência de contaminação por Salmonella spp., nem por coliformes a 45ºC. Entretanto, em 5 amostras foram detectados coliformes a 35ºC, como pode ser observado na Tabela 1. Pelos resultados apresentados, verifica-se que, em termos de Salmonella spp., 100% das amostras de salada de frutas mostraram-se satisfatórias, atendendo os requisitos da RDC 12 (BRASIL, 2001), a qual estabelece que deve haver ausência de Salmonella spp. em 25g do produto. Bruno et al. (2005), analisando 5 amostras de salada de frutas adquiridas no supermercado de Fortaleza (CE), evidenciaram 40% de presença de Salmonella spp., fato este que torna as saladas de frutas impróprias para o consumo. Smanioto et al. (2009), ao analisar 4 amostras de salada de frutas provenientes de supermercados de Bauru-SP e região, não evidenciaram a presença de Salmonella spp. Para a contagem de coliformes a 45°C, a RDC 12 (BRASIL, 2001), estabelece o limite de 500 UFC/g. Não foi evidenciada a presença de coliformes a 45°C, com todos os resultados iguais a <1,0 x 101. Bruno et a.l (2005) e Smanioto et al. (2009) também não evidenciaram a presença deste microrganismo nas amostras que avaliaram. No entanto, apesar das saladas de frutas amostradas estarem dentro dos padrões preconizados pela legislação, cabe ressaltar que, quanto aos coliformes a 35ºC, 5 (50%) das amostras analisadas apresentaram contaminações elevadas para esse grupo de bactérias, acima de 1000 UFC/g. Em estudo realizado por Smanioto et al. (2009), 50% das saladas de frutas analisadas apresentaram-se com contagens de coliformes totais igual ou maior que 1.100 NMP/g. De acordo com Bruno et al. (2005), 60% das saladas de frutas apresentaram resultados superiores a 1000 NMP/g. Berbari et al. (2001) consideram elevadas as contagens de coliformes totais acima deste parâmetro. Tendo em vista que produtos minimamente processados devem passar por assepsia, como lavagem em água corrente e/ou sanificação, contagens elevadas de coliformes totais podem indicar processamento em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias. Tabela 1 – Resultados obtidos nas análises microbiológicas das saladas de frutas. Conclusão Segundo a atual legislação brasileira, todas as amostras de saladas de frutas estavam de acordo com os padrões legais vigentes. No entanto, metade das amostras apresentaram elevadas contagens de coliformes totais, demonstrando que o processamento pode estar sendo realizado em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias. Referências Bibliográficas BERBARI, S. A. G. et al. Efeito do cloro na água de lavagem para desinfecção de alface minimamente processada. Ciência e tecnologia, v. 21, n. 2, p. 197-201, 2001. BRASIL. RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001. ANVISA. BRASIL. Instrução Normativa (IN) n° 62, de 26 de agosto de 2003. MAPA. SMANIOTO, T. F. et al. Qualidade microbiológica de frutas e hortaliças minimamente processadas. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 68 (1), p. 150-154, 2009. BRUNO, L. M. Avaliação microbiológica de hortaliças e frutas minimamente processadas comercializadas em Fortaleza (CE). Boletim CEPPA, v. 23, p.75-84, 2005. Autor a ser contatado: Cleiva de Aguiar. Farmacêutica. Pós-graduanda em Controle de Qualidade de Alimentos pela Universidade de Passo Fundo – UPF - e-mail: [email protected]